sexta-feira, 7 de setembro de 2012

”Dilma pôs um fim à capitulação diante dos sucessivos ataques aos ministros, que, muitas vezes, perderam o cargo sem qualquer razão, como no caso do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, demitido sob acusações sem provas e posteriormente inocentado em todas as investigações”
Tudo bem. Mas os outros cinco demitidos ? Inocentes é que não eram.
“O primeiro grande lance foi colocar os bancos públicos para liderarem uma queda generalizada dos juros ao consumidor e às empresas”
Isso quer dizer que Lula não quis mexer nos juros durante seu governo. Também quer dizer que ele podia e não fez.
”Anunciou redução de gastos do consumidor e das empresas com energia, começando pela energia elétrica”.
Ótima medida. Porque levou dois anos ? Medidas deste tipo são infinitamente melhores do que reduzir IPI de carros que acabam por levar as pessoas ao endividamento maior do que podem.
“Dilma concluiu a resposta que acaba de dar ao ataque de Fernando Henrique Cardoso a Lula.”
Mas como é importante esse FHC. Mereceu uma resposta em rede nacional.
A mega produção do julgamento do mensalão e a chuva de “más notícias” sobre a economia vêm dominando há meses o noticiário. A primeira atração pretende condenar criminalmente os oito anos do governo Lula e o Partido dos Trabalhadores inteiro; a segunda, pretende convencer os brasileiros de que a economia do país vai de mal a pior. Por meses a fio, a oposição ao governo federal, como ocorre há quase uma década, recebeu o apoio dos maiores meios de comunicação do pais à sua estratégia descrita no parágrafo anterior, estratégia que sucedeu a pressão oposicionista-midiática por demissão de ministros e as marchas “contra a corrupção” que vigeram no ano passado.
Em 2011, chegou a ocorrer como que uma capitulação do governo Dilma Rousseff diante de uma nova modalidade de ataque oposicionista-midiático aparentemente diferente da guerra desencadeada contra o governo Lula, mas que, em essência, era igual.
Nesse novo modelo, a presidente foi preservada de ataques diretos e os alvos foram o governo Lula (do qual ela participou em destaque) e a montagem que fez de seu próprio governo, pois cada ministro demitido no ano passado foi nomeado por ela, sendo a tese da “faxina” mera tentativa de convencer a matreira presidente da República de que um ataque a beneficiária, o que revelou desprezo por sua inteligência. 
Entre o fim do ano passado e o começo deste ano, Dilma pôs um fim à capitulação diante dos sucessivos ataques aos ministros, que, muitas vezes, perderam o cargo sem qualquer razão, como no caso do ex-ministro do Esporte Orlando Silva, demitido sob acusações sem provas e posteriormente inocentado em todas as investigações.
Quando a artilharia chegou ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, possivelmente o ministro mais próximo de si, Dilma pôs o pé na porta e as pressões acabaram, ainda que tenham restado elucubrações sobre as quedas de ministros que ela teria permitido por ter desejado. 
Em 2012, porém, marcou a reação de um governo que já começava a enfraquecer de tanto ceder a pressões. Dilma iniciou o ano visivelmente decidida a mostrar que estava no controle e que seu governo tinha um plano. Ao esfriamento da economia, desde então vem atuando no sentido de aquecê-la e de aliviar a vida da população.
O primeiro grande lance foi colocar os bancos públicos para liderarem uma queda generalizada dos juros ao consumidor e às empresas. O ineditismo da medida na história recente do país pegou oposição e mídia de surpresa. Em um primeiro momento, esses agentes aliaram-se aos bancos contra a iniciativa do governo federal.
Não tardou para bancos, mídia e oposição entenderem o que se previu nesta página que ocorreria, que a presidente daria um salto em termos de popularidade, o que de fato ocorreu, fazendo com que alcançasse praticamente o mesmo patamar que Lula tinha ao deixar o governo. As críticas, diante do apoio popular, emudeceram.
A essas medidas contrárias aos interesses dos bancos – que a presidente foi à televisão anunciar assim como fez ontem – somaram-se outras de indiscutível apelo popular e, o que é melhor, à prova de acusações de “populismo”, pois não é moleza defender os setores da economia líderes de reclamações às entidades de defesa do consumidor.
Telefonia e planos de saúde também entraram na mira do governo, sendo penalizados com suspensão de captação de clientes e obrigados a apresentar planos de investimentos para resolver os problemas geradores de queixas.
Paralelamente à defesa decidida dos interesses dos consumidores, o governo apresentou um poderoso plano de investimentos em infraestrutura que chega à casa da centena de bilhões de reais, uma quantidade de recursos que pouquíssimos países têm condição de investir hoje, o que vai revelando a solidez da economia brasileira.
Na última quinta-feira, Dilma respondeu ao recrudescimento exponencial da artilharia oposicionista-midiática contra si e contra o PT, baseada, exclusivamente, em um moralismo tão hipócrita que viu lideranças de partidos envolvidos até o pescoço em escândalos de corrupção apontarem o dedo para o partido do governo.
À maior artilharia, a presidente usou uma bomba: anunciou redução de gastos do consumidor e das empresas com energia, começando pela energia elétrica. Não é brincadeira o que Dilma anunciou. 16% para residências e 28% para indústrias serão sentidos diretamente no bolso de todos.
É imprevisível o impacto que isso terá sobretudo no setor industrial, mas será grande. O consumo de energia é um dos grandes custos desse setor. A medida, inclusive, tornará os produtos brasileiros mais competitivos.
Reduzir o custo da energia nesse nível é medida ainda mais popular do que pôr bancos públicos para liderarem queda de juros. No caso dos juros, a redução é lenta e não atinge o público de forma homogênea, pois beneficia mais os menos endividados e mais ricos, que, certamente, estão tendo acesso às melhores taxas. No caso da conta de luz, o alcance é estrondoso.
E para quem, como eu, reclamou de revide político, no mesmo pronunciamento em que deu tal presente à população a presidente ainda atacou, de novo, aquele que tentou atingi-la atacando seu padrinho político. Ao criticar a “privatização” que era feita “no passado”, Dilma concluiu a resposta que acaba de dar ao ataque de Fernando Henrique Cardoso a Lula.
O lance da última quinta-feira explica a política brasileira no novo milênio. Uma oposição perdida, sem propostas, usa a mídia – ou por ela é usada – para oferecer à população moralismo de quinta, pessimismo e hipocrisia. E zero de propostas. A isso, Dilma responde com desenvolvimento e bem-estar social.
Em sua opinião, leitor, quem irá vencer esse embate?
Um pais que não revive seus momentos de glória, ensinar não pode ensinar seus jovens pelo exemplo. O dia 7 de setembro foi o dia em que o Brasil libertou-se economicamente e culturalmente do jugo português… Imagine um pais que produz as maiores riquezas e é impedido de processá-las, mas obrigado a entregá-la ao pais em que é subjugado, que vive no luxo, enquanto seu povo que trabalha amarga uma vida miserável!
O FHC sempre foi um presidente adepto do peleguismo… sua “politica liberal e entreguista” não visava fomentar a produção… mas vender o patrimônio para fazer caixa… e o povo…. que se dane! Fora FHC.

Existe uma coisa mais importante que tudo: aumentamos, a cada dia, a fé e o orgulho no nosso querido Brasil.
Somos, cada vez mais, um país que olha para o presente e para o futuro com um mesmo olhar de alegria, conforto e esperança.
Viva o Sete de Setembro!
Viva o Brasil!
Viva o povo brasileiro!
Dilma Roussef 

A diferença é abissal frente um tal ressentido Falso, Hipócrita e Calhorda.

Manifestantes realizam marcha contra corrupção na Esplanada dos Ministérios.

Um grupo de manifestantes participou de uma marcha contra a corrupção no final da manhã desta sexta-feira (7), em Brasília. A Marcha Brasil contra a Corrupção foi organizada pela internet, e ocupou a Esplanada dos Ministérios, onde ocorreu o desfile de 7 de Setembro. Várias pessoas percorreram o trajeto carregando cartazes e usando máscaras. As roupas pretas predominaram no desfile. Algumas das faixas e cartazes trazidos pelos manifestantes eram contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, que foi preso pela Polícia Federal em fevereiro durante a Operação Monte Carlo. Os manifestantes também pediram punição aos envolvidos no susposto esquema do mensalão, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

QUEM LEVA

Isenção tem custo.
Romário lembra que a CBF é passível de investigação, apesar de ser entidade privada, porque goza de isenções fiscais do governo.

CBF S/A - Cássio, goleiro do Corinthians, tem direitos econômicos ligados a gente da CBF e deve ser vendido à Roma. “Quem leva?", questiona Romário.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

BOM MOÇO ?!?

É jovem (56 anos), viúvo, razoável pinta, arrumado, verbo solto, experimentado repórter de TV (no popularíssimo Aqui, Agora, do SBT). Já teve votações espetaculares como deputado federal, a primeira em 1994 (pelo PSDB). Depois de tucano experimentou ser corvo de Paulo Maluf, agora é uma águia macedista, alado seguidor do bispo Edir Macedo, imperador do PRB e da Igreja Universal do Reino de Deus.
Celso Russomanno lidera com folga há algumas semanas a disputa pela prefeitura paulistana onde enfrenta simultaneamente, e sem estresse, duas feras eleitorais – José Serra e Lula da Silva.
Opinionistas, politólogos, musas acadêmicas, pesquisólogos e especialistas em eleições acham que o fenômeno não se aguenta nas pernas, e talvez por isso sequer tentam interpretações mais originais para explicá-lo. Já se falou em desgaste da polarização PT-PSDB, em cara nova, neopopulismo, cacarequismo, nova classe média etc., etc. As acusações de corrupção, falsidade ideológica e outras tantas do Código Penal não colam em Russomanno.
Poucos analistas se animam a tocar na explicação fundamental: a formidável politização da religião. Não é a defesa do consumidor que dá robustez à candidatura de Russomanno. É o apoio da maior organização evangélica neopentecostal da América Latina – e talvez a maior do mundo.
Rumo ao passado.
A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é uma potência política, econômica, midiática. Edir Macedo, seu fundador, é incomparavelmente mais poderoso do que foi o reverendo coreano Sun Myung Moon, apóstolo da Igreja da Unificação, falecido há dias.
Mesmo que Mitt Romney seja eleito presidente dos EUA e convertido em líder de uma superpotência mundial, Edir Macedo continuará como papa de uma congregação global articulada pelo fanatismo e pelo fundamentalismo.
Colocar Russomanno no centro de uma guerra santa é temerário, mas talvez seja exatamente este o tríplice sonho de Edir Macedo – ser perseguido pela Santa Madre Igreja, desembaraçar-se de Lula e aniquilar a grande imprensa que tanto o incomoda. Isso explica a superficialidade das análises midiáticas sobre a arrancada de Celso Russomanno. Melhor fingir de avestruz, comer areia, do que enfrentar as manadas das seitas político-religiosas iluminadas por holofotes de neon.
Falar no poder da IURD significa trazer para a ribalta o poder recôndito do Opus Dei, hoje um dos polos do poder político brasileiro que a esquerda teima em ignorar e à direita não interessa badalar.Estamos viajando a galope em direção à Idade Média. Seu ícone, bem penteado e bem vestido, não precisa de novas mídias nem de redes sociais; sua força está contida numa mensagem de apenas 19 caracteres: votem em Russomanno.

O CAPITALISMO AMERICANO

Nos cerca de 250 anos de história independente, os EUA iniciaram - em média - uma guerra a cada três anos, exatamente como a Inglaterra. Contando com a vantagem de ser “membro por nascimento”, da pequena comunidade dos estados produtores da “ética internacional” que arbitram as “guerras justas” e o “livre comércio
“Years before the Declaration of Independence… Benjamin Franklin, George Washington and Thomas Jefferson, as well as a considerable ratio of New England´s most proeminent Congregationalist ministers already talked of America reaching the Mississippi or even the Pacific to become the next century great empire”

Kevin Phillips, “The Cousins´ Wars”, Basic Books, New York, 1999, P:116
A publicação - em 1894 - do livro do economista inglês, John A. Hobson (1858-1940) - “A Evolução do Capitalismo Moderno” - transformou-se numa referencia obrigatória para a interpretação do desenvolvimento econômico dos Estados Unidos. Depois de Hobson, vários historiadores e economistas retomaram sua tese sobre a originalidade radical do capitalismo americano, vis a vis o desenvolvimento europeu. Em particular, depois da Guerra de Secessão (1861-1865), com o surgimento das grandes corporações e do capital financeiro que teriam revolucionado a organização microeconômica, e mudado a face do capitalismo mundial. Do nosso ponto de vista, entretanto, estas transformações ajudam a entender o “milagre econômico” americano do início do século XX, mas não explicam as próprias transformações.
Os Estados Unidos foram o primeiro estado nacional que nasceu fora da Europa, mas não fora do sistema geopolítico e econômico europeu. Pode-se dizer inclusive, que a “Guerra da Independência” americana foi, em grande parte, um capítulo da disputa entre a Inglaterra e a França pela supremacia mundial. E sua conquista definitiva ocorreu entre as duas grandes guerras (“Dos 7 Anos” e “Bonapartista”) que definiram a hierarquia de poder internacional, e a supremacia inglesa, dentro e fora da Europa, a partir de 1815. 
Durante este período de guerras, os Estados Unidos sempre se sentiram “cercados” e ameaçados - simultânea ou sucessivamente - pela Inglaterra, França e Espanha, e tiveram que negociar seu reconhecimento e suas fronteiras com o “núcleo duro” das Grandes Potências europeias. 
Assim mesmo, os EUA acabaram se transformando no único estado nacional extra-europeu que nasceu de um império e de uma economia em plena expansão vitoriosa. Mais do que isto, durante a chamada “revolução industrial” que transformou os Estados Unidos – imediatamente - na primeira periferia “primário-exportadora” de sucesso da economia industrial inglesa. Situação econômica privilegiada que se consolidou e expandiu durante todo o século XIX, antes e depois da Guerra de Secessão, enquanto a Inglaterra abria espaços de expansão comercial para sua ex-colônia, e assumia a responsabilidade – em alguns momentos - por cerca de 60% do investimento direto dentro de todo o território norte-americano, que passou a fazer parte de uma espécie de “zona de co-prosperidade” anglo-saxônica , ou mesmo, num caso avant la lettre, de “desenvolvimento a convite”, da Inglaterra.
Por outro lado, desde sua independência, os Estados Unidos foram governados por uma elite coesa e com um intense commitment imperial, e mantiveram um ritmo de expansão política e territorial contínua, através da guerra, da diplomacia e do comércio. Antes da Guerra Civil, foram 37 “guerras indígenas”, e mais as Guerras do Texas e do México, em 1837 e 1846, responsáveis pela duplicação do território americano. Mais a frente, vieram a Guerra Civil e a Guerra Hispano-Americana, e uma sucessão de intervenções militares no Caribe, num movimento de expansão que se acelerou no século XX, alcançando Europa, Ásia, Oriente Médio e África. De forma que nos cerca de 250 anos de história independente, os EUA iniciaram - em média - uma guerra a cada três anos, exatamente igual como a Inglaterra. Contando com a vantagem de ser “membro por nascimento”, da pequena comunidade dos estados produtores da “ética internacional” que arbitram as “guerras justas” e o “livre comercio”.
A história segue e é extensa, mas já se pode dizer que ela fornece fortes indícios de que:
- o desenvolvimento econômico dos EUA não foi uma exceção, pelo contrário, foi uma parte essencial da expansão e das contradições do sistema inter-estatal e do capitalismo europeu;
- o sucesso do capitalismo americano não foi puramente endógeno, nem foi apenas uma obra das grandes corporações e do capital financeiro que nasceram à sombra da Guerra Civil;
- o “apoio externo” foi decisivo para o sucesso da economia americana, que foi sempre a principal “fronteira de expansão” do capital financeiro inglês;
- a “guerra contínua” teve um papel estratégico no desenho da política industrial e agrícola, e no desenvolvimento científico e tecnológico dos EUA;
- e por fim, a expansão política, territorial e bélica dos EUA foi na frente do processo de internacionalização das grandes corporações, do capital financeiro e da moeda norte-americana.
Uma história de desenvolvimento econômico como a das demais potências do sistema mundial, mas muito diferente da interpretação economicista de Hobson e seus discípulos.

ONDE VÊM O DINHEIRO ?!

Quem paga as campanhas milionárias?
Candidatos a vereador em São Paulo têm campanhas orçadas em até R$ 5 milhões. A pergunta a ser feita é não apenas de onde vêm os financiamentos, mas como serão pagos depois. Em quatro anos de mandato, um vereador recebe R$ 624 mil. Mesmo que não gaste um centavo, ele não tem como retribuir a gentileza. Como fechar a conta?
Por Gilberto na Carta Maior.
A Folha de S. Paulo do último domingo (26 de agosto) publicou interessante matéria intitulada “Ex-ministros, Orlando Silva e Andrea Matarazzo disputam vaga de vereador em SP”. O primeiro personagem milita no PCdoB e teve um início de vida pobre. O segundo é filiado ao PSDB e exibe origem aristocrática. A reportagem descreve as iniciativas de ambos para atrair o eleitorado e ganhar votos.
O trecho mais importante da nota está no final:
“Matarazzo, que tem cerca de 200 funcionários, pretende investir até R$ 5 milhões. Ele calcula precisar de 40 mil votos. Silva contratou 100 pessoas e fixou o teto de gastos em R$ 3,5 milhões”. 
As afirmações não foram desmentidas. Logo, não há porque duvidar delas. Não se coloca aqui em dúvida a honestidade e a lisura dos candidatos.
As campanhas eleitorais duram três meses. Mesmo que haja investimentos preliminares – aluguel de sede para comitê, de carros e compra de equipamentos – o grosso do dinheiro é gasto entre julho e outubro. Na média, um milhão por mês.
Doações e retribuições.
Essas quantias provêm das chamadas “doações” de campanha. É um dinheiro fornecido em sua maior parte por grandes empresas. Nada indica que os candidatos façam algo contrário à lei. As entradas e saídas são anotadas pelos comitês de cada um e submetidas ao escrutínio do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Doações de campanha não costumam ser doações de verdade. O eleito deve de alguma maneira retribuir o que foi investido em sua postulação. “Não existe almoço grátis”, dizia Milton Friedman (1912-2006), o guru dos economistas ortodoxos.
Em tese, o futuro parlamentar deveria pagar seus patrocinadores com o próprio dinheiro, para que não ficasse caracterizado algum tipo de troca de favores entre o eleito e o poder econômico.
No caso da Câmara de São Paulo, vale pensar como um vereador retribuiria tamanho aporte de recursos.
A partir de janeiro de 2013, o salário de um vereador paulistano chegará a R$ 15.031,76. É muito em relação ao que ganha a maioria da população, mas é pouco se comparado a salários de executivos de grandes corporações, que podem chegar a R$ 200 mil por mês. Em termos líquidos, o vencimento do parlamentar deve ficar em torno de R$ 12 mil, pagos 13 vezes ao ano.
Se multiplicarmos esses 13 salários ano por quatro anos de mandato, teremos um total líquido de cerca de R$ 624 mil reais. É todo o ganho salarial do parlamentar.
Assim, mesmo que o vereador não coma, não saia de casa, não gaste com energia, água, luz e telefone domésticos, não há como ele pagar – com recursos do mandato – “doações” de campanha entre R$ 3 milhões ou mais.
Como a oferenda é retribuida?
Candidatos majoritárias.
No caso das candidaturas a prefeito, as verbas oriundas de empresas que servem a Prefeitura são maiores ainda.
No sábado (25), a mesma Folha de S. Paulo relatou o seguinte:
“Dados entregues pelos candidatos à Justiça Eleitoral mostram que, dos cerca de R$ 2,4 milhões arrecadados por Fernando Haddad (PT), R$ 950 mil foram repassados por duas empreiteiras: Carioca Engenharia e OAS. (...) José Serra (PSDB) foi o segundo que mais recebeu na cidade em julho e início de agosto. Além da direção estadual, que repassou por meio de doação oculta R$ 1,2 milhão ao tucano, a incorporadora JHS F pagou R$ 500 mil. Uma pessoa ligada ao grupo Zogbi, que atua na área financeira, repassou R$ 250 mil”.
Até agora as informações não foram desmentidas pelos citados.
Por que motivo uma empresa que presta serviços ao Estado - como empreiteiras, bancos, companhias telefônicas, elétricas, de transportes e outras – dariam dinheiro a candidatos sem exigir contrapartida?
Essa é a raiz da maior parte dos casos de corrupção entre poder público e iniciativa privada. Não se trata de um problema moral, mas essencialmente político.
Disputa assimétrica.
Tais montantes desequilibram totalmente a disputa eleitoral e selam compromissos entre candidatos e empresas que, na maior parte das vezes, ficam ocultos dos olhos dos eleitores. Somente o financiamento público poderá trazer mais clareza e simetria entre as candidaturas.
Os grandes partidos não querem aprovar o financiamento público. Ao contrário do que se difunde, não haverá mais gastos do erário. Haverá menos. Hoje, as contrapartidas feitas pelos eleitos em favor dos financiadores – alguns casos estão vindo à luz na CPI do Cachoeira – são mais lesivos aos cofres de municípios, estados e união do que uma quantia determinada, cujos pagamentos seriam feitos de forma transparente e com mais equilíbrio entre partidos e coligações.
Caso os interesses existentes no Congresso impeçam a adoção do financiamento público, uma medida alternativa poderia ser implantada. Seria a obrigação das campanhas de todos os partidos apresentarem os nomes e logomarcas de seus financiadores.
Nada a estranhar. Qualquer programa de televisão, rádio, filme, jornal, revista, site, e produto editorial exibe publicidade e logomarca de seus patrocinadores. Por que as peças eleitorais deveriam ser diferentes?
Assim, não seria surpresa que um financiador de campanha fosse depois agraciado com a contratação para a realização de vultosas obras ou serviços públicos.
Quer dizer, não seria surpresa. Mas a esquisitice ficaria bem clara...

CADA GOVERNO FAZ O SEU

7 DE SETEMBRO: CADA GOVERNO FAZ  O SEU  - Em setembro de 2002,  nos estertores do governo do PSDB, o risco-Brasil atingia 2.443 pontos. Medida de vulnerabilidade de uma economia --do ponto de vista dos credores--  cada 100 pontos  de risco equivale a 1% de taxa adicional de juro. A chance  de um calote brasileiro então  era tida como muito alta. Para quebrar as resistências ao  passar o chapéu o governo FHC  via-se  obrigado a pagar uma sobretaxa de quase 24,5% acima do juro vigente nos EUA. Numa operação externa esta semana, o Brasil pagou a menor sobretaxa de juro de sua história:1,1%. O oposto vivido no governo do PSDB reduz  a margem de soberania de um país a zero. A  independência política é ornamental. Canta-se o Hino, hasteia-se a bandeira. Entrega-se tudo o mais que dá sustento à palavra Nação. Sem o manejo endógeno das contas externas  é impensável fazer  política de desenvolvimento ou articular a defesa da industrialização. Menos ainda avançar na defesa da principal fronteira da soberania no século XXI: a justiça social. Delega-se o destino aos banqueiros. Em setembro de 2002, depois de 8 anos nas mãos do PSDB,  o Brasil era isso: um pangaré  faminto tratado no cabo de marmelo pelos mercados. (LEIA MAIS AQUI(Carta Maior; 5ª feira 05/09/2012)

O SOCIÓLOGO ENTROU NUMA FRIA

Por Carlos Chagas.
O sociólogo entrou numa fria ao agredir  outra vez o Lula e ao declarar guerra contra Dilma. Porque assentada a poeira da recente tertúlia entre Fernando Henrique e a atual presidente, sobrou para a opinião pública comparar a imagem do tucano com a do companheiro, apesar da intervenção  de Dilma. E não há como imaginar outro resultado senão o da prevalência do Lula.
Basta verificar que mesmo contido por razões de saúde, o Lula tem contribuído decisivamente para melhorar a situação de alguns candidatos do PT a prefeito. Não significa a vitória de todos, muito pelo contrário, mas a simples presença do primeiro-companheiro nos palanques e nas telinhas, segundo as pesquisas,   melhorou a situação de seus indicados. Quanto a Fernando Henrique, ninguém pensou em convocá-lo para as campanhas do PSDB. Sequer participa das andanças de José Serra por São Paulo. E se participasse, quantos votos a mais conseguiria para o candidato?
De tabela, o ex-presidente cortou com Dilma  um relacionamento que parecia ameno, pelo menos uma pax armada agora transformada em guerrilha. Porque a chefe do governo não é deixar arrefecer desafios. A partir de agora não perderá oportunidade para acutilar tucanos, em especial nas participações que terá nas campanhas petistas – poucas mas densas.
Em suma, Fernando Henrique perdeu excelente oportunidade de deixar  a caneta imobilizada, ou, se quiserem, imóvel o teclado onde digita seus artigos.
REJEIÇÃO DOS PARTIDÕES.
É cedo para conclusões, mas a presumível vitória de Celso Russomano para prefeito de São Paulo demonstra, acima de tudo, a derrota dos partidões pela voz rouca das ruas. PT, PMDB e PSDB estão sendo rejeitados na medida em que seus candidatos não chegam a arranhar a liderança do radialista. Haddad cresceu um pouco, Chalita não aparece e Serra despenca.
Não parece  ser novidade essa reação. Ainda há pouco o Tiririca recebeu mais de um milhão de votos para deputado federal, para não falar no fenômeno Jânio Quadros, que por duas vezes, separadas  por mais de trinta anos, elegeu-se prefeito contra os grandes partidos.
Resta saber o que seria a administração de Russomano na maior cidade do país. Sempre haverá o risco  de amalgamar-se ao modelo clássico encenado pelos partidões, tornando-se mais um político igual aos outros. Mas também pode ser que não...
“CAVALARIA, AVANÇAR E DEGOLAR”
Comemora-se amanhã mais um ano da Independência do Brasil, mas será sempre bom recordar que em diversas províncias da extinta colônia  houve luta para a afirmação do Império. Na Bahia, passaram-se meses de confronto militar entre as tropas portuguesas e os  contingentes brasileiros. A situação andava trágica para os partidários da Independência quando,  nos arredores de Salvador,  travou-se a batalha decisiva. Os batalhões que serviam Portugal estavam vitoriosos, o comandante de nossas tropas chamou o corneteiro, ordenando o toque de “retirada”.  O jovem soldado, por estar nervoso  ou por  patriotismo, errou ao  soar a corneta, tocando “cavalaria, avançar e degolar”.  De um lado e de outro os toques eram os mesmos e os portugueses, apavorados, puseram-se em fuga, decidindo a guerra e reafirmando a Independência. Só que nossas tropas não tinham cavalaria...

INFRA-ESTRUTURA

BNDES libera R$ 67,866 bilhões em empréstimos no mês de julho.

O valor total de empréstimos liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) somaram 67,866 bilhões de reais no acumulado de janeiro a julho, queda de 2% ante igual período de 2011. Já as aprovações de novos financiamentos somaram 86,817 bilhões de reais no ano, até julho, informou o banco nesta quinta (6). 
A indústria recebeu 22,848 bilhões de reais em empréstimos de janeiro a julho, o setor de comércio e serviços ficou com 16,822 bilhões de reais e o de infraestrutura, separado na classificação do BNDES, com 22,843 bilhões de reais da instituição. 
Já a agropecuária recebeu 5,354 bilhões de reais em empréstimos no período.

MAIS DINDIN?!?

Ayres Britto quer aumento de 7,12% nos salários dos ministros do STF.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Calos Ayres Britto encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei solicitando aumento de 7,12% nos salários dos ministros da Corte já para o início de 2013. O reajuste passaria de R$ 26, 7 mil para R$ 28,6 mil. "A revisão pretendida encontra respaldo na Constituição Federal de 1988 que, no artigo 37, assegura periódica adequação do subsídio à realidade econômica do país", afirma Britto. Para ele, o reajuste traria um impacto de R$ 285 milhões no Poder Judiciário da União. Como o salário de ministro representa o teto do funcionalismo público e vários vencimentos são vinculados a ele, o aumento também beneficiaria juízes e procuradores.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

INDÚSTRIA DA FÉ

Indústria do céu.
Vejam só este fenômeno social: uns poucos picaretas inteligentes prometem o céu para os desvalidos (às vezes nem tanto), fazem "milagres" curam os cegos e os aleijados; fazem templos monumentais, arrecadam dinheiro em carretas e mandam para paraísos fiscais e ainda fazem o prefeito de São Paulo. Pobre gente brasileira, tem que levar cacete no lombo até sangrar o último pingo. 
O próximo passo será a presidência. 
Duvidam? 
Faz-me lembrar as indulgências que a Igreja Católica vendia para zerar os pecados. 
Ora, me polpem!

JUSTIÇA

O Estado de São Paulo é do PCC.
A situação do Brasil, do ponto de vista de segurança, está se equiparando à Colômbia de 20 anos atrás. Aqui em São Paulo, quem dá as ordens é o PCC. Essa quadrilha que se tornou o terceiro poder, com autoridade sobre todas as autoridades constituídas, não respeita policiais, juízes, delegados, ninguém. Quem atravessar seu caminho receberá bala nas fuças. O PCC julga e condena à morte. 
Os policiais estão manietados apesar de terem os meios para detê-los. Se não houver uma atitude de macho, por parte do governador Geraldo Alkmim, o PCC assumirá o governo em São Paulo. Nunca houve uma situação tão perigosa como essa. 
Os palermas que detém o Poder em São Paulo nada fazem para resolver a parada. Policiais são mortos todos os dias e ninguém faz nada. 
É o caos.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

CONLUIO DOS GRANDES PARTIDOS

Por Carlos Chagas.
A importância do julgamento do mensalão ofuscou, esta semana,  escândalo de razoáveis proporções, denunciado da tribuna do Senado por Pedro Simon: PMDB, PSDB e PT entraram em conluio na CPI do Cachoeira para proibir que deputados e senadores, fazendo perguntas a Fernando Cavendish, aproveitassem para expor a participação do empreiteiro nas lambanças de Carlinhos Cachoeira.
Cavendish estava amparado por habeas-corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal para ficar calado durante o depoimento, mas as indagações que receberia serviriam, mesmo sem respostas, para mostrar seus malfeitos. O que fizeram o presidente e o relator da CPI?
Simplesmente proibiram as perguntas. Mais ainda, liberaram o depoente dois minutos depois de ter ele exibido a autorização da mais alta corte nacional de justiça para permanecer em silêncio.
Mas teve pior, disse Pedro Simon: PT,  PSDB e PMDB,  mancomunados, esvaziaram a sessão, não enviando seus líderes e, mesmo, seus representantes.
Um acordo havia sido  celebrado entre eles para tornar completamente inócua a presença de Cavendish, que nem ao menos ouviu os questionamentos capazes de expor sua participação nas tramóias em exame.
Felizmente ainda existem senadores como o representante gaúcho, capaz de denunciar a nudez do rei, mesmo sendo seu súdito. Se o empreiteiro tinha o direito de não depor contra ele mesmo, em que
lei estava escrito que os parlamentares não poderiam fazer suas perguntas, esmiuçando o escândalo?
MISÉRIA SEM FIM
Anuncia o governo que a partir do ano que vem o salário-mínimo será elevado de 622 para 670 reais. Houve até celebração no palácio do Planalto, pelo reajuste que ultrapassará a inflação.
Um presente para o trabalhador...
Estão brincando com a miséria alheia. Como poderá um infeliz operário viver e sustentar sua família com essas migalhas? Nunca é demais repetir que a Constituição assegura para quem recebe o
salário-mínimo, e sua família, condições para prover habitação, alimentação, vestuário, educação, saúde e até lazer.
Seria uma bela experiência obrigar esses tecnocratas, mais os ministros e, com todo o respeito, a própria presidente da República,  a passarem um mês que fosse sobrevivendo com essa porcaria. Quando criado por Getúlio Vargas, o salário-mínimo bastava para as despesas referidas. Quando João Goulart, ministro do Trabalho, dobrou a importância congelada durante todo o governo anterior de Eurico Dutra, não apenas ele caiu. Getúlio também, logo depois. Vem agora o governo do trabalhador, perdão, apenas do  partido do próprio, e dez anos depois de instalado no poder continua humilhando metade da população do país.
Porque apesar de toda a propaganda sobre a criação na nova classe média, 80 milhões de brasileiros recebem apenas o salário-mínimo...
INSPIRAÇÕES BANDIDAS
A gente não sabe direito o que faz a Abin, sempre trabalhando em silêncio, mas seria bom se estivesse investigando quem anda inspirando as manifestações de tribos indígenas,  recrudescidas esta semana. Ainda ontem peitaram o senador José Sarney, presidente do Senado, depois de haverem,
na véspera, desfilado com tacapes e bordunas pela Praça dos Três Poderes. Querem a revogação da portaria 303 da Advocacia Geral da União, que garante a entrada das forças armadas nas reservas indígenas. Mais ainda, pressionam o Congresso para tornar efetiva a Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas,  das Nações Unidas, que o Brasil assinou  nos tempos do governo do sociólogo. 
Esse documento garante autonomia política, administrativa e econômica nas  reservas indígenas, que hoje são 206 em todo o país. Quer dizer, logo um cacique com PHD em alguma universidade européia fechará o território onde vivem seus parentes, declarando ser nação independente, elegendo-se presidente da República, rei ou imperador, desligado  da União que a Constituição diz ser indissolúvel. É claro que quinze minutos depois assinará acordo de mútua proteção econômica e militar com algum governo do Velho Mundo.  Ou, mais fácil ainda, com os Estados Unidos, tendo em vista  a nova nação situar-se na Amazônia.
A denúncia dessa lambança foi feita esta semana pelo repórter Carlos Newton, no blog da Tribuna da Imprensa, mas não se registrou um único comentário por parte dos jornalões. Claro que por motivos óbvios...
NÃO TEM OUTRA FORMA
Especula-se que o ministro Joaquim Barbosa, depois de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal, poderá  procurar a presidente Dilma Rousseff e os presidentes do Senado e da Câmara para propor a discussão sobre nova forma da nomeação de   ministros da mais alta corte nacional de justiça. Muita gente questiona a mecânica atual,  de o chefe do  Executivo escolher quem quiser, desde que com alto saber jurídico e reputação ilibada, indicando seu nome ao Senado para aprovação até agora automática
Realmente, na teoria, trata-se de influência excessiva de um Poder sobre outro, mas fica no ar a pergunta: que outra hipótese de indicação dos ministros do Supremo seria superior a essa?
Eleição direta, com campanha eleitoral?

ROMPIMENTO

PT poderá romper com PSB em 2014.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido poderá romper com o PSB do governador Eduardo Campos em 2014. Para ele, há uma sinalização do PSB em lançar candidatura própria em 2014 e se aliar aos tucanos. “Acho que há uma disposição do PSB de se fortalecer, colocando na ordem do dia a possibilidade de disputar 2014 fora do nosso bloco”, disse em entrevista concedida na semana passada, antes que o deputado João Paulo Cunha (PT) desistisse de concorrer à prefeitura de Osasco após ser condenado pelo mensalão - Falcão trabalhava então com a hipótese de absolvição.

PRA ONTEM

Renovar é preciso!
A eleição para prefeitos e vereadores está próxima. Depois da Lei da Ficha Limpa, do atrasado julgamento do mensalão pelo STF, será que ainda vamos ver os eleitores insistirem em votar em candidatos que já mostraram as suas credenciais de corruptos, irresponsáveis e incompetentes?
Faz-se necessário que haja uma grande reflexão dos eleitores, a fim de que, nas urnas, cassem-se aqueles candidatos que se tornaram profissionais da política. 
Renovar é preciso! 
Assim, aproveitem para cassar nas urnas, os candidatos de partidos que apoiam o governo, considerando que esses, são os inimigos dos aposentados e pensionistas.