sábado, 21 de abril de 2012
CAPITAL DA ESPERANÇA
Hoje 21 de abril, aniversário de Brasília.
Capital da Esperança.
Mato, poeira, trabalhadores, paixão,
religiosidade, amor, união, solidariedade companheirismo.
Todos juntos
acreditando que neste planalto central nasceria uma grande cidade, idealizada
por JK, um dos maiores presidente desse Brasil varonil. . .
Como eu te amamos, Brasília querida, terra
de Dom Bosco e de todos os brasileiros.
Mais será que Brasilia tem o que comemorá nesse seus 52 anos de existência, depois que foi invadida por um monte de traste ruim de todas as matizes.
Esses Deputados, Senadores e empresários que só pensam em saqueá-la.
É ruim o JK, Dom Bosco e outros sonhadores devem já terem se arrependido desse sonho que acho que hoje para eles deve ser um pesadelo.
CONSTATANDO O ÓBVIO
Vê-se agora que a grande fortuna de Carlos Cachoeira não é proveniente dos caça-níqueis como se pensava e nem do jogo do bicho, porque bicheiros são seus familiares e não ele.
Imaginem seus tentáculos se estendendo às construções de estádios para a Copa e das obras do PAC, até 2014, como se preparava.
Fatalmente se tornaria um dos homens mais influentes do País, porque dinheiro para isto não seria problema para ele.
Também se vê que a Operação Monte Carlo foi apenas a desculpa para se alcançar cabeças de políticos que incomodavam o Governo – no seu próprio seio e dos adversários -, uma vez que as centenas de gravações comprometedoras da PF são antigas.
Cachoeira paga o preço por derrubar Zé Dirceu e Waldomiro, deixando o Governo Lula em maus lençóis.
O CERRADO ESTA EM FESTA
Brasília vive hoje a festa de mais de meio século de
existência.
Como centro político do País, registra dois episódios de erro de
avaliação política do prestígio e carisma pessoal de dois ex-presidentes: Jânio
Quadros e Fernando Collor de Mello. O primeiro tentou golpe branco, acreditando
ser reconduzido nos braços do povo, assinando renúncia em 19/08/61, entregue ao
Min. da Justiça Pedroso Horta dia 22, mas só lida no Congresso dia 25,
frustrando a pretendida recepção popular em São Paulo , com o “Fica
Jânio”.
Já Fernando Collor acreditou e confiou no seu carisma e na
juventude estudantil, não interferiu na CPI que apurou o presente dado por sua
Ministra da Fazenda, um veículo Elba da FIAT, deixando o barco correr e deu na
cassação - mesmo renunciando antes da votação, quando já não era Presidente.
EL MATADOR . . .
Chega ser revoltante a cena do El matador: rei Juan
Carlos, flagrado em uma caçada a elefantes, sinceramente, a cena chega a dar
repulsa, como que pessoas tratam animais indefesos dessa maneira, aqui no Brasil
não é diferente, diariamente convivemos com cenas de maus tratos a animais,
principalmente cavalos, cachorros, pássaros, no entanto, ninguém faz
absolutamente nada, pois os mesmos não votam, onde estão às autoridades
responsáveis, alardeiam tanto direitos humanos e o direito dos animais?
Negócio duvidoso.
Argentina pede ao Brasil que dobre suas atividades
petrolíferas naquele país. O Brasil vai atender, pedindo a devida segurança
jurídica, escaldado com a desapropriação de refinaria pela Bolívia.
Se com
espanhóis, que mantêm laços históricos, diplomáticos, comerciais e linguísticos
não foram complacentes, deram o golpe, avaliem com o Brasil. O risco é grande,
não se pode confiar em governos esquerdistas, como o nosso, para atender a
conveniência do momento.
Se a Argentina expropriou a YPF, quem garantirá que não
se apossara dos negócios da Petrobras naquele país?
QUAL A SAÍDA?
Nossas leis como estão, faz parecer que o nosso sistema judicial é generoso e
benigno com o grande crime. Não por culpa do juiz, mas da lei.
O juiz só aplica.
E, se o faz, será responsabilizado por descaso e omissão.
Quem faz as leis são
os senadores e deputados.
Alguns de caráter e moral duvidosa, são reeleitos com
o voto de cidadãos sem discernimento.
E, como se não bastasse, ninguém sabe de
nada e tudo nega até o fim.
Qual é a saída para este Brasil, que mais parece uma
cadeia de portas escancaradas.
LAMBANÇA NO SUPREMO
Por Carlos Chagas.
Com todo o respeito, mas a
lambança chegou ao Supremo Tribunal Federal. Conflitos de opinião entre seus
ministros viraram tertúlias pessoais e agora descambam para acusações e
agressões públicas. Tome-se o entrevero entre o ex-presidente Cezar Peluso e o
agora vice-presidente Joaquim Barbosa. Coube ao primeiro levar para a mídia suas
diferenças, chamando o colega de “inseguro, dado a reações violentas,
ofendendo-se por qualquer coisa”.
Barbosa, o primeiro negro a integrar a mais
alta corte nacional de justiça, devolveu o agravo com artilharia pesada:
levantou o tema do racismo, há muito longe de debates na sociedade brasileira,
sentindo-se discriminado, e devolveu as agressões. Rotulou Peluso de “brega,
caipira, desleal, tirano e pequeno”. Acrescentou que o ex-presidente manipulava
resultados de julgamentos e tratou de forma desrespeitosa seu problema de
saúde.
Dias atrás,
estranharam-se os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Este cobrou o
relatório a cargo daquele, ministro-revisor do mensalão, e recebeu conselho
para não se meter em assunto alheio.
O Supremo, desde sua
criação, é constituído por pessoas iguais a todos nós, sujeitas a emoções,
idiossincrasias e amuos. Mesmo assim, se houve roupa suja para lavar, a tarefa
sempre foi feita em casa. Hoje parece diferente, e não se diga ser a culpa da
imprensa. Desde que as sessões passaram a ser transmitidas ao vivo, pela
TV-Justiça, que os meretíssimos vem expondo seus nervos à flor da pele.
O novo presidente,
Ayres Brito, bem que tentou bancar o bombeiro, em seu discurso de posse,
quinta-feira, elogiando ambos os colegas em conflito, mas a longa entrevista de
Joaquim Barbosa, publicada no Globo de ontem, reacendeu a crise.
Sobre o
pronunciamento poético e firme do ministro, há que registrar sua definição a
respeito das decisões do Supremo. Elas devem ter sempre presente a voz das
ruas, pautadas pela razão e o sentimento no ofício, pois “o juiz não é traça de
processo nem ácaro de gabinete e por isso, sem fugir das provas dos autos nem se
tornar refém da opinião pública,tem que levar os pertinentes dispositivos
jurídicos ao cumprimento de sua mediata macrofunção de conciliar o Direito com a
vida”. Mais claro não precisava ser, apesar de nem todos os ministros
concordarem com ele.
INTERREGNO.
O fim de semana
servirá para ajustes na estratégia da CPI do Cachoeira, apesar de os trabalhos
deverem ser pautados pelos versos do poeta espanhol: “caminhante, não há
caminho. O caminho se faz ao caminhar”.
À medida em que forem
sendo tomados os depoimentos, a começar pelo de Carlinhos Cachoeira, outros
depoentes poderão ser convocados. Mesmo diante da quase certeza de que o
bicheiro e empresário não envolverá integrantes de sua quadrilha, a verdade é
que muita gente, para saltar de banda, poderá fazer o contrário. Junte-se a essa
hipótese os conflitos político-partidários e se terá a evidência de porque tanto
governistas quanto oposicionistas buscarão preservar os respectivos
correligionários. Só que não vai ser fácil.
São grandes os
riscos de parlamentares, empresários, governantes e funcionários de governos
acabarem implicados em crimes variados, ainda que apenas à Justiça caberá
condená-los. Mas sem esquecer os Conselhos de Ética da Câmara e do Senado,
capazes de cassar
mandatos.
Por Carlos Chagas.
No que depender do novo
presidente do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, ontem empossado, dentro de
um mês começará o julgamento dos 38 réus do mensalão. Claro que se até lá o
ministro-revisor do processo, Ricardo Levandowski, terminar seu relatório. O
voto do ministro-relator, Joaquim Barbosa, está pronto. Com base nele, diversos
ministros já começam a preparar suas intervenções.
Por tudo isso, há
tremedeira entre os réus. Não todos, porque alguns aguardam com tranqüilidade a
absolvição. Mas os cabeças, valendo não fulanizá-los, sentem que só escaparão
caso a mais alta corte nacional de justiça não consiga iniciar o julgamento este
ano. Nessa hipótese, a prescrição atingirá a maioria dos crimes de que são
acusados.
Insere-se Ayres Brito
na ante-sala da galeria dos juízes que mudaram a História do Brasil. Entrar e
ter sua fotografia na parede não depende apenas dele, mas sem ele, nada feito.
Discute-se desde os tempos de Ramsés II se os tribunais devem julgar
exclusivamente pelos autos ou se devem pautar suas decisões pela voz rouca das
ruas. O novo presidente do Supremo parece atento ao clamor da opinião pública,
tanto que decidiu iniciar o julgamento o mais depressa possível. Sabe que se
nada acontecer, o Poder Judiciário terminará chamuscado. Não se trata da
exigência de condenações, mas, apenas, da oportunidade de os malfeitos passarem
pelo crivo dos julgadores, que decidirão com toda liberdade. O grave na questão
será se não julgarem os malfeitores, empurrando os processos com a
barriga.
O PRIMEIRO A DEPOR.
Formalizada ontem a
criação da CPI do Cachoeira, prevê-se sua instalação na próxima terça-feira e,
um dia depois, o início dos trabalhos. Dúvidas inexistem de que o primeiro a
depor tem que ser o bicheiro Carlinhos Cachoeira, menos por suas atividades de
corretor zoológico, mais por suas ligações espúrias com políticos, governantes e
empresários.
Diante dessa
evidência é que a Justiça Federal autorizou a transferência de Cachoeira da
penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para a Papuda, em
Brasília. Ficará a quinze minutos de distância do prédio do Congresso Nacional,
mas a dúvida reside em saber que decisão tomará seu advogado, o ex-ministro da
Justiça Márcio Thomaz Bastos. Porque expedientes existem. Na própria lei, para
prolatar a convocação. E mesmo admitindo a presença do réu, ninguém garante que
se disponha a responder as indagações da CPI. Será capaz de alegar o princípio
de que ninguém pode produzir provas contra si mesmo ou sustentar que apenas
falará em juízo. Também poderá mentir, dizendo ignorar acusações e acusados de
conluio com ele. Dificilmente Cachoeira se disporá a abrir o jogo e contar tudo
o que fez de ilegal em suas atividades. Sempre restará o relatório da Polícia
Federal, na Operação Monte Carlo, mas fácil não será sua comprovação na CPI.
Mesmo assim, vale a tentativa.
A TERCEIRA PONTA.
A Comissão da Verdade
torna-se a terceira ponta desse triangulo que vai transformando a atividade
política numa delegacia de polícia, junto com o julgamento do mensalão e da CPI
do Cachoeira. Não demora muito a designação pela presidente Dilma de seus sete
integrantes, com dois anos para investigar a participação de agentes do poder
público em práticas de tortura e coisa pior, durante a ditadura militar. Mesmo
sem poderes para punir ou, sequer, para pedir ao Judiciário a punição dos
torturadores, a Comissão da Verdade terá a prerrogativa de apontá-los à opinião
pública, sejam antigos militares, sejam ex-policiais e ex-funcionários de
governos distintos. Parece provável que, ao defender-se, os acusados venham a
expor o outro lado dessa equação de horror, isto é, atos e intenções de suas
vítimas, em especial aqueles que também praticaram crimes. Seria o caso de
convocá-los para esclarecimentos?
TRANSFERÊNCIA DO CONGRESSO.
Nesses dias
tumultuados, salta aos olhos a transferência para um hospital, em São Paulo, de
atividades políticas normalmente previstas para se realizar no Congresso, em
Brasília. Nada a opor que deputados, senadores e o próprio vice-presidente da
República tenham ido buscar conselhos e debater diretrizes no hospital
Sírio-Libanês, onde o José Sarney e o Lula fazem pouso. Trata-se de um
sacrifício a mais para o ex-presidente da República e o presidente do Senado,
ambos às voltas com problemas de saúde. Mas que poderiam ser poupados de tanta
romaria parlamentar e política, isso poderiam...
BRASILIA, 52
Versos para a cinquentona...
II
III
IV
V
VI
VII
VIII
IX
X
Por Miguezim de Princesa, do Claudio Humberto.
I
Apesar da depressão,
Trazida pela esperteza;
Da politicagem suja,
Repleta de safadeza,
Brasília hoje é uma festa
Rodeada de beleza.
E Miguezim de Princesa
Contemplou todo esse brilho,
Cantou com todas as bandas
O verso do estribilho,
Andou no eixão dizendo:
“Brasília, eis aqui seu filho”.
Não tem dinheiro na bolsa,
Não há propina na meia
Que possa encobrir o sol
Cheio de luz que te clareia
E não há um corajoso
Para te chamar de feia.
Tuas largas avenidas,
Tua imensa vastidão
Nos faz como JK
Contemplar a imensidão
E sentir pelo cerrado
O futuro da nação.
Foi aqui que os operários,
Batalhando pelo pão
(Cimento, pedra e tijolo),
Levantaram a construção,
Com uma lágrima de saudade
E muitos calos nas mãos.
Gente de todos rincões,
Do sertão e da ribeira,
Gente do bolso furado
Ou repleta a algibeira,
Construiu um monumento
Que é a alma brasileira.
Do sonho de São Dom Bosco,
A quem Deus deu a resposta;
Dos traços de Niemeyer,
Do gênio de Lúcio Costa,
Da força dos operários,
A fé ganhou a aposta.
Brasília é para quem gosta
De ter o céu como mar
E transformar em sua praia
O Lago Paranoá,
Saber que a fé que ergueu
Não vai deixar derrubar.
Nunca vai desmoronar
O sonho de uma geração
Visionária, independente,
Que pensa grande a nação.
E, mesmo que falhe a mente,
Não faltará coração.
Terra de grandes artistas,
Do progresso e da bonança,
De sonhos e de conquistas,
Que vão ficar na lembrança,
Brasília é fibra e é luta,
Capital da esperança.
DELTA
CGU instaura processo contra a Delta.
A Controladoria-Geral da União (CGU) instaura na segunda
(23) processo administrativo que pode resultar no impedimento da Delta em
contratar com órgãos públicos e suspender seus contratos com o governo federal.
A Delta é a empresa que, desde 2007, mais recebe recursos do orçamento do
executivo federal. Só no ano passado foram R$ 862 milhões. Segundo o ministro
da CGU, Jorge Hage, o processo o será aberto devido aos indícios de
irregularidades encontrados em operação da Polícia Federal no Ceará, em 2010,
denominada Mão Dupla. Servidores do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura
de Transportes) e funcionários da Delta chegaram a ser presos acusados de
pagamento e recebimento de propina e desvio de recursos de obras públicas.
Andrade Gutierrez 'avalia sua posição' e pode deixar a
reforma do Maracanã.
A empreiteira Andrade Gutierrez também colocou as barbas de
molo, após o anúncio da Delta Engenharia de abandonar o consórcio que realiza a
reforma do estádio do Maracanã. Neste sábado, a Andrade informou que
"avalia a sua posição" no consórcio, do qual faz parte também a
Odebrecht.
No mundo dos negócios, isso pode representar o prévio aviso de que
pode tomar o mesmo caminho da Delta. Suspeita de envolvimento com o bicheiro
Carlos Cachoeira, a empreiteira presidida pelo empresário Fernando Cavendish
abandonou o consórcio alegando problemas financeiros.
JUROS MAIS BAIXOS
Tombini baixou os juros quando todos diziam para não fazer.
Meirelles é como o Palocci… tucano!
Juros altos para os banqueiros e ricos não
precisarem trabalhar.
Vivem de renda. Agora vão ter que se coçar!
Em outras palavras, a verdade nunca será televisionada.
A TV é a rede da mentira, da chantagem, da manipulação e da
troca de favores. É igual missa encomendada, não pode falar nada diferente da
atmosfera criada no tele jornal, onde Dilma corre para destruir a CPMI.
Eles não vão buscar noticia, eles vão.
A noticia deve obedecer ás doses de verdade que se pode
contar.
Marolinha é ruim e cachoeira é bom, Roberto Jeferson é herói
e o Zé é vilão, o PT é corrupto e o PSDB/DEM você vai votar em outubro.
Viva a liberdade de Imprensa à brasileira
A nossa grande Dilma Rousseff deve se meter. Não no congresso, mas no
PT.
Nossos parlamentares do PT são todos uns cagões, medrosos,
latem quando o carro está em movimento.
Se o carro parar eles ficam petrificados, não sabem o que
fazer.
Aí é que a presidenta deve intervir.
Dar coragens a esses (...) Tá faltando mulher na bancada
do PT.
A presidenta Dilma Vana Rousseff está dando um show de bola.
Ela é uma mulher muito corajosa e competente, disso todos já
sabiam.
Basta ler sobre sua atuação durante a ditadura militar, sua atuação nos
locais onde trabalhou e os resultados que alcançou, sempre numa perspectiva de
esquerda e defesa da democracia e da coisa pública. Nada disso é novidade.
Ela sempre participou da vida política nacional, mas numa
posição interna, nos bastidores. Não se tinha certeza da sua atuação ao assumir
um cargo de visibilidade política intensa, como o de presidenta.
Mas ela está se saindo muito bem, e cresce a cada dia que
passa.
Basta ver a forma como enquadrou os bancos privados nos spreads por eles
cobrados, e a forma como enquadrou políticos ultra-fisiológicos incrustados na
base de apoio do governo.
Mostrou que não tem medo de cara feia.
Dilma Rousseff é uma mulher notável.
Orgulho-me de tê-la como
presidenta.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
O problema do Brasil é muito mais grave do que pode parecer
superficialmente.
Não é uma questão de não se querer fazer o certo.
É pior. Aqui, ainda nem entenderam o que é o errado.
O Presidente do STF (!?!?!) acabou de confessar
prevaricação, como quem dá uma lição ... como quem ensina como se deve fazer
... o cara diz, em tom professoral, que, quando corregedor, não seguia o
trâmite legal e, ao invés de abrir processo para investigar os juízes, contra
os quais ele mesmo afirmava ter muitas provas de crimes, pedia
"só" para os meliantes sairem discretamente pela porta dos fundos sem
fazer barulho.
Isso na minha terra chama-se prevaricação, um crime previsto
em lei.
A farsa midiática do "mensalão": Joaquim Barbosa
no mato sem cachorro.
A reação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa às críticas do presidente daquele Tribunal, Cezar Peluso, sobre
a embromação no julgamento da farsa midiática do “mensalão” é no mínimo
esclarecedora.
Peluso, em entrevista à revista “Conjur”, insinuou que
Barbosa teria alimentado planos eleitorais por conta da relatoria do processo
da farsa.
"O Peluso se acha", afirmou. "Na verdade ele
tem uma amargura. Em relação a mim então...".
O que isso quer dizer? Nada vezes nada.
O dado concreto — não é mesmo, digníssimo brasileiro Luis
Inácio Lula da Silva? — é que ele está com um pepino de Itu nas mãos.
O que
julgar?
Onde estão as provas?
Manifeste-se às claras, ministro Joaquim Barbosa!
Acabe logo
com essa farsa, antes que mais suspeitas pairem sobre o senhor!
BAIXARIA NA SUPREMA CORTE
Relator do processo do mensalão no STF (Supremo
Tribunal Federal) e futuro presidente da corte, o ministro Joaquim Barbosa
chamou seu colega de tribunal Cezar Peluso de "ridículo",
"brega", "caipira", "corporativista",
"desleal", "tirano" e "pequeno" em entrevista publicada
nesta sexta-feira (20) no jornal "O Globo". Barbosa é desafeto de
Peluso e também de Gilmar Mendes, ex-presidentes do STF.
Nesta semana, com a posse de Carlos Ayres Britto na presidência do tribunal no lugar de Peluso, a crise entre os ministros foi escancarada.
‘Peluso manipulou resultados de julgamentos’, diz Joaquim Barbosa.
Nesta semana, com a posse de Carlos Ayres Britto na presidência do tribunal no lugar de Peluso, a crise entre os ministros foi escancarada.
‘Peluso manipulou resultados de julgamentos’, diz Joaquim Barbosa.
Carolina Brígido, O Globo.
Dois dias depois de ser chamado de inseguro e dono de
“temperamento difícil” pelo ministro Cezar Peluso, o ministro do Supremo
Tribunal Federal Joaquim Barbosa respondeu em tom duro, na entrevista, Barbosa chamou o agora ex-presidente
do STF de “ridículo”, “brega”, “caipira”, “corporativo”, “desleal”, “tirano” e
“pequeno”. Acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com
seus interesses, e de praticar “supreme bullying” contra ele por conta dos
problemas de saúde que o levaram a se afastar para tratamento.
Barbosa é relator do mensalão e assumirá em sete meses a
presidência do STF, sucedendo a Ayres Britto, empossado ontem. Para Barbosa,
Peluso não deixa legado ao STF: “As pessoas guardarão a imagem de um presidente
conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava
de impor à força a sua vontade.”
Qual a opinião do senhor sobre a entrevista dada por Cezar
Peluso?
Eis que no penúltimo dia da sua desastrosa presidência, o
senhor Peluso, numa demonstração de “désinvolture” brega, caipira, volta a
expor a jornalistas detalhes constrangedores do meu problema de saúde, ainda
por cima envolvendo o nome de médico de largo reconhecimento no campo da
neurocirurgia que, infelizmente, não faz parte da equipe de médicos que me
assistem. Meu Deus! Isto lá é postura de um presidente do Supremo Tribunal
Federal?
O ministro Peluso disse na entrevista que o tribunal se
apaziguou na gestão dele. O senhor concorda com essa avaliação?
Peluso está equivocado. Ele não apaziguou o tribunal. Ao
contrário, ele incendiou o Judiciário inteiro com a sua obsessão
corporativista.
Na visão do senhor, qual o legado que o ministro Peluso
deixa para o STF?
Nenhum legado positivo. As pessoas guardarão na lembrança a
imagem de um presidente do STF conservador, imperial, tirânico, que não
hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade.
Dou exemplos: Peluso inúmeras vezes manipulou ou tentou
manipular resultados de julgamentos, criando falsas questões processuais
simplesmente para tumultuar e não proclamar o resultado que era contrário ao
seu pensamento.
Lembre-se do impasse nos primeiros julgamentos da Ficha
Limpa, que levou o tribunal a horas de discussões inúteis; não hesitou em votar
duas vezes num mesmo caso, o que é absolutamente inconstitucional, ilegal,
inaceitável (o ministro se refere ao julgamento que livrou Jader Barbalho da
Lei da Ficha Limpa e garantiu a volta dele ao Senado, no qual o duplo voto de
Peluso, garantido no Regimento Interno do STF, foi decisivo. Joaquim discorda
desse instrumento); cometeu a barbaridade e a deslealdade de, numa curta viagem
que fiz aos Estados Unidos para consulta médica, “invadir” a minha seara (eu
era relator do caso), surrupiar-me o processo para poder ceder facilmente a
pressões...
O senhor tem medo de ser qualificado como arrogante, como o
ministro Peluso disse? Tem receio de ser qualificado como alguém que foi para o
STF não por méritos, mas pela cor, também conforme a declaração do ministro?
Ao chegar ao STF, eu tinha uma escolaridade jurídica que
pouquíssimos na história do tribunal tiveram o privilégio de ter. As pessoas
racistas, em geral, fazem questão de esquecer esse detalhezinho do meu
currículo. Insistem a todo momento na cor da minha pele.
Peluso não seria uma exceção, não é mesmo? Aliás, permita-me
relatar um episódio recente, que é bem ilustrativo da pequenez do Peluso: uma
universidade francesa me convidou a participar de uma banca de doutorado em que
se defenderia uma excelente tese sobre o Supremo Tribunal Federal e o seu papel
na democracia brasileira.
Peluso vetou que me fossem pagas diárias durante os três
dias de afastamento, ao passo que me parecia evidente o interesse da Corte em
se projetar internacionalmente, pois, afinal, era a sua obra que estava em discussão. Inseguro ,
eu?
quinta-feira, 19 de abril de 2012
A política brasileira, a virtude e a fortuna.
Depois de 27 anos de redemocratização do país, e de um período prolongado de luta aberta entre forças que se opõem no cenário político, talvez seja conveniente lembrar Maquiavel também no nosso pedaço de mundo, onde atribuímos à velha ordem excessivo poder para decidir nosso.
Por Maria Inês Nassif, na Carta Maior.
NÓS E ARGENTINA
Merece destaque o elemento pedagógico de várias decisões adotadas pelo governo argentino nos últimos anos, em geral recebidas com desconfiança e surpresa pela grande imprensa, por caminharem na contracorrente de tudo aquilo que recomenda a “boa norma” ditada pelas elites locais e internacionais.
A virulência da crise somada aos erros grosseiros cometidos por um monarca que parece não ter se dado conta da tormenta que atinge o país, colocou a casa real em um apuro do qual está cada vez mais difícil de sair. A crise de legitimidade ameaça o herdeiro da coroa e pode arrastar a Espanha a uma crise política de envergadura, já que a mera discussão sobre a possibilidade de instalar-se uma república no país foi e segue sendo um tema tabu.
Por Oscar Guisoni, direto de Madri.
ELEIÇÕES
* MARIA INÊS NASSIF: "Não foi apenas a oposição que perdeu a credibilidade, mas a banda de música do DEM e do PSDB passou a ser menos crível numa mídia que acuou o governo passado, mas está acuada agora" (LEIA a coluna da Editora de Política de Carta Maior; nesta pág)
** Sarkozy despenca: a 2 dias das eleições francesas de domingo, as pesquisas para o 2º turno mostram uma vantagem de 16 pontos do socialista Hollande sobre Sarkozy.
JUROS
A LIÇÃO QUE FICA - A
rendição dos bancos ao novo ciclo de queda dos juros marca um divisor na forma de se fazer
política econômica no país. Quebrou-se um lacre político. Rompeu-se uma parede
hegemônica ardilosamente defendida durante décadas com argumentos supostamente
técnicos. Em uma semana, o que era uma
impossibilidade esférica, condicionada ao atendimento de uma soberba lista de
20 'contrapartidas' comunicadas a
Brasília com rara deselegância pelo
presidente do sindicato dos bancos (Febraban) , Murilo Portugal, reverteu-se em
adesão maciça ao corte das taxas. Como
se deu a transumação da inflexibilidade em cordura? O governo e os partidos
progressistas não devem temer a resposta que os fatos comunicam: o Estado
brasileiro, apesar de tudo, ainda tem poder político e instrumental para
reordenar a economia. A maior lição desse episódio é que ele vale também para
outras esferas e desafios. (Carta Maior; 5ª feira 19/04/2012)
DIA DO ÍNDIO
O maior erro que se cometeu em matéria de politica indigena, foi levar a cultura do branco até êles.
Claro, tudo foi feito com segundas intenções: explorá-los - principalmente ter acesso as suas riquezas do solo em que vivem.
Isolem os indios em suas regiões, não deixem o branco entrar e principalmente ensinem indios para cuidar da saúde deles próprios.
0 índio não resiste as doenças do branco - devido a sua alimentação deficiente.
Por isto - isolem os índios.
AVESTRUZ NA CABAEÇA
Estão tratando Carlos Cachoeira como bomba-relógio humana e um câncer que deve ser extirpado para a cura das mazelas morais de muitas autoridades que, como o avestruz que enfia a cabeça no buraco para se proteger do perigo que o ronda, desejam vê-lo o mais longe possível.
O MPF está fazendo esse papel ao se movimentar para devolver a bomba-ambulante a Mossoró.
O contraventor deveria receber comissão de 10% dos cardiologistas procurados nos últimos dias por inúmeras autoridades - as quase anônimas ou muitas celebridades. Afinal, bicheiro não é quem pode fazer dar avestruz na cabeça?
Desarmonia entre poderes.
Em entrevista concedida ao Consultor Jurídico, (Conjur), o ministro Cezar Peluso, que esta semana deixara a presidência do STF, dentre variados assuntos, declarou: “O Poder Executivo no Brasil não é republicano, é imperial”, acrescentando, “temos um executivo muito autoritário”, diz ter defendido as prerrogativas do STF perante o Executivo, enfatizando que a Presidência da República descumpriu decisões do Supremo, alegando que o Executivo não poderia mexer na proposta orçamentária do Judiciário.
Se o STF quisesse, poderia e poderá afastar o fantasma do autoritarismo e da postura imperial do Executivo. Remédios constitucionais lhes garantem a correção de percurso.
O STF é um “Pit Bull”, mas, infelizmente, parece não ter consciência da força de suas mandíbulas.
NA BOCA DO FORNO
De mentirosos e inocentes.
A mídia já divulga que dirigentes de empreiteiras não conhecem os envolvidos na Operação Monte Carlo.
Ninguém sabia, ninguém viu.
As investigações comprovam; dentro ou fora do foro apropriado, mas o crime ouve, defesas podem anular provas por ilegais, mas jamais a verdade que essas provas mostram.
Entretanto, os inocentes estão aparecendo, como sempre. Moda criada no Governo que antecedeu o atual.
A expressões são as mesmas e que parecem compor já um manualzinho dos advogados pois os crimes são semelhantes: lobbys, jabaculês, caixa II, superfaturamentos, vínculos de autoridades e parlamentares com os interessados diretamente, etc.
E tudo vira pizza.
AS CAUSAS DA REVIRAVOLTA
Por Carlos Chagas.
Aguarda-se para os próximos dias o início do funcionamento da CPI do Cachoeira, afastadas pela maciça maioria parlamentar as dificuldades que pareciam obstar sua formação. A pergunta mais ouvida na Praça dos Três Poderes era sobre o porque de tamanha manifestação em favor da apuração de graves denúncias de corrupção envolvendo políticos e bandidos.
Teria sido porque o Lula mandou? Quem sabe para demonstrar a Dilma que ela não manda tanto assim? Insubordinação do PT diante da presidente da República? Devoção plena ao antecessor? Manobra das oposições para tentar atingir o governo, com o apoio de setores governistas insatisfeitos com a distribuição de cargos e a liberação de verbas?
Seria bom buscar a natureza das coisas. A CPI se constitui por conta da necessidade de o Congresso demonstrar que não compactua com os malfeitos de alguns de seus integrantes, de governantes e de empresários. Protelar a CPI equivaleria deixar as instituições em frangalhos, como pareceu estar se verificando. Claro que interesses menores também pesaram, mas o principal foi o desejo de expor os ladrões diante da opinião pública.
NAS GRAÇAS DO POVO E DO CONGRESSO...
Em 1976, na China, com o presidente Mao ainda vivo e o “bando dos quatro” na plenitude do poder, ouvi centenas de vezes a cantilena de que “os ventos direitistas de Teng Xiauping não removeriam o país de seus gloriosos destinos”. Era tempo de radicalismo, exacerbado pela anterior revolução cultural. Quatro meses depois, o “bando dos quatro” estava na cadeia e Teng Xiauping dava início à maior das mutações verificadas na sociedade chinesa, com a adoção do capitalismo das massas e a vertiginosa ascensão da China na economia mundial. Pouco depois chegou a Brasília, como embaixador, o funcionário que me acompanhara num périplo de 20 dias pelo território chinês. Num jantar na embaixada, cobrei dele aquela reviravolta surpreendente: “você dizia horrores do Teng e agora o exalta, como seu representante no Brasil!” Resposta pronta: “é que agora ele caiu nas graças do povo...”
Bem que eu poderia referir essa milenar sabedoria para justificar porque, na coluna de ontem, duvidei de que deputados e senadores dessem número para a formação da CPI do Cachoeira e, horas depois, mais de 400 parlamentares estavam assinando o devido requerimento. Seria explicação dizer que a CPI caiu nas graças do Congresso em tão pouco tempo? Melhor reconhecer que errei feio na interpretação do episódio.
SANGUE DE QUEM?
O PMDB ficou na espreita. Seus principais líderes preferiam que a CPI não se constituísse. O presidente do partido, senador Waldir Raupp, repetiu ontem que vai correr sangue: “será a mais sangrenta de todas as CPIs”.
Indaga-se: sangue de quem? Se for apenas dos corruptos, menos mal. O diabo é que os corruptos podem estar em todos os partidos, do PT ao PSDB e o DEM. Até no PMDB. Em governos estaduais e no governo federal, também.
A VERDADE PRÓXIMA
No despacho de ontem com a presidente Dilma, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, terá levado sugestões para a nomeação dos sete integrantes da Comissão da Verdade. Não deve demorar muito o anúncio formal do grupo e o conseqüente início dos trabalhos. Na bolsa de cotações continuam falados José Gregori, Paulo Sérgio Pinheiro e Célio Borja. E D. Evaristo Arns, não fosse sua idade avançada.
Em janeiro especulava-se que o principal acontecimento político do ano em curso seria a eleição municipal de outubro. Ledo engano. O julgamento dos réus do mensalão, a CPI do Cachoeira e a Comissão da Verdade devem prender as atenções nacionais com muito mais intensidade.
Conselho de Ética alerta sobre segurança de Cachoeira em presídio.
O Conselho de Ética do Senado vai encaminhar ofício ao ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para alertar sobre os riscos à segurança do empresário Carlinhos Cachoeira, no presídio da Papuda, em Brasília. Por ele dividir a cela com outros presos, o Conselho teme que Cachoeira possa ser morto por saber de muitas irregularidades envolvendo autoridades e parlamentares. No ofício, o conselho vai anexar pronunciamento do senador Pedro Simon (PMDB-RS) feito na manhã detsa quinta (19) em sessão do colegiado. "Tem muita gente com medo do senhor Cachoeira. Deixar ele com outras pessoas, daqui a pouco ele aparece morto. O Conselho de Ética tem que tomar providências para dar garantias de vida ao senhor Cachoeira", disse Simon.
VOU QUEBRAR ! ! !
Cavendish, dono da Delta: “Vou quebrar!”
Acusado de abastecer empresas do esquema de Carlos
Cachoeira, o empreiteiro Fernando Cavendish nega qualquer irregularidade. Ele
concedeu ontem entrevista exclusiva à Folha.
Em uma conversa gravada, o senhor disse que, se colocar R$
30 milhões na mão de político, ganha negócio. O senhor já pagou suborno?
Nesta conversa, eu debatia com sócios da Sygma, empresa [da
área de petróleo e gás] que adquirimos por R$ 30 milhões. Eles não performavam.
Eu os chamei para renegociar o preço. E me gravaram clandestinamente. Eu queria
dizer: ‘Olha, R$ 30 milhões, se eu fosse fazer projetos políticos, doações de
campanha…’ Ganho qualquer negócio. A expressão foi muito ruim. Ficou horrível,
horrível. E agora vou encarar uma CPI da pior forma possível.
Já pediram propina ao senhor? E o senhor pagou?
Olha só, o que se pede são apoios políticos, para campanhas,
que é uma coisa legitimada, oficializada e que várias empresas fazem. Se apoio projetos, faço doações, não é que depois vá ganhar
[licitações para obras]. Mas posso estar pelo menos bem representado, tenho a
oportunidade de ter informação dos futuros investimentos, das prioridades
políticas.
Por que megaempresas fazem doações a campanhas? Vão ter
informação. Não é normal? Não é toma lá dá cá. Tem licitação.
A relação de empreiteiras e políticos no Brasil são
historicamente promíscuas.
Toda relação entre seres humanos que buscam a intimidade do
dia a dia, de trabalho, gera às vezes alguns desvios. Essa intimidade, essa
promiscuidade, não são só as construtoras que fazem isso. Só que tem um
problema: a gente mexe com dinheiro público. E aí não podemos errar, não
podemos pecar.
O senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) é sócio oculto da
Delta, como diz o Ministério Público?
Não. Nunca vi o Demóstenes. Ninguém é sócio da Delta. Põe
isso na sua cabeça. Já inventaram dezenas de sócios para a Delta. [O
ex-governador do Rio Anthony] Garotinho foi sócio da Delta, o [ex-prefeito do
Rio] Cesar Maia foi sócio. Esquece isso. Não existe. É factóide.
A Delta teria abastecido empresas fantasmas de Cachoeira em
Goiás e, através delas, pago propina.
A empresa tinha um diretor no Centro-Oeste, Claudio Abreu.
Sou presidente do conselho, no Rio. Não sei o que está acontecendo em Goiás, no
Nordeste, no Norte.
O Claudio conheceu o Carlos Augusto Ramos [Carlinhos
Cachoeira]. Eu sei quem cada um tá conhecendo? O que me importa são os
resultados, os números, que me enviam em relatórios semestrais. Eu não pouso em
Goiânia há cinco anos.
Eu sabia por alto que ele conhecia [ Cachoeira]. Para mim,
era um empresário, era um cara bem visto no Estado. Eu não conheço os caras do
Rio, vou conhecer de Goiás?
Nesse período todo de escuta, não tem uma única conversa que
dê um indício de que eu tinha um conhecimento dessa movimentação.
O Claudio, nessa amizade, extrapolou os limites da atuação
dele na Delta.
Conheceu Cachoeira?
Tive um encontro casual no bar de um hotel, o Claudio estava
lá e me apresentou, muito rápido.
O Claudio Abreu nunca informou que dava dinheiro para o
esquema do Cachoeira?
Nunca. Ele era sócio de terceiros, ia comentar comigo? A
gente abriu uma auditoria para investigar essa movimentação.
Foram R$ 39 milhões. Não deu para perceber?
A empresa rodou nesses dois anos, 2010 e 2011, R$ 5 bilhões.
Tem 46 mil fornecedores. Esse dinheiro nesse universo, é imperceptível.
A Delta é acusada também de favorecimento no Distrito
Federal. O senhor conhece o governador Agnelo Queiroz?
Nunca vi. Eu tenho um crédito lá de R$ 30 milhões para
receber, no contrato do lixo. A gente lá só apanha. Se eu tivesse ajudado na
campanha dele, precisava de Dadá [araponga do esquema Demóstenes], de
fulaninho, de beltraninho, contando história lá embaixo?
E o governador de Goiás, Marconi Perilo?
Não conheço, nunca vi.
Por que a Delta contratou o ex-ministro José Dirceu como
consultor?
Um diretor nosso conheceu um assessor do José Dirceu. E
falou pra mim: ‘Quer conhecer o José Dirceu?’ Só que fizeram um contrato de R$
20 mil. Até hoje não consegui entender. Mas o imbecil lá resolveu fazer isso.
Tanto é que, quando soube, eu disse: ‘Pode parar essa porra!’ Eu estive com
José Dirceu uma vez só. Ele falou sobre a Índia, outros países. E foram dizer
que a Delta é o que é por causa dele. Isso é esdrúxulo.
Como a Delta conseguiu tanta obra no PAC?
Mas essa é uma sacanagem. Quando o PAC foi proposto,
anunciaram R$ 250 bilhões de investimentos em quatro anos. Quando fizeram um
levantamento aí em um site, houve a indicação de que a Delta estava liderando o
PAC. A gente tinha faturado uns R$ 400 milhões em 2009. Mas isso era em
investimentos dos ministérios. Virei líder do PAC.
Sabe quanto vão custar [as hidrelétricas de] Santo Antonio,
Belo Monte, Jirau? Só Santo Antonio corresponde ao faturamento de dez anos da
Delta. Como posso, com essa minha conta de retalho, de ‘trocentos’ contratinhos
que, somados, dão R$ 800 milhões, liderar o PAC? Estou liderando p. nenhuma.
Mas fica bonito, na hora de bater no PT, dizer que o líder do PAC está cheio de
problemas. Esquece. Eu devo estar em décimo no ranking do PAC.
O senhor é amigo do governador do Rio, Sergio Cabral. E, no
governo dele, ganhou R$ 1,4 bilhão em contratos.
Não é justo falarem isso, não é decente. Eu cresci muito
mais no governo do Rio antes de ele assumir. Em 2001, 80% da carteira da Delta
era do Estado do Rio.
Conheci Sergio Cabral há dez anos, por meio das nossas
esposas. Eu admiro ele como governante, amigo, pai, filho, irmão. É um puta
sujeito. No acidente de helicóptero em que morreram as pessoas que eu mais amo
[sua mulher e filho, em 2011], eu estava com ele [Cavendish e Cabral iam a uma
festa na Bahia]. Tá bom. Mas não comecei a estar com ele depois de ser
governador. Nós eramos a maior empreiteira do Rio antes do governo Cabral, com
Cesar Maia e Garotinho. Eu era chamado o rei do Rio. Hoje a maior é a
Odebrecht.
A Delta cresceu no Rio?
Quando assumi a Delta, em 1995, levando a empresa de Recife,
onde foi fundada, para o Rio, tínhamos 200 funcionários. O DNER era
praticamente nosso único cliente. Nossas primeiras obras foram na prefeitura do
Rio, na gestão do Cesar Maia.
Ele abriu o mercado. Não exigia qualificação técnica mais
restritiva que exigisse empresas maiores. Para nós foi ótimo. A gente sabia
trabalhar com custo baixo, produtividade e ter um preço muito competitivo. Só
existe uma forma, pelo menos para a Delta, que era uma empresa nova, de ganhar
as concorrências: disputando preço.
Isso foi dito pelo filho do Cesar Maia [Rodrigo Maia, do
DEM]: “Graças à Delta, nós tivemos essa economia de orçamento”. Em todas as
áreas em que atuamos, quem oferece preço baixo é a Delta.
Eu não sou mais querido por isso, não. Eu sou mais odiado.
Esse nível de agressividade sempre foi na contramão da cultura do mercado.
Muitos se enganam, dizem que eu sou um cara muito articulado
politicamente. Mentira! Eu sou o grande articulador, lobista profissional? Isso
é uma mentira.
De que estados vêm seus maiores faturamentos?
Do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde fazemos obras de
conjuntos habitacionais, urbanização. Fizemos também a ampliação da Marginal
[Tietê].
O escândalo prejudica os negócios?
Vou quebrar.
Será?
Vou quebrar. Quando a mídia vem com essa intensidade, existe
uma reação imediata de órgãos de controle. Agora virei leproso, né? Agora eu só
tenho defeitos, eu sou bandido.
O cliente [governo], que é um cliente político, abre
sindicâncias para mostrar isenção. Suspende pagamentos.
Cria-se um clima péssimo na empresa. Os bancos vão suspender
toda a nossa linha de crédito. Aí vem a Receita Federal. Todos precisam mostrar
que a empresa tem que ser fiscalizada em todos os níveis. Não tenho caixa. Se
eu não receber antes de acabar meu dinheiro, eu quebrei.
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