sábado, 25 de setembro de 2010

CUZCUZ DE FRANGO

Ingredientes.
1 frango de 1,9 kg (picado)
1 kg e mais 2 tomates sem pele e sementes, cortados em fatias
1/2 cebola picada
1 dente de alho picado
1 xícara e mais 2 colheres (sopa) de salsinha picada
óleo para refogar
300g de linguiça de porco (3 gomos)
3 xícaras (chá) de farinha de milho
1 xícara (chá) de farinha de mandioca torrada
1/2 lata de ervilha verde escorrida; 1 vidro de palmito em rodelas
1 colher (sopa) de molho de pimenta
1 xícara (chá) de margarina derretida
2 ovos cozidos cortados em fatias
1/2 xícara de azeitonas verdes picadas
Preparo.
Em uma panela, ponha óleo suficiente para refogar o frango, a cebola, o alho e a salsinha.
Sele os pedaços de frango, acrescente os tomates e cozinhe.
Corte o frango em pedaços médios e misture com o molho do cozimento.
Frite a linguiça e corte-a em fatias bem finas.
Em uma vasilha grande, ponha as farinhas de milho e mandioca, misturando bem.
Aqueça o frango despedaçado com o molho e jogue por cima das farinhas, para escaldar.
Adicione a linguiça, a ervilha, as azeitonas e o palmito e misture delicadamente.
Acrescente azeite suficiente para umedecer e o molho de pimenta.
Verifique e acerte o sal.
Adicione a manteiga derretida e a salsinha (pode ser cebolinha, se preferir), misturando devagar. Forre a forma de cuscuz com um guardanapo de tecido.
Disponha no fundo e na lateral da forma as rodelas de tomate e ovo cozido.
Ponha a massa na cuscuzeira, apertando.
Cozinhe em banho-maria e fogo baixo por, no máximo, uma hora, ou até que o pano esteja seco.
FOTO DO DIA

PLACAR NO STF 5 A 5

Não adiantou o esforço do time do Ficha Limpa. Ellen Gracie, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia e Carlos Ayres Britto correram bastante, fizeram boas jogadas, mas não conseguiram evitar o empate no final do jogo, que teve arbitragem polêmica. O time do contra — que tem jogadores habilidosos e fanfarrões como Cezar Peluso, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Antonio Dias Toffoli —, soube segurar o jogo, fez muita cera e anulou as jogadas ensaiadas do time do Ficha Limpa.
E por pouco as coisas não se complicam de vez, pois Ayres Britto conseguiu neutralizar o “salto triplo carpado hermenêutico” de Cezar Peluso e evitou o que seria um gol de placa do time do contra, que jogava pelo empate. Com o resultado, quem se beneficia é Joaquim Roriz, que continua com chances de classificação na corrida ao governo do DF… E a torcida brasileira vai ter de esperar mais quatro anos.
LANCENT
LANCENET
CEM ANOS DO 1 TITULOS

PETROBRAS

Por Brizola Neto.
Retomamos parte do que FHC entregou.
Vou tentar explicar, de maneira resumida, o que significou a capitalização da Petrobras, concluída ontem pelo presidente Lula, como você viu no post anterior.
Antes de Fernando Henrique vender as ações da empresa na Bolsa de Nova York, em 2000, o governo brasileiro era dono de 49% do capital da Petrobras. O BNDES tinha outros 8%, o que deixava 57% do capital social da empresa sob controle público.
Depois disso, o Estado brasileiro viu sua participação reduzida para 32%.
Retirados os 8% do BNDES, 60% das ações da Petrobras, foram parar nas mãos de acionistas privados.
A rigor, a empresa continua a ser estatal porque a União detém a maioria, 55,7%, das ações ordinárias, com direito a voto. Mas três em cada cinco reais de lucro vão para bolsos privados.
Além disso, a abertura de novos poços e o aumento das atividades (e investimentos) em extração e refino exigem capital. E, para levantá-lo, seria preciso recorrer a mais empréstimos, e a capacidade de endividamento da empresa seria comprometida, pois este índice já estava em torno de 34% do patrimônio líquido da companhia.
Portanto, a saída foi aumentar o capital da Petrobras. E o Governo fez isso integralizando a sua parte neste aumento de capital, como é permitido, através de bens. Quais? Até cinco bilhões de reservas de petróleo do pré-sal.
Os acionistas privados tinham todo o direito, pelas regras das Sociedades Anônimas, em conservar suas participações no mesmo nível de antes da capitalização. E, para isso, teria de subscrever, pagando em dinheiro, a parcela de novas ações correspondente. Estes recursos foram diretamente para a tesouraria da empresa e vão servir para financiar os investimentos.
E em que isso aumenta o controle do Estado sobre a empresa?
Simples: como nem todos os acionistas privados conseguem integralizar (pagar) a participação no novo capital, a parcela não adquirida é comprada pela União que, assim, aumenta a sua participação acionária.
O resultado foi que, na soma entre União e BNDES, o Estado brasileiro agora tem 48% do capital total. Os investidores privados ficaram com 45,77%, quando teriam direito a ficar, pela proporção, com 60,2% do novo capital.
Mesmo assim, isso representou uma entrada líquida de US$ 46 bilhões em dinheiro privado e de US$ 70 bilhões em valor patrimonial, com as reservas entregues pelo Governo e convertidas em capital acionário. Portanto, além do financiamento direto, a Petrobras passa a ter maior patrimônio para assegurar a obtenção de crédito.
E este recurso vai permitir que o país, em alguns anos, dobre a sua produção de petróleo, de dois para quatro milhões de barris diários.
Portanto, além do regime de partilha – em lugar da concessão de FHC – que permite que grande parte do petróleo extraído já se converta imediatamente em recurso para o Fundo criado por Lula para distribuir estes recursos na área social e na educação, também ficará com os cofres públicos uma parte maior dos lucros que a Petrobras obtiver na sua exploração.
COMENTARIOS

CAPITALIZAÇÃO RECORD

FOTO DO DIA
Por Brizola Neto
Minha equipe acaba de conseguir o vídeo, graças ao trabalho da Lucia Orpham, do discurso de Lula na cerimônia de capitalização da Petrobras. Fiquei tocado por tudo, sobretudo porque, ao falar do que virá da exploração do pré-sal: “trata-se de de universalizar a educação pública de qualidade, que garanta o mesmo ponto de partida para todos os filhos de nossa terra”.
Lula, que usava um macacão de operário sobre o paletó, num gesto simbólico, lembrou que este patrimônio poderia ter sido alienado, “no vazio de um estado dissociado dos interesses nacionais”.
Depois, abandonando o discurso escrito, disse: “quem diria que eu viria na Bolsa de Valores…há dez anos atrás eu passava aqui na porta (da Bovespa) e tremiam: aonde vai este comedor de capitalista… E quem diria que…exatamente este comedor de capitalista…. ia participar do momento mais auspicioso do capitalismo mundial…
E disse, bem devagar e irônico: “nunca antes na história da humanidade nós tivemos um processo de capitalização da envergadura que que a nossa Petrobras está fazendo agora”…
Assista, é um momento histórico de expansão das riquezas deste país e uma hora em que recuperamos, em parte, a grande empresa que será ferramenta desta libertação.

ALGUEM DO ALEM

O Doutor
- Doutor, que honra!
- O prazer é meu, meu caro...
- Como andam as coisas aí em cima?
- Muito trabalho, muito trabalho...
- O que o senhor faz exatamente?
- Cuido de vítimas do holocausto palestino.
- Irônico...
- Até que não. Aqui na colônia Nosso Lar não tem essa coisa de etnia, ideologia, somos todos irmãos, todos iguais.
- Deve ter sido bem difícil para o senhor encarar essa nova realidade, suponho...
- Claro, fui acostumado a exercer o poder sem limites. Realmente não foi fácil. Mas ainda tenho minhas recaídas, hehehe.
- O senhor tem passeado por aqui, na terra?
- É muito raro ter uma folga. Para dizer a verdade, só tive duas até hoje. Uma para visitar os meus filhos, numa reunião do comitê das Organizações e, mais recentemente para "inspirar" a Lili a convidar a Dilma para almoçar lá em casa.
- Ah, foi idéia sua? Foi, mas a Lili acha que foi dela, hehehe.
- Seus filhos não gostaram nada disso, sabia?
- Claro que eu sei. Na verdade, depois que parti, a coisa desandou com eles. Até reclamei para o Evandro outro dia, quando nos encontramos. Ele botou um rapaz lá que é um desastre! O sujeito não tem habilidade política, não sabe dialogar, é extremado, não acerta uma...
- Mas por que então o senhor não "inspira" seus filhos a se livrarem dele?
- Se eles não acreditam nos profetas que Nosso Senhor envia de tempos em tempos, vão acreditar numa alma penada, hehehe. E depois tem outra, espiritualidade não combina com poder econômico. Veja o Lula, por exemplo, é a reencarnação de Antonio Conselheiro...
- É mesmo? E a Dilma?
- A Dilma é a reencarnação da princesa Isabel. Ambos são gente vocacionada para lidar com os pobres, combater a fome e as desigualdades.
- E o Serra é a reencarnação de quem?
- Sobre ele não tenho autorização para falar.
- Não sei se o senhor sabe, mas a Corte fez muitos cortes de pessoal nos últimos tempos, nem sempre adotanto critérios considerados justos. Parece mais a Santa Inquisição.
- Sei de tudo e lamento profundamente. Sempre considerei os trabalhadores o motor do nosso negócio. Eles não têm visão de futuro e vão levar tudo à ruína. Estão destruindo um enorme patrimônio cultural da nação.
- Posso dizer que conversamos?
- Sim. Mas faça daquele jeito, se alguém pedir confirmação, negue. Aliás, não negue não, ninguém vai acreditar mesmo, hehehe.
- Adeus.
- Adeus
"A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada"
Manifesto assinado por intelectuais e artistas afirma que, em nome da liberdade de imprensa, grande mídia comercial quer suprimir a liberdade de expressão. "A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada. É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo", diz o documento.
Centenas de pessoas participaram, quinta à noite (23), do ato contra o golpismo midiático e em defesa da democracia realizado no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. (Fotos de Conceição Oliveira). A manifestação, organizada pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, defendeu a mais ampla liberdade de expressão e criticou a postura da grande imprensa comercial brasileira que tenta transformar de forma falaciosa as críticas dirigidas a ela como um "ataque à democracia".
Um grupo de intelectuais e artistas divulgou um manifesto à nação, que estará recebendo assinaturas de adesão nos próximos dias. Para assinar o manifesto:
À NAÇÃO - Manifesto de artistas e intelectuais pela democracia e pelo povo
Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff.
Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais.
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”.
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.
A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa.
Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.
Mesmo quando acusaram sem provas.
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.
Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.
Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade.
Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante.
O Brasil passou por uma grande transformação.
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
Ninguém nos afastará desse caminho.
Viva o povo brasileiro.

BALA DE PRATA

Acho que devemos perceber que não se trata de uma candidatura e nem de um governo, mas sim da democracia brasileira. E certamente seria citada a candidatura da Dilma e o governo também, afinal o povo brasileiro exercendo sua soberania escolheram seus candidatos e a ampla maioria se posicionou no sentido de manter o atual programa de governo. Acho que os que votam na Marina não devem ter  ressentimentos!
A sociedade abriu os olhos e disse cansamos de receber cangalha do totalitarismo da Imprensa (07 famílias no 4º poder) determinando o que 190 milhões de brasileiros pode ou naõ ser informado e ainda recebendo verbas polpudas dos diversos governos (municipal, estadual e federal) unicamente para nos desinformar.
 Temos que cobrar do próximo governo pela total liberdade de expressão com responsabilidade ética e jurídica, pelo direito ao contraditório e pela democratização das verbas públicas pelos diversos meios e por uma URGENTE banda larga universalisada e cumprimento da constituição. Espero que o Barão de Itararé compre a idéia (demanda do povo) e se empenhe pela campanha.
Vamos todos dia 01 de janeiro de 2011 para Brasília parabenizar a nova presidenta e cobrar dela o empenho junto com os parlamentares para a instauração da nova lei de comunicação.

JORNALÕES

"Certamente, muitas pesquisas precisarão ser feitas para explicar o atual comportamento dos meios de comunicação no Brasil". Uma coisa está clara, mídia não tem vontade própria.
Mas fatores alienígenas podem estar motivando seu comportamento insano, sem consciência.
Imprensa em Questão - Entidades repudiam “golpismo midiático”
Por Walter Falceta Jr.
Convocado pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé, o ato público contra o chamado "golpismo midiático" reuniu na noite quente de quinta-feira, 23 de setembro, cerca de 450 pessoas na sede do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, no Centro da capital. Contou com a presença de representantes de partidos como PT, PDT, PCdoB e PSB, e de entidades como CUT, CGTB, UNE, MST, Fenaj, e Movimento dos Sem Mídia.
Os discursos foram marcados por vigorosas críticas à cobertura das eleições de 2010. Bastante aplaudida, a ex-prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, afirmou que parte da grande imprensa adotou um modelo "macarthista" para intimidar os movimentos sociais e prejudicar a candidatura de Dilma Rousseff à presidência da República. Segundo Erundina, os grupos midiáticos monopolistas passaram a distorcer a cobertura porque "deu certo o governo do primeiro presidente operário e porque vamos eleger a primeira mulher presidente do Brasil".
Assim como a ex-prefeita, outros oradores apontaram "desvios graves" na construção do noticiário político. Para Gilmar Mauro, do MST, é vergonhosa a adulteração de fatos e a parcialidade nas matérias que tratam dos candidatos, especialmente para os cargos majoritários. Segundo ele, o noticiário claramente tendencioso dos últimos meses revela a necessidade urgente de um projeto de "democratização da mídia" no Brasil.
Ampliar, não cercear
O fundador do Movimento dos Sem Mídia, Eduardo Guimarães, afirmou que o método da distorção proposital se fez evidente nas reportagens sobre o próprio evento, publicadas em jornais como o Estado de S.Paulo. "Sinto vergonha alheia por causa desses profissionais que mentem, deturpam e inventam", disse. "Como é que nós, um bando de barnabezinhos, vamos calar poderosas instituições milionárias como Globo e Folha?", indagou.
Na visão de Guimarães, algumas corporações midiáticas tentaram estigmatizar os organizadores do ato, construindo a ficção de que estariam ameaçando a democracia ao exigir o fim de liberdade de expressão. "Isso é ridículo e mostra que esses jornais frequentemente tentam confundir a população, em vez de esclarecê-la."
Para o presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé, Altamiro Borges, parte da grande mídia tratou de deturpar gravemente os fatos, atribuindo a ideia do ato ao PT e alinhando os organizadores aos censores fascistas. Segundo ele, essa tentativa de desqualificação segue a linha de desvios na cobertura eleitoral. "Jamais dissemos que a mídia não deveria apurar irregularidades nas instâncias de governo", disse. "Mas ela precisa realizar essas investigações também nos redutos de seus aliados políticos, de forma justa e imparcial."
De acordo com Borges, além de manter foco único em casos que prejudiquem a candidata Dilma Rousseff, parte da grande imprensa tem "requentado" denúncias para prolongar artificialmente a onda de escândalos, o
A “mídia” sob profundo impacto de mudanças meteóricas.
A velocidade com que essas mudanças estão se dando na sociedade brasileira pode, realmente, estar ameaçando todo o modelo de negócios de oligopólios que se pretendiam eternos. Parece que foram surpreendidos, tanto as empresas, quanto os seus cães de guarda.
Marcos Dantas
Nascido por volta de 1870 para dar voz ao crescente movimento republicano das oligarquias cafeeiras paulistas, o Estado (então Província) de São Paulo somente iria aderir ao movimento Abolicionista quando a Abolição já se tornara inevitável. Nascida por volta de 1950, da iniciativa de um imigrante ítalo-americano ligado aos interesses de Walt Disney (e sabe-se lá a que outros interesses), a Editora Abril (irmã da Editorial Abril que o irmão daquele imigrante, na mesma época iria criar em Buenos Aires), depois de fomentar o american way of life entre nós, através de revistas como Pato Donald e Claudia, iria praticamente conquistar, com Veja, o monopólio do mercado das revistas semanais de informação, não por acaso durante o auge da ditadura militar. Nascida nos agitados anos 1920, com o jornal O Globo, as Organizações de mesmo nome, aliadas de primeiríssima hora do golpe de 1964, conquistariam, também durante a ditadura, tanto o monopólio da televisão em todo o país, quanto o da imprensa escrita na cidade do Rio de Janeiro, na medida em que os ditadores deram decisiva contribuição para a decadência e morte de muitos outros importantes órgãos de imprensa escrita que então disputavam leitores na ex-capital federal, entre eles, os Correio da Manhã, Última Hora, Diário de Notícias e, por fim, recentemente mas depois de longa agonia que teve início naqueles tempos, o Jornal do Brasil.
Se a imprensa (hoje, em dia, chamada “mídia”) chegou dividida à Revolução de 1930, apoiada por Marinho e Chateaubriand mas encarniçadamente combatida pelo Estadão, desde então tem agido como bloco único, no Brasil. Derrubou Vargas duas vezes, na segunda levando-o ao suicídio. Opôs-se, como pôde, aos governos JK e João Goulart. Apoiou e estimulou todos os golpistas de ocasião. Colocou-se contra a última ditadura – depois de ter a ela servido, inclusive fornecendo caminhões para a Oban – só quando o conjunto da burguesia achou que era chegada a hora de mudar para, lampedusamente, tudo continuar como sempre esteve...
Agora, coerente com a sua história, quer derrubar o governo altamente popular do Presidente Lula.
Como explicar a atual posição da imprensa?, perguntou outro dia o professor Venicio Lima.
Certamente, muitas pesquisas precisarão ser feitas para explicar o atual comportamento dos meios de comunicação no Brasil. Se toda unanimidade é burra, como dizia Nelson Rodrigues, estamos diante de um caso que já se configura paradigmático. Somente idiossincrasias e preconceitos não explicam a posição da imprensa nesta campanha, posição que não é somente a dos “donos dos jornais”, nem apenas a de alguns e algumas importantes e hiper bem remunerados colunistas, mas a de ampla maioria dos profissionais que se dizem “jornalistas” – todos diplomados. Servem com denodo, dedicação e até alegria aos seus patrões assim com os soldados SS serviam a Hitler... É mais do que meramente “cumprir ordens”. É acreditar nelas. É se querer reconhecido e recompensado por cotidiana, diária, contumaz demonstração de absoluta fidelidade a elas. Nas palavras de Serge Halimi, são os novos “cães de guarda”.
Diante da pergunta, arrisquemos alguma hipótese. Não é possível dissociar o papel político-ideológico da “mídia”, de sua organização enquanto empreendimento capitalista e do seu lugar na reprodução do sistema
Tracking Vox Populi/Band/iG: Dilma tem 50% e Serra, 23%.
Candidata petista venceria a eleição no primeiro turno; Marina Silva avança um ponto e chega a 11% pela primeira vez.
iG
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, manteve-se com 50% das intenções de voto no Tracking Vox Populi/Band/iG divulgado neste sábado. Já o presidenciável tucano, José Serra, oscilou um ponto para baixo, chegando a 23%. Marina Silva, do PV, oscilou um ponto positivamente e, pela primeira vez, atingiu 11% na preferência dos eleitores.
Com esse resultado, Dilma se elegeria em primeiro turno, dado que a soma dos seus adversários chega a 35%, contando com 1% dos votos em outros candidatos além dos três primeiros colocados.
De acorco com o Tracking Vox Populi/Band/iG, 11% dos eleitores estão indecisos e 4% vão votar em branco ou nulo.
Espontânea
Na consulta espontânea, quando a lista com os nomes dos candidatos não é apresentada ao entrevistado, Dilma manteve-se em 43%, Serra ficou estável em 20% e Marina oscilou um ponto, de 8% para 9%.
O Tracking Vox Populi/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

ROLO COMPRESSOR

Vamos a realidade só haverá segundo turno se Marina conseguir chegar ao 20% e aí tira votos de Dilma, zé (alagão) Serra está em declinio pelo abandono do barco PSDBista de todos os caciques que orquestram uma corrida maluca para o centro em direção a Dilma e Marina.
Dificilmente Marina consegue esse feito, ela até mereceria disputar com Dilma o segundo turno, mas pelas evidências estatísticas, o rolo compressor governista já ultrapassou os 55 milhões de votos para Dilma, votos seguros.
Portanto caros amigos favas contadas.
Eleição para presidente só em 2014.

BANNER DOS CANDIDATOS

Ibope: Serra sobe, vantagem diminui, mas Dilma ainda vence no 1º turno.Petista tem 9 pontos porcentuais a mais que a soma de todos os adversários; há uma semana essa dianteira era de 14 pontos.
Daniel Bramatti - O Estado de S.Paulo
Em uma semana, a preferência dos eleitores pela petista Dilma Rousseff caiu de 58% para 55% dos votos válidos, enquanto os que optam pelo tucano José Serra aumentaram de 28% para 31%. Marina Silva (PV) tem 13% dos votos válidos. A candidata governista venceria no primeiro turno se a eleição fosse realizada hoje, segundo pesquisa Ibope/Estado/TV Globo.

A contagem dos votos válidos exclui nulos e em branco, além de indecisos. São esses os números que o Tribunal Superior Eleitoral divulgará na apuração oficial. Em relação ao total dos votos, Dilma oscilou de 51% para 50%, enquanto seu principal adversário subiu de 25% para 28%. O crescimento do tucano se deu sobre os eleitores indecisos - os que não sabem em quem votar caíram de 8% para 5%. Marina oscilou um ponto para cima, de 11% para 12%.
Há uma semana, a candidata do PT tinha 14 pontos porcentuais de vantagem sobre a soma dos adversários, no cálculo dos votos totais. Agora, essa diferença diminuiu para 9 pontos. Se a soma dos adversários ultrapassar o índice de Dilma, haverá segundo turno.
Na hipótese de uma segunda rodada eleitoral entre a petista e o tucano, ela é favorita: venceria por 54% a 32%.
Efeitos do escândalo. É a primeira pesquisa Ibope a captar integralmente a repercussão da demissão de Erenice Guerra do cargo de ministra-chefe da Casa Civil, após denúncias de tráfico de influência envolvendo parentes dela, ex-braço direito de Dilma.
Segundo o Ibope, 46% dos eleitores tomaram conhecimento da queda da ministra. Pouco mais de um terço do total de entrevistados disse saber o motivo da demissão - a acusação de que parentes se utilizavam da influência de Erenice para intermediar negócios de empresários com o governo federal, em troca de vantagens. Para 22% do total, a acusação é verdadeira, e, para 21%, tem um fundo de verdade, mas foi exagerada. Outros 6% consideraram a denúncia falsa, e 52% não souberam responder.
Entre os eleitores com escolaridade superior - os mais bem informados sobre o escândalo -, Serra subiu de 30% para 33%. Mas Dilma não caiu - permaneceu com 37%, índice que apresenta desde o início de agosto.
No segmento com até quatro anos de estudo, a petista oscilou de 56% para 55%, quanto Serra subiu de 22% para 29%. Nessa faixa, o número de indecisos caiu praticamente pela metade - de 11% para 6%.
Geografia do voto. O crescimento de Serra se concentrou em duas regiões. No Sudeste, ele subiu de 24% para 30%. No Nordeste, foi de 16% para 20%. Nas mesmas regiões, Dilma passou de 48% para 45% e de 66% para 64%.
Na divisão do eleitorado por renda, o tucano melhorou sua performance em todas as faixas. Seu melhor índice ocorre entre quem ganha mais de cinco salários mínimos: chega a 34% (eram 29%) e fica a apenas cinco pontos da candidata petista, que tem 39%.
A uma semana da eleição, a pesquisa mostra que 72% acham que Dilma será a sucessora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - mesmo índice da semana passada. Os que acreditam em uma vitória de Serra eram 14% e passaram para 15%.
Os índices de rejeição apenas oscilaram: 21% para Dilma e 27% para Serra.
Pouco menos da metade dos entrevistados (48%) se declararam dispostos a votar no candidato apoiado pelo presidente Lula da Silva. Apenas 9% preferem eleger um representante da oposição, e 38% afirmam que não levarão em conta a posição de Lula na hora de votar.
A parcela do eleitorado que sabe que Dilma é a candidata de Lula é de 92%, Cerca de 1% acha que o representante do PSDB é o preferido pelo presidente, e o restante não sabe ou preferiu não responder.
Governo. O Ibope também avaliou o grau de satisfação do eleitorado com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para 80%, a gestão é ótima ou boa. Apenas 4% da população considera o governo ruim ou péssimo. Entre os que têm avaliação positiva do governo, 60% se mostram inclinados a votar em Dilma, e apenas 23% no principal candidato da oposição.

GIOVANNA ANTONELLI

Filme que Giovanna Antonelli rodou nos EUA é finalizado.
Prestes a ser mãe de duas meninas gêmeas, a atriz Giovanna Antonelli recebeu um presente: a notícia de que o filme "The Heartbreaker", que ela rodou nos Estados Unidos em 2008, foi concluído. Veja o trailer do longa:
Nesta primeira incursão no cinema internacional, Giovanna interpreta Ana Passos, uma terapeuta de casais brasileira que vive em Boston, nos EUA. No longa, a atriz contracena com Todd Rotondi, Bjorn Jhonson e a ex Miss-EUA Sussie Castillo.

DAÍ ? !

ABSTENÇÕES

Por Carlos Chagas.
Faltando oito dias para as eleições, salta aos olhos uma dúvida que nenhum instituto de pesquisa é capaz de esclarecer, apesar das tentativas. Quantas serão as abstenções nesse universo de 132 milhões de eleitores? Não se fala dos votos em branco ou nulos, mas dos cidadãos que terão ficado em casa ou, mais grave ainda, compareceram às sessões eleitorais e não puderam votar. Afinal, mais uma dificuldade acaba de ser criada pela Justiça Eleitoral: além do título, o eleitor estará obrigado a apresentar outro documento no qual conste sua fotografia. Parece fácil de mandar, mas não será difícil de cumprir? Melhor teria feito o Tribunal Superior Eleitoral se, alguns anos atrás, tivesse determinado a mudança de todos os títulos de eleitor, obrigando trazerem a fotografia do portador. Custaria caro, mas para evitar abstenções, teria valido à pena.

NUM, SEI COM QUE?

CENSURA ECLESIÁSTICA

Por Carlos Chagas
Houve tempo em que os livros, para ser impressos, dependiam de autorização da Igreja. E até autores não ortodoxos iam parar na fogueira. Felizmente essa prática acabou faz muito. Restam, porém, alguns hábitos estranhos. Tome-se o importante debate promovido pela CNBB, na noite de ontem, entre os quatro principais candidatos presidenciais. As regras impostas pelos prelados proibiam perguntas que abordassem escândalos e denúncias. O espírito da proibição pode ter sido louvável, para que os pretendentes ao palácio do Planalto dedicassem suas falas a planos, programas e definições de importância. Mas tanto agora quanto na Idade Média, censura é censura, mesmo entre bispos...

FAÇAM O QUE EU DIGO

Por Carlos Chagas
É milenar o adágio do “façam o que eu digo, não o que eu faço”. Os jornalões não tem limite em sua tentativa de demolir a candidatura de Dilma Rousseff. A moda, agora, é denunciar parentes de ministros e altas figuras da República incrustados no serviço público ou trabalhando em empresas privadas contratadas pelo governo.
Dúvidas inexistem de que a indigitada Erenice Guerra atropelou a ética e traiu a confiança que nela depositavam o presidente Lula e Dilma Rousseff. Afinal, foi abominável nomear marido, filhos, irmãos, sobrinhos e papagaios em diversas repartições públicas, além de facilitar contratos de empresas privadas com o erário.
Tudo, no entanto, tem limite. Acusar o ministro da Comunicação Social porque um filho dele trabalha numa companhia particular que presta serviços ao governo é um pouco demais. Ou muito demais. Denúncias, muitas vazias, que mal caberiam num canto de página, são transformadas em sucessivas manchetes. A queda de um ponto percentual de Dilma Rousseff nas pesquisas é celebrada como sua derrota na campanha sucessória.
Convenhamos, é demais. E quanto à blitz envolvendo a nomeação de familiares, seria bom lembrar que nas empresas jornalísticas... (cala-te boca!)

PELUZO, AYRES DE BRITO E A ESPADA DE ALEXANDRE

Por Carlos Chagas.
Estando a exigência da ficha-limpa nas eleições do dia 3 transformado-se num sonho de noite de verão, por ironia quando chegou a primavera, a pergunta que se faz é porque o presidente do Supremo Tribunal Federal inseriu nos debates a dúvida sobre a validade da referida lei. Afinal, discutia-se apenas se Joaquim Roriz poderia ser registrado como candidato ao governo de Brasília, tendo em vista que renunciara a uma cadeira no Senado para não ter seu mandato cassado, coisa que a lei punia com a proibição do registro.
César Peluzo atropelou o voto do relator, Ayres de Brito, levantando tertúlia muito maior, no caso, a validade e a constitucionalidade da lei como um todo. Argumentou que o Senado, a pretexto de promover uma emenda de redação, modificou fundamentalmente o espírito do texto, trocando a punição “aos que tenham sido condenados” pelo verbo “forem” condenados. Tratou-se de emenda de mérito e, assim, o projeto deveria ter retornado à Câmara, para aprovação ou rejeição. Como foi levado à sanção presidencial, ficou a lei prejudicada em sua inteireza, devendo o Supremo rejeitar qualquer apreciação a seu respeito, não apenas o recurso de
Não adiantou a contestação do ministro Ricardo Levandowski, apresentando pareceres de filólogos de renome concluindo pelo sentido lato do verbo “forem”, quer dizer, a proibição do registro não se aplicaria apenas aos condenados depois da sanção da lei, mas também a condenações anteriores.
Suspensa a sessão de quarta-feira em função da balbúrdia instalada no plenário, quando quase todos os ministros falavam ao mesmo tempo, a questão ficou para ontem. Mais importante do que saber que a lei da ficha-limpa acabou arcabuzada seria perscrutar porque o presidente César Peluzo só agora levantou a dúvida. Afinal, o texto foi sancionado em junho. Discute-se, também, se a mais alta corte nacional de justiça tem o poder de agir ex-oficio, quer dizer, sem ter sido provocada por uma ação. Como guardiã da Constituição, pode? Mas Câmara, Senado e presidência da República deixaram de ver inconstitucionalidade no projeto, pela mudança no tempo dos verbos.
Ainda uma pergunta sem resposta: por que o senador Francisco Dornelles, presidente do PP, criou toda a celeuma, propondo a aparentemente simplória emenda de redação? O problema é que apesar da concordância do jurista Demóstenes Torres, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, abriu-se a dúvida sobre a modificação vir a beneficiar quantos candidatos tenham sido condenados no passado. Inclusive Paulo Maluf, patrono do PP...
Assim estávamos, ontem, antes que o Supremo Tribunal Federal decidisse a questão maior, da validade e constitucionalidade da lei da ficha-limpa, e a questão menor, se ela pode retroagir para prejudicar candidatos condenados antes de sua vigência. Um nó a desatar como poucos em toda a História do Judiciário. Resta indagar quem vai empunhar a espada de Alexandre: César Peluzo ou Ayres de Brito?

NOTÍCIAS DO DIA

Veja as manchetes dos principais jornais neste sábado.
* Jornais nacionais.
Folha de S.Paulo
Impasse no Ficha Limpa põe 171 candidatos em suspenso
Agora S.Paulo
Saiba como ver na carta do INSS quem terá aumento da revisão pelo teto
O Estado de S.Paulo
Serra e Marina sobem, mas Dilma ainda vence no 1º turno
Jornal do Brasil
Brasil vai jogar R$ 1,5 bilhão em aterros sanitários
O Globo
Julgamento de Ficha Limpa no STF pode voltar à estaca zero
Correio Braziliense
Roriz desiste e usa a mulher para driblar a ficha limpa
Estado de Minas
Candidatos trocam farpas em debate
Jornal do Commercio
Terreno da Copa está penhorado
Diário do Nordeste
O maior negócio da História
Extra
Lojas de material de construção fazem saldão com até 70% de desconto
Zero Hora
Plástico verde atrai interesse estrangeiro
* Jornais internacionais.
The New York Times (EUA)
Extensa fraude é vista em últimas eleições afegãs
The Times (Reino Unido)
"Não tenho problema com bispos gays", diz arcebispo da Cantuária
Le Figaro (França)
Demissões em série na equipe de Obama
Le Monde (França)
Edouard Balladur : "A situação política está insalubre"
China Daily (China)
"Interesses em comum de China e EUA superam conflitos", diz Wen
El País (Espanha)
Zapatero e Urkullu pactuam cooperar para o fim do ETA
Clarín (Argentina)
Pela primeira vez governo diz que crimes aumentaram.

FAZER O QUE? ?

FALTAM OITO DIAS

A BALA DE PRATA ERA VERDE.
A direita brasileira raspou o fundo do tacho e chegou à seguinte conclusão: Marina é o último cartucho de Serra. Todas as pesquisas divulgadas até sexta-feira convergem para um ponto de equilíbrio sedimentado: Dilma tem 50% das intenções de voto (oscilou apenas um ponto para baixo depois da fuzilaria das últimas duas semanas). Serra patina em torno de 25%. Parece difícil ir além por suas próprias "qualidades. Depois de tudo que tentou, a boa vontade estatística, leia-se, o versátil Ibope do transformista Carlos Montenegro, lhe deu uma oscilação de amigo do peito de mais 3 pontos. Anima a militância da página 2 da Folha, mas é insuficiente. ". Para levar a eleição ao segundo turno, resta ao conservadorismo nativo pintar-se de verde e bombar Marina Silva pelo ar, terra e mar, 24 horas por dia nos próximos oito dias. O mutirão já começou. Faz parte desse "tour de force", por exemplo, a retardatária adesão do neoecologista Pedro Simon à candidatura do PV. Personalidades de algum apelo popular serão convocadas também. Em troca, terão espaços generosos e citações simpáticas no dispositivo midiático do conservadorismo nativo.
O movimento ambientalista brasileiro encontra-se diante de uma encruzilhada histórica: tem oito dias para decidir se integra o campo de forças que lutam pela transformação do Brasil numa sociedade mais justa e sustentável, ou, ao contrário, como lamentavelmente sugere o comportamento de alguns de seus porta-vozes e lideranças lambuzadas com a atenção da mídia, se assume a condição subserviente de pé-de-palanque da direita e da extrema-direita unidas no interior da coalizão demotucana. Chico Mendes, por certo, não hesitaria em escolher seu lado se na reta final de uma disputa política, como agora, tivesse objetivamente duas opções de poder: um governo amarrado em torno dos compromissos históricos de Dilma e Lula ou um Brasil submetido ao comando da alarmante coalizão de forças liderada pela não menos alarmante dupla, Serra e Índio da Costa. Resta saber qual será a escolha de Marina Silva. A ver. (Carta Maior, 25-09)

AGORA FUDEU ! ! !

Maicosuel ficará fora dos gramados por oito meses.
Exame de imagem aponta ruptura total no ligamento do joelho esquerdo; operação deverá ser em dez dias.
Maicosuel se lesionou no jogo contra o Vasco (Crédito: Cléber Mendes)
LANCEPRESS!
O resultado da ressonância magnética realizada por Maicosuel, do Botafogo, não foi nada animador. O exame de imagem apontou ruptura completa no ligamento cruzado do joelho esquerdo, além de uma lesão no ligamento póstero-lateral. Em dez dias ele deverá ser operado, mas ficará longe dos gramados por volta de oito meses.
O médico do Botafogo, Luiz Fernando Medeiros, explicou o resultado do exame de ressonância magnética e qual deverá ser o procedimento para recuperar Mago.
- Maicosuel sofreu uma entorse no joelho esquerdo. É uma lesão grave no ligamento cruzado anterior. Uma lesão extremamente grave para um jogador de futebol. Ele vai precisar de um processo cirúrgico, que ocorrerá, provavelmente, em dez dias - disse o médico do Alvinegro.
No clássico contra o Vasco, na última quarta-feira, o meia-atacante saiu do campo chorando. Será preciso aguardar um tempo de sete a dez dias para o local ficar menos inchado.
- A previsão é a de oito meses. Porque foi uma ruptura completa do ligamento, além de lesões menores. A conduta cirúrgica já está firmada. Estamos aguardando o joelho desinchar para realizar a intervenção - encerrou Luiz Fernando Medeiros

O DESATRE DO PROJETO LUXEMBURGO

Do Blog de José Cleves da Silva.
"Projeto Luxemburgo" pode ter custado quase R$ 20 milhões ao Atlético.
R$ 20 milhões. Esta pode ser a fortuna que o Atlético perdeu em cinco meses do "Projeto Luxemburgo", elaborado para levar o clube mineiro ao título do Brasileirão e que teve um fim melancólico com a demissão do treinador quinta-feira, após a derrota de 5 a 1 para o Fluminense, no Engenhão.
Informações veiculadas pelo jornal Lancenet! no início desse mês (http://www.lancenet.com.br/noticias/10-09-07/822392.stm) dão conta de que a folha de pagamento da comissão técnica de Luxemburgo era de R$ 700 mil/mês. Como essa comissão iniciou o seu trabalho em maio, o seu custo beira os R$ 3,5 milhões, mas o acerto final com o treinador virou uma caixa preta.
Fala-se numa multa rescisória de R$ 14 milhões. O presidente Alexandre Kalil nega, afirmando que vai fazer um acerto amigável com o treinador. Diz ainda o presidente do Galo que "o problema de Luxemburgo não é dinheiro". Ora, faço minhas as palavras do jornalista Emanuel Carneiro, da Rádio Itatiaia: Wanderley Luxemburgo não é bobo e deixou claro para a imprensa que foi "demitido do clube".
Resta saber o que reza o contrato, cujo teor não foi informado à imprensa. O que se viu, após a demissão de Luxemburgo, foi uma troca de gentilezas. O técnico elogiou muito o Atlético e o presidente do Galo devolveu os elogios.
Kalil chegou a afirmar que Wanderley é uma vítima e que se não tivesse tantos títulos na vida seria massacrado pela imprensa. Eis um trecho da entrevista postada no site do clube, nesta sexta-feira:
"Uma das maiores surpresas que tive foi o Vanderlei, pela sua postura, coragem, dedicação e trabalho. Poucas vezes trabalhei com um treinador que dedicasse tanto tempo ao futebol. Então, quero colocar aqui, de público, o meu muito obrigado a ele e dizer que eu, como presidente do Atlético, fiquei muito honrado de trabalhar com ele, muito satisfeito de trabalhar com ele e tenho certeza que ganhei um bom amigo no futebol. Deixo aqui o meu agradecimento pelo profissional que ele foi comigo e com o Atlético. Que Deus ilumine a carreira dele, assim como a nossa luta para sair do lugar que estamos", comentou o presidente.
Boicote.
O cartola negou a possibilidade de uma rebelião no elenco, com boicote ao treinador, mas a caixa preta continua fechada.
Luxemburgo chegou ao Atlético em dezembro de 2009, prometendo montar um time forte e com possibilidades de ganhar a tríplice coroa (Campeonato Mineiro, Copa Brasil e Brasileiro), repetindo o feito do Cruzeiro em 2003, também sob o seu comando.
A grife Luxemburgo, um dos técnicos mais vitoriosos do País, empolgou a massa atleticana, mas deixa a Cidade do Galo desmoralizada. O time está na zona de rebaixamento e tenta, agora, contratar um técnico capaz de evitar a sua volta para a Segundona.

QUESTÕES CONSTITUCIONAIS

Por Dalmo de Abreu Dallari Lei da Ficha Limpa é mantida.
Julgando um recurso em que era interessado o candidato Joaquim Roriz, cuja candidatura foi obstada com fundamento em disposições da Lei Complementar 135, de 4 de junho de 2010, a Lei da Ficha Limpa, cinco Ministros do Supremo Tribunal Federal votaram favoravelmente à manutenção do veto à candidatura de Roriz e cinco votaram em sentido contrário. É importante lembrar que a pretensão do candidato Roriz era no sentido de que o Poder Judiciário declarasse ser inconstitucional a aplicação da Lei da Ficha Limpa para barrar sua candidatura.
Qual o sentido e o alcance dessa votação no Supremo Tribunal Federal, em que houve um empate? Houve uma decisão ou a matéria continua em aberto no Supremo Tribunal, à espera de que ele decida? Aparentemente não houve uma decisão, porque nenhum dos lados conseguiu a maioria, mas essa conclusão não é jurídica, não é correta, como não será difícil explicar.
O Supremo Tribunal Federal tem atualmente dez ministros, uma vez que ainda não foi preenchida a vaga resultante da aposentadoria do ministro Eros Grau. A Constituição prevê a existência de onze ministros e atualmente ele só tem dez, mas apesar da existência da vaga o Tribunal funciona normalmente e suas decisões são absolutamente válidas, produzindo os efeitos jurídicos normais, os mesmos que produziriam se todas as vagas estivessem preenchidas.
Alegação rejeitada
Quanto à decisão do caso Roriz e aos efeitos do empate na votação, o primeiro ponto que deve ser posto em evidência é que, nos termos expressos do artigo 97 da Constituição, para declarar uma inconstitucionalidade é indispensável que a maioria absoluta dos membros do Tribunal vote nesse sentido. A maioria absoluta, nesse caso, significa um total de seis votos. Como apenas cinco votaram pela inconstitucionalidade a conseqüência é que não foi atingido o número suficiente, constitucionalmente exigido, para declarar inconstitucional a aplicação da lei. Assim, pois, o resultado da votação tem o efeito jurídico de manter a Lei da Ficha Limpa em pleno vigor e, portanto, de aplicação obrigatória.
Um dado interessante, que é oportuno assinalar, é que a maioria absoluta dos dez membros do Tribunal corresponde ao total de seis votos; e se já tivesse sido preenchida a vaga existente, e o número de ministros em exercício fosse onze, para obtenção da maioria absoluta continuaria a ser necessário um total de seis votos.
Uma última observação, que é oportuno fazer, é que ao final da sessão o presidente do STF deveria ter proclamado formalmente o resultado. Isso não foi feito, provavelmente porque, pelas implicações políticas e pelo grande interesse popular, o presidente preferiu redigir cuidadosamente o texto da proclamação. Isso é conveniente, pois para os leigos uma decisão que termina empatada pode ser interpretada como um impasse, que deixa o caso em aberto à espera de uma decisão – o que não é o caso, pois o fato de não ter sido atingida a maioria absoluta significa a rejeição da alegação de inconstitucionalidade.
A conclusão juridicamente correta é que houve uma decisão no sentido de rejeitar a alegação de inconstitucionalidade e a Lei da Ficha Limpa está em vigor e deve ser aplicada.

CONVERSA DE BOTEQUIM

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

IMPASSE DO FICHA LIMPA

Por Dacio Malta
Foi suspensa a reunião plenária do Supremo Tribunal Federal sobre a Lei do Ficha Limpa. A Côrte se dividiu: 5 x 5. Tudo leva a crer que a decisão, sobre a validade ou não da lei, já para essas eleições, fique nas mãos do Presidente Lula.
O Supremo dividiu-se, e a tendencia da Côrte é esperar a nomeação do próximo ministro.
O novato a ser nomeado é quem decidirá o futuro dos quem tem Ficha Suja, e sua nomeação depende do Presidente da República após sabatina e votação no Senado Federal.
Lula pode até indicar alguém, sem que se conheça, de antemão, o seu voto.
Mas será que o Senado conseguirá se abster nessa polêmica ?
Dificil. Será que os senadores, durante a sabatina do indicado, deixarão de indagar qual sua posição sobre a Lei ? Praticamente impossível.
De qualquer forma, é bom lembrar como votou cada ministro .
Ayres de Brito, Carmem Lucia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Ellen Gracie votaram contra Joaquim Roriz.
A seu favor votaram Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluzo.
Dos 10 ministros em atividade, 6 foram indicados por Lula.
E, no plenário, dos 6 ministros de Lula, 5 ficaram contra Roriz.
Dos que não foram indicados pelo Presidente, apenas Ellen Gracie discorda do ex-governador de Brasília.
Resumo: a Lei da Ficha Limpa depende exclusivamente da decisao do Presidente da República, ou de sua sucessora, desde que a indicação do novo ministro venha a ser tomada antes da diplomação dos eleitos.
De qualquer forma, o Supremo tentará, na próxima segunda feira resolver o impasse.
Se a totalidade dos ministros concorda com a inexistência de inconstitucionalidade, o mais lógico é que se acatasse a decisão do TSE - a de que a Lei do Ficha Limpa está valendo já para essa eleição.

NOTÍCIAS DO DIA

Veja as manchetes dos principais jornais nesta sexta-feira.
* Jornais nacionais.
Folha de S.Paulo
Petrobras conclui maior venda de ações da história
Agora S.Paulo
Trabalhar com proteção dará tempo maior para aposentadoria
O Estado de S.Paulo
Megacapitalização pode por R$ 50 bi no caixa da Petrobras
O Globo
Eleições 2010: Lula diz que pode ter sido enganado no caso Erenice
Valor Econômico
Disparam os preços da energia
Correio Braziliense
Ficha limpa causa impasse no STF
Estado de Minas
A vitória dos botecos
Diário do Nordeste
CE: 349 focos de queimadas no ano
A Tarde
Bahia tem 21 candidatos com ficha suja disputando a eleição
Extra
Lula é bonito/ Bonito, hein, Lula
Zero Hora
Multas por falta de uso do cinto dobram
* Jornais internacionais.
The New York Times (EUA)
FDA restringe remédio contra diabetes e cita riscos cardíacos
The Washington Post (EUA)
Mulher será executada na Virgínia por assassinato em 2002
The Times (Reino Unido)
Eu não serei expulso do Afeganistão - Patraeus
The Guardian (Reino Unido)
David Miliband trabalhará para Ed se ele perder
Le Figaro (França)
O apelo de Obama pela paz no Oriente Médio
Le Monde (França)
Reformas nas pensões: mobilização permanece forte
China Daily (China)
Wen: não culpem o yuan pelo deficit
El País (Espanha)
Governos do PP esquentam a greve com aumento dos serviços mínimos
Clarín (Argentina)
Serviços dão golpe no bolso da classe média.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

MEDALHÃO

Um medalhão esculpido em pedra, com a imagem de Nossa Senhora do Carmo, está colocado no meio da porta principal, na frente do templo. Nossa Senhora do Carmo tem como resplendor um círculo, tendo ao centro uma estrela. Tem o Menino Jesus no braço esquerdo e segura com a mão direita um escapulário. Arcanjos entre nuvens estão aos pés da imagem. Logo abaixo do medalhão, encontra-se esculpido um escudo da Ordem Carmelitana com uma fita com a inscrição "DOMINUS-IN-SION-MAGNUS-MARIA-MATER-EJUS-IN-LIBANO". A Igreja fica no centro histórico de São João del-Rei.
COMENTARIOS
O tracking diário Vox Populi/Band/IG se manteve praticamente inalterado de ontem para hoje, com uma única oscilação de um ponto para cima entre os indecisos, que agora são 11%.
Com essa pequena alteração, Dilma tem 60% dos votos válidos, o que lhe assegura a vitória no primeiro turno, contra 28,23% de Serra, e 11,76% de Marina.
O rastreamento diário que o Vox Populi faz desde o dia 1º de setembro mostra que as oscilações entre os principais candidatos manteve-se na margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Dilma tinha 52% no primeiro dia de setembro e hoje tem 51%. Serra tinha 24% e continua com o mesmo percentual. E Marina tinha 8% e agora tem 10%.
Na pesquisa espontânea, também se repetiram os percentuais de ontem: Dilma 44%, Serra 21% e Marina 8%. Lula continua sendo lembrado por 2% dos eleitores.
Essa estabilidade é confirmada pela grandes pesquisas nacionais, feitas pelo Vox Populi e outros institutos. Embora o tracking não possa ser inteiramente comparado com uma pesquisa nacional para a Presidência, seus números são muito próximos.
O Ibope dá Dilma com 51%, Serra com 25% e Marina, com 11%. O Vox indica Dilma com 51%, Serra com 24% e Marina, com 8%, e só o Datafolha de ontem sai um pouco da curva, dando Dilma com 49%, Serra com 28% e Marina com 13%.
Numa comparação direta entre o tracking e o Datafolha, Dilma oscila dentro da margem de erro, mas tanto Serra, quanto Marina, têm um crescimento bem superior no Datafolha.
Pelo tracking, Dilma mantém vantagem em todas as regiões do país, principalmente no Nordeste, com 63% (um a mais do que ontem), contra 15% de Serra (três a menos que ontem) e 5% de Marina (um a mais).
Hoje, o Vox divulgou o resultado na região Sul, onde Dilma lidera com 48%, Serra tem 30% e Marina 6%. Pela primeira vez, o Centro-Oeste apareceu desvinculado do Norte, e Dilma tem 46%; Serra, 29%, e Marina, 16%.
O tracking Vox/Band/iG conta com 2.000 entrevistas, sendo que um quarto dessa amostra é renovada diariamente.
FOTO BASQUETE BRASILEIRO
LUXA

EXAGEROS

Por Carlos Chagas.
A paixão política vem dominando a campanha eleitoral de tal forma que certas oposições, de uns dias para cá, querem interferir na pauta da TV-Estatal, a Empresa Brasil de Comunicação. Se ela existe para informar sobre o governo, e se o presidente Lula, até prova em contrário, é o chefe do governo, como deixar de acompanhar suas atividades, mesmo quando comparece a comícios?
CHARGE

MELHOR AGUARDAR

Por Carlos Chagas.
Não adianta tentar conversar com Dilma Rousseff sobre seu futuro governo. A candidata não abre a guarda, nem sobre quem aproveitará da atual administração, muito menos sobre novas aquisições. Só depois da eleição começará a cuidar do assunto. Parece evidente que consultará o presidente Lula, mas o primeiro-companheiro, pelo que se ouve, cuidará de não fazer indicações. Papel importante, mas não essencial, terá o vice-presidente Michel Temer, que apesar de paulista vem revelando durante a campanha o seu lado mineiro. De tudo, uma conclusão: melhor aguardar.

REORGANIZAÇÃO

Por Carlos Chagas.
Está em curso a elaboração de uma estratégia alternativa das oposições, tomando-se como provável a eleição de Dilma Rousseff. PSDB, DEM e penduricalhos partem do princípio de que deverão renovar suas lideranças para enfrentar o segundo governo do PT. Como Fernando Henrique já está, José Serra precisará ficar no banco, entrando em campo lideranças do tipo Aécio Neves, Geraldo Alckmin e alguns da velha guarda que tiverem sido beneficiados pelas urnas, como Tasso Jereissati, José Agripino e Artur Virgílio. Será preciso encontrar uma linguagem diferente daquela adotada durante os oito anos do Lula, ou seja, oposição, sim, mas positiva, quer dizer, críticas, mas também propostas e projetos capazes de sedimentar as eleições de 2014.
O eixo São Paulo-Minas, ao que tudo indica, fornecerá aos tucanos oxigênio bastante para um novo tipo de evolução política. Geraldo Alckmin e Antonio Anastásia (leia-se, também Aécio Neves) precisarão do apoio do palácio do Planalto, mas a recíproca será igualmente verdadeira. Dilma Rousseff governará com muito mais segurança mantendo amplos canais com Belo Horizonte e com São Paulo.
CHARGE

ENTRE GETÚLIO E LULA

Por Carlos Chagas.
Deixando as comparações para outro dia, acontece com o Lula aquilo que sessenta anos atrás aconteceu com Getúlio Vargas: quanto mais as elites se organizam para bater, mais eles crescem junto às massas. Inclua-se nas elites, como sua Comissão de Frente, os principais veículos de comunicação.
Tome-se dois atos públicos, um realizado ontem, outro previsto para hoje, ambos em São Paulo. Nas Arcadas, estranhamente ao meio-dia, demonstrando falta de experiência em marketing, um grupo de intelectuais posicionou-se contra o autoritarismo e os espaços cada vez maiores ocupados pelo Executivo, quer dizer, contra o presidente Lula. Povo, mesmo, faltou à manifestação, ainda que respeitáveis nomes da inteligência nacional emprestassem sua biografia ao documento divulgado. Por ironia, não apenas conservadores, mas até expoentes como Helio Bicudo e D. Evaristo Arns. Aceitaram subscrever o texto, também, Leôncio Martins Rodrigues, Arthur Gianotti, Celso Lafer, Carlos Velloso, Boris Fausto e outros. Registrou-se sofisticada cobertura pela imprensa, mas faltou a voz rouca das ruas.
Para hoje à noite, na sede do Sindicato dos Jornalistas paulistas, espera-se muita gente convocada pelo PT, a CUT, o MST, a UNE e outras entidades, precisamente em revide à parte da imprensa acusada de sabotagem e má vontade diante do presidente Lula e sua candidata, Dilma Rousseff. O rótulo para a manifestação é “ato contra o golpismo da mídia”. Certamente um exagero.
Noves fora a emissão de juízos de valor a respeito da contenda, a verdade é que dividendos eleitorais, mesmo, só virão favorecer o governo. É isso o que as elites de ontem e de hoje teimam em não entender: descer tacape e borduna no lombo de Getúlio Vargas e de Luiz Ignácio da Silva só transformou aquele em santo e, Deus nos livre, poderá transformar este.
Não é por aí que mudarão os ventos da corrida sucessória, de resto já decidida por antecipação. Acusar o presidente Lula de autoritarismo e de participação indevida na campanha não acrescentará um voto sequer para José Serra. Também será injustiça debitar toda a culpa da derrota ao candidato tucano. Ele errou, é verdade, desde a demora em se lançar até a hesitação diante da escolha de seu vice, no final aceitando um desconhecido silvícola. Também perdeu tempo e espaço preciosos sem apresentar projetos concretos e ordenados para energia, transporte, habitação, saúde, educação, combate à pobreza e demais propostas que poderiam ter levado o eleitorado a meditar. Limitou-se, como se limita até hoje, a sugestões pontuais e desencontradas, à maneira de conceder o décimo-terceiro salário aos beneficiados pelo bolsa-família.
O erro maior das elites, porém, está na essência do comportamento dos jornalões e sucedâneos, empenhados em denegrir e desconstruir o Lula e seu governo, como seus avós fizeram com Getúlio, em vez de apresentarem alternativas para beneficiar o povão. Em 1954 obtiveram sucesso através do golpismo de que agora são até injustamente acusados. É que naqueles idos freqüentavam o palco atores hoje retirados, os militares. Para má sorte de Getúlio e felicidade do Lula.

O SUPREMO QUER BATER PENALTIS COM BOLA OVAL

Por Carlos Chagas.
Imagine-se um grupo de aficionados de futebol, num bar, discutindo as regras do pênalti, sobre se devem ou não ser permitidas as “paradinhas”. Ouvem-se argumentos ponderáveis de lá e de cá quando, de repente, um dos participantes insere no debate a dúvida a respeito de os pênaltis serem cobrados com bola redonda ou com bola oval.
Seria o caos, para não falar no ridículo, mas como todos os envolvidos na discussão tinham suas irredutíveis preferências de clube, uns com bons goleiros e outros com excelentes batedores, estabeleceu-se a confusão.
Com todo o respeito e guardadas as proporções, foi o que aconteceu na tarde de ontem na sessão plenária do Supremo Tribunal Federal que examinava recurso de Joaquim Roriz contra a negativa do Tribunal Superior Eleitoral de seu registro como candidato a governador de Brasília.
O presidente do Supremo, Cezar Peluso, interrompeu o voto do relator, Ayres de Brito, por sinal favorável à proibição, para levantar dúvidas sobre a constitucionalidade da lei complementar que proíbe o registro de candidatos que tenham renunciado a mandatos para escapar de cassações. Lembrou que quando o Senado votava texto oriundo da Câmara, aplicaram-se mudanças ditas de redação porque em alguns artigos estabelecia-se a negação do registro para candidatos que tivessem sido condenados e, em outros, para os que forem condenados. Valeria a lei para o passado ou só para o futuro?
O diabo é que a mudança foi aprovada como de redação, não de mérito. O Senado não devolveu a matéria à Câmara, que também abriu mão da prerrogativa, e a presidência da República, sem maiores cuidados constitucionais, sancionou o projeto.
Agora, não sem certa malícia, sabendo-se muito bem quem é Flamengo ou Fluminense, Santos ou Palmeiras, no Supremo Tribunal Federal, incluiu-se a bola oval nas discussões. Ministros favoráveis à aplicação imediata da lei, conforme a voz rouca das ruas, digladiaram-se com ministros aferrrados à letra da Constituição, que proíbe a lei de retroagir para prejudicar. Um pandemônio raras vezes verificado na vetusta mais alta corte nacional de justiça. Surgiram pareceres de filólogos sustentando que “terem sido condenados” é o mesmo que “serem” condenados. Claro que opiniões em sentido contrário, também. Todos falaram ao mesmo tempo até que o mais jovem ministro, Antônio Tofolli, mostrou-se o mais experiente: pediu vistas do processo, adiando sua apreciação pelo menos por 24 horas.
Estão as atenções nacionais voltadas para sessão da tarde de hoje, se é que outras vistas não serão pedidas. Decidir o que? A validade da aplicação imediata da lei ou a felicidade de quantos candidatos condenados esperançosos da sua inconstitucionalidade? A bola deve ser redonda ou oval?
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CHARGE
FOTO LULA

ENTREVISTA DO LULA AO PORTAL TERRA

Lula: mídia é dominada por 9 ou 10 famílias e imprensa brasileira deveria assumir que tem candidato e partido.
A três meses e meio do término de seu governo, o presidente Lula está certo da vitória de sua candidata à presidência da República, Dilma Rousseff, mas recomenda: "cautela". Numa conversa exclusiva de uma hora com o Terra no Palácio do Planalto, Lula, provocado, esmiúça o que pensa da mídia e sobre a mídia. Diz que, de alguma forma, o país tem, terá que discutir e legislar - no Congresso, ele ressalva - sobre o assunto. Para definir como percebe o olhar da chamada grande mídia, Lula resume:
- Eles têm preconceito, até ódio...
A ênfase, a contundência no julgamento e comentários quando o tema é este, mídia, são permeadas por gestos e palavras que mostram um presidente da República disposto e pronto para o próximo comício. Bem humorado, carregado de adrenalina. Antes do início da entrevista, Lula quer conversar, diluir ansiedades e tensões.
"Baby...", diz a um jornalista, "pô, que gravador é esse, não tinha um digital?", provoca outro. Segura a
gravata de um terceiro, parece admirar o tecido, os desenhos, e opina:
- Mas essa gravata... esses desenhos parecem uma ameba!
O presidente da República faz as honras da casa, pede que se sirva um cafezinho, uma água antes de, atraído para o tema, partir para o ataque:
Lula - Na campanha passada, os caras diziam porque o avião do Lula... porque o Aerolula... (Estavam) disseminando umas bobagens... vai despolitizando a sociedade. Agora, estão dizendo que a TV pública é a TV do Lula. Nunca disseram que a TV pública de São Paulo é do governador de São Paulo e as outras são dos outros governadores...  Para Lula, críticas à falta de liberdade na área de comunicação, mais do que injustas, não têm sentido. Ele diz duvidar que outros países tenham mais liberdade de informação do que o Brasil:
- Nesse momento do Brasil, falar em falta de liberdade de comunicação? Eu duvido. Eu quero até que vocês coloquem em negrito isso aqui. Eu duvido que exista um país na face da Terra com mais liberdade de comunicação do que neste País, da parte do governo.
O presidente se mostra disposto a um duro embate com setores da mídia:
- A verdade é que nós temos nove ou dez famílias que dominam toda a comunicação desse País. A verdade é que você viaja pelo Brasil e você tem duas ou três famílias que são donas dos canais de televisão. E os mesmos são donos das rádios e os mesmos são donos dos jornais.
"No Brasil - foi o Cláudio Lembo que disse isso para o Portal Terra -, a imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada", cobra Lula.
O presidente sinaliza que mudanças nessa área deverão ser discutidas no Congresso Nacional e poderão ser viabilizadas no próximo governo:
- O Brasil, independentemente de que de quem esteja na Presidência da República, vai ter que estabelecer o novo marco regulatório de telecomunicações desse País. Redefinir o papel da telecomunicação. E as pessoas, ao invés de ficarem contra, deveriam participar, ajudar a construir, porque será inexorável.
A primeira das três partes da entrevista com Lula que o Terra publica ao longo desta quinta-feira.
Terra - Presidente, em 1978 o senhor era um líder operário, estava na Bahia em um encontro de petroleiros, no Hotel da Bahia, eu era um estudante de comunicação, ainda tinha AI-5, censura à imprensa. Na década seguinte, nos anos 80 e 90, em inúmeras conversas com o senhor o assunto acabava de alguma forma passando pelo monopólio na mídia. No ano 2002, na véspera da eleição, de novo conversamos sobre isso. Em 2006, a uma semana do senhor ser reeleito presidente, numa conversa o senhor disse que não iria "tirar nada" de ninguém, que isso não seria democrático, mas que a ideia era redistribuir meios, ajudar os meios, ter uma maior diversidade de opinião. Chegando agora, nesta reta final (em 2010) o senhor tem feito críticas duras, dizendo que a imprensa, a mídia tem um candidato e não tem coragem de assumir e, ao mesmo tempo, o contraditório diz que existiria um Projeto Político, projeto vocalizado outro dia pelo José Dirceu, para "enquadrar meios de comunicação". Então, queria que o senhor dissesse o que o senhor realmente pensa disso, e se realmente existe uma expectativa, se existe alguma coisa em relação a isso...
Luiz Inácio Lula da Silva - Olha, primeiro, na nossa passagem pela Terra... não pelo Terra, pela Terra, a gente ouve coisas absurdas, que a gente gosta e que a gente não gosta. Veja, qualquer coisa nesse País tem o direito de me acusar de qualquer coisa. É livre. Aliás, foi o PT que, no congresso de São Bernardo do Campo, decidiu que era proibido proibir. Era esse o slogan do PT no congresso de 1981.
Terra - O Caetano vai dizer que é dele...
Lula - O que acontece muitas vezes é que uma crítica que você recebe é tida como democrática e uma crítica que você faz é tida como antidemocrática. Ou seja, como se determinados setores da imprensa estivessem acima de Deus e ninguém pudesse ser criticado. Escreveu está dito, acabou e é sagrado, como se fosse a Bíblia sagrada. Não é verdade. A posição de um presidente é tomada como ser humano, jornalista escreve como ser humano, juiz julga como ser humano. Ou seja, temos um padrão de comportamento e julgamento e, portanto, todos nós estamos à mercê da crítica. No Brasil - , e foi o Cláudio Lembo que disse para o Portal Terra -, a imprensa brasileira deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e tem um partido, que falasse. Seria mais simples, seria mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada. Muitas vezes fica explícita no comportamento que eles têm candidato e gostariam que o candidato fosse outro. Tiveram assim em outros momentos. Acho que seria mais lógico, mais explícito. Mas, eles