sábado, 14 de janeiro de 2012

** CHURRASCÃO da "Gente Diferenciada', contra a 'Dor e o Sofrimento' na Cracolândia: neste sábado, 16 hs, esquina da Hervétia com a Dino Bueno (leia a coluna desta semana da editora de Política de Carta Maior, Maria Inês Nassif)
** SEXTA-FEIRA NEGRA NA EUROPA: fracassa negociação entre os bancos credores e a Grécia.
** agencia de risco rebaixa notas da França, Espanha, Portugal, Itália e Áustria
**Sarkozy ferido em pleno vôo eleitoral convoca gabinete de crise
**na próxima 4ª feira reúne-se o Copom
** em pauta, o primeiro ajuste da taxa de juro brasileira em 2012
** Selic de 11% tornou-se excrescência ortodoxa num mundo de incerteza crescente e super liquidez sem alternativa de investimento
** Brasil reúne segurança, boas opções e rentabilidade
** juro real da ordem de 5,5% é anomalia desnecessária e ideológica
** distorce o câmbio; corrói a indústria; asfixia o investimento.

TREINANDO . . .

COW-PAREDE BRASIL

O CUSTO ALTO DA AMBIGUIDADE POLÍTICA

95% dos pesquisados pela CNI/IBOPE afirmam que o ponto catalítico da insatisfação com o SUS, a demora nas filas, requer mais investimentos em médicos e equipamentos. Mas 96% são contra aumentar impostos para suprir as deficiências do setor e 82% consideram que recursos adicionais poderiam ser obtidos 'se o governo acabasse com a corrupção'. Em resumo, a sociedade comprou a lenga-lenga que pavimentou a extinção da CPMF em 2007, quando R$ 40 bi anuais foram subtraídos do orçamento federal, em operação lubrificada pelo jogral midiático da redução do ‘custo Brasil'. O tema voltaria ao debate no final de 2011 com a discussão da emenda 29. Inútil. Cristalizou-se a vitória da narrativa conservadora no imaginário brasileiro. Não por seu mérito. A esquerda --e como ela o governo da Presidenta Dilma, todo ele--contribuiu para esse desfecho. (Carta Maior; Sábado;14/01/ 2012)

CADÊ . . .

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SEXTA 13

SEXTA- FEIRA 13

Na numerologia, o 12 é considerado um número completo e o 13 é tido como um número imperfeito. Cristo foi crucificado numa sexta-feira’, explica historiador.
Ouvir

VAZOU TÃO MAMANDO D+ . . .


Veja uma outra diferença importante:
No nefasto periodo tucano(1995-2002), a Região Nordeste formava 1,4% dos Doutores (Phd) Brasileiros. Já ,em 2011, a participação Nordestina chegou a 10,5 % do total.
A interiorização dos IFETs, CVTs, (escolas técnicas e Centros vocacionais tecnológicos) e das Universidades federais irão impulsionar o setor de Ciencia e tecnologia.
O presidente Lula construiu 240 Escolas técnicas e a presidenta Dilma tem como mais 208 unidades. Há como como comparar esta realidade com aquele periodo horroroso da vida nacional onde falta recursos nas Universidades federais até para compra de produtos de limpeza… (desinfetante, papel higienico, sabão…etc), pois as restrições do FMI e a crise fiscal cobravam sua fatura. De novo tenho que protestar:
JK oficializou a corrupção, disparou a inflação, multiplicou a dívida e a dependência externas. Dilma faz exatamente o contrário, a alcunha JK de saias é ofensivo à presidenta Dilma, porque JK foi um maníaco obcecado por grandeza que afundou o pais para sempre construindo essa porcaria de Brasíla (o ideal e mais barato para interiorizar o país seria construir estradas, silos, fazer reforma agrária e agroindústrias).
Explico o para sempre. Não há mais como retornar a capital para o Rio. Todo país tem na sua capital um símbolo. Brasília é o que? O símbolo da prevaricação, do vale-tudo, da corrupção em escala planetária. Isso não seria possível numa cidade normal, onde os políticos ao saírem do trabalho, tivessem que atravessar a rua habitada por gente normal. JK f… com o Brasil e é incensado por gente incapaz de fazer uma análise um bocadinho mais profunda.
Eu ainda vou um pouco mais longe, JK encareceu o país fazendo as industrias do sul receberem matéria priima do nordeste ao invés de manter o polo industrial mais próximo da fonte. Com certeza seriamos outro país no setor industrial, pois portos e ferrovias além de estradas mais curtas para o desenvolvimento melhor da economia nesse setor, por isso JK como bom mineiro que foi pensou somente na sua região e nos aliados sulistas, deixando o norte e nordeste desse país as mínguas nesse setor, tendo que benefiar no sul e voltar novamente pro nordeste.
Com certeza eles sabiam disso naquela época, mas vaidade não tem preço.
E a desigualdade ficou instalada por anos a fio, só estou vendo mudanças reais dessa atrocidade do governo do PT pra cá, que tem um olhar mais técnico e não só de favorecimento pra determinadas regiões, é o que tem acontecido tecnicamente sobre a distribuição de verbas aonde a oposição e pig se vêem preocupados com esse novo, verdadeiro e mais coerente desenvolvimento do país, com mais justiça e igualdade em todos os setores.
A Presidenta Dilma é uma grande estadista como o Nunca Dantes. Aquele sorriso falso do picolé de chuchú não engana ninguém. Ele teve que dar mão à palmatória e aderir ao grande programa Minha Casa, Minha Vida. 2 014, só vejo a Dilma na frente!
BOBAGEM…
É só construir trens-bala de Brasilia até as maiores grandes capitais litorâneas ou não para prover maior mobilidade.
Nossa capital está muito bem no interior onde JK estrategicamente a colocou, protegida de qualquer desventura bélica que destruiria facilmente nossa capital, caso ela fosse na costa.
“O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBO – O que passa na glOBo é um braZil para TOLOS

JK - DE SAIA ?!?

Na solenidade do Minha Casa, Minha Vida, em São Paulo – clique aqui para ler “400 mil moradias em cima de 2 milhões” – , a Presidenta, o JK de Saias, disse, segundo o Estadão, na pág. A8:
Podemos ter nossas divergências (ao se dirigir ao governador tucano Geraldo Alckmin) eleitorais, mas, terminadas as eleições, essas divergências deixam de existir. O que mostra a maturidade do Brasil é essa relação que nós conseguimos estabelecer, independentemente de origem partidária, credo político e religioso ou opção futebolística,” disse a Presidenta.
Na primeira página, como de hábito, o Estadão, que não tem nenhum compromisso com a verdade factual, diria o Mino Carta, deu uma rasteira na Presidenta (será que o Estadão quer aderir à frente de apoio à Presidenta, e sentar-se ao lado do Eduardo Campos ?):
Dilma diz (sic) que diferenças com oposição são só ‘eleitorais’.”
As diferenças entre  a Dilma e o Alckmin, entra o PT e o PSDB são profundas, além de “eleitorais”.
E elas se concretizam nas eleições.
As divergências ficam claras, ali.
Nas três ultimas eleições presidenciais, por exemplo.
Os tucanos ficam ao lado da Privataria.
O Lula e a Dilma, contra.
Os tucanos acham o Bolsa Família o Bolsa Vagabundagem.
O Lula e a Dilma ampliaram o Bolsa Família e, agora, criaram o Brasil sem Miséria.
O Lula e a Dilma fizeram e fazem um Governo para criar uma ampla classe média.
O Governo do Cerra/FHC acentuou a desigualdade de renda e, quando deu emprego, deu emprego informal.
Cerra e FHC achataram o salário mínimo.
Dilma e Lula tem a mania de dar aumento real ao salário mínimo.
Cerra e FHC foram, de joelhos, três vezes ao FMI.
Lula saiu do FMI e agora empresta ao FMI.
Para ficar numa diferença atual, contemporânea.
Os tucanos de São Paulo enfrentam a tragédia do crack com balas e tiros.
Como o Cerra enfrentou os estudantes, professores e policiais grevistas.
E tem o “liberou geral” do jenio do FHC.
A Dilma tem um plano nacional de enfrentamento do crack, que dá ênfase ao tratamento e à recuperação.
Sem tiro.
Terminada a eleição, sobrevém o espírito republicano – a integração entre programas federais e estaduais, em benefício do povo.
O que não acontecia quando o Padim Pade Cerra governou (?) São Paulo e boicotou o ENEM para agradar à Folha (*).
E fez corpo mole com o Minha Casa, Minha Vida, para esconder a Dilma.
Civilidade “ não significa “identidade”.
Espírito “republicano“ não significa “adesão“.
Como demonstrou Ricardo Amaral – clique aqui para ler e ver a entrevista na Record News -, no livro “A vida quer é coragem”, a JK de Saias sempre teve um lado.
Do outro lado estão o Cerra, o FHC e o Alckmin.
O que as eleições demonstram de forma eloquente.
Do contrário, a eleição terminava em empate.
O Estadão faz qualquer papel.
E é capaz até de querer tirar uma casquinha no prestígio da JK de Saias.
Paulo Henrique Amorim
"Nos países com tradição democrática, a transformação política levou uns cem anos. Nós percorremos nosso caminho em cinco". (Mikhail Gorbatchov)

VAMU ABRE ?!?!

Wadih sobre documento da Coaf: mau exemplo corrói a democracia.
O presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, ao comentar o relatório do Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda) revelando que 3.426 magistrados e servidores do Judiciário fizeram movimentações consideradas "atípicas" no valor de R$ 855 milhões entre 2000 e 2010, afirmou que o cidadão quando vê um magistrado quer ter a certeza de que está diante de um homem ou uma mulher de bem, que dá bom exemplo aos seus concidadãos. "Qualquer suspeita em contrário corrói a Democracia", disse. Segundo o relatório, 81,7% das comunicações consideradas atípicas estão concentradas no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), Tribunal de Justiça da Bahia e o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo. Ainda segundo Damous, por serem remunerados pelos impostos pagos pelos cidadãos, é fundamental os acusados pelo documento do Coaf virem a público e exibirem os seus contra cheques. “Não é favor, é obrigação decorrente de mandamento constitucional”, concluiu o presidente da OAB-RJ.
ONG aponta 14 cidades brasileiras como as mais violentas do mundo.
Dados da organização não-governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal mostram que, das 50 cidades mais violentas do mundo, 14 estão no Brasil, 12 no México e cinco na Colômbia. Segundo a ONG, dos 50 locais avaliados, 40 estão na América Latina. A cidade que ficou em primeiro lugar no estudo foi San Pedro Sula, em Honduras, com uma taxa de 159 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em seguida, aparece a mexicana Ciudad Juárez, que fica na fronteira com os Estados Unidos e liderou o ranking por três anos seguidos. Em 2011, a taxa de homicídios foi de 148.

VENTRICULO . . .

Desmamado
O “fogo amigo” do PT contra o governador Eduardo Campos (PSB) “queimou” o aliado dele, ministro Fernando Bezerra (Integração), no Senado: poucos petistas apareceram para defendê-lo das denúncias.
Reforma política volta à pauta
A Comissão Especial da Reforma Política não conseguiu um acordo sobre o financiamento público exclusivo de campanha e de mudanças no sistema eleitoral em 2011. Desta forma, o relator da proposta e o presidente do colegiado, deputados Henrique Fontana (PT-RS) e Almeida Lima (PPS-SE), esperam que o texto seja melhor avaliado em fevereiro. “Desde que ficou definido que as mudanças não valeriam para as eleições de 2012, perdeu-se o sentido de pressa. Optamos por fazer um trabalho mais amplo e profundo para vigorar a partir de 2014”, disse o parlamentar. “O relatório não deveria ter sido votado mesmo não, ele precisa ser mais discutido com os partidos, com a própria sociedade, que apresenta alternativas”, afirmou Almeida Lima. Já o relator, considera que houve uma frustração ao não votar a matéria e isso prejudica a população brasileira. “Tem um custo político e institucional muito grande, no custo das campanhas e no tipo de governabilidade que se estabelece”, afirmou.

URINANDO SOBRE AS NOSSAS CABEÇAS

Por Saul Leblon, na Carta Maior.
A sensibilidade contemporânea foi em grande parte anestesiada pela naturalização midiática da violência social e política. Imagens e relatos burocratizados descarnam corpos e estatísticas de sua história e humanidade. Intencional ou não, o mecanismo dissolve a fronteira que separa a vítima do algoz. Mesmo o sangue, assim derramado, não deixa espaço para suas causas seminais. Às vezes um ruído cênico sacode a monotonia.
Risos sobre cadáveres, por exemplo. Soldados urinando sobre corpos sem vida. Vozes celebrando a 'chuva dourada' em corpos cinzas. Foi o que fez um vídeo postado no YouTube, na 4ª feira, em que mariners brancos, jovens, alegres aliviam suas bexigas e a humanidade que lhes resta sobre talibãs mortos a seus pés (
http://www.liveleak.com). Um carrinho de pedreiro ao lado dos corpos, despejados com alguma simetria, e a sincronia real ou simulada das bexigas, sugere que a exibição teve o dedo de um cenógrafo cuidadoso.
O virtuosismo amador ganhará seu minuto de glória para sucumbir em seguida no fluxo que já tragou outras cenas de horror. As fotografia vazadas de Abu Ghraib em 2004 e 2006, por exemplo; as fotos reveladas pela Der Spiegel, em março de 2011, em que soldados igualmente jovens, posam sorridentes segurando cabeças de afegães abatidos como se fossem troféus de caça; ou ainda a esquecida humilhação de prisioneiros em uniforme cenoura, encapuzadas e enjaulados de joelhos na base militar dos EUA, em Guantánamo, sem direito a julgamento, sem comprovação de crime, sem prazo para sair do limbo jurídico.
O buraco negro da monotonia ensandecida poderia ser sacudido se o conformismo midiático desse à perversão a sua contrapartida racional. Humanos são feitos de razão e circunstâncias. As circunstâncias desse desfrute de impunidade tem sua origem institucional no arbítrio de um poder que reafirma sistematicamente seu direito imperial de decretar o estado de exceção a um planeta reduzido à condição de fronteira estendida de seus interesses. Foi o que reiterou o simpático Barack Obama na nebulosa dispersão do último dia de 2011.
Horas antes de embarcar de férias ao seu Havaí natal, o democrata eleito com a promessa de fechar Guantánamo, revalidou o Ato de Autorização de Defesa Nacional. Na essência, o mesmo sancionado por Bush, há dez anos, que 'legaliza' a existência do campo de concentração e proíbe o ingresso de seus prisioneiros ao território americano, impedindo-os de desfrutar do direito a habeas corpus, do veto a prisão sem evidencia formal de crime e outros marcos de legalidade que distinguem uma democracia de um estado de exceção.
Dias depois, em cinco de janeiro, o mesmo Obama anunciaria cortes no orçamento da defesa compensados, como advertiu, pela ênfase em operações secretas. Leia-se: atos de sabotagem, guerra cibernética e ataques fulminantes a alvos específicos. A julgar pelos assassinatos em série que já mataram quatro cientistas ligados ao programa nuclear iraniano, vetado pelo Império, a nova doutrina tem eficácia comprovada.
O alívio aterrador de bexigas militares sobre cadáveres talibãs ampara-se em precedente institucional à altura: o jorro contínuo de cinismo institucional despejado pela grande bexiga do norte nas nossas cabeças.

CNJ

Coluna do Claúdio Humberto.
Licitação pulou de R$ 5 milhões para R$ 68 milhões.
Órgão de controle externo do Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça pode inclusive investigar denúncias contra magistrados, mas, e quem fiscaliza o próprio CNJ? A resposta a esta pergunta será decisiva na apuração da curiosa concorrência aberta e concluída no prazo recorde de nove dias, e cujos valores, estimados em R$ 5 milhões, saltaram depois para impressionantes R$ 68,6 milhões.
O CNJ nega direcionamento da licitação, que seria lastreada em pareceres técnicos.
Projeto base
A área de Informática fez o projeto de expansão da base de dados do CNJ, mas prevaleceu a proposta 14 vezes mais cara de uma empresa.

É LAMENTAVÉL . . . BÁRBAROS ! ! !

Barbárie é a menor palavra para tão inescrupulosa e violenta afronta aos direitos humanos, bárbaros, canalhas e cínicos.
Lamentável, lamentável e lamentável!!!!
Será que isso realmente é um País? ? 
Tudo o que pudermos fazer contra o império é pouco.
Não que o mundo esperasse coisas mágicas, mas a postura do Presidente dos EUA, eleito com tanto ar de mudanças, é muito decepcionante, quer nas ações, quer nos posicionamentos.
Para um político estadunidense, democrata e negro, ele está pior que um republicano.

TUDO É SÓ PREVISÃO ??!?

** Evento mais importante da próxima semana, na 4ª feira reúne-se o Copom.
** em pauta, o primeiro ajuste de 2012 na taxa de juro brasileira.
** Selic de 11% tornou-se excrescência ortodoxa diante das condições saudáveis do país e da super liquidez internacional órfã de opções rentáveis e seguras de investimento.
** em troca de segurança, investidores pagam para guardar o capital em títulos do Tesouro americano ou alemão, que dão retorno inferior à inflação.
** Brasil oferece segurança e rentabilidade, mas juro real da ordem de 5,5%  é anomalia ideológica.
** taxa distorce o câmbio, penaliza a indústria, encarece a produção e asfixia o investimento público,consumindo  5% do PIB no serviço da dívida: mais do que o gasto federal em saúde ou educação.
**em recente captação internacional de US$ 750 milhões, Tesouro brasileiro pagou a menor taxa de juro da história (3,4%).
** por que manter a engorda rentista no plano doméstico?
URINANDO SOBRE AS NOSSAS CABEÇAS
 O alívio aterrador de bexigas militares norte-americanas sobre cadáveres talebãs ampara-se em precedente à altura: o jorro contínuo de cinismo institucional despejado pela grande bexiga do Norte sobre as nossas cabeças.
(Carta Maior; 6ª feira; 13/01/ 2012)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

FLOR DO RECESSO

Ricardo Noblat*
“Sempre que o Congresso entra de férias no meio e no fim do ano, desabrocham o que o ex-deputado Thales Ramalho, secretário-geral do antigo MDB, chamava de “flores do recesso”. São assuntos destinados a ocupar largo espaço nos meios de comunicação até que o Congresso volte a funcionar. Irrompem de uma hora para a outra. Fenecem de repente.
De longe, a mais viçosa flor do atual recesso é a história do ministro Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, que usou quase 90% da verba do programa federal de prevenção de desastres naturais para socorrer Pernambuco, seu estado, vítima de duas inundações em 2010 e de uma no ano passado.
Cara de pau esse ministro… No ano passado, e novamente neste, fortes chuvas castigam meia dúzia de estados, fazendo transbordar rios, destruindo casas e estradas, matando e desabrigando gente. E o ministro só se preocupa com a terra onde mercadeja seus votos. Um abuso! É ou não é?
Inclua-me fora dessa! Em junho de 2010, duas inundações varreram parte de Pernambuco. Outra parte foi varrida em maio último. No total, cerca de 80 mil pessoas ficaram desalojadas e desabrigadas. Tombaram 16 mil casas, 600 escolas, seis hospitais de médio porte e 26 pontes de grande porte.
Em meio à terceira inundação, Dilma telefonou a Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, oferecendo ajuda. Ele pediu R$ 500 milhões para construir um sistema de cinco barragens capaz de evitar a repetição do flagelo. Dilma topou dar a metade. O estado daria o restante. Negócio fechado.
Há R$ 6 bilhões alocados em ministérios para uso em prevenção e combate a desastres naturais. O da Integração Nacional dispunha apenas de R$ 31 milhões.
Com o conhecimento de Dilma, remeteu R$ 25 milhões para Pernambuco - o que significa 10% do que foi garantido por ela. Ou 5% do preço das cinco barragens.
Minas Gerais recebeu no ano passado R$ 50 milhões para aplicar nas 80 cidades atingidas pelas chuvas de janeiro. Os reparos só foram concluídos em 15 delas. Há poucos dias, tiveram início em mais dez. Sumiu gorda parcela do dinheiro reservado para recuperar a semi-destruída Região Serrana do Rio de Janeiro.
São 251 as cidades com risco elevado de desastres naturais. A tragédia carioca que no ano passado custou a vida de mais de mil pessoas acelerou a montagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.
Precariamente, 56 cidades vem sendo monitoradas há dois meses - nenhuma fora de Sul e Sudeste. Ó paí, ó!
Eduardo lamenta a conduta do governo Dilma quando a imprensa, à falta de escândalos de verdade, imaginou estar diante de um - o primeiro de 2012. O governo poderia ter respondido a denúncia inaugural e abortado o barulho - mas não. Custou a reagir. Só o fez ao perceber com quem entrava em rota de colisão.
Lula trata Eduardo como se fosse um filho adotivo. Eduardo reelegeu-se vencendo o atual senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) em todos os 184 municípios de Pernambuco - em 102 deles com mais de 90% dos votos, em 47 com mais de 95% e em 23 com mais de 98%. Nenhum outro estado registrou vitória tão acachapante.
Coube à ministra do Planejamento repetir de público o que Eduardo havia dito sobre o acordo para a construção das barragens. Coube também à ministra avalizar tudo o que fez seu colega da Integração Nacional. Por fim, coube ao presidente do PT incensar as virtudes do PSB, precioso aliado.
Entre outras coisas notáveis, os pernambucanos se gabam de ter a maior avenida em linha reta das Américas e o maior shopping center do país. Já tiveram uma inesquecível casa em forma de navio. Debocham deles mesmos ao dizerem que os rios Capibaribe e Beberibe se juntam no Recife para formar o Oceano Atlântico.
Eduardo é o governador mais popular do Brasil com 90% de aprovação. A levar-se em conta a mania de grandeza dos seus conterrâneos, agora corre o risco de virar unanimidade.
*Ricardo Noblat é jornalista e escreve para ‘O Globo’.

OLHOS DA CARA

PRÉ-TEMPORADA . . .

MOTIVAÇÃO DO TÉCNICO

Osvaldo de Oliveira revela motivação especial por participar pela primeira vez do Campeonato Carioca: “É especial. Sempre acompanhei, desde os tempos de torcedor, mas agora estarei sentindo a emoção de perto, na beira do campo”.
O técnico levou o filho Guilherme, de cinco anos, ao treino de ontem. O garoto estava com uniforme do Botafogo, sem esquecer nem mesmo do detalhe das meias cinzas: “Ele leva jeito e o Barcelona já ofereceu cinco milhões de dólares” – brincou Osvaldo.
O único jogo-treino antes da estreia no Campeonato Carioca, dia 22 com o Resende, no Engenhão, será domingo, às 16 horas, com o Boavista, no Estádio Eucyr Resende, em Bacaxá, distrito de Saquarema.
O time tem a base definida: Jeferson, Lucas, Antonio Carlos, Fabio Ferreira e Marcio Azevedo; Marcelo Matos, Renato, Elkesson e Andrezinho; Maicosuel e Loco Abreu. O argentino Herrera foi tratar de assunto pessoal em Buenos Aires. Deve voltar hoje.
Os goleiros Jeferson, Renan e Rafael foram muito exigidos no treinamento de ontem pela manhã, no CT João Saldanha, na sede do clube, pelo treinador de goleiros Flávio Tênius.
Os dirigentes continuam empenhados em conseguir mais um lateral, de vez que o técnico só conta com Lucas e Marcio Azevedo. O argentino Rojas, da Universidad de Chile, custaria R$2 milhões, fora dos planos do clube.
A ideia de ter o zagueiro paulista Tanaka, naturalizado japonês, também está descartada porque ele ganha o equivalente a R$ 300 mil no Nagoya Grampus. O clube japonês também quer uma boa compensação para liberá-lo.

MAIS DUAS SAÍDAS

O zagueiro Gustavo e o atacante Caio estão de saída do Botafogo. O destino de ambos é a Portuguesa, que está reforçando o time para o Campeonato Paulista – 21 de janeiro a 13 de maio – e para a volta à Série A do Campeonato Brasileiro – 20 de maio a 2 de dezembro -, depois de ter sido campeã da Série B em 2011.
Com a contratação de Brinner, que disputou a Série B de 2011 pelo Paraná Clube, e a permanência de Antonio Carlos e Fabio Ferreira, que em princípio serão os titulares, o Botafogo admitiu a cessão de Gustavo, que está acertando o contrato com a Portuguesa, por indicação do técnico Jorginho, ex-meio-campo do Fluminense.
O atacante Caio teve todas as oportunidades, com Joel Santana e Caio Júnior, mas não conseguiu se firmar. Além do rendimento técnico insuficiente, é um jogador que está sempre reclamando da reserva e considerando que pode ser titular, o que não prova nos jogos. O clube ainda procura um atacante que possa realmente resolver o problema.
Além dos três goleiros – Jeferson, Renan e Rafael -, Loco Abreu também não participou do treino de ontem pela manhã na Praia do Leme. Os goleiros treinaram no campo do CT João Saldanha e o atacante uruguaio ficou na academia do clube fazendo reforço muscular. Hoje será mais um dia de treinos pela manhã e à tarde.

NA FIFA

A VER . . .

Se o povo quiser, existe uma solução
Nós honestos esperamos que o número de indecisos nessa eleição de 2012, os que ainda não sabem em quem vão votar, venha a ser adicionado ao número dos que conscientemente já declararam que não vão votar em nenhum "desses mesmos" candidatos bandidos impostos ao eleitor de goela abaixo pelos partidos políticos.
Agora, você sabia que numa eleição se 50%+1 dos eleitores legalmente registrados "votarem nulo" a eleição será anulada e os nomes dos candidatos dessa eleição não poderão mais concorrer?
Pense nisso quando for votar e vote nulo!
Ajude a limpar democraticamente a política no Brasil...
Seus filhos e netos se orgulharão do seu gesto!

VAI COMEÇAR ! ! !

O CORAÇÃO DA CRISE

O mundo está saindo do buraco ou a crise toma fôlego para mergulhar no porão do abismo? Há números e argumentos para cada gosto. Até geograficamente a dualidade se oferece na contraposição entre uma economia americana menos anêmica e uma Europa que se desmancha sob a ação de solventes financeiros e políticos. George Soros adverte: a lixadeira do arrocho fiscal vai corroer o que sobrou em camadas de recessão e deflação de ativos. No Brasil, respeitados economistas já falam em um ciclo internacional de pelo menos dez anos: 'A Grande Depressão'.
Como os governos podem reagir ao infortúnio? Decifrar a dominância financeira que gerou a crise e impede a sua superação é o desafio encarado por um grupo de economistas da Unicamp (Ricardo de Medeiros Carneiro; Pedro Rossi; Marcos Vinicius Chiliatto-Leite; Guilherme Santos Mello). Eles se debruçaram sobre o coração do capitalismo nos dias que correm: o mercado de derivativos. Num paper para debate ('A quarta dimensão: os derivativos em um capitalismo com dominância financeira') o grupo radiografa a singularidade teórica dessa roleta e dimensiona o tamanho da encrenca: US$ 600 trilhões, dez vezes o PIB mundial; 35 vezes a massa de ações negociadas em bolsas.
1. A característica fundamental desse mercado é que ele não se funda na propriedade jurídica dos bens, mas através de uma teia de relações financeiras apropria-se dos direitos sobre o desempenho dos ativos.
2. Tudo se passa, de certo modo, como se as relações de propriedade lhe fossem indiferentes, desde que resguardadas as condições de desregulação das finanças, com a garantia da livre circulação de capitais.
3. Um traço da natureza parasitária e especulativa dessa etapa é a sua capacidade de inserir-se no processo de acumulação sem a necessidade de um investimento inicial no ambiente físico da economia. Salta-se a trindade da acumulação (D-M-D), mas também representa um passo além da financeirização originalmente expressa na forma D-D (valorização via jogo de ações, por exemplo).
4. Na medida em que deslocam seu foco da esfera patrimonial para a do rendimento que os ativos propiciam, os derivativos levam o processo de descolamento da economia real ao ápice.
5. Nos contratos de derivativos fundem-se o dinheiro e o juro intrínseco a cada etapa da operação capitalista, adicionando-se um ganho de velocidade e mobilidade que atende à busca permanente de proteção face às incertezas inerentes à propriedade e valorização da riqueza no mercado capitalista.
6. A fuga da incerteza está presente em toda a história do capital. Mas é somente quando o sistema financeiro se descola dos controles do Estado, graças a uma ordem política que delibera nesse sentido, a engrenagem se emancipa.
7. A partir de então, um véu de opacidade recobre os verdadeiros protagonistas das gigantescas operações de transferência de riqueza que o mercado de derivativos promove em ambientes assépticos, dentro de ternos finos, escritórios de luxo e telas de cristal líquido high tec. A acumulação do capital fictício ganha autonomia extrema, integrando riscos e mercados, reduzindo tudo a commodities, inclusive moedas nacionais flanqueadas a partir da submissão de governos aos mandamentos da desregulação financeira.
8. Um jornalismo especializado, rudimentar, de um modo geral no conteúdo, mas prestativo na abordagem, impermeabiliza tudo com uma camada de verniz naval de legitimidade e eficiência. Ao mesmo tempo desqualifica-se a crítica heterodoxa. Coube a esse jornalismo distinguir Celso Furtado, o maior economista brasileiro, com a alcunha de jurássico. Fecha-se um círculo de dominação e legitimação de um poder que os economistas da Unicamp denominam como a 'quarta dimensão' das relações capitalistas, sendo as anteriores as relações de subsistência; a extração da mais valia e o dinheiro a juros ou financeirização da riqueza patrimonial.
9. O lucro de cassino das operações com derivativos deriva de apostas sobre a variação de desempenho de um ativo que não se possui.
10. Mas os ganhos na roleta condicionam a formação dos preços a vista pelo seu volume descomunal e agressiva capacidade de interligar planetariamente diferentes mercados.
11. Na evolução do processo capitalista, o cálculo econômico é progressivamente condicionado, por exemplo, pelo exercício de direitos financeiros sobre o resultado de uma empresa. A supremacia das exigências de retorno (crescentes) impostas pelos acionistas, fundos e investidores de um modo geral transmite-se em cadeia para o pátio da fábrica e daí para as relações trabalhista, para os valores sociais e também para o meio ambiente. Cortes de custos; intensificação produtiva; maximização de resultados extrapolam quaisquer possibilidade de convívio sustentável entre humanos e entre eles e a natureza.
12. A dinâmica dos derivativos determina e condiciona o custo e a expansão do crédito; maximiza a especulação com títulos de seguro contra calotes de dívidas soberanas; influenciaa formação da taxa de câmbio pelo canal especulativo do carry trade (lucro com diferenciais de juros entre duas economias distintas); distorce as cotações de commodities, exacerbando tendências e volatilidade.
13. Tudo se torna perigosamente pró-cíclico, ao mesmo tempo em que as defesas do Estado recuam e a capacidade política e operacional de reação às crises definha.
14. O mercado de derivativos se sobrepõe aos demais na medida em que consegue se impor como uma esfera de poder e riqueza relativamente desconectada dos fundamentos e, não raro a contrapelo da economia real, que influencia e distorce, sem se dar ao trabalho de pisar no chão firme da fábrica ou assumir diretamente a aspereza da luta de classes. .
Sua hora da verdade fica por conta das crises. A crise põe em xeque a desregulação das finanças, a vulnerabilidade dos Estados, o crédito irresponsável e o endividamento temerário. É portanto uma crise dos próprios fundamentos da lógica hegemônica dos mercados derivativos que todavia subsistem como força política com músculos para disputar o passo seguinte da história. A ver.
Urnas eletrônicas e fraude nas bombas de gasolina, por aí dá pra pensar: as urnas eletrônicas são ou não, passíveis de fraude? Quem frauda uma bomba de posto de gasolina do jeito que fizeram, pode muito bem fraudar uma urna eletrônica.
Postei aqui várias vezes minha indignação com a reeleição desses canalhas da câmara e do senado.
Os fraudadores eletrônicos considero importante que as investigações sobre as fraudes nas medições de combustíveis denunciadas na TV se aprofundem até descobrir quem foi o engenheiro, técnico ou programador que projetou as placas da fraude.
Considero que até o CREA deve se envolver na investigação.
Afinal, não é qualquer "zé das couves" que consegue desenvolver o sofisticado sistema de fraude.
Precisamos honrar a nossa profissão, afinal, estudamos e nos formamos para fazer o bem para a sociedade, não prejudicar os outros.

ENTRE REMEDIAR E PREVENIR

Por Carlos Chagas.
Nos idos de 1966/67 o Rio viu-se presa de  profunda tragédia gerada pelas águas. Morros despencavam,   edifícios inteiros desmoronavam, casas desapareciam , avenidas viravam rios e rios transformavam-se em enormes lagos. O governador Negrão de Lima reuniu o secretariado debaixo de virulentas críticas por parte da imprensa e tomou duas decisões: remediar de imediato os efeitos da catástrofe e iniciar, ao mesmo tempo,  uma política de prevenção. Mobilizaram-se recursos para a contenção das encostas, a fixação de pedras monumentais que ameaçavam precipitar-se lá de cima. Dragaram-se rios e até se desviaram  cursos  que desaguavam no pequeno estado da Guanabara – tudo junto com o atendimento às populações atingidas, a recuperação de pontes e rodovias  destruídas e de ruas arrasadas, bem como  a construção de casas populares para a  transferência dos desabrigados. O governo federal pouco ajudou, Negrão era do MDB em plenos anos bicudos,  mas, mesmo assim, o Rio livrou-se da maior parte das consequências da chuva que continuou  caindo nos anos posteriores.
A presidente Dilma reuniu-se ontem com cinco ministros mais diretamente afetos aos danos verificados em diversas regiões do país por conta do aguaceiro que nos atinge.  Ficou  clara a  necessidade de duas linhas de ação igualmente prementes:  reparar, ou seja, remediar os  efeitos do  dilúvio que repete o verão do  ano passado, recuperando os estragos materiais  e atendendo as populações atingidas,  mas iniciar, desde já, amplo programa de prevenção para evitar, em 2013, as mesmas cenas abomináveis. Necessita o governo federal imitar a ação de um dos maiores governadores de que o Rio já dispôs.  Aquela dramática situação   estadual virou nacional, sabe-se lá porque desígnios da natureza.  Não basta atender os aflitos e remendar com obras de emergência o que foi destruído. Faz muito que arquivar as preocupações quando as águas baixam tornou-se  prática permanente das autoridades públicas. É preciso prevenir. Atuar antes que as coisas aconteçam de novo.    Buscar no exemplo de  54 anos atrás o roteiro para tirar o Brasil do sufoco.
AS DEVIDAS PROPORÇÕES.
 Por maiores méritos que possua o governador Eduardo Campos, com 90% de aprovação em Pernambuco, é preciso reduzir às devidas proporções  sua  influência  na sucessão presidencial de 2014. Alguns açodados defendem que ao governador tudo deve ser concedido, em nome da permanência do Partido Socialista na coligação  que sustenta o palácio do Planalto. Melhor ir com calma, ou seja, atendendo o neto de Miguel Arraes em tudo o que for possível, mas tendo presente que pouca influência ele  terá caso permaneça no bloco  governista atual  ou  ceda ao canto de sereia dos tucanos, prontos para oferecer-lhe a candidatura a vice-presidente na chapa cuja cabeça permanece indefinida.   Claro que Eduardo Campos reforçaria a indicação de José Serra mil vezes mais do que o desconhecido Índio da Costa,  imposto pelo DEM. Ou comporia  com Aécio Neves uma aliança tão política quanto geográfica.  Dispondo-se a disputar  a presidência, salvo inusitado, suas chances seriam nulas.
PRESIDÊNCIA EM CONDOMÍNIO.
Carlos Lupi reassumiu a presidência do PDT, ontem, mas em condições bem diversas daquela quando sucedeu Leonel Brizola. O ex-ministro do Trabalho desgastou-se, menos nas funções exercidas desde o governo Lula, mais na tentativa desesperada de permanecer, num período em que  até as cartomantes previam sua queda.
De novo no comando da legenda trabalhista, Lupi precisa  optar entre a tentativa do reinado absoluto que já exerceu ou uma gestão em condomínio. Passou o tempo de viver cercado de sabujos, necessitando agora de dar voz e voto aos setores dele mais afastados, a começar por  Cristóvan Buarque.
O saudoso Adolpho Bloch sempre dizia que os judeus perderam Jesus Cristo por falta de relações públicas. O PDT perdeu Dilma Rousseff mais ou menos pelos mesmo  motivos.
AGORA OU NUNCA.
Precisa definir-se o Alto Tucanato paulista. Ou convence José Serra a candidatar-se à prefeitura paulistana,  fincando bases permanentes no terreno da sucessão presidencial de 2014, ou arrisca-se não apenas a perder o Ibirapuera, mas antecipadamente também o Planalto. Levando a dicotomia Serra-Aécio  até às vésperas da escolha do novo presidente da República, a conseqüência será a  reeleição de Dilma. Reforçando o predomínio em São Paulo com a eleição do novo prefeito da capital, aliado ao governador,  as coisas não ficarão fáceis para o PT, no plano nacional. Em especial com Minas fechada em torno de Aécio Neves. O problema é que José Serra precisa definir-se o quanto antes, para que os tucanos preparem seu plano de vôo para Brasília.

AINDA AS ANTI-REFORMAS

Por Carlos Chagas.
Foi para não ver derramado sangue brasileiro que o presidente João Goulart impediu a Força Aérea de bombardear com napaln as reduzidas tropas do general Mourão Filho na divisa dos estados de Minas e Rio de Janeiro, em 1964. Três dias depois partiu para o exílio no Uruguai, com a mesma determinação. É dúvida se sabia ou não que com aquele gesto encerrava o capítulo das reformas de base em nosso país, já que tinha esperança de retornar em breve. De qualquer forma, de lá para cá, ninguém pensou mais nas reformas de base, fosse nos governos militares, no alvorecer da Nova República, no consulado do sociólogo ou mesmo no período em que fomos geridos por um sindicalista. Nem agora, sob o mandato da gestora-sucessora. Claro que todos os presidentes levantaram cortinas-de-fumaça, prometendo a verdadeira redenção do trabalhador, mas só fizeram asfixiar seus reclamos, sob rótulos os mais variados.
De Castello Branco ao Lula, nenhum deles impulsionou para valer a realização de mudanças estruturais em nossa vida social. Do voto do analfabeto que o primeiro general-presidente alardeou, ao bolsa-família do operário que preferiu o assistencialismo, não se ouviu falar mais, para valer, da participação dos assalariados no lucro das empresas, da co-gestão, da justa atualização do salário-mínimo com as necessidades das massas, da contenção dos lucros abusivos e dos privilégios das elites. Pelo contrário, foram sendo sistematicamente suprimidos os direitos um dia estabelecidos por Getúlio Vargas. Dos militares, que fizeram o dever de casa imposto pelo empresariado, acabando com a estabilidade no emprego, a progressão chegou a esse ridículo salário-mínimo de 622 reais. Lembra-se que Fernando Henrique beneficiou o capital internacional e nacional, empenhado em cuidar do andar de cima sem olhar para o porão, mais ou menos o que o Lula continuou, mesmo contrabalançando com migalhas as agruras de parte dos miseráveis.
Por que se recorda esse processo cruel? Porque mais um episódio começa a ser preparado na novela. As elites pretendem que 2012 venha a ser o ano da “reforma trabalhista”, melhor seria dizer, da anti-reforma. Sob o pretexto de que os direitos do trabalhador prejudicam o desenvolvimento das empresas, querem reduzir os impostos sobre as folhas de pagamento, acabar com as indenizações no caso das demissões imotivadas, assim como extinguir o décimo-terceiro salário e as férias remuneradas, pela sua divisão em doze parcelas anuais, que logo seriam tragadas pelos baixos salários.
Seria hora de as centrais sindicais se organizarem para a resistência, já que nem pensam nas reformas de base. Mas do jeito que elas se comportam, nem haverá que esperar.

EM VEZ DE VAIAS, APLAUSOS RETUMBANTES

Por Carlos Chagas.
Os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte estavam na reta final  absorvendo o ano de 1987 e entrando por 1988 num lento arrastar de conflitos entre os ditos democratas e os supostos progressistas. Parte da opinião pública começava a criticar o dr. Ulisses,  todo-poderosos  presidente, que diante de impasses intransponíveis encontrara a solução brasileira, mesmo contrária aos mais elementares princípios de Direito: o que  não pudesse ser acordado para integrar a Lei Maior ficaria para a Lei Menor, ou seja, leis complementares e  ordinárias decidiriam questões obrigatoriamente constitucionais.
Certa noite, em Brasília,  o dr. Ulysses refugiara-se com alguns amigos na casa do jornalista Afrânio Nabuco,  quando se lembraram de jantar. O velho manifestou desejo de comer churrasco.    Como se encontrava no grupo o empresário Celso Kaufmann, veio a sugestão para fossem a uma  churrascaria de sua propriedade. Foram, mas tiveram a  surpresa de ver a casa fechada para o público, posta à disposição de mais de uma centena de funcionários do Banco do Brasil, que lá confraternizavam. A primeira reação foi de buscarem outro restaurante, mas Kaufmann tomou-se de ares de patrão e, contrariando sua natureza amena, chamou o chefe dos garçons e disse que  preparassem uma mesa extra para seus convidados. Alguém alertou que precisariam   passar pelos servidores públicos em festa, mas agastados com a negativa de alguma pretensão na Assembléia Nacional Constituinte. Seriam  bem capazes de entoar  vaias ao reconhecer o deputado paulista. Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares e outros  estimularam Ulisses a  enfrentar a situação. Entraram pela porta principal e logo os comensais perceberam sua  presença.  Seguiu-se um segundo de espanto e de repente os funcionários todos prorromperam em monumental  aplauso que durou dez minutos. Entusiasmado, ele encontrou um microfone e pronunciou vibrante discurso, feliz da vida.
Tempos depois Afrânio Nabuco ainda comentava  o episódio quando Celso Kaufmann revelou: tivera tempo de reunir os garçons, determinando-lhes que cada um fosse para um dos cantos do salão.
Quando o dr. Ulisses entrasse,  deveriam bater vigorosas  palmas e gritar com veemência o nome dele, estimulando a platéia a fazer o mesmo...
Emenda parlamentar.
Maior gato já inventado por estes que em época de eleição dizem que nos representam. Mostra a incompetência do executivo, que propicia ao parlamentar administrar o dinheiro do contribuinte na forma que vemos.
Não passa de campanha politica renomeada de emenda.
O ministro da integração é exemplo claro.
COLUNA DO CLAÚDIO HUMBERTO.
Governo de Minas nem sabe se pediu dinheiro a Dilma.
Enquanto Minas Gerais naufraga com as enchentes que atingiram mais de cem cidades, o governo do Estado sequer sabe o total de recursos pedidos ao governo federal e recebidos para a prevenção de desastres naturais. O governador Antônio Anastasia (PSDB) alega que cabe às prefeituras pedir a verba, pois “conhecem melhor a realidade dos municípios” e receberam treinamento para apresentar projetos à União.
Levantamento

Também atingido por enchentes, o governo do Rio afirma ter recebido R$ 456 dos R$ 665 milhões pleiteados para obras de prevenção.
 Adiantou?

A maior parte dos recursos, R$ 330 milhões, foi liberada pelo Ministério das Cidades para Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.
Nem pensar

O governo não cogita mudar o ministro da Agricultura, nem o ministro Moreira Franco deseja o cargo. Até brincou: “Tenho senso do ridículo”.
Mendes fica

O deputado Lúcio Vieira Lima (BA) avisa: “Não passa na bancada do PMDB a substituição do ministro Mendes Ribeiro”.
Como se pode perceber por aqui, o grande aliado da mídia corporativa é a sede exclusivista de alguns membros do PT.
Isolados politicamente, companheiros, restar-nos-á a santificada companhia do Psol, a contemplar, do alto das nuvens a que ascendem os puros d'alma, os fatos que ensejarão o lançamento do segundo livro de Amaury Ribeiro Junior: "A Privataria Tucana II, O Retorno".
Aliás, o ex-deputado federal pelo PPS, Augusto Carvalho, o que coordena a ONG que acusou levianamente o ministro.
Naquele tempo ele era apenas um membro do PCB e presidente do sindicato dos bancários, não o sabia ainda como o pelego que hoje se revelou.
O que eu acho interessante é que ninguém da nossa prestigiosa e isenta imprensa golpista fez a conexão entre um "careca" e o "outro careca". Ou entre os seus respectivos acessores....
Ou seja, pegaram um arrecadando os tubos de dinheiro e o outro precisando para uma campanha presidencial que se avizinhava.
O primeiro candidato a vice do último.
2012 tucano: CPI da Privataria, e agora estranha doação milionária.Mulher de empresário flagrado em vídeo pagando propina no mensalão do DEM em Brasília fez a maior doação de uma pessoa física na eleição de 2010: R$ 8,2 milhões para a direção nacional do PSDB. Escândalo custou cargo de governador do Distrito Federal a José Roberto Arruda, o outro 'careca' que o presidenciável tucano de 2010, José Serra, cogitou de vice.

O TAMANHO DA ENCRENCA

O mundo está saindo do buraco ou a crise toma fôlego para mergulhar no porão do abismo? Há números e argumentos para cada gosto. No Brasil, economistas já falam em um ciclo internacional de pelo menos dez anos: é 'A Grande Depressão', arrisca Ioshiaki Nakano. Decifrar a dominância financeira que gerou a crise e impede a sua superação é o requisito encarado por um grupo de economistas da Unicamp coordenado por Ricardo Carneiro. Eles se debruçaram sobre o coração do capitalismo nos dias que correm: o mercado de derivativos. O grupo radiografa a singularidade teórica dessa roleta e dimensiona o tamanho da encrenca: US$ 600 trilhões, dez vezes o PIB mundial; 35 vezes a massa de ações negociadas em bolsas. A característica fundamental desse poder é que ele não se funda na propriedade jurídica dos bens, mas se apropria dos direitos sobre o seu desempenho. Sem um antídoto aos fundamentos, pode-se até mitigar etapas da queda. Mas será difícil escapar do buraco negro escavado por anos de perdas e danos (Carta Maior; 4ª feira; 10/01/ 2012)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

BLOGUEIRA CUBANA YOANI SÁNCHEZ

Lula sugere que jornalista cubana envie carta a Dilma para entrar no país
O ex-presidente Lula aconselhou nesta segunda (9) que a jornalista cubana Yoani Sánchez, autora do Blog Generación Y, envie uma carta à presidente Dilma Rousseff para conseguir a permissão para visitar o Brasil. A informação é do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que visitou hoje o ex-presidente. A jornalista pretende comparecer à exibição, na Bahia, no dia 10 de fevereiro, do documentário "Conexão Cuba/Honduras", do qual participa como entrevistada. Segundo o senador, ele vai encaminhar a sugestão de Lula para Yoani. Em vídeo divulgado semana passada, a jornalista fez um apelo à presidente para que colabore no diálogo com as autoridades cubanas.
PT veio para ficar o PT- Partido dos Trabalhadores, nasceu, foi fundadado por um grupo de operários, metalurgicos, intelectuais, religiossos em 1980 e que por sua persisitencia, ousadia, coerencia principoalmente de seu lider maior, Luis Inácio Lula da Silva atraves do votos da maioria do povo brasileiro chegou ao poder em 2003, foi reeleito e ainda por cima fez sua sucessora.
É considerado um dos melhores Presidentes do Brasil, terminou seu mandato com 85% de aprovação, os acertos do partido foram bem maiores do que os erros, o povo sabe que o DEM, PSDB, PP, PTB, PR pela ordem são os campões Nacionais da roubalheira.
PT neles.

A HORA DE OS SOLDADOS VOLTAREM

Por Carlos Chagas.
Por melhores que sejam as intenções e as iniciativas internacionais, um soldado estrangeiro armado transitando em terra estrangeira será sempre considerado inimigo pelas populações locais. Esse é o obstáculo intransponível às chamadas Forças de Paz, de Guerra, Coligações ou sucedâneos espalhadas pelo planeta. Não houve paz enquanto tropas americanas continuaram no Iraque, de onde se diz que saíram, ou continuam no Afeganistão e alhures.
A propósito, é sempre lembrada como exemplo a história daquele jornalista, comunista empedernido, na Itália, que dirigia um pequeno matutino há muito proibido por fascistas e nazistas. Quando as tropas do general Mark Clark estavam nos subúrbios de Roma e os alemães já tinham fugido, os jornais da capital italiana prepararam manchetes patrióticas a respeito da entrada dos soldados: AMERICANOS, MUITO OBRIGADO!”, “BENVINDOS, SALVADORES DO UNIVERSO!”, “VAMOS APLAUDIR OS DEMOCRATAS QUE CHEGAM!” e coisas parecidas. Pois o nosso confrade vermelho preparou a primeira página do jornal há tanto tempo proibido com a manchete: “AMERICANOS, FORA DE ROMA!” Era a premonição do que viria depois.
Vale o mesmo para a presença brasileira no Haiti, ainda que por enquanto falte a exortação de “BRASILEIROS, GO HOME! Que não tarda a ser impressa. Até nossa seleção de futebol foi jogar lá, para agradar a população e demonstrar que somos amigos. Não adiantou nada. Fica indignado cada haitiano que vê passar um carro de combate cheio de soldados brasileiros, mesmo que estejam indo apaziguar uma briga interna ou distribuir água ou comida. Sem falar nos inevitáveis entreveros muitas vezes provocados por maus elementos, quando não por patriotas sequiosos de independência.
Está na hora de o governo brasileiro repensar nossa presença naquele infeliz país. Somos invasores, quaisquer que pareçam os bons propósitos de impedir o caos e tentar levar a tranquilidade a uma sociedade posta em frangalhos. E de ajudar em suas piores hora, quando do passado terremoto, da fome permanente e das inevitáveis epidemias. Nossos contingentes não são tidos como libertadores, mas como invasores e intrusos.
Há anos suportamos o ônus de cumprir determinações das Nações Unidas. Está na hora de nossos soldados voltarem. Ainda semana passada morreu um de nossos soldados, em acidente de trânsito. Precisava?
HORA E VEZ DE TANCREDO.
Silvio Tendler, cineasta empenhado em recuperar a memória nacional, já nos deu monumentais documentários sobre João Goulart e Juscelino Kubitschek. Resgatou a trajetória dos dois ex-presidentes e depois dedicou-se a um terceiro, Tancredo Neves. Ajudado pelo jornalista José Augusto Ribeiro, mandou para as telas e telinhas material de primeira qualidade, já se constituindo em contribuição fundamental para o historiador do futuro. E para todos nós, do presente, os que conheceram e os que não conheceram a saudosa raposa política mineira.
Entre mil episódios da vida de Tancredo, vale pinçar um dos que estão sendo apresentados por Silvio Tendler:
Tancredo iniciava sua campanha para a presidência da República e conversava, como quase todas as manhãs, com José Hugo Castelo Branco, Francisco Dornelles, Hélio Garcia, Mauro Salles e outros. Estava sendo um massacre, pois cada um dos interlocutores criticava o candidato, fosse por suas abordagens serenas a respeito de temas político-institucionais, fosse por sua postura amena nos palanques ou até por conta das regiões que precisava e ainda não tinha visitado.
De repente Tancredo levanta-se, dedo em riste e manda que se dirijam porta a fora. Dispensava-os todos, com rispidez. Um deles voltou-se e perguntou: “para onde nós iremos, dr. Tancredo?”
Resposta sutil, à qual seguiu-se uma malicioso toque de humor: “ora, vão para a campanha do Maluf, que é o lugar de vocês...”
UM FIO DE ESPERANÇA.
Resposta direta ou não ao horror que ainda assola os subúrbios do Rio, apesar das Polícias Pacificadoras, a verdade é que a Polícia Federal, auxiliada pelas polícias de diversos estados, vem apreendendo quantidades jamais imaginadas de cocaína, maconha, craque e outras drogas, bem como prendendo montes de traficantes.
É a melhor resposta para enfrentar o crime organizado: atingí-lo no bolso, causando-lhe prejuízos capazes de desarticular suas atividades. Permanecer no morro e às vezes levando tiros pode tornar-se necessário, mas adianta muito pouco quando se sabe que atrás de um traficante eliminado virão outros, já escolhidos à maneira dos planos de estado-maior nas batalhas. Atacar e destruir suas provisões parece mais inteligente e mais eficaz. E, se possível, invadir os gabinetes refrigerados, no asfalto, dos verdadeiros chefões do tráfico.

PEGA PRA PAGAR . . .

MAIS UM NA MARCA DO PÊNALTI

Por Carlos Chagas
De novo em Brasília, apesar de só voltar ao palácio do Planalto segunda-feira, a presidente Dilma poderá ter incluído mais um nome em sua lista de possíveis ministros substituíveis na reforma prevista para este mês. É o titular da Integração Nacional, Fernando Bezerra, que fez a emenda ficar pior do que o soneto, esta semana. Flagrado por haver destinado a Pernambuco 90% da verba liberada cujo destino era prevenir e recuperar cidades atingidas por enchentes, o ministro rebateu mas chutou contra sua própria meta e fez o gol. Declarou que não poderia discriminar seu estado natal só porque nasceu lá, quando na realidade não discriminou, mas privilegiou. Disse mais que agiu assim porque os projetos das cidades pernambucanas foram bem feitos, ao contrário das similares de outros estados. Com luvas de pelica, o governador de Minas, Antônio Anastásia, não reagiu. Nem Sérgio Cabral, do Rio. Mas deveriam, porque cidades mineiras e fluminenses sofreram muito mais e continuam à míngua, em matéria de recursos.
Ninguém sabe o que se passa na cabeça da presidente Dilma, em termos de mudanças no ministério, exceção das iniciativas óbvias que precisará tomar, como designar o novo ministro da Ciência e Tecnologia, com o deslocamento de Aloísio Mercadante para a Educação, dado o pedido de exoneração de Fernando Haddad para candidatar-se à prefeitura de São Paulo. Mais a designação do novo ministro do Trabalho, ocupado por um interino desde a queda de Carlos Lupi. Admite-se, ainda, a substituição de Mário Negromonte, das Cidades. Só para ficar na linguagem do futebol, porém, a verdade é que Fernando Bezerra encontra-se na marca do pênalti. E não como batedor.
A LEI MAIOR E A LEI MENOR.
Saiu-se o governador Agnelo Queirós, de Brasília, com outra bobagem. Sancionou lei oriunda da Câmara Distrital proibindo que o carona possa fumar no carro onde o motorista já se encontra proibido, no qual viajam crianças e gestantes. Não se discute o efeito do cigarro nos fumantes passivos, que é pernicioso. Muito menos a impossibilidade de fiscalização por parte da Polícia Militar, já que para saber se uma passageira está grávida, será preciso que o guarda meta a cabeça na janela do veículo ou peça a todas as senhoras para descerem, de preferência com atestado médico.
O ridículo nessa história é que se alguma criança ou gestante der sinais de asma, bronquite ou coisa pior, por conta da fumaça dos adultos, precisará ir ao hospital ou ao posto de saúde. Ficará a madrugada e o dia inteiro na fila, sem ser atendida, ouvindo depois que faltam médicos pneumologistas.
Em Direito, existe a hierarquia das leis: a maior prevalece sobre a menor. Que tal o governador cumprir primeiro a disposição de que todo brasileiro tem direito a tratamento gratuito de saúde, em boas condições, e depois mandar seus policiais fiscalizarem o uso do cigarro?
TELEJORNAIS OU DELEGACIAS DE POLÍCIA?
Não falamos do Datena, que tem seu espaço garantido, mas do exagero hoje vulgarizado nos telejornais, com raríssimas exceções. Da manhã às altas horas da noite, muito mais da metade das matérias apresentadas referem-se a crimes, violência e catástrofes acontecidas no dia, na véspera e até semanas antes. Com o agravante de que transformam notícias em espetáculos onde aparecem imagens chocantes, depoimentos trágicos e explorações descabidas. É claro que cabe aos meios de comunicação divulgar tudo o que se passa na sociedade. Se a criminalidade aumentou, se a violência impera, se os vícios predominam e a miséria duplicou – tudo deve ser transmitido. Mas na devida proporção, porque outro tipo de informação também existe. Em especial quando, não raro, é mostrada a dificuldade encontrada por um cabritinho, na China, para sair do precipício em que caiu.
Argumentam as redes de televisão que trabalham em função da audiência, sustentáculo da publicidade e do faturamento. Se é isso que o telespectador quer, é isso que receberá. Seria bom pôr em dúvida o círculo vicioso, porque ninguém garante que o cidadão deixará de apreciar outras matérias, se recebê-las.
FATIAMENTO SÓ MAIS TARDE.
Observadores da vida parlamentar aproveitam o recesso para tirar algumas conclusões. Uma delas é de que depois da ampla reação do eleitorado do Pará, contra a divisão do estado em três, ficam prejudicadas as propostas de retaliação do Amazonas, Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Bahia e Minas. Na maioria dos casos, são políticos e não econômicos os projetos tramitando ou dormindo nas gavetas do Congresso. Devem-se à ambição de deputados ou senadores ávidos de garantir-se e até de concorrer aos governos dos novos estados, a prefeituras das novas capitais ou a cadeiras nos tribunais de contas a ser criados. Sem falar no sumidouro de recursos em que esses novos estados de tornariam, claro que tudo correndo por conta do governo federal. O mapa do Brasil continuará o mesmo, por muitas décadas.