sábado, 10 de julho de 2010

Esta é a liberdade de imprensa que esta corja tanto defende. Para mim e para qualquer pessoa educada, respeitosa e com o mínimo de bom senso, este tipo de "jornalismo de esgoto" é coisa de covarde e canalha, simples assim. Gostaria de saber se este canalha do Josias visse uma charge de sua mãe retratada como uma prostituta se ele iria defender esta tal de "liberdade de imprensa" tão oportuna para estes tipos de pulhas. A nossa resposta virá no próximo outubro de 2010. O povo brasileiro não aceita mais este tipo de gente.

AGORA, HOJE, AMANHÃ

A Alemanha voltou sorrindo para casa, e o Uruguai também, amanhã alguém vai chorar, nos países baixos que ficam ao norte da Europa, ou na extensão da jangada de pedra sob o sol vermelho e amarelo. Amanhã este planeta esférico vai completar mais uma volta, e depois mais outra, e cuidem de seu tempo, meninos e meninas. Ele não para, mesmo quando a gente acha que consegue aprisioná-lo em noventa minutos, mais os acréscimos. Sempre há os acréscimos, para o bem ou para o mal.

“and then one day you will find: Ten years you’ve got behind you… No one told you when to run… You missed the starting gun….

MACHISMO

FINAL

MADALENA DO JACU

Prostituta não é jamais sinônimo de mau-caratismo.
Portanto, fico com as prostitutas.
Talvez por isso a Daspu sobrevive à Daslu.
"Madalena, Madalena
Você é meu bem querer
Eu vou falar pra todo mundo
Vou falar pra todo mundo
Que eu só quero é você
Eu vou falar pra todo mundo
Vou falar pra todo mundo
Que eu só quero é você"
Madalena do Jucu - Martinho da Vila.
Composição: Cultura Popular Capixaba

ECOS DE UMA CHARGE INFAME

EDUARDO GUIMARÃES - Blog da Cidadania
Nani, o cartunista que retratou a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, como uma prostituta, na tentativa de reagir às críticas publicou em seu blog supostas charges que teria feito há anos quando FHC era presidente, retratando-o, também, como uma prostituta.
Em apoio ao cartunista, gente como Reinaldo Azevedo, apoiador do candidato tucano à Presidência, José Serra, diz que “petista não tem senso de humor”. Comentaristas de blogs, simpatizantes do adversário de Dilma, José Serra, chegam a dizer que prostituta não é ofensa.
Ziraldo, outro cartunista, considera a charge de Nani “de mau gosto”, mas, em nome da corporação dos chargistas, apóia o “direito” do colega de insultar as pessoas desse jeito, nesse nível.
Não é preciso ser muito entendido de política e minimamente conhecedor da alma humana para concluir que a maioria dos petistas não gostou da charge de Nani porque o alvo foi a candidata deles, e que a maioria dos tucanos gostou porque não foi com o candidato deles.
O nível dos comentários no blog de Nani, é desalentador. Os indignados com a charge, em boa parte atacam as mulheres da vida do cartunista, e os satisfeitos, dizem, escancaradamente, que Dilma é mesmo uma prostituta.
Nunca tinha visto a charge de Nani mostrando FHC como prostituta. Se tivesse visto, teria reprovado da mesma forma que reprovei a charge contra Dilma. E Nani ter desrespeitado FHC não lhe dá o direito de desrespeitar Dilma.
Contudo, todo mundo sabe que para homens e para mulheres há dois insultos sexistas distintos considerados inaceitáveis. O insulto que mais fere uma mulher é dizê-la prostituta; o que mais fere um homem, é dizê-lo gay.
O fato é que não apóio esse tipo de coisa mesmo para os políticos dos quais não gosto. Meus leitores mais antigos sabem como critiquei o PT por atacar a suposta preferência sexual de Gilberto Kassab. E também critiquei duramente a invenção de um segundo filho ilegítimo de FHC.
Não vi a charge que Nani fez de FHC provavelmente porque ela não ganhou destaque da imprensa como ganhou a charge de Dilma ao ser publicada no maior portal de internet do Brasil, no blog de um jornalista que tem amplo destaque naquele portal.
Em ano eleitoral, o destaque que o blogueiro da Folha de São Paulo Josias de Souza deu à charge insultuosa de Nani, a meu ver constitui infração eleitoral grave dos dois, blogueiro e cartunista, além de uma canalhice sem limites.
Essa charge de Dilma guarda sintonia com o que as hordas tucanas na internet dizem sobre ela. Uma simples busca no Google revela que “prostituta” é um dos insultos mais usados contra a petista. Há todo um contexto envolvendo os ataques do blogueiro e do cartunista.
Josias atacou Dilma antes da mesma forma. Já publicara, em seu blog, foto dela e de Marta Suplicy sob uma legenda contendo as palavras “vadias” e “vagabundas”. Ou seja: há uma “lógica” na atitude de Josias que deve ser destacada à Justiça.
O Brasil não merece uma campanha eleitoral desse nível. O povo brasileiro quer saber como melhor se pode aproveitar o momento magnífico em que o país se encontra. Só isso.
Uma divulgação mais ampla de um ataque como o de Josias e Nani seria até benéfica para Dilma. Ninguém decente aceita que uma mulher seja chamada prostituta, a menos que seja prostituta de fato.
Dizem que o PT quer processar o cartunista e o blogueiro. Acho que o mais correto é representar contra eles na Justiça Eleitoral, inclusive apontando a ausência desse tipo de “humor” contra José Serra.
Na verdade, o mais correto seria o Ministério Público Eleitoral tomar essa iniciativa. Vale a pena esperar para ver se não tomará, pois, se não tomar, haverá dois fatos a discutir: um na Justiça Eleitoral e outro, na corregedoria do MPE.

CRIMES, MACHISMO E VINGANÇAS

Os brasileiros mais atentos sabem que inúmeras mulheres apanham, algumas são torturadas, outras mortas e todas são desvalorizadas diariamente pelas grandes e pequenas mídias. Nestas, são tratadas como carne, bichos ou brinquedos masculinos.
Luís Carlos Lopes.
As grandes mídias já esqueceram os crimes rumorosos de ontem e já escolheram um novo para continuar o espetáculo de sangue e de ódio. Afinal, o show não pode parar. A idéia é esta: juntar a oportunidade ao script de sempre. Os ingredientes são bem conhecidos, tornam-se ainda mais fortes quando se trata de pessoas que já haviam alcançado alguns degraus da fama e do dinheiro fácil.
Os grandes assuntos que perpassam estes acontecimentos funestos estão presentes nas palavras usadas para noticiar os fatos. Mas, esta presença não é interpretada, o que interessa é narrar o horror e ganhar audiência com os detalhes sórdidos. Estes atraem o grande público, já corrompido com a lógica irracionalista do mundo cão do cotidiano de suas vidas e o descrito no universo alucinado das reportagens.
Quando menos se esperava, o Brasil parou. Parece que agora só existe um crime e que aquele fato é o único assunto a ser consumido. A cobertura das emissoras de Tv e de rádio, dos jornais e das revistas impressas é cerrada. Tudo ecoa na Internet, repetindo-se interminavelmente até o cenário final do julgamento. Ninguém é poupado dos detalhes, por mais escabrosos que sejam. Os operadores da Justiça e da Polícia dão inúmeras entrevistas focando o drama deste último caso, como ocorreu nos anteriores. Tudo se repete melancolicamente, sem qualquer reflexão.
O crime escolhido agora para representar o Brasil nas mídias tem o poder aparente de se fazer esquecer de todo o resto. Não há mais uma eleição em curso. A tragédia do Golfo do México sumiu do mapa midiático. A Copa do Mundo acabou, porque o Brasil foi desclassificado. Os mil e um problemas do Brasil são reduzidos a um único episódio, com farta mobilização das pessoas que clamam por justiça e gritam xingamentos para os acusados que desfilam frente às câmeras. A catarse, obtida com muita emoção alienada, paralisa o pensamento, impedindo qualquer espaço para o advento de uma visão racional.
O grito arcaico de vingança é fortemente estimulado e as pessoas acreditam que haverá justiça unicamente com a necessária punição daqueles culpados. O contexto onde o crime brutal foi cometido desaparece do cenário. Ele é ocupado pelos arquétipos do mal e do bem, personalizados pela bela e a fera, esta última é, com razão, estigmatizada como fosse única e solitária. Com isto, os verdadeiros problemas sociais, econômicos, políticos e culturais que permitiram a barbárie deste fato, como a de muitos outros, são colocados para baixo do tapete.
A violência deste último crime foi radical e impressionante. Entretanto, infelizmente, tratar violentamente mulheres é um esporte nacional. Não casualmente, foi feita uma lei – Maria da Penha – para tentar coibir e punir fatos desta natureza. Não são poucas mulheres que são assassinadas pelo ‘crime’ de serem mulheres. Ainda há um contexto social que apóia e considera normal o sexismo de muitos homens que se acreditam como superiores às mulheres e com o direito de dispor delas como quiserem.
A solidariedade masculina vista no episódio é habitual, atingindo, igualmente, a um grande conjunto de mulheres que aceitam sem qualquer problema o machismo de seus parceiros. O sexismo é uma ideologia,

3 É BOM

FLÁVIO GOMES.
Jogão, não?
Normalmente uma decisão de terceiro e quarto seria encarada com alguma melancolia, afinal é um encontro de perdedores, pela perversa lógica do esporte. Que é perversa, mas é a única que há.
Só que já tem alguns anos me surpreendo com esses jogos de terceiro-e-quarto. A primeira vez foi em 1978. O Brasil estava invicto, ficou fora da final porque o Peru entregou um jogo para a Argentina (não havia mata-mata, ou pelo menos não houve naquela Copa), e pegou a Itália no terceiro-e-quarto. Acho que era a Itália, este blog “Google-free” me impede de buscar informações mais precisas. Mas sim, era a Itália, disso eu lembro.
E o Brasil ganhou, 2 a 0 ou 2 a 1, e lembro bem de um gol do Nelinho, que era lateral-direito do Cruzeiro e um dia chutou uma bola para fora do Mineirão para o “Fantástico”. Um chute incrível, uma curva inacreditável, quase uma Tamburello para o outro lado, e os jogadores brasileiros comemoraram como se fosse o título, Nelinho de braços abertos, sorriso escancarado, terceiro é bom, uai.
Legal, aquilo.
Depois, me lembro também de 2006, quando a Alemanha, jogando em casa, perdeu uma semifinal e foi disputar terceiro-e-quarto com Portugal, e a torcida alemã, que poderia estar puta da vida porque seu time estava fora da decisão, ficou foi orgulhosa da vida com a vitória e o terceiro lugar, foi às ruas, festejou, agradeceu, orgulhou-se.
Creio que será assim quando os germânicos voltarem para casa ostentando a plaquinha P3 (estou meio automobilístico hoje) e medalhas de bronze no peito. Como será assim com os bravos uruguaios. Ouvi no rádio que são esperadas 500 mil pessoas no aeroporto de Carrasco, que tem um terminal novinho que é uma graça. Acho bem difícil, seria uma façanha para um país de 3,5 milhões de almas, mas que sejam 10 mil, ou 50 mil, não importa, eles merecem a melhor das recepções lutaram até o fim, meteram uma bola no travessão no último minuto, foi bonito ver o Uruguai voltando a ser protagonista, entre os grandes.
Terceiro é bom. Não é como ser campeão, mas é melhor do que ser vice, por exemplo. Em algumas pistas, melhor ainda, porque larga do lado limpo. Estou meio automobilístico hoje. E ficar em quarto também está OK, ainda mais para quem havia tanto tempo estava longe de qualquer disputa, não passava de coadjuvante, de escada para o sucesso dos outros.
Alemães e uruguaios podem voltar contentes, não ganhar uma Copa não é o fim do mundo. O jogadores honraram suas camisas, seus companheiros e seus treinadores, e ninguém ficou no pódio combinando balada no celular, como o Ronaldinho Gaúcho fez em Pequim em 2008. Isso ninguém me contou, eu vi. Quer dizer, vi o cara falando ao celular desinteressadamente enquanto argentinos e nigerianos, acho, recebiam ouros e pratas. Não sei se estava combinando balada, isso já é maldade minha. Mas achei meio desrespeitoso.

VAZEM TUDO!

FLÁVIO GOMES
A falta de transparência da Fifa na escolha do logotipo da Copa de 2014 deixou designers brasileiros bem irritados. O iG já contava essa história antes mesmo de a Copa da África do Sul começar — aliás, o iG revelou o logo no final de maio, em furo mundial.
Em linhas gerais, a Fifa chamou dez agências especializadas no país através da ADG, a Associação dos Designers Gráficos do Brasil. Cada uma teria de mandar cinco propostas. E aí a Fifa escolheu uma e não explicou mais nada, e acabou. O que gerou certa desconfiança dos participantes: a escolhida seria de uma agência que já tinha trabalhado ou trabalhava com patrocinadores da Fifa e da CBF.
Batata. Era a África, que tem contas como as da Vivo, Seara, Itaú, Ambev…
Eu achei feio esse logotipo, mas em geral eles são, e por isso não fiquei surpreso. A semelhança com Chico Xavier conectado com o Além, que virou brincadeira de internet, estigmatiza o emblema. E parece mesmo. Além do mais, tem a história do “todo mundo mete a mão” etc.
Nesta era de comunicações verdadeiramente rápidas, qualquer logotipo seria zoado na internet e geraria críticas e elogios. Ocorre que este, até agora, não foi elogiado por ninguém. E, por isso, tenho enorme curiosidade para ver as outras propostas.
Só que a Fifa, quando recebe as propostas, avisa que elas passam a pertencer à ela, Fifa, e não podem ser divulgados. Hum, sei… Bem, este blog acaba amanhã. Se alguém das agências preteridas nos lê e quer vazar alguma coisa discretamente, como sugere minha amiga e tuiteira Dri Salles Gomes, é só mandar para flaviog@warmup.com.br. Coloco aqui na hora.

BOLA DE OURO

Bola de Ouro privilegia o ataque.
Lista de indicados a prêmio da Fifa para melhor da Copa tem só meios-campistas e atacantes.
Na segunda pior Copa do Mundo em média de gols até agora, a Fifa decidiu privilegiar os jogadores ofensivos.
Ontem, a entidade que comanda o futebol mundial indicou os dez melhores atletas do torneio. Todos atuam no ataque ou no meio-campo.
O destaque ficou para a Espanha, com três nomes na lista: Iniesta, Villa e Xavi. Já a Holanda, adversária dos espanhóis na decisão do Mundial amanhã, teve duas indicações: Robben e Sneijder.
A Argentina teve Messi indicado. Há ainda os meias Özil e Schweinsteiger (alemães) e os atacantes Forlán (uruguaio) e Gyan (ganense). Pelo segundo Mundial consecutivo, não há brasileiros.
A Copa da África tem a segunda pior média de gols por jogo da história dos Mundiais -2,24 gols até agora. O recorde negativo pertence à Copa de 1990, na Itália. Com 115 gols em 52 partidas, a média da competição foi de 2,211.
Para o torneio atual não ficar atrás do Mundial italiano, pelo menos três gols terão que ser marcados nas duas últimas partidas. Até agora, em 62 jogos foram 139 gols.
Os nomes anunciados pela Fifa ontem surpreendem pela ausência de defensores.
No Mundial passado, três jogadores de defesa entraram na relação: os italianos Buffon (goleiro), Cannavaro (zagueiro) e Zambrotta (lateral). O vencedor da Bola de Ouro Fifa em 2006 foi o meia francês Zinedine Zidane.
""Acho importante avaliar também o desempenho na final", afirmou o goleiro alemão Oliver Kahn, vencedor em 2002. Na ocasião, a Alemanha perdeu do Brasil por 2 a 0 na final, e ele foi eleito o melhor antes desse jogo, no qual falhou no primeiro gol.
Dois brasileiros já ganharam o troféu: Romário, em 1994, e Ronaldo, em 1998.
Os jogadores anunciados ontem foram escolhidos por um conselho técnico da Fifa. A escolha do vencedor será definida por jornalistas.

ESPAÑA - HOLANDA

GOSTEI DA ALEMANHA

RITA SIZA.
A Alemanha tem outra coisa que a recomenda, além do futebol: é a ilustração da ironia da história.
LEMBRO-ME QUE se repetia aqui, há uns anos, um chavão a explicar o futebol como um jogo de "onze contra onze, e no fim ganha a Alemanha". A ausência de adjetivos na descrição era deliberada e pretendia dar conta da completa ausência de emoção do estilo germânico: eles eram disciplinados, porém toscos; fortes, mas sem inspiração; eficientes, só que aborrecidos. Os alemães torciam pela Alemanha, claro, e o resto do mundo resignava-se a admirar as suas conquistas e dedicava-se a destruir e lamentar o jogo alemão.
Não sei se hoje a Alemanha vence o Uruguai para obter o prêmio de consolação na Copa da África do Sul, mas desta vez eu vou torcer por eles.
Um comentarista americano explicava com enorme entusiasmo como tinha ido à África do Sul, porque queria ver o Brasil jogar, e como tinha adorado cada minuto. Vira o lindo jogo brasileiro, mas o time não estava vestido de amarelo -era a Alemanha que, argumentava ele, era o futebol mais criativo, mais dinâmico e mais empolgante.
E é certo que, logo no primeiro jogo, contra a Austrália, o resultado de 4 a 0 revelava que o velho refrão não podia aplicar-se mais. Depois, eles humilharam a Inglaterra e banalizaram a Argentina, neutralizando o Messi sem nunca sequer fazer uma falta feia contra ele. Tudo isso enquanto, ao jeito das volúveis equipas de sangue quente, eram capazes de inexplicavelmente causar desilusão contra Sérvia, Gana e, no fim, Espanha, foram uma sombra.
Para mim, esta selecção alemã tem outra coisa que a recomenda, além do futebol: ela é a perfeita ilustração da ironia da história. Lá na profundeza do inferno onde seguramente está atirado, o antigo Führer do bigodinho deve se contorcer cada vez que o hino é cantado por alemães de ascendência polaca, ou filhos de tunisinos, negros com nomes como Cacau, e até turcos, mais ligados no Corão.
Também ouvi um dos muitos intelectuais do futebol da televisão portuguesa explicar como nada no desfecho desta Copa da África do Sul podia ser considerado uma surpresa: foram as melhores equipas, com o melhor futebol, que chegaram à final, dizia ele. Falou uma boa meia hora para explicar o seu raciocínio e eu cá, que não sou doutora da bola, não fiquei nada convencida. Não penso assim. Eu acho que a Alemanha foi uma grande surpresa e a revelação deste Mundial. Mesmo se, ao contrário de outros tempos, não ganhou no fim.

CABO DA BOA ESPERANÇA

PASQUALE CIPRO NETO
Caetano diz que os portugueses "inventaram" o globo terrestre. E nós estamos nele, em português
NA ÚLTIMA segunda-feira, véspera do jogo Uruguai x Holanda, fui de Johannesburgo para a encantadora Cidade do Cabo, palco da partida.
Embora tenha chegado à noite, pude perceber que Cape Town, como a chamam os sul-africanos, está a anos-luz da sombria Johannesburgo. Há pessoas nas ruas na Cidade do Cabo; os restaurantes não fecham após as 22h; os táxis são bem mais baratos; no aeroporto, há serviço de transporte organizado, que se pode pagar com cartão. E há o mar, um mar lindo, com aves que ciciam a noite toda.
Pois bem. Na terça, antes do jogo, um momento de lazer. E que lazer! Fomos ao cabo da Boa Esperança ("Cape of Good Hope", como está escrito na entrada do parque nacional em que fica o cabo).
O caro leitor certamente se lembra de ter ouvido na escola histórias a respeito desse acidente geográfico, também (e não por acaso) chamado de "cabo das Tormentas". Quantos e quantos navegadores não perderam a vida tentando dobrá-lo!
Pois o cabo existe mesmo! E o lugar, além de deslumbrante, é visivelmente perigoso: o mar é revolto, e uma bruma constante esconde as montanhas que estão do outro lado da baía, motivo pelo qual muitos navegadores entravam nela sem que se dessem conta de que se tratava de uma baía. Muitas vezes, só percebiam o equívoco quando era tarde demais...
Quando se está diante do cabo e se veem os motivos pelos quais muitos navegadores lá naufragaram, torna- -se inevitável relembrar o célebre poema "Mar Português" (de "Mensagem"), de Fernando Pessoa.
Lembra o que dizem os versos desse antológico poema, caro leitor? Vamos lá: "Ó mar salgado, quanto do teu sal / são lágrimas de Portugal! / Por te cruzarmos, quantas mães choraram, / Quantos filhos em vão rezaram! / Quantas noivas ficaram por casar / Para que fosses nosso, ó mar! / Valeu a pena? Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena. / Quem quer passar além do Bojador / Tem que passar além da dor. / Deus ao mar o perigo e o abismo deu, / Mas nele é que espelhou o céu".
Pois foi o português Bartolomeu Dias, em 1488, o primeiro navegador a dobrar o cabo das Tormentas. Nessas horas, caro leitor, tudo somado, a pele fica arrepiada, tamanha é a emoção de saber que falamos português, isto é, que estamos umbilicalmente ligados a tudo isso. Como diz Caetano Veloso, foram os portugueses que "inventaram" o globo terrestre. E nós estamos nele, em português. É isso.

O RITUAL DA DERROTA

JOSÉ GERALDO COUTO.
No imaginário do futebol, agimos como civilizações ditas primitivas: estamos sempre no mesmo lugar.
TODAS AS derrotas são iguais, certo? Errado. Há derrotas e derrotas, e é preciso aprender com elas. Tanto com as próprias como com as alheias.
Vamos comparar, por exemplo, os reveses que eliminaram o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. Contra a Espanha, num confronto flagrantemente desigual, o Paraguai morreu lutando até o último segundo. Contra a Holanda, na semifinal, o Uruguai idem, ibidem.
E o Brasil? Ora, o Brasil. Ao tomar o gol de empate da Holanda, o time se desmanchou, desmoronou, ruiu. Apagão geral. Por que ocorreu isso? Tenho minha hipótese, que não é original, nem nova.
As culturas arcaicas se baseiam numa concepção cíclica do tempo e da vida. É como se o tempo não avançasse de modo linear, mas retornasse eternamente sobre si mesmo, como as estações do ano e as fases da Lua. Seus rituais atualizam, como se fosse a primeira vez, acontecimentos antigos: a criação do mundo, a descoberta do fogo, a coroação do primeiro rei.
No imaginário que envolve o futebol, agimos como essas civilizações ditas primitivas: estamos sempre no mesmo lugar.
Maracanã, 1950. Ao sofrer o gol de empate do Uruguai, o Brasil, que já se via campeão, cai numa prostração geral, segundo todas as testemunhas.
Stade de France, 1998. O Brasil, que depois da vitória épica sobre a Holanda nas semifinais já se via erguendo a taça, descobre que faltou combinar com um último adversário, a França. Abalado pela crise de seu principal craque, o time sucumbe à apatia.
Da onipotência à impotência, sem escalas. O terceiro ritual de atualização dessa síndrome bipolar, não preciso dizer, aconteceu no último dia 2, em Port Elizabeth, África do Sul. A derrota de 2006 para a França não conta, pois naquele momento já não se esperava mais nada daquela seleção.
Mas na África do Sul, sim, esperava-se tudo. A vitória folgada sobre o Chile nos dava embalo. Vamos que vamos, a taça do mundo é nossa. Mas não era. Eternos favoritos, não demoramos para nos julgar campeões por antecipação. De repente, não mais que de repente, vemos que não estamos sozinhos em campo. O rival, aquele (qualquer um) que insistimos em ignorar, também está empenhado em vencer. E às vezes consegue. Simples assim.

UM TOSTÃO NA COPA

JUCA KFOURI
O privilégio não é só dos leitores desta Folha. É também de quem pôde conviver com ele na África
GÊNIOS DA raça existem poucos, pelo menos no Brasil. E Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, é um deles.
Foi, como jogador, um fora de série, mas, aí, é verdade, muitos outros brasileiros também foram, alguns até melhores do que ele, embora esteja na minha seleção de todos os tempos muito antes de o conhecer pessoalmente.
E ainda, também antes de conhecê-lo pessoalmente, percebi que estava diante de textos de alguém diferente, capaz de escrever como jogava, sempre de maneira minimalista, inteligente. E surpreendente, porque com brilho.
Mas Tostão é ainda bem mais que tudo isso.
Porque é um baita companheiro de trabalho, de viagem, de cobertura, além de ser discreto ao extremo, quase imperceptível, mas sempre agudo e solidário, atuando também como nosso médico em diversas ocasiões. Tostão tem um senso de humor especial e um espírito crítico demolidor, daqueles que, quando põem o dedo na ferida, doem mais do que qualquer palavrão.
Conto tudo isso neste sábado porque quero dividir com o leitor, que tem o privilégio de poder lê-lo, o de ter passado ao seu lado, até como seu motorista (ele só é ruim como copiloto), estes 40 dias de África do Sul. E para contar um episódio que resume todos os demais, em todos os dias em que foi reconhecido e homenageado por gente do Brasil e do mundo inteiro.
No dia seguinte à derrota do Uruguai para a Holanda, tomamos o elevador no hotel na Cidade do Cabo, e cinco torcedores da Celeste entraram também. Eis que um deles o viu e exclamou: "Tostao, que mala lembrança, mas que honor...".
Referia-se aos dois passes que Tostão deu para o Brasil virar a semifinal da Copa de 1970, exatamente contra o Uruguai.
E o torcedor, mais velho que os demais, passou a explicar para os amigos quem Tostão é, além de pedir o obrigatório autógrafo e a infalível foto desde que os telefones viraram máquinas fotográficas.
Em outras Copas, já tinha visto as pessoas se aproximarem dele com veneração e constatado a delicadeza com que as recebe, além das dezenas de jornalistas estrangeiros que, ao reconhecê-lo, pedem uma entrevista, jamais negada. Mas ganhei esta Copa ao poder estar sempre ao seu lado.

ESTILO CRUYFF

PAULO VINICIUS COELHO - PRANCHETA DO PVC
A ESPANHA joga como o Barcelona, e o Barcelona é o herdeiro do estilo da Holanda de 1974. Essa lembrança apareceu em matéria do diário espanhol "El País", ontem, com o título "La Final de Cruyff". Cruyff diz que é holandês, mas defende o estilo jogado pela Espanha.
A lembrança de Cruyff é justa, mas é preciso incluir outro personagem na história: Rinus Michels. O Barcelona não era campeão havia 13 anos quando contratou Michels para treinador. E Michels levou Johan Cruyff. O Barça voltou a ser campeão na temporada 1973/74, a primeira com os dois, um mês antes de a Holanda encantar na Copa-74.
Campeão, Michels assumiu a seleção apenas três amistosos antes da estreia na Copa do Mundo. Fez a Holanda marcar por pressão e trocar passes de modo incansável. Pressão e posse de bola, o DNA do Barcelona e da Espanha de hoje.
A Holanda festeja a presença na final, mas não o seu jeito de jogar. Na semifinal contra o Uruguai, 13,7 milhões de aparelhos de TV estavam ligados, recorde absoluto num país de 17 milhões de habitantes. Há um carnaval em Amsterdã pelos resultados, não pelo prazer de ver a Holanda jogar.
Talvez o jeito espanhol de jogar ainda fosse holandês se Cruyff tivesse sido técnico da seleção. Só não foi porque Michels não deixou. "O velho treinador morreu odiando Cruyff, por puro ciúme", diz o jornalista Tiemen van der Laan, da revista "Voetbal International".
Em 1990, os jogadores pediram a saída do técnico Thijs Libregts, substituído por Leo Beenhaker antes da Copa da Itália. A Holanda era campeã europeia, e os atletas queriam Cruyff no comando. Michels era manager da federação e o vetou. Cruyff continuou técnico do Barcelona. O Barça ficou ainda mais holandês. A Holanda, um pouco menos.
O CARROSSEL
Não é verdade que a Holanda invertia posições o tempo todo. Ela jogava num 4-3-3. Havia inversões esporádicas dos dois laterais e dos dois pontas nos lados do campo. Cruyff circulava por todo o campo. E o time fazia linha de impedimento e marcação por pressão. O Barça de Michels e o Ajax, campeão europeu com ele e com Stefan Kovacs, faziam o mesmo. Com Cruyff, o estilo era igual, mas o sistema era o 3-4-3.

REPENSAR O FUTEBOL

TOSTÃO
É preciso renovar e repensar a maneira de jogar do futebol brasileiro. Será difícil.
A MAIORIA dos jogadores brasileiros que foram titulares na Copa do Mundo deve ser ainda os melhores de suas posições nos próximos anos. Mas não há nenhuma certeza de que serão os melhores no próximo Mundial.
É preciso renovar e repensar a maneira de jogar do futebol brasileiro. Será difícil. Os técnicos acham que futebol moderno é esse que está aí.
O Brasil não produz também tantos jogadores excepcionais. A produção agora é em série, como uma fábrica de parafusos, para exportação. O que se produz mais são jogadores altos e fortes. Quando um grandalhão tem talento, vale uma fortuna.
A melhor maneira de renovar é manter a base atual, para que os jovens tenham mais segurança. O novo treinador e a nova comissão técnica não podem apenas conhecer o futebol. Precisam ter também compromisso com a qualidade do jogo.
Jovens como Paulo Henrique Ganso, Neymar, Marcelo, Hernanes, Lucas e outros devem estar nas próximas convocações.
Alguns deles já poderiam ter jogado este Mundial se Dunga tivesse mais sensibilidade, não fosse tão rígido e não pensasse apenas nas vitórias imediatas e nas estatísticas. O que adiantou? Nada.
Júlio César, Maicon, Kaká, Daniel Alves, Robinho, Ramires e Luis Fabiano devem continuar brilhando em seus clubes e fazendo parte da seleção.
Gilberto Silva está fora. Ele, além de bom jogador, excelente na Copa do Mundo de 2002, foi um dos atletas mais dignos e equilibrados que passaram pelo futebol.
Já Felipe Melo, se quiser voltar à seleção brasileira, terá de mostrar que tem preparo emocional para isso.
Lúcio continua em forma. Em 2014, terá 36 anos. Seria sua quarta Copa. Será difícil ele jogar. Juan, que tem tido muitos problemas de contusão, terá 35. É quase impossível.
Antes do Mundial, questionei em minha coluna, sem ter resposta, se Kaká, por ter tido várias contusões recentemente, por ter jogado em alto nível durante muitos anos, por ter reclamado de dores na Copa e por ter jogado mal no Real Madrid, ainda teria condições de recuperar o esplendor técnico que teve no Milan, já que, na média, os grandes craques brilham intensamente, cada vez mais, por um período mais curto.
Continuo em dúvida. Mais ainda.

QUENTINHAS DA HORA XII

EDUARDO ARRUDA E SÉRGIO RANGEL
Mama África.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), entregará hoje, em café da manhã, ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, chocolates feitos em seu Estado e um berimbau. O político faz lobby para ter o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.
"A bola vem da África para o Brasil e vai parar na cidade mais negra do país. Perfeito", declarou ele. Jaques Wagner acompanha Lula na viagem que o presidente brasileiro faz à África.
Cabo eleitoral
O publicitário Nizan Guanaes, que é baiano mas torce pelo São Paulo, fez discurso em favor do governador da Bahia ontem, em evento de sua agência, a Africa, em Johannesburgo. Ele defendeu o jogo inaugural do Mundial em Salvador, "a primeira capital brasileira".
Aqui, não
Gerente de segurança do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, José Hilário Medeiros se gabava do esquema montado para a festa de lançamento, anteontem, do logotipo do Mundial brasileiro. "Foi tudo perfeito, não teve impostor, não teve nada", dizia ele a integrantes do governo federal.
Aqui, sim
Medeiros tirou o sorriso do rosto quando foi informado de que o personagem Impostor, do programa "Pânico na TV", havia furado a segurança e estado, durante toda a entrevista coletiva, ao lado do presidente Lula.

RENOVAÇÃO JÁ

OS POLVOS

CÉLEBRO COM PERNAS

RUY CASTRO
Paul, o polvo inglês de dois anos e meio, cidadão de um aquário em Oberhauser, no norte da Alemanha, previu ontem que a Espanha baterá a Holanda e levará a Copa. Previu também que a Alemanha ganhará hoje do Uruguai e ficará em 3º lugar, magro consolo para quem já se imaginava mais uma vez campeão mundial.
Paul acertou todos os seus palpites na Copa até agora, e é isto que está injuriando os alemães -porque, depois de adivinhar os bons resultados da Alemanha nas primeiras fases, o polvo prognosticou que ela seria derrotada na semifinal. O que, pela já notória infalibilidade do molusco, teria abatido o moral dos jogadores contra a Espanha e os levado a perder. Em retaliação, os alemães querem comer o polvo com salada de batata.
Tal reação, puramente emocional, não faz justiça a um povo que, nos últimos 500 anos, nos deu Lutero, Kant, Hegel, Schopenhauer, Marx, Engels, Nietzsche, Freud, Lukács, Walter Benjamin, Heidegger e Adorno, sem os quais o ser humano teria de ser levado ainda menos a sério. E isso para ficarmos apenas nos filósofos de carteirinha, porque, na Alemanha, qualquer poeta, dramaturgo, músico, designer ou vendedor de chicletes de bola é capaz de produzir uma vibrante "Weltanschauung" sobre a "Weltschmerz" -uma visão do mundo pelo tédio, desencanto e depressão, ou coisa parecida.
Que os alemães acreditem num polvo vidente é normal -afinal, anatomicamente, um polvo é quase um cérebro com pernas, definição que se poderia aplicar também a seus pensadores. O injusto é que, por revanchismo, queiram jogar sobre os tentáculos do bicho o custo da derrota na Copa.
Se as ameaças a Paul continuarem, o Brasil deveria oferecer-lhe asilo e emprego num instituto de pesquisa. Com a corrida presidencial sujeita a tantas variantes, o palpite do polvo seria tiro e queda.

A OCASIÃO

FERNANDA TORRES
A humanidade tem apego às regalias e a danação divina já não mais ameaça.
UMA EXPERIÊNCIA sobre a psicologia do encarceramento realizada no verão de 1971 na universidade de Stanford, nos Estados Unidos, criou uma prisão fictícia onde 24 alunos voluntários foram divididos aleatoriamente entre presos e carcereiros.
Os primeiros foram trancafiados, uniformizados e apelidados de acordo com seus números de inscrição. Os outros receberam a incumbência de vigiar e tratar os reclusos como bem entendessem.
Após seis dias de prática, a pesquisa teve de ser interrompida porque os que assumiram o papel da polícia, independentemente da índole pessoal ou grau de amizade com os prisioneiros, se revelaram carrascos sádicos e abusivos. E os cativos, apesar de isoladas revoltas, foram de uma submissão espantosa.
Apesar da brevidade, o teste serviu para provar que a ética e os bons costumes não são valores intrínsecos, mesmo no íntimo de jovens bem educados. O homem é um ser gregário e influenciável, um animal que tende a imitar o que acontece em sua volta. A ocasião faz o ladrão.
A explicação corriqueira dada pelo cidadão comum para o desejo de alguém almejar cargo público é o sonho de enriquecer e ter acesso a benefícios inerentes ao poder. A vontade de promover o bem comum é tida como conversa para boi dormir.
É compreensível. Diante de tantos casos de desvio de dinheiro, tráfico de interesses e nepotismo, nos

A VERDADE

Centrais sindicais dizem que Serra é mentiroso.
Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores.
O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano.
A verdade.
Seguro-Desemprego - Foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores.
FAT – Foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado.
Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:
a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
g) não votou pelo direito de greve;
h) não votou pela licença paternidade;
i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.
Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.
Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.
É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.
As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura.
Antonio Neto – presidente da CGTB
Wagner Gomes – presidente da CTB
Artur Henrique – presidente da CUT
Miguel Torres – presidente da Força Sindical
Jose Calixto Ramos – presidente da Nova Central
Penso que a Dilma está certa. Quem defende a Democracia e pretende o cargo de Presidente de um país, não pode ser deselegante não aceitando um convite, de uma pessoa como a Sra. Lily Marinho, eu particularmente não simpatizo com essa gente. Se a Dilma não tivesse aceito, o que teria acontecido? Certamente seria execrada.
É preocupante o almoço com D. Lily Marinho, mas o mais preocupante é ver como so caras da direita raivosa e atrasadona ficam espumando quando a Dona Marinho resolve se encontrar com Dilma, mas com Zé (trololó) Serra não.
Tem gente que, como o Carlos Lacerda, clama pela ditadura e depois vira umas das primerias vítimas dela, tem gente que precisa morrer para aprender como vive, fazer o quê? A ignorância não escolhe classe social, credo ou opção política e sexual.

Srª D - DE DEMOCRACIA

Flávia Salme - iG
Almoço de Lily Marinho à Dilma reúne de Carmem Mayrink à Alcione.
No encontro, viúva de Roberto Marinho elogia a petista e diz que não vai convidar mais nenhum candidato
“Sou analfabeta política. Infelizmente, desse assunto, não entendo. Mas ela é tudo o que eu gosto, está sempre impecável”. Foi assim que uma das mulheres mais elegantes do Brasil descreveu a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, estrela do almoço oferecido nesta sexta-feira (9) pela matriarca da família Marinho, dona Lily, na famosa mansão que Roberto Marinho construiu no Cosme Velho, zona sul do Rio. “Com a vida que leva, ela anda muito bem vestida, bem penteada. Com essas qualidades, ela é ótima para tudo”, avaliou Carmem.
Divulgado como um encontro que reuniria o mais feminino do jet set carioca, o evento de dona Lily Marinho chamou mesmo a atenção pela lista eclética de 50 convidadas. No salão principal acomodavam-se, lado a lado, a socialite Carmem Mayrink Veiga, a economista Maria da Conceição Tavares e a cantora Alcione, grifada na lista de nomes confirmados como “a Marron”.
Enquanto dezenas de flamingos impecavelmente cor-de-rosa — como a parte externa da mansão — desfilavam imponentes no jardim projetado por Burle Marx, a estilista e empresária de moda Lenny Niemeyer se aquecia sob o sol refletido em parte do terreno de três mil metros quadrados. A conversa que costurava com a produtora cultural Liége Monteiro foi prontamente interrompida para atender ao pedido de jornalistas interessados em saber se sua presença significava apoio a Dilma.
“O momento é de escutar, minha presença não é uma adesão”, ressaltou. “Lula foi bem, principalmente, na educação. A Dilma seria uma continuidade. Gosto do Serra, talvez ele não tenha esse carisma todo, mas simpatizo com ele. Da Marina, eu não sei. Acho ela uma pessoa super bem intencionada. Mas meu voto vai ficar entre Dilma e Serra”, despistou a estilista.
Liége também disse que ainda não formou opinião sobre o número que vai digitar nas urnas no dia 3 de outubro. “Mas vou formar”, avisou. “Eu gostei do Serra ter convidado o Índio da Costa para vice. O Índio é muito talentoso, já trabalhei para ele e sei. Já disse que ele seria presidente do Brasil”, contou.
Próximo às duas, a economista mais célebre do PT, Maria da Conceição Tavares, amiga de Dilma e de Serra — a quem chamou de “vampirozinho” –, ria da escolha do vice na chapa tucana. “Essa eu acho que realmente foi a única patetada que ele (Serra) fez. É pândego… Índio no Brasil, o vice (risos)! Ele (Serra) não vai poder nem se ausentar (mais risos)”, divertia-se.
No salão principal, as convidadas acomodavam-se enquanto o pianista Vicente Quintella dedilhava Tom Jobim, Vinícius de Moraes e a imortal “Carinhoso”, de Pixinguinha. Aguardavam atentas à apresentação que

O AUTORITÁRIO - JOSÉ SERRA

Serra, um press release perigoso.
José Serra, o acaciano retórico, produto híbrido do latifúndio com a banca, é um personagem de press release. Não deve ser levado a sério quando fala em modernidade. Seu projeto autoritário precisa da mídia com poder de Estado e do mercado como única instância de legitimação.
Gilson Caroni Filho - Carta Maior
Sem fortuna nem virtù, a candidatura Serra deve ser encarada como de fato se apresenta: uma irresponsabilidade política que busca construir sua persona a partir de clichês oratórios de desqualificação da principal oponente, a ex-ministra Dilma Rousseff. O teatro político que pretende montar, tentando se valorizar no jogo da sucessão, pode vir a se revelar o fracasso da temporada, não só pela fragilidade pessoal do ator como pela biografia do elenco de apoio. Mais dia menos dia, terá que descer a cortina, encerrando a apresentação.
Quando diz não ser “ventríloquo de marqueteiro nem de partido, nem de comitês, nem de frações, nem de todas aquelas organizações antigas de natureza bolchevique, que do bolchevismo só ficaram com a curtição pelo poder, porque utopia não ficou nenhuma", importantes perguntas se impõem. Afinal, por quem fala José Serra? Ou, melhor: quem, dissimulando o timbre natural da própria voz, fala por ele? Quem é o boneco nesse jogo mal-ajambrado?
A coligação oposicionista é uma gigantesca operação de engodo promovida pela mesma dupla (PSDB/DEM) que, entre 1994 e 2002, se superava, dia após dia, em matéria de socialização de prejuízos privados e entrega do patrimônio público. Em oito anos o país quebrou duas vezes, as dívidas, interna e externa, cresceram descontroladamente. O grau de dependência se precipitou e a desigualdade alastrou-se.
O descaso com a questão social – vista até hoje pelos tucanos como um estorvo para as contas do governo – fez com que a miséria e o aviltamento dos salários se expandissem. Dados do Banco Mundial, em 1997, apontavam 36 milhões de brasileiros com renda inferior a US$30, o que explica o número assustador de

O BRASIL É O QUE É

A caixa de ressonância tucana nos aponta, quase com um dedo duro, o destino irremediável de sermos um país “menor”. Não no tamanho, é claro. Mas no sentido de “menor de idade”, aquele ser que, “ao querer ser mais do que é”, vira um “delinqüente”.
Flávio Aguiar - Carta Maior
O Brasil não pode querer ser mais do que é”, afirmou, em algum momento de sua carreira, o ministro Lampreia, então Ministro de Relações Exteriores do Brasil do governo FHC.
O Brasil é o que é”, penso, quando relembro esta frase do ministro (no sentido que tem na carreira do Itamaraty) que, dentro do seu ponto de vista, prestou bons serviços ao nosso país. Disso não duvido: das boas intenções do ministro Lampreia. Acontece que, como sabemos, de infernos as boas intenções são prenhes.
O Brasil é o que é”: em duas ocasiões, essa frase me veio à mente, com sentidos completamente diferentes.
Em 1989, fiz boca-de-urna pelo Lula, no segundo turno (no primeiro também), em Itapecerica da Serra, onde eu morava, cidade-dormitório da Grande São Paulo. Foi um desastre. As famílias pobres para quem eu chegava me repeliam de modo assustador. Especialmente, se eram famílias negras. A afirmação de Miriam Cordeiro, amplamente divulgada como se fosse informação, de que “Lula era racista”, pegara de

A MÃO QUE EMBALA A TV CULTURA

O PT-SP vai solicitar ao Ministério Público Eleitoral que faça uma apuração "rigorosa" sobre o afastamento do jornalista Gabriel Priolli da direção de jornalismo da TV Cultura. Nos corredores da emissora e na blogosfera, circula a informação de que, em menos de duas semanas, 'as cabeças' de Priolli e Heródoto Barbeiro - este afastado do programa Roda Viva - teriam sido pedidas por Serra, irritado com o destaque dado pela emissora a problemas relacionados a sua gestão em SP, entre eles o preço dos pedágios. (Carta Maior, com agencias; 10-07)

SILVERSTONE

MARCIO ARRUDA - COCKPIT
Silverstone vira arena de touros vermelhos. Melhor para Vettel.
O treino classificatório para o Grande Prêmio da Inglaterra de Fórmula 1, obviamente, não é Copa do Mundo de futebol, mas digamos que esta sessão teve um tom de disputa de pênaltis. Antes do final deste treino, Sebastian Vettel e Mark Webber estavam empatados em número de poles-positions nesta temporada – quatro cada um (a outra ficou com Lewis Hamilton, da McLaren). No novo Silverstone, com o domínio das Red Bull desde o primeiro treino livre, o alemão cravou 1min29s615 e vai largar na frente pela décima vez na carreira. A RBR foi a única a baixar da casa de 1min30s.
Com acerto para os próximos 17 anos, a pista inglesa, que foi palco da primeira corrida de F1, em maio de 1950, foi um verdadeiro duelo de touros (vermelhos). O australiano Webber, recuperado do acidente de Valência, tentou de todas as formas pegar a primeira posição; ele até foi o mais rápido do Q2, mas não conseguiu superar Vettel na superpole.

Sebastian Vettel: décima pole na Fórmula 1.
Foto: Efe

FAÇA AS LIGAÇÃO

TABU DE 82 ANOS

Diego Garcia - Foto: AP - Portal Terra.
Muitos gols, brigas e tabu de 82 anos marcam Uruguai x Alemanha.
Seleções disputaram terceiro lugar no Mundial de 1970; alemães venceram por 1 a 0.
Alemanha e Uruguai se enfrentam neste sábado, em Port Elizabeth, e decidem terceiro e quarto lugares do Mundial da África do Sul. O confronto coloca em campo, além de cinco títulos mundiais, um histórico duelo marcado por muitos gols, brigas e um tabu de 82 anos sem vitórias dos sul-americanos.
Série de curiosidades sobre o embate, que acontecerá no Estádio Nelson Mandela Bay e vai reeditar o confronto de 1970, quando uruguaios e germânicos decidiram o terceiro lugar da Copa do México.
Tabu de 82 anos - a primeira e única vitória uruguaia no confronto aconteceu no longínquo dia 3 de junho de 1928. Pela Olimpíada de Amsterdã, os sul-americanos golearam por 4 a 1 e avançaram na competição que seriam bicampeões. Petrone (dois) e Castro (dois) foram os algozes, enquanto Hofmann diminuiu para os europeus.
Freguês sul-americano - o jogo já aconteceu em nove oportunidades. São seis vitórias germânicas, dois empates e apenas um triunfo do Uruguai. Das seis vezes que os alemães saíram de campo vitoriosos, quatro acabaram em goleada: 3 a 0 em 1938, 4 a 0 em 1966, 4 a 1 em 1992 e 5 a 0 em 1993. As outras vitórias foram por 2 a 0 (1977) e 1 a 0 (1970).
Alta média de gols - a garantia é de muitos gols neste sábado, pelo menos se depender da história. São 33 tentos marcados no duelo até então, sendo 24 dos europeus e nove dos sul-americanos, o que representa uma média de 3,66 tentos por partida.
Melhor ataque x melhor desarme - o duelo deste sábado será marcado pelo melhor ataque da Copa contra a defesa que melhor desarma. Os alemães fizeram 13 gols até agora, contra nove dos uruguaios que,

ALERTA A SOCIEDADE

Serve de alerta pra toda sociedade. Todo cuidado é pouco com quem está ao nosso lado, principalmente próximo dos nossos filhos.Não gostaria de ficar nem um minuto nas mãos desses psicopátas enrustidos.

MOMENTO DE REPULSA TOTAL

Editorial, Jornal do Brasil
A cada desdobramento do sequestro e morte da jovem Eliza Samudio, detalhes macabros vão emergindo e dando contornos de uma tragédia ao desaparecimento da ex-amante do goleiro do Flamengo, Bruno. A frieza, a premeditação, a maldade dos supostos assassinos, a torpeza de desmembrar um corpo humano e entregá-lo às feras, nada disso pertence a almas que estão em paz com a própria consciência. Criaturas com tamanho grau de malignidade não possuem amarras morais que as impeçam de se transformarem em verdugos cínicos e impiedosos. O repúdio nacional – e, dada a repercussão do caso, agora internacional – manchou o noticiário que, por exemplo, dava espaço ao lançamento da Copa de 2014 no Brasil, em uma cerimônia na África do Sul. A índole de paz e bondade do povo brasileiro não merecia ser posta à prova por atos tão vis que até o mais calejado policial envolvido na investigação sofreu em seu emocional.
Eliza Samudio pode ter cometido todos os erros na vida. Mas, como mãe de um bebê de apenas quatro meses, parecia amorosa, dedicada e consciente da graça divina que é a gestação de uma nova vida. Paradoxalmente, sua sentença de morte foi dada em função justamente desse fato. Ter a existência abreviada por um ex-policial, criador de cães ferozes, que antes de estrangulá-la teria cheirado as suas mãos, é de uma crueldade sem limites. Muitas preces ainda serão necessárias até que sua alma incrédula com tamanha barbárie possa descansar em paz. O trabalho da Justiça, a partir de agora, deve isso a ela. E ao seu filho.
O caso é emblemático ainda pela combinação de fama, dinheiro e confusões envolvendo o universo do futebol no Rio. Jogadores consagrados, ídolos de crianças e adultos, não podem envolver-se em orgias, ou

NO CARA, COROA

sexta-feira, 9 de julho de 2010

ATUALIZANDO NOSSA CORES

AÇÃO E ATO DE SERRA

Não custa lembrar as grandes contribuições feitas por Serra ao proletariado brasileiro quando a Constituição de 1988 estava sendo votada:
a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real.
Fonte: DIAP — “Quem foi quem na Constituinte”, pág. 621

GASTO DA ELEIÇÃO

As estimativas de gastos dos candidatos aos governos dos 26 Estados e do Distrito Federal revelam que Roraima planeja fazer a campanha mais cara do País, gastando até R$ 116,72 por voto captado. Tocantins é o segundo orçamento mais caro. O candidato Lúcio Alcântara (PR), que vai tentar voltar ao governo do Ceará com gastos de até R$ 50 milhões. Trata-se do segundo maior orçamento do País - ao lado do valor previsto pelo presidente afastado da Fiesp, Paulo Skaf, que pretende investir igual valor para disputar o governo de São Paulo pelo PSB. Ao todo, as estimativas dos candidatos aos governos estaduais totalizam R$ 1,5 bilhão. O valor é 3,5 vezes maior do que o total previsto pelos principais candidatos à Presidência. Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) orçaram suas campanhas em R$ 427 milhões. Em termos absolutos, a campanha mais cara é a do Estado de São Paulo. Os candidatos informaram que estimam gastar até R$ 195,6 milhões. O ex-governador Geraldo Alckmin, que pretende voltar ao Palácio dos Bandeirantes pelo PSDB, foi o que orçou a campanha mais dispendiosa: R$ 58 milhões. Ao se comparar o volume de gastos com o número de eleitores, Roraima assume a liderança do ranking. Os quatro candidatos que vão disputar a eleição no Estado menos populoso do Brasil pretendem gastar até R$ 30,5 milhões na campanha - o que dá R$ 116,72 por eleitor.
Globo ganha liminar contra UOL na Justiça.
Decisão manda tirar imagens de jogos da internet depois de 48 horas; UOL já recorreu
A Rede Globo obteve na noite de quarta-feira uma liminar judicial que restringe a liberdade do UOL, portal de internet controlado pelo Grupo Folha, de usar imagens dos jogos da Copa do Mundo.
A Globo é detentora de direitos exclusivos para a transmissão dos jogos no Brasil, mas a legislação brasileira permite que outros veículos de comunicação usem essas imagens em sua cobertura jornalística, desde que não aproveitem mais de 3% do tempo total de cada jogo.
A liminar obtida pela Globo, concedida pela juíza Fernanda Xavier de Brito, da 44ª Vara Cível do Rio, determina que o UOL, além de respeitar esse limite e não fazer uso comercial das imagens, tire os vídeos do ar após 48 horas.
O UOL apresentou recurso ao Tribunal de Justiça do Rio para tentar derrubar a liminar. A ação movida pela Rede Globo acusa o portal de usar indevidamente as imagens dos jogos e pede indenização no valor de US$ 2 milhões (cerca de R$ 3,5 milhões).
Não há nada na legislação brasileira que proíba o UOL de manter no ar as imagens dos jogos por mais de 48 horas, segundo o portal. Mas a Globo alega que a manutenção dos vídeos por tempo indefinido na internet elimina o caráter jornalístico associado ao uso das imagens.
Há uma semana, a Globo propôs ao UOL e a outros portais de internet um acordo que limitaria o uso de suas imagens a 90 segundos por jogo, independentemente da duração, e o tempo de veiculação a apenas 48 horas.
O UOL rejeitou a proposta por considerar as condições mais restritivas que as da legislação em vigor. O portal Terra e a ESPN Brasil aceitaram o acordo com a Globo.
Desde o início da Copa do Mundo, o UOL tem usado as imagens dos jogos em vídeos com cerca de 90 segundos de duração. O portal dá crédito à Globo pelo uso das imagens, e o símbolo da emissora aparece em todos os vídeos.
3D
A Globo também pediu à Justiça que proíba o UOL de veicular os Gols 3D, vídeos que mostram os gols das partidas mais importantes por diferentes ângulos em animações feitas por computador. A emissora considera esses vídeos ilegais porque eles teriam finalidade comercial.
As animações são produzidas por uma empresa contratada em março pelo UOL, a Taxi Labs, que produz os vídeos com programas de computador que simulam o que ocorre no campo sem usar nenhuma imagem da televisão, de acordo com o UOL.
Em 2005, durante o Campeonato Brasileiro, a Globo também foi à Justiça para impedir o uso de imagens pelo UOL. A emissora obteve duas liminares, mas ambas foram derrubadas pouco depois.

VINICIUS DE MOARES

30 anos sem Vinicius de Moraes.
Vinicius de Moraes se foi, mas o "poetinha" - como era conhecido - deixou, diferentemente do seu apelido, uma obra vasta e grandiosa de suma importância para toda a cultura brasileira.
Há exatos 30 anos, o Brasil e o mundo davam adeus a um dos maiores artistas brasileiros do século 20. Poeta, compositor, dramaturgo, jornalista e diplomata, Vinicius de Moraes foi não somente um multiartista, mas um homem lírico, que levou poesia sempre a seu lado em tudo que realizou nos seus 66 anos de vida.
Nascido no Rio de Janeiro em 19 de outubro de 1913, Marcus Vinicius de Moraes morreu em 9 de julho de 1980, deixando uma extensa obra na literatura, música, teatro e cinema, com parcerias na música brasileira que incluem nomes como Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto, Chico Buarque, Carlos Lyra e Baden Powell.
Boêmio, era fumante inveterado e grande admirador de uísque. Poeta, amou as mulheres como poucos, retratando o amor idealizado e/ou consumado em suas canções e poemas. Casou-se oito vezes: em 1939 com Beatriz Azevedo de Mello, com quem teve os filhos Suzana e Pedro; em 1951 com Lila Maria Esquerdo e Bôscoli com quem teve as filhas Georgiana e Luciana; em 1958 com Maria Lúcia Proença; em 1961 com Nelita Abreu Rocha; com Cristina Gurjão em 1969; com a atriz Gesse Gessy em 1971, com a qual tem a filha Maria; com Marta Rodrigues Santamaria em 1976; e, finalmente com Gilda de Queirós Mattoso em 1978, com quem permaneceu até a morte.
O interesse de Vinicius pela poesia começou aos 14 anos quando, estudante de uma escola de padres jesuítas, cantava no coral e montava pequenas peças de teatro. Aos 17 anos, já era graduando em Ciências Jurídicas e Sociais, da qual se formou em 1933, mesmo ano da publicação de seu primeiro livro, Caminho para a Distância. Em 1928 escreve sua primeira canção registrada (Loira ou Morena), com Haroldo Tapajós, e torna-se grande amigo do romancista Otávio Faria, que foi seu grande incentivador na carreira literária, além de nomes importantes como os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
Estudou língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford e, de volta ao Brasil, tornou-se crítico de cinema no jornal A Manhã, além de colaborador da revista Clima. Nos anos 40 torna-se vice-cônsul em Los Angeles, seu primeiro cargo diplomático, sem deixar de lado a vida boêmia e cultural, revezando as horas vagas para encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
Consagra-se em 1956 com a peça de teatro Orfeu da Conceição, transposto para o cinema pelo diretor francês Marcel Camus com o título de Orfeu Negro, que levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1959.
Nessa época, sua carreira musical decola de vez ao conhecer Tom Jobim, com quem desenvolveu uma das mais produtivas parcerias musicais, com canções como Lamento no Morro, Se Todos Fossem Iguais a Você, Um Nome de Mulher, Mulher Sempre Mulher, Eu e Você, A Felicidade, Chega de Saudade, Eu Sei Que Vou Te Amar, Insensatez, Água de Beber e a emblemática Garota de Ipanema. Inspirada em Helô Pinheiro, Garota de Ipanema foi escolhida, em 2005, como uma das 50 grandes obras musicais da Humanidade pela Biblioteca do Congresso Americano.
No final de 1968, o AI-5 imposto pelo Regime Militar o destitui do cargo, alegando que a boemia de Vinicius atrapalhava suas funções como diplomata. Em 1970 torna-se próximo do músico Toquinho, outra parceria que rende belos frutos à MPB.
Operado no dia 17 de abril para a instalação de um dreno cerebral, Vinicius volta ao trabalho e, na noite de 8 de julho, enquanto prepara os acertos finais do álbum Arca de Noé com o amigo Toquinho, alega cansaço e se retira. Na manhã do dia 9, passa mal na banheira e, mesmo socorrido pela empregada, pelo amigo Toquinho e pela mulher Gilda Mattoso, morre de um edema pulmonar em sua casa na Gávea, Rio de Janeiro.
Confira fotogaleria 

30 ANOS DE AUSÊNCIA

Ausência.
Vinícius de Moraes.
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei… tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

QUEM???

Quem foi mesmo que financiou os estudos de Serra nos EUA?
Quem foi mesmo que financiou as campanhas milionárias de Serra desde que ele resolveu disputar eleições?
Serra sempre foi e sempre será um “operário” fidelíssimo dos patrões dele. Mas os interesses dos patrões dele não são idênticos aos interesses dos outros operários. Até porque Serra não gosta… dos operários (especialmente dos que moram num certo bairro próximo do Tietê, que o ex-governador permitiu que fosse inundado com merda para se livrar da população operária a custo baixo).

SIMPLES, MAIS É DE CORAÇÃO

O Botafogo lançou nesta sexta-feira uma camisa para homenagear Loco Abreu. A vestimenta, que tem o número 13 nas costas, faz alusão à seleção uruguaia. Durante a Copa do Mundo, que está sendo disputada na África do Sul, os alvinegros passaram a torcer pelo time celeste por conta da presença do atacante.
A camisa já está à venda na loja oficial do Botafogo, na sede de General Severiano, e pela internet. Quem quiser adquirir terá que gastar R$ 69,90.
O atacante chegou ao Botafogo no início do ano com status de ídolo. Principal jogador do grupo alvinegro, ele foi recebido com festa pela torcida que compareceu em peso à sede do clube. Na oportunidade, o jogador recebeu a camisa alvinegra das mãos de Zagallo.
Loco não decepcionou os torcedores e foi um dos principais responsáveis pela conquista do Campeonato Estadual. Foi dele o gol que deu assegurou o título na vitória sobre o Flamengo por 2 a 1, pela final da Taça Rio. Na oportunidade, ele venceu o goleiro Bruno cobrando um pênalti com cavadinha.