quinta-feira, 8 de julho de 2010

SEMIFINAL-ARTE

PAULO VINICIUS COELHO - Prancheta do PVC
FORAM 20 minutos de pura marcação por pressão. Se você acha que espetáculo é só jogar com a bola no pé, a Espanha jogou também.
Até mesmo os grandes times montados para jogar assim -e são raros os montados para marcar por pressão- passam dez, 15 minutos no máximo, marcando no campo de ataque.
Pois a Espanha roubou uma bola de Trochowski aos 20min e puxou mais um ataque. O enésimo em 20 minutos. Daí ter mais de 60% do tempo com a bola no pé no primeiro tempo.
A única questão era entrar na área. Eles tentaram. Inverteram as posições de seus meias. Iniesta começou à direita, com Pedro à esquerda. Trocaram.
O armador central, Xavi, não saía da marcação de Khedira ou de Schweinsteiger. Quanto mais os dois volantes alemães marcavam, menos pulmão tinham para fazer o primeiro passe.
Mas o problema da Alemanha, que sofreu o jogo inteiro, não foi tanto a saída da marcação por pressão, mas sim prender a bola no ataque. Sem Müller, a equipe chegava à frente e via a bola escapar de Trochowski, Özil e Podolski.
O melhor time da Copa até antes da semifinal se encolheu. A Alemanha não conseguiu jogar. A Espanha tem a bola e sabe que, para tê-la, é preciso recuperá-la.
Ah, sim! Você já ouviu tantas vezes de técnicos brasileiros que esse é o conceito do futebol moderno. E tantas vezes isso serviu como desculpa para marcar. Na Espanha, a marcação é o pretexto para jogar.
A Espanha tinha um vício, o gol de David Villa. Dos seis marcados até então, cinco eram do artilheiro da Copa, empatado com Sneijder. O time também não tinha marcado de bola parada. O vício sumiu. Gol de escanteio, de Puyol. A Espanha joga bem, joga bonito e está perto de ser campeã.
A GRANDE CHANCE
Por mais que a Espanha tenha tido a posse de bola, as grandes chances foram em tiros de fora da área. A maior exceção veio aos 13min do segundo tempo, em jogada de Iniesta. Villa errou por pouco.
MEIAS DE VERDADE
O grande defeito da Alemanha foi não prender a bola no ataque. Pressionada, acertava o passe, tinha zagueiros bem colocados, mas Özil, Podolski e Trochowski... Nada!

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