sábado, 15 de janeiro de 2011

SOLIDARIEDADE E INDIFERENÇA

É impressionante a indiferença internacional ante a tragédia das regiões serrana do Estado do Rio. Até agora, só o Papa Bento XVI manifestou sua solidariedade, ou então os outros se manifestaram e imprensa não noticiou. Onde estão nossos "hermanos" do sul? Nossos cumpanheros? A França e os Estados Unidos, tão bem dispostos a vender sucatas de aviões, não poderiam mandar alguma ajuda? Meia dúzia de helicópteros fariam muita diferença. Alguns médicos e engenheiros poderiam estar na disposição.
O Brasil se encontra isolado no mundo; ninguém sabe que nós existimos.
A organização corrupta que é a ONU nem sequer se manifestou.

A BANDEIRA ERRADA E A BANDEIRA CERTA

Na falta de um verdadeiro confronto militar na tomada de Bagdá, o embate se deu sob forma simbólica, através da derrubada de uma estátua de Saddam. Um militar pendurou uma bandeira dos EUA na cabeça da estátua, logo substituída por uma bandeira iraquiana. Era uma tentativa de projetar um fundo histórico que engrandecesse aquela cena ridícula.
Na manhã do dia 09/04/2003 eu estava sentado diante da televisão, em meu apartamento no bairro do Butantã, em São Paulo. Assistia ao vivo a entrada triunfal (à tarde lá, pela diferença de horário) das tropas norte-americanas em Bagdá. À noite, assisti as reportagens sobre o evento em vários canais de TV, nacionais e estrangeiros.
No dia seguinte, 10/04/2003, publiquei um artigo nesta Carta Maior (quando minha coluna ainda tinha o nome de “Cartas Ácidas”, pois eu substituía interinamente Bernardo Kucinski, convocado a colaborar com o Presidente Lula) chamado “A bandeira errada”, sobre a diferença entre o que eu vira à tarde e o que vira à noite.
O foco do título era uma atitude precipitada, descrita como “ato falho” de um militar norte-americano. Na falta de um verdadeiro confronto militar na tomada de Bagdá, o embate se deu sob forma simbólica, através da derrubada de uma estátua de Saddam Hussein, na praça Fildos. Um dos militares – que hoje sei se chamar o Cabo Edward Chin – pendurou uma bandeira norte-americana na cabeça da estátua. Ajudada pelo vento, ela se plantou em seu alvo de cabeça para baixo, o que, na linguagem internacional, é aviso de situação difícil e de pedido de socorro. A bandeira pertencia a outro militar – Tim Maclaughlin – que a levara com a esperança algo obsessiva de hasteá-la em algum lugar para compor uma cena histórica. Talvez o que o inspirasse fosse a famosa cena (montada e remontada algumas vezes) dos soldados soviéticos hasteando a bandeira vermelha no alto do Reichstag, em Berlim, no gesto que simbolizaria o fim da Segunda Guerra Mundial. Ou ainda a foto (também construída e reconstruída) dos soldados norte-americanos hasteando a bandeira de seu país em Iwo Jima.
A bandeira ficou naquele alvo pouco mais de um minuto. O suficiente para oficiais no local e até em Washington, que assistiam ao vivo a invasão, que nem eu, perceberem o “erro” que aquilo significava. A bandeira dos EUA foi retirada, e em seu lugar colocou-se uma do Iraque, na posição certa. Seguiu-se a derrubada da estátua, proeza feita por um buldozer do Exército norte-americano, puxando uma corda atada à sua cabeça.
O feito nada tivera de heróico, ao contrário, para quem o vira ao vivo soava e ainda soa como, sobretudo, ridículo. Mas o noticiário à noite apresentava a derrubada com ares épicos de uma guerra de libertação, no Ocidente; como uma invasão de conquista, no mundo árabe, como na Al Jazzeera. No primeiro, preferia-se a versão com a bandeira iraquiana na cabeça; no segundo, a imagem da bandeira norte-americana era incluída.
No primeiro, havia uma epopéia redentora de um povo; no segundo, uma manipulação grosseira de imagens, planejada desde o começo.
Pulemos 8 anos. Ao entardecer de 09/01/2011, navegando na internet a partir de meu apartamento em Berlim, deparei com interessante artigo do colunista de assuntos internacionais Marcos Guterman, do Estadão (publicado em 06/01). Nele o colunista reporta sob o título “A gênese de um factóide de guerra”, o conteúdo de outro artigo, desta vez do norte-americano Peter Maass, publicado no New Yorker (“The Toppling. How the media inflated a minor moment in a long war”).
Peter Maass estava lá, no dia 09/04/2003, em Bagdá, na praça Firdos. Talvez eu até o tenha visto, quem sabe? Fui até o seu artigo. De modo muito interessante, ele confirma a leitura do meu modesto “A bandeira errada”, mas acrescenta dados muito significativos. A tese principal de Maass é a de desmontar a argumentação, por exemplo, da Al Jazzeera, de que aquilo fora um factóide planejado e montado a priori pelas forças norte-americanas. Não: para ele, o que houve foi um suceder de fatos independentes um do outro. A obsessão do dono da bandeira; o impulso de fazer algo que desse significado a um ato, no fundo, decepcionante, para quem esperava um rude combate que glorificasse a “ação épica” de um exército “libertador”; a leitura do erro, in loco e à distância, que significara a cobertura da cabeça de Saddam com a bandeira norte-americana; sua substituição pela bandeira iraquiana. Para o repórter norte-americano, inclusive, a passagem pela praça Fildos foram inteiramente ocasional; o comandante da coluna blindada norte-americana procurava o Hotel Palestina, onde se concentrava a mídia internacional, e na busca de informações, já que não tinha um mapa detalhado daquele bairro em Bagdá, desembocara na praça onde estava a estátua. E tudo isso vem muito bem documentado e corroborado por entrevistas, testemunhos, etc.
Só que, ao fazer isso, Peter Maass torna explicitamente claro o papel da mídia ocidental, então 99% aderente, senão sua incitadora, à campanha invasora do Iraque, e à tese da posse, por Saddam Hussein, de armas de destruição em massa, tese que se comprovou fictícia e manipulada a partir da própria mídia e do governo Bush Filho. É discutível, mesmo lendo o artigo do New Yorker, que tudo tenha sido tão completamente fruto do acaso. Fica evidente que, no meio do tumulto, tanto na mídia como no escalão militar houve quem percebesse, no instante e a posteriori, o valor simbólico daquilo. Prova disso é o relato de alguns repórteres sobre como suas reportagens foram modificadas pelos editores, back home, para dar-lhe o realce épico que nossa mídia pró-ocidente no Brasil, provinciana e canhestramente ecoou.
Oito anos depois, o Estadão, mesmo inadvertidamente, dá o chapeau à Carta Maior. Mérito pessoal? Sim, guardo um, e com muita satisfação. O de ter assistido, ao vivo, aquelas transmissões, e ter podido, dessa forma, senão fazer um juízo preciso sobre os acontecimentos, detectar a exata medida sobre como as versões construídas depois eram deveras enganosas. Eram montadas para enganar, num crime jornalisticamente doloso, do lado do Ocidente.
Mas uma coisa é certa. Ainda me aferro à convicção de que o “ato falho” do cabo Edward Chin, hasteando a bandeira que o então soldado Maclaughlin levara, tinha em si a chave para o âmago do espetáculo, tenha sido ele planejado antes ou não: projetar um fundo histórico (advindo da Segunda Guerra, seja a soviética no Reichstag ou a norte-americana em Iwo Jima) que engrandecesse aquela cena ridícula.
Ou seja, para o olhar investigativo, a bandeira errada era a bandeira certa. Inclusive por estar de cabeça para baixo.

TANTOS ERROS

APESAR DOS DIVERSOS SORRISOS . . .

Os nossos irmãos fluminenses podem ficar tranquilos, pois agora, o povo brasileiro que em sua maioria votou na Dilma Rousseff, além das doações solidárias, também será cobrado para cobrar reais e totais providências da escolhida. Estamos mesmo, totalmente solidários e mais que atentos ao destino que será dado à estas cidades e aos seus sofridos sobreviventes. Desta vez, a presidenta Dilma Rousseff, com ou sem os seus inexplicáveis, incoerentes e recentes sorrisos terá que mostrar, verdadeiramente, o quanto realmente se preocupa com os nossos mais necessitados.
Força, União e Atitude, agora e sempre! E que o bom Deus muito nos ilumine!

A ERA DA INCERTEZA CLIMÁTICA É INCOMPATÍVEL COM O ESTADO MÍNIMO

Alertas sobre  'eventos climáticos extremos que tendem a se repetir com assiduidade desesperadora' por conta do aquecimento global e da desordem ambiental ganharam peso e medida à porta de nossa casa. Não são mais alertas, mas fatos incontroláveis: enxurradas que carregam casas inteiras; lama que sepulta centenas de vidas; enchentes avassaladoras. Morte, consternação, abandono. É intolerável que a mídia demotucana imponha sua visão reducionista do problema, como se fora mera questão 'administrativa', para encobrir grandes escolhas históricas que estão em jogo. O fato é que ingressamos num período de turbulência climática pior que a turbulencia economica gerada pela supremacia das finanças desreguladas nas últimas décadas. Na esfera econômica, as promessas neoliberais de um futuro reluzente desembocaram na pior crise mundial do capitalismo desde 1929. A ensandecida lógica que a gerou preconiza na 'cura' uma poção adicional do veneno: mais cortes de gastos e arrocho social para aliviar os fundos públicos e destinar recursos ao pagamento de juros aos rentistas. Há vínculos incontornáveis entre a mazorca finaceira que asfixia povos e nações e a desordem climática que mata 540 pessoas em apenas uma noite de chuva bruta; ou entre os editoriais elegantes que pedem 'ajuste fiscal' e o desconcertante vácuo de governo que faz uma empresa como a Sabesp, em SP, abrir as comportas de  uma represa sem alertar e remover populações residentes no caminho das águas, como aconteceu em Franco da Rocha (SP). Diante da entropia financeira e da era de incerteza climática extrema, a sobrevivência da sociedade depende crucialmente de políticas públicas corajosas  e inovadoras, só viáveis no escopo de um Estado forte e democrático, diretamente aberto à participação da sociedade para que possa atender ao conjunto dos interesses d e uma cidadania cada vez mais espremida em encostas de risco financeiro, social e ambiental. A agenda do Estado mínimo e dos eternos cortes de gastos, seguidos de mitigações ordinárias após as tragédias, não representa mais apenas o biombo da ganancia endinheirada. Representa um aboio sombrio dos que insistem em tanger a sociedade e o futuro humano como gado rumo ao matadouro.
(Carta Maior; Sabado, 15/01/2011. Para doações às cidades devastadas Defesa Civil do RJ, CEF -conta 2011-0, agência 0199, operação 006)

ONTEM

PRAZO PARA ADAPTAÇÃO

Por Carlos Chagas.
Irrita-se a ministra da Pesca, Idely Salvatti, quando ameaçam presenteá-la com um caniço e um samburá, quem sabe até com um peixe. Suas relações com  a atividade pesqueira são nenhuma, mas  esse não é motivo para criticá-la ou denegri-la. Poderá aprender, em tempo útil, como outros aprenderam. Edison Lobão, por exemplo, entendia muito pouco de energia e nada de minas. Em pouco tempo tornou-se um expert nas duas  matérias, tanto que após o interregno para reeleger-se senador, viu-se convidado por Dilma Rousseff para conduzir o ministério que ocupou no governo Lula.
Quem garante que Pedro Novais, especialista em Receita Federal, não produzirá bons resultados  no ministério do Turismo? Vale o exemplo para Garibaldi Alves, na Previdência Social, Fernando Bezerra, na Integração Nacional, Mario Negromonte nas Cidades, Alexandre Padilha na Saúde, Fernando Pimentel no Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Aloizio Mercadante na Ciência e  Tecnologia, Tereza Campelo no Desenvolvimento Social e quantos mais deslocados e até surpresos com os ministérios recebidos?
O problema é que estarão todos de saia curta na reunião ministerial de   hoje,  caso a presidente Dilma Rousseff resolva iniciar uma sabatina a respeito dos  planos e projetos de cada um. Esperam, pelo menos, mais um mês de moratória...

PROPRIEDADE CRUZADA

Por Carlos Lacerda
A questão é complicada mas o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, resolveu enfrentá-la. Trata-se da propriedade cruzada dos meios de comunicação. Se um empresário de atividades ligadas à alimentação pode possuir uma fábrica de biscoito, outra de sardinha, esta de salsichas e aquela  de macarrão, por que um empresário de comunicação deve ser proibido de dispor de um jornal, uma revista, uma emissora de rádio e outra de televisão?
Esse é o argumento a favor, mas há o contra: dominando os variados instrumentos da mídia numa determinada região, ou até nacionalmente, esse empresário não estará impondo à sociedade uma única versão dos acontecimentos? Ainda mais quando coloca a notícia serviço de seus interesses e de suas concepções. Se for político, pior ainda.
De qualquer forma, é preciso debater e, se for o caso, agir. Nos Estados Unidos, até o governo George W. Bush, a propriedade cruzada dos meios de comunicação era proibida. Depois, abriram-se brechas e o assunto ainda é objeto de debates no Congresso. Aqui,  jamais existiram restrições à formação de verdadeiros impérios. Terá sido bom? Vamos discutir.

O QUE FALTA ? ? ?


DEVER CUMPRIDO SEM ALARDE

Por Carlos Chagas.
Aplausos para a presidente Dilma Rousseff por haver cumprido o seu dever. Sem alarde, com pequeno grupo de ministros e assessores, ela agiu de bate-pronto. Viajou para o Rio em plena catástrofe, sobrevoou as regiões atingidas pelos temporais, solidarizou-se com as vítimas. Não tripudiou com a desgraça alheia nem omitiu-se. Não fez promessas mirabolantes mas colocou o governo federal à disposição das autoridades fluminenses, ao mesmo tempo mobilizando contingentes e pessoal subordinados ao poder central. O importante é que Dilma não titubeou em ver sua imagem ligada a uma das maiores tragédias dos últimos quarenta anos, como alguém costumava fazer, esperando às vezes uma semana para viajar a locais semelhantes.

OS NOVOS CAVALEIROS DE GRANADA

Por Carlos Chagas
É provável que na reunião ministerial de hoje Dilma Rousseff  confirme a disposição de criar, no âmbito do governo, o tal Conselho de Gestão, formado por técnicos e empresários empenhados em ver reduzidos os gastos públicos. Se isso acontecer, a presidente da República estará enxugando gelo. Para que um órgão paralelo cuidar da gestão da coisa pública quando há um  ministério intitulado do  Planejamento e Gestão? Para amarrar Jorge Gerdau Johanpetter, empresário de conhecida competência,  que recusou ser ministro do Lula e, agora, também de Dilma? Desse conselho ele não poderá escapar, mas, convenhamos, se é para economizar, para que gastar no mínimo com passagens aéreas, hospedagem, quem sabe jeton, para um numeroso  grupo de amigos do governo chegar às mesmas conclusões a que já terá chegado a ministra Mirian Belchior?
Nos tempos do Lula foram constituídos muitos conselhos, como o do Desenvolvimento Econômico, do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Político. Alguém se lembra de resultados práticos decorrentes das suas bissextas reuniões? Na hora das decisões, são os ministros que mandam. Ou deveriam mandar. Com todo o respeito, esse Conselho de Gestão lembra os versos de Cervantes sobre os Cavaleiros de Granada, aqueles que alta madrugada, brandindo lança e espada, saíram em louca cavalgada. Para que? Para nada...

OS BANDIDOS DO PARANÁ

TRAFICANTES E TRAFICANTES

Por Carlos Chagas. 
Ameaça empacar na Câmara dos Deputados o projeto que beneficia os pequenos traficantes de drogas, beneficiados que já estão os usuários,  não  mais criminalizados. É claro que não existiria cadeia, nem para uns, nem para outros, mas parece faltar imaginação a nossos parlamentares. Traficar cocaína e maconha, mesmo em pequena quantidade, bem que poderia gerar a prestação de serviços civis como pena. Fora das grades mas devendo à sociedade. Quanto aos chefes e chefetes do tráfico, pau neles.

SEGUNDO ESCALÃO

PAX ARMADA

Por Carlos Chagas.
PMDB e PT celebraram uma trégua e comprometeram-se a não levar para os jornais as disputas por cargos no segundo escalão do governo. Como essas nomeações ficaram para  fevereiro, tempo haverá para a partilha  que até agora tem desagradado os partidários de Michel Temer. O diabo é que tão inglório entrevero vem de encontro às concepções da presidente Dilma Rousseff, de nomear técnicos e gente qualificada, mesmo políticos, para cada um dos montes de vagas ainda abertas na administração federal.
Aguarda-se, sabe-se lá quando, a primeira denúncia consistente  de irregularidades praticadas por um dos atuais ou dos futuros nomeados. Será a oportunidade de, com todo o respeito,  testar a presidente da República e suas intenções. Se for alguém do  PMDB a dar bandeira, pior para o vice-presidente. Mas se for do PT.

TÁ PASSANDO

MALHAR EM FERRO FRIO

Por Carlos Chagas
Décadas, talvez séculos atrás,  usava-se uma expressão que o avanço da tecnologia tornou obsoleta. Quando se verificavam esforços  que redundavam em nada, dizia-se que seus artífices estavam “malhando em ferro frio”. Era a imagem do ferreiro que,  ao forjar uma espada, esquecia-se de acender o fogo. De nada adiantava vibrar o martelo na lâmina fria,  com a bigorna embaixo.
Coisa parecida acontece depois de cada inundação como essa que ainda assola São Paulo e outras regiões. O governador e o prefeito anunciam montes de recursos para minorar as agruras das vítimas,  mas pouco vale  a iniciativa. Por isso culpam a chuva, fator de menor responsabilidade em tudo.
Não apenas  em São Paulo, mas nas grandes e médias cidades do país inteiro,  avoluma-se a ocupação desordenada do solo, nos morros e periferias, por  gente sem condições de morar no asfalto. Nenhum governo cogita, para valer,  de zonear, limitar, fiscalizar e definir a meteórica criação de novos bairros e subúrbios. Da mesma forma, não lhes passa pela cabeça investir em obras que não aparecem, do saneamento à implantação e limpeza de redes de esgoto e de escoamento pluvial. Nem os rios são dragados como se esperaria. Da mesma forma, com relação ao  lixo, apenas autorizam lixões que, insuficientes, estendem-se para ruas e avenidas. O resultado aí está:  a cada ano que passa maiores e mais letais são os efeitos  dos aguaceiros, restando repetir o chavão de que “este ano, choveu num dia o que não chove num mês”. A verdade é que dos atuais governantes, prefeitos e governadores, não há um que em sua campanha tenha apresentado planos e programas destinados a solucionar de verdade a questão das inundações. Melhor prometer viadutos...

PRIMEIRA REUNIÃO

GOVERNO DILMA

A HORA DAS DEFINIÇÕES JÁ TARDA

Por Carlos Chagas.
Na primeira reunião de trabalho do ministério, amanhã, qual será a mensagem principal da presidente Dilma Rousseff à sua equipe? Não vai ser fácil elaborar um discurso único para 37 personalidades tão diferentes em termos  de concepções administrativas, econômicas, partidárias, políticas e sociais. Apenas a  chefe do governo exprime o denominador comum, por sua vez nebuloso na medida em que ela ainda não definiu sua diretriz maior. Contenção ou desenvolvimento? Prevalência de  iniciativas sociais, como a promessa de extinguir a pobreza, ou prioridade para cortes nas despesas públicas e no orçamento, como anunciado?
 As duas tradicionais correntes que tem dividido os governos nas últimas décadas começam a delinear-se. Pelo menos os partidários da contenção já escolheram o seu porta-voz, no caso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Os desenvolvimentistas e os adeptos de investimentos maciços no setor social ainda não definiram o seu campeão. O grande número de ministros desconhecidos do grande público permite que sobressaia Carlos Lupi, do Trabalho.  Alexandre Padilha, da Saúde, e Garibaldi Alves, da Previdência Social, estão de olho, mas ainda é cedo para se escalado  o capitão do time.
 Nos seus oito anos de governo, o presidente Lula conseguiu sobrepor-se ao conjunto, mais ou menos como aquele craque que “jogava nas onze”. Não será o caso de Dilma, de quem se exigirá mais do que o carisma, pois a necessidade  de  apresentar o seu perfil. Em detalhado discurso de posse, perante o Congresso, como num banquete de gala, ela serviu toda espécie de pratos e guloseimas. Todos os gostos foram satisfeitos, conforme se viu nos comentários dos jornais conservadores, liberais e até da esquerda. O problema é que a hora das definições já tarda.

O CASCÃO

A Globo está ocupando helicópteros da Marinha para sobrevoar as áreas alagadas do Rio. Eles deveriam colocar seus helicópteros a disposição do estado e não o contrário.
Se o imperio da desinformação a gLOBO, não o conseguiu, quando o CARA era vidraça, agora muito menos será possivel, agora ele está blindado pelo seu Povo, agora ele virou uma rocha no mar com a água acariciando-le a fronte pelo serviço efetuado, a frente do seu POVO, os trairas e vende patria faram de tudo, iram dizer que até a queda dos pássaros na américa do norte, e a erupção dum vulcão terá sido culpa do Grande Lula da Silva, quanto atreveimento, nesta hora de dor do POVO, os pigentos pensam que estão imunes.
Dilma neles !!! Viva o Brasil

VÁ RECLAMAR COM O BISPO

A explicação para tanto ódio do PiG para com o ex-presidente Lula é preconceito pelo fato de ser nordestino, não ser da elite e ter realizado o melhor governo da história deste país.
Vamos eliminar PiG de nossas vidas.
Eu também estou me esbugalhando de rir! O PiG só manteve sua “medalhadora” apontada para o Lula, porque não tiveram tempo de falar alguma coisa contra a Dilma Rousseff. Já liguei o meu cronômetro para ver quanto tempo eles levarão para esquecer o Lula e vidrar na nossa presidenta.
Mas o povo brasileiro que deixe de ler e assistir a essa canalhada do PiG.
A responsabilidade é dele e de mais ninguém. Ou será que somos todos crianças?
Que pare de assistir a essas novelas debilóides que são o carro-chefe da Globo. A esses depravados do BBB.
Ah! Não dá pra parar? Pois então que VÁ RECLAMAR COM O BISPO!
Sem audiência o PiG acaba.
Vamos eliminar PiG de nossas vidas.

TEATRO RELÂMPAGO


PIG ESTÁ MATANDO LULA

Por Eduardo Guimarães, do Blog Cidadania
Depois de fustigar Luiz Inácio Lula da Silva por 21 anos sem parar, o Partido da Imprensa Golpista decidiu matar o mais importante e mais bem-sucedido presidente da República da história “deste país”. O PiG ainda vai matar Lula de tanto rir.
De uma forma absolutamente infantil, impérios de comunicação como o Grupo Folha, o Grupo Estado, as Organizações Globo e a Editora Abril superaram todas as picuinhas ridículas que atiraram contra Lula durante mais de duas décadas.
Esses impérios midiáticos decidiram destruir a imagem do presidente mais bem avaliado da história usando contra ele a ocupação de uma instalação militar por uns poucos dias e os passaportes dos seus filhos.
Agora raciocine um pouco, você que eventualmente possa ter se deixado impressionar por essa picuinha ridícula. Tudo bem que você está disposto a comprar qualquer barbaridade que se fale contra essa figura histórica que mudou o Brasil – feito mundialmente reconhecido –, mas se nenhum dos ataques anteriores funcionou, por que este funcionaria?
O legado de Lula ao Brasil, a presidente Dilma Rousseff, tem todas as condições de honrar a promessa que o ex-presidente fez em seu nome, de que fará um governo talvez até melhor do que o seu. Sua credibilidade aumentará muito, com o tempo.
A mídia acha que por que Lula não tem mais o palanque presidencial não poderá mais se defender. Bobagem. Ele não falará só através daqueles que reconhecem a dimensão de sua obra, mas pelos fatos e conseqüências do governo de Dilma sem falar em blogs pouco asseados como este.
Não haveria forma melhor de a mídia fazer o povo que tanto confiava em Lula se lembrar dele do que atacá-lo assim. A memória das campanhas sórdidas que sofreu ficará ainda mais latente. Querem matá-lo de rir. Só pode ser.

NOTÍCIAS DO DIA

A NATUREZA NÃO FAZ ACEPÇÃO ENTRE RICOS E POBRES

Por Luis Moreira de Oliveira Filho, do Blog OLHOS DO SERTÃO.
Segundo a Defesa Civil, 17 bairros foram atingidos por enchentes e deslizamentos em Teresópolis. 12/01/2011. Foto: Fábio Motta/AE
Veja mais imagens do blog OLHAR SOBRE O MUNDO 
Alguns tentam colocar apenas a culpa na força da natureza.
Entendo que a natureza apenas está retomando aquilo que é dela por direito: os seus cursos d'água, suas encostas, suas serras, suas matas, que por lei estão protegidos pela legislação ambiental brasileira. 
Qual é então a questão maior? Falta de gestão pública e por conseguinte falta de gestão ambiental?
Toda a tragédia é fruto também de falta de uma política de habitação, de ordenamento urbano e da incompetência da gestão pública.  
Como diz a presidenta Dilma: a regra no Brasil é morar em áreas de risco. Áreas de risco neste país são áreas que deveriam ser de preservação permanente como de fato estão amparadas pelo Código Florestal.
Decorre o fato ainda, de que alguns espertinhos do Congresso Brasileiro querem "desmatá-lo" para favorecer novos empreendimentos nestas "áreas de risco".
O que é importante colocar, diferente dos homens e do poder público,  a natureza sabiamente não faz acepção entre ricos e pobres.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

FOTO OFICIAL DA PRESIDENTA

Divulgada a foto oficial de nossa presidenta Dilma Rousseff.
Foi  divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República a foto oficial de nossa presidenta  Dilma Rousseff. 

É TRISTE

É triste, mas a história se repete, é uma evidência ver mortes e desabamentos sem poder tomar providência Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo embaixo de lama, o estado do Rio de Janeiro pede ajuda, implora, clama.
No ano passado, a tragédia foi no réveillon, nas ilhas de Angra, belas igual: deslizamentos nas encostas, perdas e inúmeras sequelas, mas parece que Cabral, o governador, não sabe ou se esqueceu.
De férias na Europa? Como pode? Não agora! Entendeu?
É momento de usar o que sobrou e se tem em mãos já que, mais uma vez, faltaram políticas de prevenção Defesa Civil precisa reforçar a ação e conscientização residências irregulares tem destino certo: desabarão com a tragédia anunciada, o governador, já de volta, mostra o que restou das estradas, FGTS, muito bem, será liberado para quem precisar e para aqueles que não tem mais onde morar do Governo Federal virá um bilhão para reparos, para as famílias de 600 vítimas é difícil o amparo a reconstrução terá apoio de todos, amigos e parentes.
E se possível, senhor, uma estiagem de políticos negligentes.

COM O PÉ NA LAMA

Por Hildegard Angel, do Blog da Hildegard Angel.
Dilma mostra a sua cara na hora da tragédia e estabelece novo padrão de comportamento do poder público!
Porque me ufano de minha presidenta Dilma Rousseff! Leio no jornal que, quando a presidenta Dilma, no primeiro momento da catástrofe, resolveu vir pessoalmente  à Região Serrana do Rio conferir a tragédia, uma turma de "assessores" do Planalto tentou dissuadi-la de vir, "porque o governo não teria o que apresentar para enfrentar o drama das chuvas". Leia-se, nas entrelinhas desses insensíveis macLuhans de improviso, "para não se expor e não ter a imagem associada a este momento ruim". Devem ter sido os mesmos assessores que impediram o presidente Lula de vir a público, no primeiro momento da tragédia do acidente da Tam, fazendo-o se representar por um porta-voz...
Naquela ocasião, isso me causou tamanho desconforto e estranheza, dado sobretudo ao conhecido temperamento sentimental e solidário do presidente, que sentei-me diante do laptop e desabafei num artigo duro, severo, condenando-o por sua ausência naquela hora em que escutá-lo e sentir sua  dor  junto à de seu povo eram o mais importante. Acho que Lula não gostou, pois, de lá pra cá, passou a me olhar com um jeito atravessado, mesmo sabendo que tinha e tem em mim uma grande admiradora na mídia. Fiquei bem triste, até desolada, mas aprendi que o jornalista que ousa ser sincero tem um preço alto a pagar. Porém, é o meu papel, o que hei de fazer?...
Por isso, meu júbilo imenso ao saber que a presidenta Dilma não se acanhou diante dos palpites dos que aparentemente tentavam "preservá-la", mas que de maneira concreta a estariam expondo a um possível julgamento equivocado da população. Esses mesmos maus conselheiros grassam por todo o país, cochichando palpites errados aos ouvidos de governadores e prefeitos, que raramente se mostram quando a notícia é ruim. Mandam em seus lugares o vice, o secretário, o assessor. Nossa presidenta Dilma, ao contrário, mostrou a cara e, não só isso, também se eximiu de culpar estado ou município.  Assumiu a responsabilidade do governo federal por não ter atuado a contento nos setores de saneamento e habitação e chamou a si, ao seu governo, a tarefa de fazer isso. Dilma estabelecia, naquele momento, um novo padrão, que esperamos nosso poder público como um todo doravante siga... 
A presidenta Dilma calçou as galochas e foi ver a calamidade.

VAI UMA GELADINHA

A ignorância é bendita.
Externá-la é demonstrar onde realmente estamos e mais que isso: que estamos caminhando nesta árdua e leve labuta do conhecimento. Reconhecê-la, também, é meio caminho andado. Quanto a arrogância ela jamais anda sozinha e sempre precisa de cúmplices. Está nos dois lados, nas ações e reações.
Desculpe-me pela minha ignorância, mas ela foi a ponte para que escrevestes mais. Jamais teremos uma visão integral das coisas e fatos. Temos retalhos da história que mais parecem quebra-cabeças. Se a história do Brasil já é por demais complexa a história da Itália deve compartilhar de uma coplexidade talvez maior. Daí se percebe a responsabilidade e a necessidade da racionalidade jurídica de um operador do direito. Não é uma tarefa fácil e é sempre bom lembrar que somos falhos, estamos caminhando e não sabemos de tudo
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A PEDRA É CRIPTONITA


Por que a ignorância e a arrogância dos defensores de Battisti não têm remédio.
Um amigo fraterno, italiano e ex-militante muito ativo do Partido Comunista, depois do PD nascido na extinção do PCI, propõe o enredo de uma ficção política. Grupos armados de improviso infestam o Brasil do Oiapoque ao Chuí e assassinam políticos, magistrados, líderes sindicais e outras personalidades, e mesmo joalheiros e açougueiros, além de atirar nas pernas de inocentes de vários calibres, ou seja, os “pernalizam”. Em comunicados delirantes dizem agir para a redenção do proletariado e do campesinato, e contra Lula e Dilma, ambos governantes tíbios meramente assistencialistas e submissos às regras do capitalismo. Que aconteceria no País, pergunta o amigo com candura, se a ficção se tornasse realidade? O Estado brasileiro teria de reagir com toda a força possível e os eversores capturados seriam julgados e condenados a penas severíssimas.
O que espanta no caso Battisti é a ignorância abissal de quem ainda não entendeu a diferença entre quem pega em armas com o propósito de derrubar um Estado Democrático de Direito e quem se dispõe a lutar até o último sangue contra a ditadura. Em suma, o terrorista Battisti, terrorista, insisto, e sublinho, não se compara, por exemplo, a Dilma Rousseff ou José Dirceu, combatentes de uma guerra justa.
Semelhança entre  estes e guerrilheiros italianos de outros tempos existe sim, é com os partigiani de uma bela página da história da Península que enfrentaram, entre fins de 1943 e meados de 1945, a ditadura mussoliniana da chamada República de Saló e as tropas nazistas que a apoiavam. Até Mussolini foi fuzilado. Militavam ali comunistas e socialistas, que usavam uma echarpe vermelha em volta do pescoço, e católicos e liberais, cuja echarpe era azul. Foi neste tempo que meu pai foi preso pelos fascistas e condenado em agosto de 1944, à revelia porque conseguira fugir do cárcere de Gênova. Meu pai não era guerrilheiro, jornalista apenas, e liberal de antiga cepa, culpado, porém, como opositor do fascismo.
Bem conheço essa história por tê-la vivido e me dói verificar que, ao sabor da ignorância dos fatos e de uma patriotada tão tola quanto desastrada, a injustiça será cometida. Segundo um ditado da antiga Roma, a repetição dos conceitos servia ao convencimento dos incrédulos. No Brasil deste preciso momento, no caso Battisti repetir é tempo irremediavelmente perdido. A pedra deve ser criptonita, e eu não sou água mole.
De bom grado não me levo a sério, mas há figuras importantes envolvidas na tentativa de explicar em proveito da compreensão dos nossos pensadores, a começar pelo presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e pelo mais importante líder da esquerda italiana, Massimo D’Alema, velho amigo do Brasil e do PT, ex-primeiro-ministro e ex-chanceler no último governo Prodi, notável na pasta, entre outros méritos, como conhecedor profundo da situação da América Latina. Diz ele: “Lula cometeu um grave erro. Sinto muito, pois Lula é um grande líder e foi um grande presidente”.
 D’Alema era estrela nascente exatamente durante os anos de chumbo e é um daqueles que melhor sabem hoje que os herdeiros da Resistência partigiana, decisiva na reconstrução democrática da Península no pós-Guerra, foram as primeiras vítimas do terrorismo vermelho e negro, a contar com a adesão até de um ladrãozinho da periferia romana. Adiantam, contudo, pronunciamentos tão claros e significativos? Coisa alguma, em um país que não respeita o tratado selado com a Itália em 1998 e onde professores de direito ditos eminentes não conhecem a história recente da Itália e se atribuem a extraordinária prerrogativa de julgar a Justiça de um Estado Democrático de Direito.
E não adianta mesmo.  Na entrevista a um jornal italiano o atual governador Tarso Genro repete implacavelmente o mesmo arrazoado que concebeu para oferecer asilo a Battisti. Nem se fale de José Dirceu. No seu blog sustenta que as críticas da mídia nativa à negativa de Lula tendem a colocar no mesmo balaio do terrorismo Battisti e os nossos guerrilheiros. Diga-se que, em meados do ano passado, Dirceu me ofereceu um almoço e com gentileza comovedora abriu uma garrafa de Pera Manca, tinto português capaz de ser ao mesmo tempo robusto e elegante. Tocou-me a mesura, donde me animei a propor um debate sobre a questão, a ser gravado e publicado na íntegra em CartaCapital, com direito à leitura do texto final antes da publicação e de retocá-lo a seu talante. Declarou-se despreparado e recusou polidamente.
 Está claro que CartaCapital conhece à perfeição o peso e a razão das críticas da mídia nativa, hipócrita e golpista. Entende, porém, que a dita esquerda que defende Battisti não se porta de forma muito diferente, no seu empenho em enganar os desinformados. Desde que não haja boa-fé, se houver terá de vingar a tese da ignorância crassa e do primarismo absoluto.
No mais, cabe-me informar à presidenta que CartaCapital justificará, a esta penosa altura, qualquer decisão sua se o assunto voltar ao Planalto. Mesmo porque acreditamos que Lula, em lugar de aliviá-la de um problema, criou outro de bom tamanho.

SOMÁLIA CHORA E PEDE DESCULPAS


SOMÁLIA chora no Botafogo
Somália também se emocionou e chorou ontem na sede do Botafogo ao pedir desculpas, pela primeira vez, do erro que cometeu ao forjar um sequestro para tentar justificar o atraso na apresentação para o treino.
” Errei e assumo. Como filho, pai e cidadão peço desculpas a todos, principalmente à instituição Botafogo e aos seus torcedores, que são sempre fiéis e carinhosos com o time. Lamento muito ter manchado a imagem do clube.”
Somália disse em depoimento rápido na 16ª Delegacia Policial da Barra da Tijuca, onde foi intimado a voltar pela delegada Juliana Domingues, que, orientado por seu advogado, só vai se pronunciar perante o Juiz.
Multado em 40 por cento dos vencimentos, o jogador foi advertido pelo técnico Joel Santana, que resumiu: “Não haverá repetição.” O jogador teve que assinar um comunicado entregue pelo gerente Anderson Barros: “É um documento em que ele sabe que a reincidência não poderá acontecer.”
Apesar do problema, Somália está mantido no time que fará domingo, às 18h30m, no Engenhão, amistoso com o Democrata de Governador Valadares. O Botafogo iniciará com Jeferson, João Felipe, Antonio Carlos e Marcio Rosário; Lucas, Marcelo Matos, Somália, Renato Cajá e Marcio Azevedo; Caio e Loco Abreu.
Chieza, atacante que jogou no Americano de Campos e no Fluminense, foi oferecido ao Botafogo.
O Botafogo cancelou a ida à Granja Comary, prevista para ontem à tarde, em virtude da situação em que se encontra o município de Teresópolis, o mais atingido da região serrana do Rio,
Copa São Paulo - o Botafogo foi o único dos quatro grandes do Rio que não conseguiu se classificar para a segunda fase. Os juniores empataram dois jogos e ganharam apenas um, não obtendo vaga nem mesmo entre os nove segundos melhores colocados.

O CHORO DO OUTRO GUERREIRO


BLOG DO DENI MENEZES - O repórter de oito Copas do Mundo.

LEANDRO GUERREIRO chora na despedida do Botafogo, ao lado da filha Manuela.
Leandro Guerreiro se despediu ontem do Botafogo e se apresenta hoje no Cruzeiro. Ele também não c onteve emoção e lágrimas.
”Saio porque é bom financeiramente para mim e para o Botafogo também. Vou trabalhar num clube tão grande e de tanta torcida quanto o Botafogo. Sou grato ao Cuca - técnico do Cruzeiro -, que me lançou e espero ser muito feliz.”
”Não tenho a vida definida. Se tivesse, sinceramente, não sairia. Ainda preciso correr muito para assegurar o futuro da minha família, uma das coisas que mais me preocupam na vida.”
”Quando o Campeonato Brasileiro vier, sinceramente não sei como vai ser quando tiver que enfrentar o Botafogo.”
”Joguei com infiltração no pé contra o Internacional no jogo em que fui vaiado pelos torcedores do Botafogo. Foram as primeiras vaias que recebi em toda a minha carreira. Confesso que fiquei muito magoado.”
”Espero um dia voltar ao Botafogo, não como jogador porque não terei mais idade para isso, mas como supervisor, gerente ou até mesmo dirigente. Com certeza, quando encerrar a carreira, voltarei a morar no Rio.”

INFELIZMENTE

Reflexão necessária em tanta lama que e tragédia que a televisão parece adorar transmitir. O BRASIL poderia ter um número menor de vítimas se as grandes emissoras auxiliassem o governo em um alerta ANTES da tragédia. Mas acredito que estamos longe dessa situação ideial, porque para eles quanto maior o número de vítimas maior o ibope.
Na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Jorge Veiga ficou famoso pelo bordão criado pelo ator , radialista e compositor Floriano Faissal, com o qual iniciava seus programas: “Alô, alô, aviadores do Brasil. Aqui está falando Jorge Veiga. Estações do interior queiram dar os seus prefixos para guia das nossas aeronaves”.

TEMPO COMO SERVIÇO, NÃO COMO ESPETÁCULO

Quantas vidas não poderiam ter sido salvas se, em vez colocar no ar o Ratinho ou o Big Brother, as emissoras tivessem avisado à população de que fortes chuvas estavam previstas para a serra fluminense na noite anterior à tragédia, com instruções dos poderes públicos sobre como agir.
Todas as redes comerciais de televisão no Brasil têm as suas moças do tempo. São herdeiras, em São Paulo, do Narciso Vernizzi, o primeiro “homem do tempo” da rádio Jovem Pan.
Elas surgem do nada, entre uma notícia e outra, aparecem no canto da tela e caminham para o centro, mostrando mais que o tempo as suas belas curvas.
Em casa, o telespectador vê atrás das moças as indicações do clima e da temperatura em todo o Brasil. Com algumas variações, esse tipo de informação é universal. O canal mundial da BBC mostra o tempo em várias partes do mundo, sem as moças.
São informações úteis, mas limitadas. Ajudam a sair de guarda-chuva no dia seguinte ou, aos viajantes, a escolha do que colocar na mala. Não sei se informações tão superficiais e genéricas contribuem para decisões mais importantes, como dos agricultores, por exemplo.
Apesar do avanço da internet, o rádio e a televisão ainda são os mais eficientes e abrangentes serviços públicos de informação. Não há outro meio que consiga falar de forma tão rápida para milhões de pessoas ao mesmo tempo.
Em momentos críticos tornam-se imprescindíveis. Pena que, por aqui, são pouco usados nesse tipo de prestação de serviços.
No caso de tragédias, como as deste início de ano, ao invés de moças desfilando à frente de ilustrações artísticas, deveríamos ter as programações interrompidas.
Em seu lugar seriam formadas cadeias nacionais ou locais de rádio e TV, antes das catástrofes, dando orientações seguras para a população. Sem pânico, mas com precisão e firmeza. E não generalizando com frases do tipo “chove no litoral do nordeste”.
Trata-se de um de trabalho que deve ser o mais localizado possível, com o envolvimento articulado dos serviços de meteorologia, da defesa civil e do jornalismo, na produção das informações.
Quantas vidas não poderiam ter sido salvas se, em vez colocar no ar o Ratinho ou o Big Brother, as emissoras tivessem avisado à população de que fortes chuvas estavam previstas para a serra fluminense na noite anterior à tragédia, com instruções dos poderes públicos sobre como agir.
Ou, no caso, de São Paulo que vias deveriam ser evitadas na iminência dos temporais, já que não há segredo nessa cidade sobre onde se localizam os eternos pontos de alagamento.
Para obter mais eficiência, esse serviço deveria ter seu foco nas informações locais. Dai a importância da regionalização das programações de rádio e TV, tão combatida pelos concessionários do setor.
No entanto são elas que darão às emissoras regionais e locais experiência, tanto na produção como na técnica, para enfrentar com competência situações extraordinárias.
Nem todos se salvariam, é verdade. Mas, com certeza, os danos seriam menores.
Furacões violentos que varrem o Caribe todos os anos causam grandes estragos materiais em Cuba, mas pouquíssimas vítimas.
Simplesmente porque as autoridades estabelecem planos precisos para a retirada da população das áreas criticas e a orientam através do rádio e da TV, com razoável antecedência, sobre as medidas que devem ser tomadas.
Muitos navios não foram à pique na costa brasileira graças ao programa radiofônico “A Voz do Brasil”. A seção “Aviso aos navegantes” informava todos os dias, minuciosamente, as condições das bóias de luz, sinalizadoras dos perigos naturais existentes no mar.
Era o rádio atuando como serviço público numa época de recursos eletrônicos muito limitados, se comparada aos hoje existentes.
Satélites transmitem informações meteorológicas com alto grau de precisão e as redes de rádio e TV cobrem todo o território nacional.
Falta apenas articular esses dois serviços com planos nacionais e locais de prevenção à catástrofes naturais.
No caso das enchentes no sudeste e centro-oeste, trata-se de problema datado, de dezembro a março. Há todo o resto do ano para o trabalho de planejamento e articulação.
Quem toma a iniciativa?

CATÁSTROFES

LUTO ETERNO

É comovente e muito pertinente. Os repórteres da Globo e Cia, parecem ter “orgasmos” para mostrar, repetir, repetir, tentar arrancar afirmações dramáticas, lágrimas, … é a “alegria dos homens tristes”.
O morto anônimo realmente não importa, esse pode servir pra alavancar a audiência.
O morto familiar, o morto conhecido, esse sim, importa muito.
A televisão não fabrica a compaixão, ela existe pela própria identificação com o sofrimento alheio, como sendo muito semelhante ao nosso próprio.
Senti no relato uma resistência, mas será que foi á forma como a mídia explorou a tragédia ou foi resistência aos sentimentos que vêm á tona numa situação dessa?
Claro que a luta e o esforço sobre humano dos sobreviventes é extremamente tocante e deve ser bastante valorizado, mas a tristeza, a revolta e a compaixão pelos mortos é o que nos faz viver essa experiência por inteiro, um sentimento não exclue o outro.
Não basta reconstruir e seguir em frente, temos que honrar os mortos, principalmente em seus direitos, que sejam reconhecidos e recompensados, claro, para benefício de seus familiares.
A morte não elimina o reconhecimento da vida dessas pessoas.
E vem a pergunta: De quem é a culpa? Claro que tem politicagem, má gestão pública, incompetência, enfim a parcela de culpa dos governos das três esferas. Mas eu creio que é bom não esquecer que há um modo de produção e de vida que responsabiliza todos nós: o latifúndio, a monocultura que empurra as pessoas do campo para as periferias, o lixo de nosso consumismo, a erosão e assoreamento dos rios, o desmatamento, as queimadas… E a tragédia está também nas secas terríveis, na falta de água … no êxodo, que provocam mais ocupações de pessoas em áreas de risco. É muito complexo!
É uma cadeia que se alimenta e que fertiliza a tragédia. Para muitos, esses episódios são mais um pouco da tragédia que é a própria vida, mas é vida com toda a sua potência. Potência de solidariedade, de generosidade, que a televisão é incapaz de perceber.

NÃO ESTOU NEM AÍ PARA OS MORTOS


Por Bruno Cava, do Blog Quadrado dos Loucos.
A televisão afundou no teledrama. Num refrão desolado, 24 horas por dia, as imagens escavam a morte, a perda, a comiseração. O noticiário capricha nos closes de novela, induz o choro e aguça as lamúrias. Repórteres-abutres farejam os cadáveres e se refestelam na contagem, enquanto âncoras ensaiam as suas melhores poses consternadas. Quem vai contar a história mais triste? Quem vai filmar a cena mais comovente? A morte é repetida centenas de vezes, entre comerciais de cerveja e margarina.A narrativa treina o olhar de espectador e não o agir de cidadão. Passivo, o espectador desmobiliza-se na caridade geral, que ele assume como redenção de si mesmo. O ativismo do cidadão, por sua vez, a TV contorna, pois lhe ameaça com seu senso crítico e sua vontade de mudar. Só interessa à grande mídia fabricar o sofrimento e expiar na piedade. Pois querem a minha compaixão? Não darei.A TV não vai comandar o meu sentir. Não tem como aproximar a dor do outro pela via do sensacionalismo. Compaixão de madame. Termina por celebrar a impotência e disseminar a tristeza, clonando os escravos de um espetáculo vazio. Entorpecido pela pulsão de morte, o olhar televisivo ignora a vida que se debate entre as águas e insiste em perseverar apesar da adversidade.Meu sentir está com essas pessoas que escavam e salvam, que vão à tona e respiram, com quem empenha tudo de si e grita e luta. E não com a morte e a impotência. Porque, ao contrário da narrativa televisiva, não existe conexão com o outro através da morte, senão como culpa. Somente na vida e através dela se pode tocar (n)o outro.
Nesse sentido, os mortos não importam.
Deixemos que os mortos enterrem os mortos. Desrespeito? E se fosse comigo? E se fosse o meu filho? Nesse caso, a última coisa que lhe faria jus seria capturá-lo nalguma narrativa televisiva. O luto se desenvolve numa relação pessoal. Enluteço-me menos emulando o choro diante de uma câmera, do que num lento mastigar da memória. Esta vencerá a morte precisamente ao expulsar do morto do que ele tem de morto, preservando-lhe a força da vida, o seu calor e seu sorriso. Eis aí o luto como recordação seletiva: faz retornar do passado a diferença querida. Ela que se irá amar eternamente e não uma carcaça inerme.
É preciso pensar nos vivos. Elaborar políticas concretas para populações em áreas de risco. Organizar politicamente a ajuda aos que continuarão e a reconstrução da cidade. Mesmo o sofrimento tem o seu lado positivo, no excedente que dele irrompe. Mesmo na dor, há vibração e espessura na experiência humana. É hora de reafirmar e celebrar a vida, pois o pensamento da morte é o mais imundo. A morte foi inventada pela direita.
Ante a dança de morte que a TV encena, com uma gargalhada trágica se pode romper a lógica da impotência. Algumas imagens, todavia, vazaram da comiseração generalizada. O homem lança a corda, puxa a mulher para fora da turbulência, e sorri. E sorri! Seu sorriso converte a tristeza na alegria de todos, e assim potencializa a resistência dos que lutam. Aí está a distinção entre tragédia e melodrama.
Axé para os vivos.
A faísca deste ensaio brotou de uma conversa com Fabrício Toledo, a quem rendo os créditos. Também contribuíram Sindia Santos, Moana Mayall e Ronald Duarte.

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

Por onde começar?
A posse do novo ministro das Comunicações alimenta a expectativa de que, ao lado de outras prioridades, o caos generalizado nas concessões e as relações espúrias entre políticos no exercício do mandato e o serviço público de radiodifusão serão enfrentados. O recadastramento seria um excelente começo.