sábado, 5 de novembro de 2011

STF mantém sigilo sobre políticos investigados, mesmo sem segredo
O Supremo Tribunal Federal (STF) não divulga a identidade de 152 autoridades suspeitas de cometer crimes. Segundo reportagem do Estado de SP, um procedimento adotado no ano passado como exceção, para proteger as investigações, acabou tornando-se regra e passou a blindar deputados, senadores e ministros. Aproximadamente 200 inquéritos mostrou que os nomes dos investigados são ocultados, estando apenas com suas iniciais divulgadas, mesmo quando o processo não tramita em segredo de justiça. Um dos exemplos é o inquérito aberto contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal. Ela aparece no site do STF apenas com as iniciais JMR (Jaqueline Maria Roriz). A regra de identificar os investigados apenas pelas iniciais foi baixada pelo presidente do tribunal, ministro Cezar Peluso, no fim do ano passado. Segundo a reportagem, o objetivo seria proteger investigações que poderiam correr em segredo de Justiça. Esse procedimento está amparado no regimento interno do STF. Não se aplica aos demais tribunais.

IMPOSSÍVEL CALAR O POVO

Por Carlos Chagas
A desfaçatez não tem limites. Querem governar sem povo, não admitem que o povo se pronuncie. Fala-se da França, Alemanha e demais países ricos que acabam de pressionar o primeiro-ministro grego para suspender a realização do referendo onde a população se manifestaria a respeito das medidas de arrocho impostas pela União Européia e pelo FMI. Quer dizer, nações que se dizem democráticas exigem banir do berço da democracia o seu instrumento mais essencial, o pronunciamento popular.
                                                      
Mas tem mais e pior. Por que pressionam a Grécia? Porque os gregos, em ampla maioria, repudiam a receita a eles enfiada goela abaixo, de combater a crise econômica com aumento de impostos, redução de salários e aposentadorias, demissões em massa e cortes nos investimentos sociais. Os ricos temem perder o referendo e, assim, pretendem suprimi-lo com ameaças da suspensão de sua ajuda financeira. Ajuda? Nem pensar. Empréstimos bancários que a Grécia precisará pagar a juros altos e em prazos restritos.
                                                      
Convenhamos, assim não dá. Porque a crise econômica alastra-se pelo continente europeu, já chegou aos Estados Unidos e ameaça o resto do mundo. Para proteger a especulação financeira despojam os povos já sacrificados, cuja reação já começou. Na Irlanda, em Portugal, na Espanha e até na França  as multidões ganham a rua, protestando. Impossível calar a sua voz.
 O  SACRIFÍCIO DE MARTA
Sacrificou-se  Marta Suplicy, acatando a determinação do Lula e de Dilma para não disputar a prefeitura  de São Paulo. Uma evidência a mais do refrão popular de que “manda quem pode e  obedece quem tem juízo”. Se insistisse, seria triturada no âmbito do PT, ficando sem legenda para concorrer. E se optasse por outro partido, a derrota seria inevitável.
Defeitos, a senadora possui aos montes. Sua arrogância e ar de superioridade incomodam metade do Congresso. Mesmo assim, fica difícil justificar porque o Partido dos Trabalhadores acaba de negar-lhe o direito de apresentar-se numa prévia que só engrandeceria os companheiros. Derrotada, não teria o que argumentar. Vitoriosa,  partiria para a luta.   Afastada, mergulhará no ressentimento.
INSISTÊNCIA JUNTO A SERRA
José  Serra continua disposto a não disputar a prefeitura paulistana, mas suas convicções  parecem meio esmaecidas, com a saída de Marta Suplicy da disputa. O ex-governador, pelas previsões, bateria Fernando Haddad. O governador Geraldo Alckmin lidera o grupo dos tucanos empenhados na candidatura Serra a prefeito, já que com isso estaria afastada a hipótese dele concorrer ao palácio dos Bandeirantes, deixando aberta a porta da reeleição. Do lado de lá da fronteira, em Minas, outro que reza pela candidatura Serra, ano que vem, é o senador Aécio Neves.
A COMISSÃO DA VERDADE
Com o retorno da presidente Dilma ao Brasil, domingo, espera-se para a próxima semana a designação dos sete membros  da Comissão da Verdade recém aprovada em lei do Congresso e sancionada por ela.  No Congresso, discute-se a possibilidade de deputados ou senadores pleitearem pelo menos duas nomeações, uma para cada casa. Não vai ser fácil, tendo em vista as representações partidárias.  Um representante do PT, por exemplo, seria olhado de viés pelos militares, mas alguém do DEM fatalmente desagradaria a turma da luta armada.
Denúncias podem provocar a demissão de Lupi
Sob suspeita de favorecer ONGs amigas com recursos do bilionário Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), para supostos cursos de qualificação profissional, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) virou um problema para o Palácio do Planalto, que passou a semana pedindo processos específicos de financiamentos suspeitos para responder a indagações de órgãos de controle e das principais revistas semanais.
Serventia da casa
O Planalto estudava antecipar a demissão de Carlos Lupi, prevista para março, após sua entrevista ao site IG reclamando de “esvaziamento”.
Ministro de fato
Por ordem de Dilma, Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, há meses assumiu as atribuições que restam ao Ministério do Trabalho.
Fusão é a meta
Com a saída de Lupi, o governo deve promover a fusão dos ministérios do Trabalho e da Previdência, como esta coluna já antecipou.
Os paraísos fiscais e a hipocrisia do G20
Na cúpula de 2009, o G20 definiu como prioridades a reforma do sistema financeiro e o combate aos paraísos fiscais. De lá para cá o balanço é vergonhoso. Os paraísos fiscais são só estão mais ativos do que nunca, como, sobretudo, seguem funcionando ativamente em países como Suíça e Luxemburgo e em potências mundiais como EUA, Japão e Inglaterra. Cerca de 800 bilhões de euros saem dos países do Sul todos os anos para esses paraísos fiscais.


Vídeo da campanha francesa Ajudemos o dinheiro a sair dos paraísos fiscais.
O sistema financeiro, os paraísos fiscais, os impostos às transações financeiras, o nível de decisão dos países emergentes, os temas que deviam ocupar o centro da cúpula do G20 ficaram na sombra. A crise grega engoliu a sexta cúpula do G20 celebrada na luxuriosa cidade de Cannes, na Costa Azul francesa. A agenda da cúpula foi se modificando sob o peso da crise da dívida. A última versão da reunião dos países ricos e emergentes devia estar consagrada a apresentar uma rota de fuga para tirar do marasmo os 17 países da zona do euro e o passo forçado da economia mundial e ao papel que poderiam desempenhar na retomada econômica do planeta as nações emergentes como o Brasil e a China.
Não aconteceu nem uma coisa nem outra. O eixo franco-alemão monopolizou a cúpula mediante uma sólida ofensiva contra o Primeiro Ministro grego Yorgos Papandreu, para obrigá-lo a aceitar o plano de ajuste europeu em troca de um novo pacote de ajuda europeu de 8 bilhões de euros, sem passar por um referendo que, frente à surpresa geral, Papandreu sugeriu antes da cúpula. O espetáculo final mostrou o que os analistas internacionais vem anunciando há anos: o Ocidente se desloca para as suas margens. O vespertino francês Le Monde reumiu muito bem a situação com a manchete de seu editorial de primeira página: "Em Cannes, o festival das novas potências".
Os ricos de antes, EUA e União Europeia, tem os bolsos vazios e nadam em um mar de inoperância disfarçado com um aluvião de boas intenções. Frente a eles, Brasil e China se afirmam como um eixo de sólida responsabilidade. O G20 representa 90% das riquezas
Esse texto retrata a nova política coronelista no Brasil, não esquecendo de mencionar os sindicatos filiados à CUT.
Hoje, eles mantém os servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada sob o cabresto das falsas campanhas salariais, ora negociadas na calada da noite ou nos bastidores da mansão de algum membro da elite brasileira.
Não temos outras opções a não ser os movimentos sociais, enfraquecidos pelo quarto poder: a mídia conservadora.

POLÍTICA CORONELISTA NO BRASIL

Por Leandro Fortes, da Carta Capital.
Voto distrital e o Brasil-Colônia.
O problema não está no sistema eleitoral, mas na qualidade do eleitor. Quem vota em Paulo Maluf, por exemplo, não vai deixar de ser um mau caráter do voto proporcional para virar uma reserva moral do voto distrital. O que certa direita nervosa pretende, com essa propaganda infantil sobre as benesses do voto distrital, é minar as representações coletivas no Parlamento, sobretudo aquelas vinculadas aos movimentos sociais.
A crescente estruturação desses movimentos, notadamente os de caráter progressista e de origem popular, tem gerado uma ampliação razoável do espectro de representação política no Legislativo e, ato contínuo, pressionado os demais poderes a se curvar a outros interesses, que não só aos dos suspeitos de sempre.
Numa recente palestra que dei aos acampados do MST, em Brasília, esses milhares de trabalhadores que a mídia agora anuncia não mais existirem, ouvi de uma liderança uma explicação definitiva sobre a relação apavorada das elites brasileiras com a dinâmica do movimento: “Eles não estão mais somente preocupados com o fato de ter gente ocupando terras, mas, principalmente, porque essa gente está pensando, discutindo, se preparando para algo maior”.
Esse algo maior é a política. O capital eleitoral dos movimentos sociais é enorme, na verdade, incalculável, mas a dispersão territorial e de objetivos comuns ainda gera distorções de caráter colonial. O fato de a bancada ruralista – de latifundiários, escravagista, reacionária – ser maior do que a de trabalhadores rurais, é só a mais impressionante delas.
A submissão dos governos do PT, ditos progressistas, às tradicionais alianças políticas de governabilidade, mantém o País estagnado na poça cultural do velho acordo das elites nacionais, donde se cria e recria paraísos falsamente plurais de participação popular, desde que sob o comando das mesmas forças de outrora, sejam os coronéis de terras, seja a velha mídia, esta que ora decide que ministros deve a presidenta colocar ou não a correr.

COW PARADE

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

USP IRADOS

Ocupação na USP.
Os estudantes que ocupam a reitoria da USP não desocuparam as instalações conforme a justiça determinou a reintegração de posse, dando um prazo de 24 hs para a saída do local. São péssimos estudantes, extremados, politizados, verdadeiros baderneiros que merecem ser desalojados na base da porrada pela PM.
O Brasil está mesmo sem autoridade e isso precisa ser restabelecido.
Essa desobediência à justiça não serve como exemplo para os universitários do Brasil. Fora, vagabundos, deixem na universidade quem quer e necessita realmente estudar.

A CONFERIR. . .

DEM pedirá Impeachment de Agnelo.
Agnelo está envolvido até a tampa com corrupção, diz Demostenes Torres(GO).
Por isso o DEM(DF) vai solicitar Impeachment do dito larapio.
Onde anda o Gurgel (Procurador Geral da República) na época do Arruda todo dia estava na mídia dizendo que ia cassar, prender e agora está muito calado, está se amofinando, tem medo, só porque pertence aos ungidos do planalto, não deixe o DF penar mais um governo como já vem desde a época do Roriz que transformou o DF num favelão, a diferença é que transformou em favelas os entornos, diferente dos últimos que resolveram transformar eu feudos cada um com seu quinhão e continua a partilha, só que agora entre partidos políticos.
Peter Siemsen, presidente do Fluminense, disse que o time usará tarja preta e respeitará um minuto de silêncio no jogo com o Internacional: “Vamos homenagear o Armando Giesta, fundador da Young Flu, que sempre fez muito pelo futebol do clube e nunca pediu nada em troca”.
Armando Giesta estava com a saúde debiltada há vários meses e morreu ontem aos 83 anos. O corpo está sendo velado no salão nobre da sede das Laranjeiras e será sepultado hoje. Ele foi um dos torcedores mais fanáticos do Fluminense. Era do bem e nunca permitiu que os integrantes da Young Flu, torcida que ajudou a fundar, recebessem nada do clube.
Luiz Mendes. A missa de sétimo dia, ontem à noite, na Igreja de Nossa Senhora Teresinha, em Botafogo, reuniu muitos amigos emocionados que foram confortar Dayse Lúcidi, o filho único Luiz Mendes Jr., netos e bisnetos. Entre os companheiros mais antigos, Orlando Baptista. Assisti ao lado de Mauro Ney Palmeiro, ex-presidente do Botafogo, clube do coração do Mendes.
Leandrinho , 22 pontos; Marcelinho, 18 pontos, e o argentino Kammerichs, 20 pontos, foram os destaques da vitória (109 a 77) do Flamengo sobre o UTE, do Equador, na estreia da Liga Sul-Americana de Basquete, ontem à noite, na cidade de Córdoba, na Argentina. O time já vencia por 52 a 36 no intervalo e hoje joga com o Boston College, do Chile.
Gerson, o canhotinha de ouro, será homenageado pelo Botafogo com uma exposição dos troféus das campanhas vitoriosas de 67-68, em que foi um dos destaques do time que ganhou o segundo bicampeonato carioca da era Maracanã: Manga, Moreira, Zé Carlos, Leõnidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogerio, Roberto, Jairzinho e Paulo Cesar.
, ex-atacante do Vasco e do Botafogo, ligou ontem para esclarecer que não é o novo técnico do America: “Estou apenas fazendo um trabalho de observação e triagem para que o clube possa escolher jogadores para a pré-temporada para o Campeonato Carioca de 2012″.
José Resende, ex-narrador esportivo, convida para o lançamento do livro Vai dar zebra, que escreveu com Raymundo Quadros, na próxima terça-feira 8 de novembro, no bar Cariocando, na Rua Silveira Martins, no Catete.

CAIO REPENSA NAS MUDANÇAS

Caio Júnior havia escalado Alessandro na lateral-direita no treino de quarta-feira. Ontem, mudou de ideia e colocou Lucas. E não ficou só nisso. O técnico também optou pela entrada de Léo na contenção do meio-campo e avançou Renato, que classificou como o melhor da criação. Com isso, Herrera perdeu a vaga e Loco Abreu voltará a jogar mais isolado.
O técnico está buscando a melhor formação para tirar proveito, reconhecendo no Figueirense uma ameaça à posição do Botafogo, que não pode mais tropeçar na reta final, sob pena de ficar mais uma temporada sem o título que não ganha há dezesseis anos. Como ainda falta o treino de hoje, véspera do jogo, não custa esperarmos o que Caio Júnior vai decidir na definição do time.
Se não houver mais nenhuma tentativa de experiência para mudar, o técnico deve confirmar Jeferson, Lucas, Antonio Carlos, Fabio Ferreira e Cortês; Marcelo Matos, Léo, Renato, Elkesson e Maicosuel;  Loco Abreu. Ou seja, o Botafogo no 4-5-1, esquema em que pode haver variação dos que vão ocupar as extremidades do campo.
O presidente Maurício Assumpção, que deve ganhar a eleição do próximo dia 25 com certa folga – pode até vir a ser candidato único -, lançou ontem, em encontro alegre e concorrido, sua chapa de candidato. A amigos mais próximos, revelou que planeja, independente da classificação final do time no Campeonato Brasileiro, manter Caio Júnior: “É trabalhador e competente” - resumiu.
O técnico não demonstra se sentir muito seguro no clube, embora seja bem tratado pelos dirigentes e os jogadores. Caio Júnior deixou escancaradas as portas do Al Ghafara (Qatar), onde ganhou títulos e elogios com um trabalho que ficou marcado pela correção. As condições financeiras são incomparáveis. Se o Botafogo, principalmente, for campeão, ele não fica no clube.
Caio Júnior voltou ao futebol brasileiro com a ideia fixa de ser campeão. Ele conseguiu unir o elenco do Botafogo e hoje seu nome entre os jogadores tem aprovação integral: “É um técnico trabalhador, muito estudioso, analisa com detalhes os adversários e monta o time com simplicidade” - sintetiza o zagueiro Antonio Carlos, que também ressalta a lealdade do treinador.

GRÉCIA

Validade da Ficha Limpa para eleições de 2012 entra na pauta do Supremo.
A validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições de 2012 na pauta da próxima quarta (9) do Supremo Tribunal Federal. A análise do caso foi proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil em Ação Direta de Constitucionalidade (ADC 30), em maio. Como a lei foi editada no ano passado, alguns queriam sua aplicação imediata, já nas eleições daquele ano. Mas isso foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral, cuja decisão foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal, logo depois da chegada do ministro Luiz Fux, que proferiu o voto de desempate, e agora é o relator da ADC proposta. A OAB teme que a lei seja contestada novamente na Justiça para as eleições de 2012. Por meio da ADC, a entidade dos advogados quer que o Supremo defina, de uma vez por todas, a aplicação de Ficha Limpa para o próximo pleito. O objetivo , segundo o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, é trazer segurança jurídica às eleições de 2012.
Limpa na Polícia de Brasília: Exonerações de delegados já somam 69.
O número de exonerações de delegados da Polícia Civil no Distrito Federal subiu para 69 nesta sexta-feira (4).
A iniciativa partiu do próprio governador Agnelo Queiroz, que ficou irritado com o vazamento de gravações de conversas entre ele e o PM João Dias, o delator que derrubou o então ministro Orlando Silva (Esporte). As conversas são do início do ano passado e foram grampeadas numa operação da Polícia Civil que investigou irregulariades no programa Segundo Tempo.
A primeira a cair, ainda na quarta (2), foi a chefe da Polícia Civil, delegada Mailine Alvarenga. A categoria se revoltou contra o que considera demissões em massa. Ainda não há notícias de retaliações. O GDF informou em nota, na quarta, que se tratava de mudanças naturais no comando da corporação.

ARAPUCA

Colégio cearence nega que decisão do TRF vai prejudicar estudantes.
A direção do Colégio Christus, de Fortaleza (CE), informou que decisão do TRF-5, que anula 13 questões do Enem só para os estudantes da escola, não vai trazer prejuízos. Isso porque eles não terão de refazer a prova, como queria o MEC. Na tarde desta sexta (4), o TRF cassou a liminar que foi concedida pela Justiça Federal no Ceará. A medida cancelava as questões para todos os candidatos do Enem 2011 depois que os alunos do colégio cearence tiveram acesso antecipado às perguntas do Exame.

PONTAPÉ INICIAL

"Não tem por que ir para enfrentamento, iria estraçalhar a militância"
Senadora Marta Suplicy (PT), ao acatar ordem de Dilma de sair da disputa em SP.

A CONFERIR. . .

DUVIDAR E QUESTIONAR SEMPRE II

Por Carlos Chagas
(Segunda parte do pronunciamento do jornalista Carlos Chagas ao receber o título de Professor Emérito da Universidade de Brasília.)
 Não pode ser nosso propósito analisar as diversas facetas desse complicado poliedro que é a Comunicação Social. Mesmo assim, vale observar a postura adotada por  muitos de nós, impulsionada pela empáfia e a presunção, de julgarem-se partícipes da notícia, não apenas seus observadores. Nariz em pé e impostação de voz, rotulam-se  formadores de opinião, quando na verdade somos apenas  informadores da sociedade. Será conhecendo tudo o que se passa nela de bom e de mau, de certo e de errado, de ódio e de amor, que a sociedade, informada, terá condições de formar-se. Estimulada por mil outros fatores, dos quais somos apenas um.
Pertenço, ironicamente com muito orgulho, à escola da humildade, tantas vezes atropelada pelo ego de companheiros.  Não falo da humildade dos hipócritas ou dos subservientes, mas daquela que nasce do reconhecimento  de sabermos que nada sabemos e que repudiamos a prevalência dos que se apregoam donos da verdade.
Uma falsa humildade expressa na erudição de uns poucos nada mais significa do que a credulidade de muitos.
Uma idéia, depois de pensada, não pertence apenas a  quem pensou. Pertence à humanidade, que deu ao ensador as condições para pensar. Assim também as descobertas.
Indagam os céticos quem deu a nós, jornalistas, o direito de decidir o que é notícia e  o que vai para os jornais, as telinhas e os microfones. A partir dessa questão complicada, vicejam as propostas de censura e controle do conteúdo da informação jornalística.
Respondo com uma pequena história, até para confirmar que por 25 anos fui tido por meus colegas professores e por montes de  alunos como um  contador de histórias.
Nos anos sessenta ganhou a mídia mundial um escritor russo, Alexandre Solghenitzin, que nem tão brilhante assim era, mas criticava o regime soviético em seus romances. Imediatamente descoberto pela CIA, tanto fizeram do lado de cá que  ele acabou proscrito do lado de lá.  Cassaram-lhe a carteira do sindicato dos escritores. Pior ficou sua situação quando, sabe-se lá porque desígnios, foi-lhe dado o Prêmio Nobel de Literatura.
Expulso da União Soviética, imaginaram  passear com ele pelos Estados Unidos e pelo mundo como a prova viva da falência do sistema socialista. Negando-se a parecer como a girafa do Jardim Zoológico, Solghenitzin recusou polpudos empregos de garoto-propaganda do capitalismo e aceitou modesto convite para professor de literatura russa numa pequena universidade do  meio-oeste. Recusou-se a conceder qualquer entrevista e lá ficou por cinco anos.  Passado esse tempo, convocou jornais e jornalistas,  anunciando estar agora preparado para falar de seu país natal, depois de conhecer  em parte a vida em seu país de adoção.
Lá compareceram os luminares da imprensa americana, inclusive Walter Cronkite, o Papa  dos comentaristas políticos.
Sem poupar o regime soviético, o singular  escritor começou a falar da sociedade americana, batendo firme em suas contradições. Quando chegou a vez  das imprensa, foi cruel. “Quem lhes deu o direito de saber e de decidir o que é notícia? De apresentar e de omitir informações do público, como se fossem deuses?”
Uma pergunta dos diabos. Foi quando, interrompendo o entrevistado, Cronkite levantou-se num gesto teatral, com a mão no peito e exclamou: “Estou tendo uma ataque cardíaco!”
Estabeleceu-se a confusão e o russo, com o microfone na mão, começou a exortar a platéia: “chamem um médico! Chamem um médico!”
Nessa hora, o americano ficou bom e declarou apenas: “está respondida a sua pergunta...”
Quando se tem uma dor no   peito, a solução é chamar um médico. Quando se prepara um jornal, quem melhores condições para selecionar as notícias e saber o que deve ser impresso, é o jornalista. Aquele que se preparou para a função.
Concluo com mais uma história, um episódio que tantas vezes transmiti a meus alunos. Nos primeiros aos do século passado um ilustríssimo  lente de Física na Sorbonne, o professor Lipmann, costumava dar a aula inaugural aos calouros dirigindo-se a eles de forma pejorativa. Dizia ter pena deles. Dó. Comiseração. Por que haviam decidido estudar Física quando a Física estava pronta, acabada, arrumada e empacotada? Nada havia mais a pesquisar ou descobrir.
Pobre professor Lipmann, que para sorte dele morreu antes de saber da existência de Albert Einstein, da Física Quântica, dos buracos-negros, da incerteza do universo e quanta coisa mais, descoberta e por descobrir?
Despeço-me como antípoda do professor Lipmann. Não tenho pena  dos meus  alunos, nem dos mais jovens que agora cursam a Faculdade de Comunicação. Tenho é uma profunda inveja deles, que chegarão a patamares que a natureza não me permitirá chegar – espero que ainda demore muito.
Não deixo lição alguma, por conta desse imerecido título de Professor Emérito. Ficam apenas exortações:
Devemos rebelar-nos contra os que pretendem resumir a vida a um sistema,  qualquer que seja esse sistema.
Precisamos insurgir-nos diante de ideologias, doutrinas, correntes ou religiões que apregoam dispor de resposta para todas as perguntas.
Havemos de cultuar o na seio irresistível da liberdade tanto quanto o senso grave da ordem.
É essencial sacudirmos a poeira da intolerância dos que apresentam o ser humano como merco conjunto químico dotado de inteligência.
Mas importa relegar ao lixo da História a afirmação oposta, de que precisamos  nos conformar com a injustiça, o obscurantismo, a fome e a miséria nesta vida para recebermos a compensação numa outra, incerta e indemonstrável.
É preciso que nos levantemos contra a ditadura das teorias, tanto quando da teoria das ditaduras.
Acima de tudo, devemos crer no poder da razão, porque da razão nasce a liberdade, da liberdade a justiça,  da justiça, o bem-comum, e do bem-comum, o amor.  O amor, a derradeira oferta do indivíduo à sociedade. E de um velho professor a quantos fizeram o sacrifício de ouvi-lo. 

RANKING DE ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICO

DA COLUNA DO CLÁUDIO HUMBERTO.
Acidentes de trânsito matam mais no Pará.
Os brasileiros morrem cada vez mais em acidentes de trânsito, e o Pará lidera, proporcionalmente, o ranking da tragédia: entre 2009 e 2010, cresceram 29%, saltando de 1.044 para 1.351 os casos de mortes em acidente com transportes. O levantamento é do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
No total, 40.610 pessoas morreram assim em 2010. Em 2009 foram 37.594.
Ranking da maca.Também lideram o ranking de mortos em acidentes de trânsito o Ceará (27% a mais), Amazonas (26%), Bahia e Rondônia (ambos 21%). 
Alerta vermelho.
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) tem se mostrado muito preocupado com a crescente venda de motos em todo o Brasil.
Cidade das motos.
Em Araripina (PE) há 13 mil motos para 80 mil habitantes - uma para cada 6 pessoas. Média de 120 acidentes por mês, com até 4 mortes.
Perigo na pista
Pelos dados preliminares do governo, há suspeita de que metade dos condutores de motocicletas no País não tem habilitação.
Receita Federal de olho no lucro recorde do Itaú.
O lucro de R$ 10,9 bilhões anunciado pelo Itaú Unibanco foi uma conquista e tanto. Mas uma avaliação cuidadosa dos números indica que o balanço sofreu grande ginástica tributária. O volume de impostos pagos no ano caiu 64% – em dinheiro, R$ 2,5 bilhões (queda de R$ 3,9 bi para R$ 1,4 bi). Não fosse isso, o lucro ficaria bem distante do que foi celebrado. A Receita sabe disso e acompanha com olhos de lince.

UFA ! ! ! FOI POR POUCO . . .

No tabuleiro das mercadorias, o esporte continuará sendo "apenas um detalhe" e uma forma de enriquecimento ilícito dos dirigentes das confederações, Comitê Olímpico e de seus apadrinhados nos mais diversificados negócios e "tenebroas transações", haja vista a profusão de casos nebulosos e não esclarecidos de negócios envolvendo autoridades do Executivo, Legislativo, FIFA, CBF, COI, PAN 2007 e figurões que comandam esses "monstrengos".
Do futebol, ninguém mais duvida, mas é hora de voltar os olhos também para o Vôlei, o basquete, o atletismo, a natação, pois onde tem dinheiro "correndo" é possível que não seja tão transparente assim.
Isso sem deixar de fora as grandes empresas de produtos esportivos, a indústria de bebidas e o império Globo...
Por Paulo Kliass, na Carta Maior.
Os últimos dias têm sido pródigos na divulgação de informações e fatos relevantes a respeito do esporte em nossas terras. E vejam que não se trata aqui dos resultados do campeonato brasileiro de futebol ou da performance de times brasileiros nos campeonatos latino-americanos.
Não, não! Dessa vez a semana veio carregada com o anúncio da troca de comando no Ministério do Esporte (ME) e com o balanço do desempenho das principais delegações nacionais presentes nos Jogos Pan-Americanos no México. E esses dois fatos relevantes simbolizam bem a situação a que o esporte tem sido relegado em nosso País.
A demissão do ministro Orlando Silva teve por base um conjunto de denúncias envolvendo um programa do ME, o chamado Segundo Tempo. Trata-se de uma tentativa de desenvolver atividades esportivas pelo Brasil afora, dirigida aos jovens, em várias modalidades, mas por meio de convênios efetivados entre o ministério e as famosas Organizações Não Governamentais (ONGs).
O encerramento dos Jogos do Pan em Guadalajara confirmou, mais uma vez, a posição do Brasil em terceiro lugar na competição. Como o critério classificatório é o número de medalhas de ouro obtidas ao longo do certame, ficamos de novo atrás dos EUA e de Cuba. Não apenas tivemos menos medalhas de ouro que os cubanos (48 contra 58), como vimos reduzir o número das mesmas em relação ao Pan de 2007, quando havíamos alcançado 54 delas.
Ora, a pergunta que não calou durante vários dias, assim como vem ocorrendo há várias décadas, após cada evento esportivo dessa natureza: como é possível que Cuba, uma pequena ilha com pouco mais de 11 milhões de habitantes, sofrendo todo tipo de dificuldade econômica derivada do embargo imposto pelos norte-americanos, consiga um desempenho geral mais elevado do que o Brasil na competição? Afinal desde 1971 que Cuba nunca mais perdeu a segunda colocação, sempre atrás dos norte-americanos. É claro que a resposta a tal indagação envolve um conjunto amplo de fatores, de natureza econômica, política, social, geo-política, cultural e esportiva.
Mas, sem sombra de dúvida, as razões têm muito a ver com as posições de Cuba em termos de outras avaliações de suas políticas nacionais. Por exemplo, com certeza devem estar relacionadas ao fato de ela apresentar um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado que o Brasil (51ª posição contra 84ª posição), ao fato de ela apresentar uma taxa de analfabetismo bem mais reduzida do que a nossa (0,2% contra 9,6% no total da população de 15 anos ou mais) e ao fato de registrar um índice de mortalidade infantil também bem mais reduzido do que o brasileiro (4,9 por mil contra 19.8 por mil nascidos vivos). Ou seja, um conjunto de políticas públicas para saúde e educação que proporciona resultados positivos, ao que tudo indica, em termos de melhoria da qualidade de vida de sua população.
No caso do esporte, também não é muito diferente. No Brasil, permanece subjacente no debate a contradição entre: i) encarar o esporte como apenas uma mercadoria a mais no amplo rol das prateleiras oferecidas pelo capitalismo; ou ii) assumir a importância estratégica do esporte como elemento integrante do conjunto de políticas públicas a serem desenvolvidas pelo Estado. O mais grave é que, ainda sob o efeito paralisante dos anos de chumbo do neoliberalismo, pouco se avançou na superação desse dilema ao longo dos últimos anos.
A realidade se incumbiu de demonstrar que apenas o fato ter criado a estrutura ministerial exclusiva em 2003 não bastou. Foi, sem dúvida alguma, um passo importante dado pelo ex Presidente Lula no início de seu primeiro mandato. Até então, o esporte sempre estivera em pastas com outras áreas, como a educação e, mais recentemente, o turismo. Porém, ficamos na triste constatação de que um ministério específico é uma condição necessária, mas não suficiente. A face da mercantilização da atividade esportiva não apenas continuou inalterada, como acabou sendo reforçada pela forma como os diferentes ocupantes do ME trataram do tema.
O futebol é o paradigma mais evidente desse processo de transformação da atividade esportiva em mercadoria. Apesar de não ser o único caso, sua importância simbólica no imaginário popular e nacional faz com que a mercantilização seja amplamente difundida e até mesmo aceita por parcelas significativas da sociedade. Mas poderíamos citar também os casos do automobilismo, do basquete, do voleibol, do tênis e tantos outros. À medida que ganha importância e popularidade, o evento esportivo e o mundo dos esportes ganham um espaço especial e muito valorizado nos grandes meios de comunicação. A ponto destes últimos fazerem valer sua vontade junto ao próprio poder público. Um dos exemplos mais expressivos disso é a exploração privada da imagem de um dos elementos simbólicos da Nação – a seleção brasileira de futebol. Aquilo que deveria ser monopólio da União é fonte de negociação e vultosos lucros entre as empresas privadas.
Por outro lado, assuntos como salários dos profissionais, montantes dos valores negociados entre clubes, cifras constantes nos contratos dos patrocinadores, renda derivada da venda de ingressos e outros passam a ser tratados dentro de uma suposta “normalidade” de relações negociais. São números carregados de muitos zeros, milionários. Os clubes passam a ser operados como “empresas” e os objetivos concentram-se na esfera do “businness” puro e simples. E aqui não se fala apenas de uma gestão mais eficiente (o que é sempre bem vindo), mas da busca do lucro e da acumulação a todo momento e a qualquer custo. O espírito esportivo? Bem, esse “pequeno detalhe” termina por passar muito longe de tudo isso.
A constituição do esporte como agenda prioritária no conjunto de políticas públicas do Estado deveria justamente criar um sistema esportivo que operasse como contraponto a esse arsenal empresarial já existente e que não precisa nem merece tanto recurso público assim. Isso significa buscar a formação esportiva lá onde atuou a maioria dos países que obtiveram sucesso: a população jovem nas escolas. Ou seja, incorporar a atividade esportiva, de forma efetiva, como elemento indissociável da formação escolar. Assim, aliás, como as atividades artísticas em geral e a música, em particular. Desnecessário registrar que, apesar da prioridade aqui proposta, isso não significa que o ME não deva manter outros programas, como a terceira idade, portadores de necessidade especial, e outros.
Assim, é necessário romper com a aparente contradição entre a visão do esporte de alto rendimento e a visão do esporte como política social e como instrumento de universalização e de cidadania. Sim, pois à medida que a política pública se viabiliza por meio da universalização do acesso à formação e à atividade esportivas, naturalmente estão criadas as condições para o surgimento dos grandes talentos. Dessa forma, esses jovens diferenciados – os futuros “craques” - poderão ser encaminhados para estruturas de aperfeiçoamento desse potencial esportivo de alto nível. E o mais importante é que o foco de todo esse processo não é simplesmente a obtenção de títulos e/ou medalhas. Isso virá como conseqüência de um processo de ganhos de qualidade de vida, de satisfação pessoal e coletiva, de melhoria comprovada no rendimento escolar, de elevação nos padrões de saúde pública, dentre tantos outros ganhos de natureza social.
E então, a verdade é que estamos ainda muito longe de tudo isso. Como a prioridade do ME desde 2003 não foi a constituição de tal agenda de política pública, o esporte continuou distante da posição de elemento importante na pauta do governo. Os próprios dados do Orçamento da União contribuem para analisarmos
tal fato.
Entre 2006 e 2007, por exemplo, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária (PLO) (nota 1) encaminhado pelo Executivo para apreciação pelo Congresso, mais de 60% dos recursos destinavam-se às obras para a realização dos Jogos do Pan Americano no Rio de Janeiro. Mais à frente, em 2010, o PLO encaminhado pelo Executivo para apreciação pelo Congresso totalizava um valor aproximado de R$ 400 milhões para o ME, sendo que a metade desse valor era destinado ao Programa Segundo Tempo – objeto do polêmico repasse para as ONGs.
Se mudarmos o enfoque da prioridade definida pelo Orçamento, poderemos verificar a importância dedicada pelo governo ao esporte definido como sendo de “alto rendimento”. No PLO de 2011, esses valores representavam quase 60% dos R$ 1,2 bilhão da proposta total do ME. Já na proposta de PLO para 2012, o item do programa sintomaticamente chamado “Esporte de Alto Rendimento – Brasil Campeão” apresenta um percentual superior a 80% do total de despesas de R$ 1,6 bi.
Outro aspecto revelador da forma como está sendo estabelecida a política do ME pode ser inferido a partir das informações relativas ao aumento da dotação orçamentária inicial encaminhada pelo Executivo. Em função da tramitação do PLO no Congresso Nacional, a Lei Orçamentária final pode aumentar os valores, em particular por meio das emendas parlamentares no interior da Comissão Mista do Orçamento (CMO). Em 2011, por exemplo, a dotação inicial quase dobrou de valor, saindo de R$ 1,3 para R$ 2,5 bi. Porém, o detalhe é que mais de 80% desse aumento deveu-se a emendas para construção de quadras esportivas e equipamentos similares espalhados pelos municípios do Brasil afora, ao que tudo indica sem qualquer critério de política de esporte integrada e coerente A proposta inicial do Executivo para o programa “Esporte e Lazer na Cidade” era de R$ 80 milhões e o valor foi multiplicado por 14, saltando para R$ 1,1 bi depois da negociação das emendas.
Não basta construir quadras sem um suporte pedagógico, sem estrutura de professores com competência na área esportiva e sem uma integração com a política educacional nacional, além de seus óbvios rebatimentos no plano municipal. Além disso, é preciso superar o complexo limitador de “terra do futebol” e abrir as alternativas para o desenvolvimento dos jovens de todo o País em outras atividades esportivas nas quais surgirão competências. É o mesmo raciocínio válido para a educação musical: não é pelo fato de “todo brasileiro nascer com ginga e samba no pé”, que não seja essencial difundir a formação da música como linguagem e o ensino de música erudita desde os primeiros anos da formação escolar básica.
Para a implementação esse projeto mais abrangente para o esporte, é fundamental romper com a lógica mercantil que se instalou em nosso meio. Esporte não pode ser encarado como mercadoria e esse tipo de enfoque não deve receber maiores privilégios pela ação do Estado. No Brasil, em especial, a atividade esportiva deve ser encarada como elemento de cidadania e inclusão social. Ou seja, aspecto indissociável de política pública de caráter universal e democrático.
Nota (1)
Todas informações são públicas e estão disponíveis na página da Câmara dos Deputados:
http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/orcamentouniao/atividade-legislativa/orcamentobrasil/orcamentouniao/loa/loa2012
Dilma: 'Não vou fazer contribuição direta para o fundo europeu'
A presidenta Dilma Rousseff confirmou nesta sexta (4) que o governo brasileiro vai contribuir para o Fundo Europeu de Estabilização, criado para ajudar os países em crise, por meio do FMI. Segundo a presidenta, o Brasil dará sua contribuição ao FMI, que deverá aumentar seus recursos para evitar que a crise financeira se agrave. “A crise afeta os emergentes de várias maneiras, por isso a gente considera a ampliação do Fundo Monetário importante para reduzir o risco sistêmico.”, disse. “Não tenho intenção de fazer contribuição direta para o fundo europeu. Nem eles têm. Eu faço [contribuição] para o FMI. Dinheiro brasileiro de reserva não pode ser usado de qualquer jeito, mas por meio de aplicação garantida. A posição do Brasil foi clara”, afirmou. O assunto foi discutido pelos líderes do G20 em Cannes, na França.

FIIII, FIIIUUU. . .

NY Times faz guia para '36h em Brasília'
O New York Times publicou nesta sexta (4) um pequeno guia turístico para a "Brasília de verdade", que vai além da arquitetura retrofuturística de Oscar Niemeyer e negociatas com o governo federal.
Para a publicação norte-americana, o sucesso do Brasil no exterior, catapultou a Capital - um lugar "mais seguro e calmo que Rio de Janeiro e São Paulo" - à posição de parada indispensável para o turista estrangeiro.  Além de pontos tradicionais como a Praça dos Três Poderes e o novo Museu Nacional, o NY Times sugere bares e restaurantes brasilienses como Libanus e Beirute, além do nordestino.
Mangai e até a patisserie francesa Daniel Briand.
Mas o jornal avisa: o sistema de endereços candangos é para poucos e pode causar stress.Veja a reportagem aqui.

AH, SÍRIA . . .

Nova repressão mata 17 na Síria.
Forças de segurança da Síria mataram nesta sexta (4) cerca de 17 pessoas durante as manifestações contra “os déspotas e tiranos” que foi convocada por ativistas pró-democracia.  O grupo não acredita que o país aplique o plano árabe, anunciado para com a finalidade de acabar com a violência, além de prever a libertação de pessoas detidas durante a repressão e a retirada do exército das ruas. O regime do presidente Bashar al-Assad aceitou na última quarta (2) "sem reservas" a iniciativa, mas a repressão não parece ter fim. Segundo dados da ONU, cerca de 3 mil pessoas foram mortas desde março.
Hackers prometem atacar Facebook
FotoMÁSCARA SÍMBOLO DA ORGANIZAÇÃO DE HACKERS
Um grupo de hackers chamado Anonymous prometeu invadir o Facebook neste sábado (5). O Anonymous é conhecido por ter derrubado o site da Sony, além de páginas do governo. A ação “Operação Facebook (OP_FB)” foi anunciada em agosto, em vários vídeos postados no Youtube, e, segundo o grupo, o objetivo é “punir” o Facebook por ter ofendido a privacidade dos usuários. Segundo informações do site Mashable, o grupo costuma fazer ameaças para que as pessoas pensem sobre os alvos, mas sem atacá-los de verdade. Porém, o grupo tem tecnologia suficiente para derrubar com facilidade o seu alvo.

VIDA E MÍDIA


A Venezuela de Chávez, como sabemos, pela leitura diária dos jornais e o martelar inclemente das tevês, é um dos piores lugares do mundo para se viver. Só pode ter sido um erro, assim, atribuir aos venezuelanos um nível de satisfação com a vida tão elevado, como o que consta no Relatório de 2011 do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Numa escala de 1 a zero, os mais felizes com a vida no planeta são os noruegueses: 7,6 ;o Brasil registra um grau de felicidade de 6,8. O dos venezuelanos é de 7,5.
No mesmo relatório, a Argentina, que a narrativa dominante retrata como uma sociedade que cavou a própria sepultura após oito anos de populismo kirchnerista, emerge em 45º país em desenvolvimento humano. Isso numa lista de 187 nações avaliadas e comparadas com base em indicadores de expectativa de vida, escolaridade e renda per capita.
Outra discrepância notável é o caso de Cuba. Literalmente despencando, desprovida de qualquer mérito e legitimidade, a julgar pelos relatos jornalísticos, a ilha que há 50 anos vive sob o cerco do embargo comercial norte-americano resiste em 51º lugar, logo abaixo, quatro degraus, do grupo que inclui as nações com os melhores IDHs da terra. Deve haver algum equívoco.
Assim também como parece um total despropósito que o Iraque amargue ainda a 132ª posição, depois de oito anos de ocupação norte-americana, enquanto a Líbia, depois de 40 anos sob o inominável regime de Kadaffi, ostente o 64º melhor desenvolvimento humano - 23 degraus à frente da bem comportada e moderna Colômbia, por exemplo, até há pouco dirigida pelo sempre agraciado com elogios midiáticos, o operoso e respeitado democrata, Álvaro Uribe.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

FLUIDOS

Corinthians último titulo brasileiro, deu escandalo de juiz!  depois do Flamengo, não há timinho pior que o tal do Timão … ve-se que poucos entende algo de futebol, e essa dai não é uma delas…
Neymar empolgado na disputa da Bola de Ouro.
A motivação de Neymar aumentou muito. Único dos 23 jogadores pré-selecionados para concorrer à Bola de Ouro da Fifa, que não atua na Europa, ele está vibrando com a chance de concorrer ao prêmio com alguns dos melhores do mundo, entre eles e o mais importante, Messi, do Barcelona, que pode ser seu adversário na final do título mundial de clubes em dezembro no Japão.
Cristiano Ronaldo marcou os gols – de falta e pênalti – da vitória (2 a 0) de ontem sobre o Olympique Lyon, primeira do Real Madrid no estádio Gerland. O Real Madrid foi o primeiro dos 32 times a se classificar para as oitavas de final, após a nona vitória seguida no Campeonato Espanhol e na Liga dos Campeões da Europa em que é o único sem sofrer gol em quatro jogos.
Mario Gomez, artilheiro do campeonato alemão, fez os gols da vitória (3 a 2) de ontem do Bayern de Munique sobre o Napoli.
Rodrigo, atacante brasileiro, marcou o gol do Benfica no empate de ontem, na Suíça, com o FC Basel, no estádio São Jacó.
Joel Santana lança domingo Nikão, ex-Vitória, no ataque do Bahia, que não perde há anos em casa para o São Paulo.
Maradona perdeu ontem a invencibilidade como técnico do Al-Wasl, derrotado (1 a 0) pelo Al-Jazeera. Por ironia, o gol foi de um argentino: Delgado.

CAIO JÚNIOR ENCARA DESAFIO

Caio Júnior tem consciência de que a maioria dos torcedores do Botafogo não aprova a escalação de Alessandro, sempre muito vaiado no Engenhão, mas decidiu mantê-lo para o jogo de sábado com o Figueirense.
Alessandro se saiu muito bem na vitória (1 a 0) sobre o Cruzeiro. Se não chegou a ser aplaudido, embora merecesse, também não foi hostilizado como em outros jogos. Ganhou o apoio do técnico e continua titular.
A outra mudança no time, já confirmado, será a volta de Marcelo Matos, que não jogou com o Cruzeiro porque teve que cumprir a suspensão automática pela expulsão na derrota (3 a 2) para o Avaí, em Florianópolis.
A volta de Marcelo Matos, na opinião do técnico, representa segurança na marcação e mais qualidade no apoio: “É um jogador experiente, que dita bem o equilíbrio do time” – ressalta Caio Júnior.
O time está definido: Jeferson, Alessandro, Antonio Carlos, Fabio Ferreira e Cortês; Marcelo Matos, Renato, Elkesson e Maicosuel; Herrera e Loco Abreu, que ontem levou o filho Diego, com a camisa amarela do Barcelona, para o treino no Engenhão.
O Figueirense estará no Rio amanhã e o atacante Fernandes, que fez os gols da virada (2 a 1) de domingo, em Florianópolis, será mantido no time, que não perde há onze jogos. Fora de casa, o time catarinenses ganhou seis vezes.

IDH

Melhoramos, sim, e muito . . .
Em 2002 ocupavámos a posição 100 no Ranking IDH, em 2011 já ocupamaos a posição 84, a expectativa de vida do brasilkeiro agora é de 73,5 em 2002 era 69,5, a taxa de analfabetismo caiu, a mortalidade infantil.
Agora estas criticas hipocritas sugerindo que Lula se trate pelo SUS, tambem vale para FHC, Aecio Neves, Agripino Maia, Anastasia, Mario Couto, Vilela, José Anchieta, será que quando eles adoecem eles procuram médico do SUS?
Não, simplesmente porque eles podem pagar médico particular ou tem plano de saúde, quanta demagogia tambem contra a saude do melhor presidente da Republica que o Brasil já teve:Lula do PT.

TUMORES MALIGANOS

Fernando Pessoa não perdoa
Para tudo o que estamos vendo e ouvindo sobre os fatos do Ministéria do Esporte nunca devemos esquecer a melhor definição de Fernando Pessoa: "O comunismo é um dogmatismo sem sistema. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido e, com ele, se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo o que dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós”.

CESTO DE LIXO

SO PRA NEGRO

Bolsa de R$ 25 mil só para negros no IRB
Se você não é negro, não serve.
O Instituto Rio Branco (IRB) quer negros para o seu programa de bolsa de estudos.
Depois de ler isso fica dificil lutar contra o preconceito num país onde o próprio governo quer repartir uma população miscigenada.
Ato falho.
Lamentável atitude.
Quando os professores do ensino médio falava: “Governo que diz dar cota de 15% pra negro em universidade está excluindo da disputa as outras 85% das vagas. Quer disputar 15% ou 85% das vagas?”.
Coisa que o governo não conhece ou não aplica.
Um país cheio de acomodados e em que todo mundo ganha não pode ir pra frente.
Chamem de mentalidade capitalista ou o que for, mas é essa mentalidade que faz com que um país pobre vire país rico.

FOCOS DE CORRUPÇÃO

Ministério dos Transportes omite novo escândalo?
Como pode?
Não faz muito tempo que o ministro da pasta foi demitido por corrupção e as falcatruas continuam no ministério?
Isso é porque a limpeza da presidenta Dilma Rousseff não foi feita a contento.
Tiraram o ministro mas ficaram seus cupinchas, os viciados e operadores dos ilícitos, a mesma coisa irá acontecer nos outros ministérios, inclusive no último a ter ministro demitido, o dos Esportes.
Se o governo federal não fizer uma limpeza geral com a demissão dos cabeças e de seus auxiliares ou indicados, a coisa vai continuar como está, o lamaçal da corrupção irá permanecer.
Pura incompetência governamental! ! !
A limpeza tem que ser geral e irrestrita nos focos de corrupção dentro dos ministérios, para o bem do Brasil.

DUVIDAR E QUESTIONAR SEMPRE

Por Carlos Chagas
Primeira parte do pronunciamento do  jornalista Carlos Chagas ao receber o título de Professor Emérito da Universidade de Brasília.
Pela bondade de meus colegas professores, retorno à UNB, agora aposentado depois de 25 anos lecionando Ética, mas sempre aqui me refugiando nas horas de dúvida e de questionamento, santuário para os anos de contestação e de resistência.
Aqui encontrei e continuarei encontrando forças para a rejeição das verdades absolutas,  dos dogmas e das teorias definitivas.
A razão é simples: aqui duvidamos, questionamos, contestamos e resistimos. Somos o que toda universidade deveria ser: uma fonte de discordâncias, um centro de não aceitação do mundo à nossa volta.
Não estamos, com isso, renegando o passado, que sempre será o nosso maior tesouro, não na medida em que apontará o que devemos fazer, mas precisamente pelo contrário: o passado dirá sempre o que devemos evitar, no plano das idéias e das ações.
Nós, professores, devemos essa dádiva aos alunos que aqui ingressam atrás de respostas, mas daqui saem repletos de mais perguntas.
Houve tempo em que nossas carteiras escolares literalmente transformaram-se em barricadas. Hoje, formam estruturas para a permanente busca do desconhecido que se desata à frente.
Devemos, nós da Comunicação Social, ter  o sentido do conjunto, sobrepondo-se à particularização sempre maior e  mais perigosa. Torna-se necessário superar o risco de sabermos cada vez mais sobre o menos, e cada vez menos sobre o mais.  Conhecer muita mais a floresta do que as árvores.
Uma palavra sobre a profissão. Enfrentamos de tempos em tempos batalhas em defesa do diploma, e até perdemos a última, em 2009, quando o Supremo   Tribunal Federal extinguiu sua obrigatoriedade. Dizem alguns ingênuos e muitos malandros que o dom de  escrever nasce com o indivíduo, tornando-se desnecessário o diploma para o exercício do jornalismo.
Ora, o dom de escrever faz o escritor, essa criatura reverenciada por todos nós. O escritor pode publicar sua criação nos jornais e revistas, assim como apresentá-la no rádio, na televisão e agora nessas maquininhas eletrônicas diabólicas que nos assolam 24 horas por dia. Mas estará atuando como escritor, não como jornalista.
O jornalista não é nem melhor nem pior do que o escritor. É apenas diferente, quando exercita a profissão.
O “seu” Manoel, dono do açougue ali da esquina, é um craque na arte de cortar  carne. Tira cada filet  e cada costela que  aguçam nosso apetite. Por conta disso deve  trocar o avental pelo jaleco, entrar no Hospital Distrital  e operar alguém de apendicite? 
O camelô da estação rodoviária é um astro da palavra. Convence todo mundo. Vende tudo o que apregoa em sua banca. Tem o dom da palavra. Por isso, deve entrar no Supremo Tribunal Federal e defender alguma causa?
Ser jornalista é estar dotado de conhecimentos  adquiridos ordenada e sistematicamente, e nenhum lugar parece melhor do que a universidade, para isso. Precisa, o jornalista, conhecer detalhes de redação, edição, diagramação, seleção, circulação e demais matérias inerentes à sua ação diária, estendidas aos correspondentes da mídia eletrônica.  Precisa, porem, mais ainda, dominar  a História, a Política, a Economia, a Geografia, a Filosofia e quanto segmentos a mais do conhecimento humano?
Já imaginaram a ausência do diploma na Medicina? Quanto curandeiros ocupariam o lugar dos médicos? E no Direito, sem o diploma, como estariam os tribunais?
O mundo progride e a progressão exige aperfeiçoamento. Quem lhes fala é um velho jornalista com diploma de advogado.  Lamento até  hoje o que tive de aprender na prática das redações e na agonia das improvisações. No tempo em que comecei a trabalhar como repórter inexistia a obrigatoriedade do diploma.   Talvez nem o diploma.
 Exceção dos que por boa fé insurgem-se contra o diploma, que são os ingênuos, há que referir os malandros. Aqueles que por interesse rejeitam uma categoria altiva e organizada, forjada nos bancos universitários, acima e além de ideologias, doutrinas, partidos e inclinações sociais, pessoais ou políticas. Os estudantes de Comunicação Social deixam a universidade amalgamados pela dignidade. Em condições de exigir melhores salários, melhores condições de trabalho e, mais importante ainda, de respeito à notícia.  De culto à verdade, condição facilmente adquirida quando se recebe o diploma.
 Tremem de medo dos jovens diplomados aqueles que fazem da notícia um trampolim para enriquecer, ganhar poder ou posicionar-se  politicamente. Preferem ter em suas empresas jornalistas acomodados que não ousam defender a notícia honesta e verdadeira quando ela se choca com os interesses, a vontade e as idiossincrasias do patrão, seja público, seja privado. Para este, torna-se mais fácil abrigar nas redações jornalistas amorfos, insossos e inodoros.
Ministério dos Transportes omite novo escândalo.
A consultoria jurídica do Ministério dos Transportes se fingiu de morta diante de uma suspeita de conflito de interesses. O subsecretário de Assuntos Administrativos, Moacyr Roberto de Lima, contratou em 20 de janeiro a empresa Confere Comércio e Serviços para prestar serviços à pasta. Ele se desligou em fevereiro e virou consultor da Confere em 21 de março, onde ficou até 16 de agosto. Atuando dentro do ministério.
A volta de quem não foi
No dia 17 de agosto, Moacyr Roberto de Lima foi oficializado de volta no cargo que ocupava no ministério. Na cara lavada.
Conferido na Justiça
A Confere é considerada “inidônea” desde 2007, após condenação por improbidade administrativa na Justiça do DF não podia fechar contrato.
Bens bloqueados
A Confere teve R$ 3 milhões em bens bloqueados pela 7ª Vara do Trabalho de Brasília, que apurou irregularidades em junho e julho. Bom currículo
A assessoria do Ministério dos Transportes informa que Moacyr Lima foi contratado pela Confere pelo “bom currículo”, como assistente.

NO G 20

Grecia, Portugal, Irlanda, economias menores, estão experimentando deste chá azedo.
Em seguida, virão Italia, Espanha.
Fala-se tambem na França, economias bem maiores.
Será que a receita do bolo vai mudar?
Hoje, a Dilma disse que pode ajudar a Europa através do FMI.
No PiG, é de dar dó os comentarios contra esta ação da Presidenta.
Esqueceram, de propósito, o pedinte Pedro Malan, de triste memoria.

COMPLEXO DE VIRA-LATA

O complexo do beija-mão

Por Flavio Aguiar, na Carta Maior.
Muito se tem falado recentemente sobre o “complexo de vira-lata”, metáfora do sentimento brasileiro criada por Nelson Rodrigues, para se referir à política externa brasileira. Hoje, de maneira deselegante, o colunista da Folha Sergio Malbergier sugeriu que a presidenta Dilma Rousseff poderia estar substituindo este complexo pelo de “poodle”, ao fazer exigências à União Européia perante a cúpula do G-20.
A esquerda acusa a direita de “complexo de vira-lata” por esta querer que o Brasil se diminua perante as potências ocidentais. A direita acusa a esquerda do mesmo, e o governo brasileiro, por achar que ambos defendem um “terceiro-mundismo mofado”. Para mim, a razão nestas acusações fica com a esquerda, não com a direita, pelo fato de que, entre ambos os argumentos, coloca-se um outro complexo, que assola a direita em matéria de política externa, que é o "complexo do beija-mão".
O complexo do beija-mão é algo que assola a vida brasileira desde os tempos coloniais, e que consiste em pensar que o que se consegue na vida não se deve aos próprios méritos, mas sim ao favor dos poderosos. É um capítulo interessante da ideologia do favor, que tanto governou e nos governa ainda.
Para esse complexo, é um absurdo o Brasil se mostrar ostensivamente independente das potências ocidentais, a ponto de criticar algumas delas em público, como no caso do G-20, em que a presidenta Dilma vai cobrar medidas mais duradouras e anti-recessivas da bancada européia. É também absurdo o Brasil não se alinhar costumeiramente aos Estados Unidos. Por quê? Porque assim perderemos o beneplácito dos poderosos, e não teremos as vantagens comerciais que poderíamos ter. Como se o mundo comercial de hoje fosse regido por esses favores do beija cá dá lá.
Mas não só isso. Devemos adular também os pequenos emergentes. Para esse complexo, o Brasil errou redondamente ao não se alinhar ao neogoverno da Líbia, porque agora, nas prebendas que serão distribuídas como botim depois do bárbaro linchamento de Gadafi (que deveria ter sido julgado em Haia), não teremos parte alguma. Como se as potências bombardeiras deixassem algum espaço espontâneo para quem beijasse as mãos suas ou de seus apaniguados. A diplomacia brasileira – e nisso acerta – aposta em outra coisa, na multilateralidade de sua abordagem da cena internacional, tanto do ponto de vista comercial como do político.
Porque assim é o mundo contemporâneo: multilateral, não mais bi nem unipolar. É claro que existem considerações de natureza ética na política internacional. Apoiar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre uma “no-fly zone” na Líbia que vai servir na verdade para bombardear um dos lados da questão em detrimento de outro, inclusive para matar o líder desse lado em questão, não é ético. Além disso, não é pragmático: o Brasil perderia o perfil que vem laboriosamente construindo num mundo multi-lateral que inclui, além do Ocidente em crise monetária, fiscal, econômica e política, os BRICS, o G-20, a América Latina, a África subsaariana, o Oriente Médio, para dizer o mínimo e o máximo.
Tudo isso remonta a dizer que o mundo íntimo da nossa direita é completamente anacrônico. Ele não consegue visualizar a estatura que o Brasil atingiu na cena internacional. Também não consegue visualizar a própria cena internacional, que é bem mais complexa do que um jogo de mocinho e bandido ou de gato e rato.
Uma última observação. Toda a ironia tem dois gumes, a gente sabe. É bom lembrar que na época em que Nelson Rodrigues criou a metáfora do “complexo de vira-lata” o modelo ideal de cachorro era o pastor alemão, de triste memória (o modelo ideal, não o cachorro que, deixado a seu instinto, é de índole boa e pacífica).

SÓ LAMENTO . . .

PAPANDREU NA BEIRA DO ABISMO

** sem sustentação no próprio partido 'socialista', acuado pelos líderes do euro, o premiê recua no propósito de consultar a população sobre o programa de arrocho embutido no 'desconto' de 50% da dívida grega.
** rendição não garante sua permanência no cargo, mas é uma esmagadora vitória do diretório financeiro da UE que reduziu a Grécia a um protetorado, sem direito de opinar sobre o seu futuro.
** BCE corta taxa de juro: decisão vem com atraso de 2 anos e 16 milhões de desempregados.