sábado, 13 de novembro de 2010

SILVIO OBRIGA A DILMA A FAZER A LEY DOS MEDIOS

Chatô inaugura a Tupi. O Silvio não é o Chatô
O Vasco acaba de chegar de alto mar.
Trata-se, como se sabe, de Vasco Moscoso de Aragão, amigo navegante de longo curso.
Fomos tomar café da manhã na Padaria Aracaju.
Este ordinário blogueiro contém-se num sanduíche de peito de peru no pão integral.
O Vasco ataca um “Sem Juízo”: pão na manteiga na chapa, sem miolo, sem cérebro, uma especialidade da casa (portuguesa), do bairro de Higienópolis, em São Paulo, onde mora o Fernando Henrique.
- Vasco, e o Silvio ?, pergunto.
- Você quer dizer o Madoff.
- O que ? O Madoff americano ? Não, quero saber do Silvio Santos.
- É a mesma coisa.
- Como assim, pergunto estupefato.
- A mesma coisa, responde o Vasco, já com a mão toda lambuzada de manteiga.
- Pera aí. O Madoff era uma pirâmide. Um “esquema Ponze”.
- O Silvio era a mesma coisa. Ele vendia um fundo e não dava baixa. Precisava de dinheiro, vendia outro fundo e não dava baixa. E o PanAmericano lucrava indefinidamente.
- E na verdade não era lucro. É isso ?
- Não era lucro nenhum. Era espuma.
- Mas, o Silvio se gabava de ser o maior pagador de imposto de renda do Brasil.
- Por isso. Ele pagava imposto sobre lucro fictício.
- É mesmo ?
- E quando faltava dinheiro em algum lugar, ele ia lá e vendia outro fundo.
- E não dava baixa.
- E não dava baixa.
- Então, era assim que ele cobria os buracos no SBT.
- No SBT e em qualquer outro lugar. Faltava dinheiro, ele vendia um fundo. E uma mão lavava a outra.
- Quer dizer, então, que o banco e o SBT, no fundo, no fundo, eram a mesma coisa.
- Isso mesmo. O Silvio usou uma concessão de serviço público, uma rede de televisão, para operar um esquema de trânsito de fluxos financeiros totalmente irregular.
- Mas, Vasco, por que o Silvio, com 80 anos, não vendeu esse rolo antes ?
- Porque é um rolo. Como é que ele ia vender ? O futuro comprador abria as contas e descobria o rolo. Não dava. Ele não ia vender nunca.
- E se (*) e quando ele morrer ?, pergunto.
- Se e quando ele morrer, o SBT acabaria.
- E o Ministro das Comunicações, o Hélio Costa, preocupado com a política municipal de Barbacena.
- O Ministério das Comunicações não vê nada. E o Banco Central também não. Mas, os bancos que compravam fundos do banco do Silvio sabiam de tudo.
- Vocês acha que sabiam, Vasco ?
- Claro. Você acha que eles não olham para o balanço do outro. Você acha que eles não percebiam que o Silvio vendia e não dava baixa ? Fazia que não tinha vendido e lucrava em cima do que não tinha mais ? O Itaú e o Bradesco não percebiam ? O único bobo dessa história é o Banco Central.
- É …
- E o problema não é quem vai ficar com o PanAmericano, mas quem vai ficar com a televisão.
- Ué, fica quem der o que o Silvio quer …
- Só o Otavinho acha que alguém vai dar R$ 2,5 bilhões ao Silvio para comprar o SBT. Ele não sabe o que são R$ 2,5 bilhões.
- Quem vai ficar com o SBT ?
- Aí é que está. Quem tem banco e empresa de telefonia ao mesmo tempo ?
- Não sei, Vasco.
- Os portugueses da Portugal Telecom, que estão cheios de grana, com a venda da Vivo.
- O que eles têm ?
- Eles são donos da Oi, uma empresa de telefonia.
- Vasco, você sabe como o pessoal da Globo chama a Oi , Vasco ?
- Não.
- Um pangaré brasileiro com um ginete português.
- Vamos falar sério, meu filho. Eles são donos da Oi, também são donos do iG. Têm 40% do UOL. E têm um banquinho por trás, o Espírito Santo.
- Então, eles podem ficar com o PanAmericano e com o SBT.
- Você quer matar os filhos do Roberto Marinho do coração.
- Ué, mas isso é o óbvio: os portugueses estão nas duas pontas do negócio do Silvio.
- Meu filho, você chegou aonde eu queria chegar.
- Eu ?
- Você sabe quem vai pedir à Dilma uma Ley de Medios ?
- o Franklin.
- Não seja tolo, meu filho. Vai ser a Globo.
- A Globo ?
- Claro. Já imaginou se os portugueses ficam com o banco e a televisão do Silvio ?
- Vai ter que ter uma regra.
- Vai ter que ter uma Ley de Medios.
- Você acha que a Dilma vai correr o risco de entregar uma rede de televisão ao Adolpho Bloch e ao Silvio, como os militares fizeram com o espólio do Chateaubriand ? Ela vai ter muito cuidado com a distribuição do espólio do Sílvio. Por isso que a Ley de Medios é inevitável.
- Quer dizer que o Silvio salvou a Globo.
- A Globo e a Dilma, sentenciou o Vasco, lambendo os beiços.
Pano rápido
(*) Quem dizia SE eu morrer era o Roberto Marinho – contava-se na Globo.

PROJEÇÃO EM VIDEO

Técnicos fazem projeção de vídeo em edifícios da rua Augusta, na região central de São Paulo.
Joel Silva/Folhapress

AS COISA DE TUCANO - CAIXA 2

COLUNA DO CLAÚDIO HUMBERTO
PSDB financiou Cristovam Buarque contra Lula em 2006.
A candidatura do senador Cristovam Buarque (DF) à presidência da República pelo PDT, em 2006, recebeu doações financeiras da campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB), segundo revelou a esta coluna o próprio presidente do PDT-DF, Ezequiel Nascimento.
Ele diz que no total foram R$ 950 mil.
O PSDB investia na candidatura de Cristovam para tirar votos de Lula (PT), que disputava a reeleição.
Caixa 2.
Ezequiel Nascimento afirmou que a campanha de Cristovam recebeu R$ 250 mil oficialmente e R$ 700 mil no “caixa 2” de origem tucana.
Intermediação.
As doações da campanha do PSDB à Cristovam Buarque teriam sido realizadas por uma produtora que trabalhava para os tucanos.
Colaboração.
Ezequiel Nascimento se coloca à disposição do conselho de ética do Senado para investigar Cristovam pela suposta quebra de decoro.
Briga pelo controle.
A denúncia de Ezequiel é produto da briga pelo controle da executiva do PDT no DF. Cristovam quer alterar a composição da executiva.

UMA DATA A RECORDAR

Por Carlos Chagas.
Quinta-feira transcorreu mais um 11 de novembro, que pouca gente recorda hoje, em se tratando do ano de 1955. Juscelino Kubitschek havia sido eleito presidente da República. Em outubro, mas naqueles tempos bicudos do que mais se falava era de um golpe para impedir sua posse, em janeiro do ano seguinte. Alegavam até que não conquistara a maioria absoluta dos votos, ainda que a Constituição não contivesse essa exigência.
O governo do presidente Café Filho era golpista, em maioria, mas para evitar a ascensão de Juscelino ao poder era necessário o apoio das três forças armadas. Marinha e Aeronáutica dispunham-se  à aventura, pela posição de seus ministros, mas o Exército se opunha. O ministro da Guerra, general Henrique Lott, sustentava o cumprimento da Constituição, de posse ao eleito. Bastaria afastá-lo para a procissão sair à rua, mas Café Filho hesitava. Se teve ou não um ataque de coração, dividem-se as opiniões até hoje, mas a verdade é que licenciou-se. Como tinha sido vice-presidente, sucedendo Getúlio Vargas, seu substituto imediato era o presidente da Câmara, Carlos Luz, do PSD mineiro, ao qual JK pertencia, mas seu ferrenho adversário. Golpista, portanto. Sua missão era demitir o general Lott, usando como pretexto a crise entre o ministro e um coronel, Jurandir  Mamede, que dias antes discursara em favor do golpe. Como pertencesse aos quadros da Escola Superior de Guerra, só poderia ser punido por autorização do presidente da República, que Café Filho vinha negando, antes de afastar-se, e Carlos Luz não admitia. Tudo armado para desmoralizar o ministro da Guerra.
Episódio grotesco aconteceu na véspera, dia 10. Lott pedira audiência a Carlos Luz para receber o coronel de volta ao Exército, e puni-lo,  ou demitir-se, conforme publicavam os jornais. Marcada para as quatro horas da tarde, cinco minutos antes o ministro estava na ante-sala do gabinete presidencial, no palácio do Catete. O presidente interino resolveu   humilhá-lo, fazendo entrar outros ministros, auxiliares e gente de funções variadas. O papel do rádio foi fundamental, pois as principais emissoras entravam com edições especiais, de dez em dez minutos, anunciando que o general Lott ainda permanecia sem ser recebido. Nos quartéis  de todo o país a oficialidade ouvia e indignava-se com aquela humilhação ao seu chefe. Afinal recebido, o ministro ouviu que não receberia o coronel de volta e,na mesma hora, demitiu-se. Seu sucessor já estava escolhido em surdina, o general também golpista, Fiuzza de Castro. Outro erro de Carlos Luz verificou-se quando Lott  indagou se deveria, ainda naquela tarde, passar o ministério da Guerra ao colega: “deixe para amanhã”.
Voltando à residência oficial, no bairro do Maracanã, o  enquadrado general fez como todo dia: às sete da noite já tinha jantado, vestira o pijama e preparava-se para dormir,  disposto a entregar  sua função na manhã seguinte. Morava na casa  ao lado o comandante do I Exército, general Odílio Dennis, à época legalista empedernido, que começou a receber generais e coronéis em profisão. Todos irritados com a utilização do Exército num golpe contra as instituições democráticas. Dennis ligava-se a Lott através de um telefone de campanha, que acionou, acordando o superior e pedindo que atravessasse o jardim porque uma crise estava se desenvolvendo. O ministro foi e concordou em que  deveriam reagir. Foram todos para o prédio do ministério, defronte à Central do Brasil.  Lá, o comandante do I Exército surpreendeu, revelando a existência de ordens secretas para  os principais quartéis do país, que botassem a tropa na rua, cercassem os estabelecimentos da Marinha e da Aeronáutica e defendessem a legalidade, quer dizer, a futura posse de Juscelino.
Já na madrugada do dia 11 as capitais e principais cidades do país estavam tomadas por soldados do Exército, tanques, canhões e toda a  parafernália militar. Lott assumira a liderança do movimento que logo, em nota oficial, foi chamado de Movimento de Retorno aos Quadros Constitucionais Vigentes, um atentado á semântica, pois se eram vigentes não precisava haver retorno, mas, de toda forma, um ato em defesa da democracia e do respeito às leis.
No palácio do catete, Carlos Luz começou a ser informado da movimentação e telefonou para o general Lott, no ministério da Guerra. Deu-se a revanche: Lott mandou dizer, pelo telefonista, que estava muito ocupado e não poderia atender.
Os golpistas, com o presidente interino á frente, conseguiram refugiar-se nas instalações da Marinha e embarcaram no cruzador “Tamandaré”, dispostos a fugir para São Paulo, onde imaginavam que o governador fosse golpista. No fim da manhã a belonave forçou a saída na baía da Guanabara, cercada de fortalezas do Exército. Avisado, Lott não teve dúvidas: “afundem o “Tamandaré!
Felizmente estávamos no Brasil, onde os golpes e contra-golpes costumam acontecer sem sangue. As fortalezas atiraram, mas propositalmente errando o alvo. O ministro mandou prende os comandantes das baterias mas terá ficado satisfeito porque mortes foram evitadas. O navio tentou chegar ao porto de Santos, desistindo ao ser informado de que o Exército dominava o país inteiro e o general Lott já dera “conselhos” ao Congresso para votar o impedimento de Carlos Luz, empossando Nereu Ramos, presidente do Senado, na presidência da República. Os golpistas voltaram ao Rio, desiludidos.
Por tudo isso, ressalte-se que o dia 11 de novembro deve ser sempre lembrado.

MINISTERIO DA DILMA

OS GROTÕES

Por Carlos Chagas
Registrava o dr. Ulysses Guimarães que sem dar atenção aos grotões nenhum presidente se elegeria e, em especial,  controlaria  a Câmara.  Referia-se àquela massa de deputados que  pouca gente conhece, afastados do noticiário da imprensa e sem maior liderança pessoal, mas fundamentais para o funcionamento da casa. Quando nas suas presidências, o saudoso comandante dedicava-se a conhecer pelo nome  cada um dos 513 deputados, de preferência com detalhes referentes às suas famílias e regiões de origem.
Provindo do PT ou do PMDB, o sucessor de Michel Temer precisará descer ao plenário e freqüentá-lo com assiduidade. Tarefa mais difícil num início de Legislatura,  dada a renovação de 40% das cadeiras. Gente nova chegará ávida de alguma consideração e de muita atenção por parte  do candidato a  novo presidente, seja ele Cândido Vacareza ou Henrique Eduardo Alves, cuja eleição dependerá dos grotões.

OS CAÇAS E O SUPREMO

Por Carlos Chagas.
De volta ao Brasil e depois de,   na  viagem de volta de Seul,   haver conversado horas seguidas com Dilma Rousseff, as indicações são de que o presidente Lula deverá indicar ao Senado o nome do décimo-primeiro ministro do Supremo Tribunal Federal e, em seguida, anunciar a compra dos 36 aviões de caça da FAB, provavelmente os Rafale franceses.
São diversas as opções para o Supremo, valendo ficar de olho nas sugestões do ex-ministro Márcio Tomaz Bastos. O ideal, para o governo, é que antes de 31 de dezembro o Senado possa sabatinar e votar a indicação, mas não se afasta a possibilidade dessa liturgia ficar para fevereiro.
Quanto aos aviões de combate, a opção fica por conta do ministro da Defesa, Nelson Jobim, aliás considerado o mais eficiente titular da pasta, na opinião dos comandantes das forças armadas.

PRESIDÊNCIA DO PT PARA O LULA

Por Carlos Chagas
Vale insistir no assunto: caso venha a assumir a presidência nacional do PT, já como ex-presidente da República, o Lula ficará instrumentalizado para dedicar-se à reforma política. Uma reunião do diretório nacional do partido ou, mesmo, uma mini-convenção extraordinária, bastariam para, por aclamação, dar ao primeiro-companheiro, de direito, a função que há muito lhe cabe e que jamais deixou de exercer, de fato.
Teria, o Lula, um gabinete e respectivas assessorias onde reunir-se com os líderes do partido e as bancadas. Aliás, dois gabinetes, um em Brasília e outro em São Paulo.
Nenhum problema existiria na substituição de José Eduardo Dutra, pronto para ocupar um ministério ou, dependendo das circunstâncias, uma cadeira no Senado, primeiro suplente que é de um titular também cotado para integrar a equipe de Dilma Rousseff.
Assim se delineia o futuro do presidente, bem longe da boataria que um dia o aponta como secretário-geral das Nações Unidas, em Nova York, outro como diretor-geral da FAO, em Roma, e, nos fins de semana, até presidente da Fifa, na Suíça. Nenhuma função no exterior parece sensibilizá-lo, menos por tratar-se de um monoglota, mais por não abrir mão de dedicar-se ao Brasil.
Haverá que aguardar a posse de Dilma Roussef e o período necessário ao merecido descanso do presidente, pelas impressões gerais, não superior a um mês. Só depois seria anunciada a decisão

G - 20

UMA PEDRA NO CAMINHO

LUGAR COMUN

Alguns homens lêem a Playboy pelo mesmo motivo que lêem a National Geografic gostam de ver lugares que sabem que nunca vão visitar.

DECISÃO NO BRASILEIRÃO

Por Fernando Sampaio, Jovem Pan.
Hoje, tem mais decisão no Brasileirão. Pontos Corridos é assim mesmo. Toda rodada vale. Nas três partidas de hoje, cinco equipes estão disputando ou título, ou rebaixamento ou Libertadores. O Santos é a única sem ambição. Isso depois de ter jogado várias decisões ao longo do campeonato.
O Grêmio pode aproveitar esta falta de motivação do Peixe. Mas, o jogo é na Vila. Complicado.
Atlético (MG) x Flamengo é jogo bom. O Galo saiu do rebaixamento com Dorival. A situação ainda é preocupante. Só a vitória garantirá mais uma rodada fora da zona da degola. Não vejo risco ao Flamengo. Mesmo perdendo, apenas duas equipes poderiam ultrapassá-lo: Vitória que visita o Guarani e Atlético (GO) que recebe o Palmeiras. Caso isso aconteça, o rubro-negro ficaria na 15a colocação. Na próxima rodada recebe o Guarani.
O problema do Mengo não é o rebaixamento, mas o elenco. É fraco.
Corinthians x Cruzeiro é o jogo mais importante do sábado. O Pacaembu vai receber mais uma decisão. Maravilha. Desde o início do ano, minha avaliação do Corinthinas continua a mesma. O time titular é muito forte. Depois da saída do Adilson Batista, muitos jogadores sairam rapidinho da fisoterapia. Sorte do Tite. Sem alguns titulares, o título ficaria bem difícil. O elenco não tem reservas em várias posições. É diferente do Fluminense, com elenco mais completo, continua na liderança mesmo sem Fernando Henrique, Fred, Deco e Emerson.
Tite está fazendo feijão com arroz, como Celso Roth fez com o Internacional na Libertadores.
O Cruzeiro é um time imprevisível. Ganhou as duas últimas fora de casa, mas perdeu as duas últimas em casa. Assim como o Fluminense, o time mineiro está em desvantagem no campeonato, jogando sem campo. Faz muita diferença. O Flu já se adaptou ao Engenhão. O Cruzeiro não está se dando bem no Parque do Sabiá, em Uberlândia. Contra o São Paulo, a torcida tricolor era muito grande. A Raposa parecia fora de casa. É um visitante indigesto.
Sandro Meira Ricci terá muito trabalho no Pacaembu.

POR UMA NOITE APENAS ... OU NÃO

HAJA CORAÇÃO

De virada, Brasil vence Japão por 3 sets a 2 e enfrenta a Rússia na final do Mundial de vôlei feminino neste domingo, às 8h.
Haja coração! A partida contra a seleção japonesa foi uma peregrinação! O jogo de voleyball e muito emocionante pois tudo pode acontecer ate o último ponto do último set..
Valeu a pena assistir, pela garra e vontade de vencer. Mesmo se tivesse perdido já valeria a pena ter visto a partida mas ganharam e agora é partir pra cima da Rússia com a mesma garra, vontade, técnica e haja coração.. Ao meu ver a levantadora demorava muito pra receber a bola, a recepção tem que ser mais rapida… Vamos lá Brasil, traz esse campeonato pra gente…
Deus abençoe as nossas amazonas nesse confronto!
Parabéns as grandes representantes do Brasil!
Continuarei torcendo, mas já estamos entre as melhores do mundo! Viva a nossa seleção.
Foto; Kazuhiro Nogi/AFP

HOMENAGEM DO GOOGLE

Robert Louis Balfour Stevenson (13 de novembro de 1850, Edimburgo3 de dezembro de 1894, Apia, Samoa), foi um novelista, poeta e escritor de roteiros de viagem. Escreveu clássicos como A Ilha do Tesouro, O Médico e o Monstro e As Aventuras de David Balfour (esta dividida em duas partes, Raptado e Catriona).

OS ÚLTIMOS ANOS DO IMPÉRIO DA GLOBO


Renato Rovai, da Revista Fórum
Há elementos bastante sólidos para se afirmar que as Organizações Globo estão vivendo seus últimos anos de império e que para breve ela será apenas mais um grupo de comunicação no Brasil. A audiência da TV aberta, que é o carro chefe da emissora vem caindo de forma constante há algum tempo.
Além disso, a Globo tem perdido telespectadores tanto para a concorrência como para a Internet. Os jovens já passam mais tempo no computador do que na frente da TV. Além do que, na Internet a Globo é mais uma. Seu portal não é nem o maior do país.
Agora, há dois novos elementos que são pilares fundamentais do poder da Globo que podem torná-la ainda mais fraca nos próximos anos. O primeiro tem relação com a decisão recente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) que tirou da emissora a preferência pela renovação dos direitos do Campeonato Brasileiro das temporadas de 2012 a 2014.
A Rede Record está em polvorosa com a notícia. E há apostas de que o grupo do bispo pensa em dobrar o valor pago hoje pelos Marinhos, de 500 milhões ano para 1 bilhão.Se isso vier a acontecer e a emissora paulista, que já venceu a concorrência pela transmissão dos Jogos Olímpicos de 2012, passará a ter a hegemonia da cobertura esportiva. No caso do Campeonato Brasileiro, se a Record vencer mais essa ela passa a ter condições objetivas de derrotar a Globo no horário nobre.
O melhor horário para os jogos da semana é o das 20h, 20h30. Mas por conta do Jornal Nacional e das novelas, a Globo faz com que eles se iniciem cada dia mais tarde. Antes eram 21h15 e agora já estão começando às 22h. Isso diminui consideravelmente o público nos estádios.
A Globo também só transmite um jogo por semana. Se a Record vier a ganhar o Brasileirão, ela vai fazer exatamente ao contrário. Transmitirá os jogos no horário nobre tanto para poder vender publicidades por um preço melhor, quanto para tirar audiência da sua principal concorrente. E empurrar as novelas para segundo lugar no horário.
Além disso, ao invés de transmitir apenas um jogo por semana, vai tentar fazer o maior número possível de partidas. Ou seja, vamos ter jogos nos canais abertos nas quartas e quintas e talvez em até dois horários nesses dias. Algo como o jogo das 19h e o das 21h. Além disso, o campeonato da série B provavelmente vai ser negociado com alguma parceira, como SBT ou a Rede TV pra ser transmitido nas terças e sextas em horários também nobres. E vão arrancar alguns pontinhos das novelas nos outros dias.
Boa parte da audiência e dos lucros da Globo tem relação com o futebol. Ele é uma das galinhas dos ovos de ouro da emissora. É quem paga boa parte das contas. O núcleo de novelas também é o responsável por uma considerável parcela das receitas e da audiência da emissora. Ou seja….
O segundo elemento que pode levar a derrocada da empresa dos Marinhos ser mais rápido do que o imaginado é que pela primeira vez desde 1964 que há indícios claros de ela não vai ser a toda poderosa do Ministério da Comunicação. Há muitas articulações tanto no meio empresarial, quanto na sociedade civil e na classe política para impedir que novamente o futuro titular da pasta seja pau-mandado do Jardim Botânico.
Um importante dirigente partidário disse a seguinte frase que resume o animo da tropa governista: “Dessa vez eles perderam mesmo. Quando decidiram apoiar radicalmente o Serra fizeram uma opção. Vão ter o direito sagrado de ser oposição, inclusive no ministério da Comunicação”.
Amém!

QUAL É O PÚBLICO DA TV PÚBLICA ?


Por Délcio Teobaldo, Observatório da Imprensa.

No primeiro dia de trabalho como presidenta da República, provavelmente, Dilma Rousseff deve encontrar sobre sua mesa uma pasta onde se destaca uma forma ovóide azul anil, vazada pelas iniciais EBC, da Empresa Brasil de Comunicação. Não deve ignorá-la; nem se orgulhar dela. A reação dúbia, contraditória, tem uma explicação simples: a EBC pode ser a via de mão dupla através da qual o governo Dilma manterá a comunicação com os eleitores dos cinco complexos geográficos que a sagraram nas urnas; no entanto, convém ao bom senso que se contenha a euforia, ao verificar que esse diálogo necessário e possível pode continuar se arrastando sem efetivação pela segunda década do século 21 ou "pelos séculos dos séculos, amém", se a TV Pública não disser ao público a que veio.
Não é tarefa fácil, considerando que a EBC foi criada numa conjunção de eventos contraditórios, numa quase encruzilhada, em junho de 2006, ou seja, cinco meses antes da eleição que daria ao governo Lula o segundo mandato presidencial e dezembro de 2007. No primeiro evento, Lula instituiu o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, o polêmico padrão japonês SBTVD-T, e onze meses depois da posse pôs no ar a TV Pública, cuja estreia coincidiu com chegada da TV digital ao mercado. Estratégia perfeita se não fosse irônico o Estado viabilizar as utopias de sonhadores como Edgard Roquette-Pinto e Gilson Amado, que acreditavam na radiodifusão como promotora do consumo e formadora de cidadãos, sem questionar se o Brasil estava pronto, no vinco ou no assumido desalinho, para a se expor através do padrão digital ou High Resolution Definition Televison (HDTV).
Uma coisa é assistir à nossa diversidade, às nossas contradições, às nossas desigualdades, ouvir reivindicações, especular corrupções captadas e divulgadas no padrão atual de 480 linhas. Outra é ver a mesma realidade em 1.080 linhas. Estaria o país democraticamente preparado para se expor tão clean, claro e explícito? O país está pronto para isto? É impossível mascarar a tecnologia HDTV; impossível ludibriar uma câmera capaz de captar o som do bater das asas de um querubim e de acompanhar a trajetória de uma bala, do estampido ao alvo.
O HDTV é exigente. Não se deixa enganar por bolinhas de papel, fitas crepes, alfinetes, nem pelo crayon que marcava rugas de expressão. Já notaram que os velhos atores, cultores das honoráveis rugas naturais, estão voltando à cena? A TV Pública está pronta pra isto? Em termos técnicos, sim, pois em 2008 e 2009 foram realizados investimentos elevados em equipamentos e tecnologia e este ano a EBC dispôs, ou melhor, dispõe, de um orçamento básico de R$ 453 milhões para sua consolidação.
Saber que a tecnologia audiovisual amplia nosso alcance visual e aumenta nosso poder de voz não basta; é preciso consciência de que necessita de ideias e de ideais para operá-la. Neste quesito, a EBC investiu pouco. Basta comparar os discursos de Beth Carmona, diretora-presidente que participou da gestação do projeto da TV Pública, e de Tereza Cruvinel, atual gestora do projeto: "Hoje não basta diferenciar a TV pública utilizando a premissa da programação de qualidade. Hoje não basta diferenciar a TV pública só por seu conteúdo nacional, pois outros já se apoderaram dessas marcas. Hoje, a rede pública que faz sentido se dará pela possibilidade de diversificar as opiniões, de abrir os conteúdos, de tratar de todos os temas e abordar todas as localidades. Essa será sua marca e sua qualidade. Hoje, no Brasil, é preciso abrir as oportunidades, ouvir outras vozes e ver e propiciar outros modelos e formatos", afirma Carmona.
Na opinião de Cruvinel, a TV Pública deve apostar "naquilo que a TV comercial não mostra e que venha ao encontro de anseios da cidadania. Revelando Brasis que a TV comercial, por sua própria lógica, não revela. Renovando-se, renovando a linguagem e recorrendo a este grande filão de qualidade e criatividade que é a produção audiovisual independente no Brasil, em todas as regiões." Ora, quando as ideias batem é porque falta o debate.
Falta um modelo? Ora, a experiência da genial PRE-8 (a Rádio Nacional, uma das emissoras da EBC) está aí para ensinar como a radiodifusão entretém, enquanto estimula o uso do sabonete, da escova dental e do detergente. Faltam diretrizes? No segundo parágrafo deste artigo citei Roquette-Pinto e Gilson Amado. Mirem-se no exemplo deles. Falta um público mais exigente? Acredito que este público esteja vivo e ávido para adquirir voz própria. Basta que as duas perguntas anteriores sejam respondidas.
Um público ávido para adquirir voz própria.
Abrir oportunidades, ouvir outras vozes e propiciar modelos.
Documento perfeito na otica de consumidor. Pena que a ótica dominante seja tão mercantilista a tv comercial. Alguem tem que acreditar que cultura e informação são "vendáveis". Tanta tecnologia para tão pouca utilidade isso é a tv comercial brasileira, aprendi muito e até fiquei com um pouco de esperança em ver uma tv de melhor padrão.

TV PÚBLICA NA PRÁTICA

Por Antônio Achilis, Observatório da Imprensa.

Não têm faltado reflexões sobre a construção do caráter da TV pública brasileira. Nos últimos anos fizemos dois fóruns nacionais, quando filosofamos à vontade. Mostramos, através de artigos, seminários, livros e palestras que temos uma boa teoria sobre como deve ser uma televisão pública.
Sabemos, por exemplo, que esse tipo de TV deve se subordinar aos interesses da sociedade, ajudar na formação da cidadania, ter um conteúdo diferente da TV comercial ou, no mínimo, uma abordagem diferente quando as pautas coincidirem. Quem está do lado de dentro, no entanto, sabe como é difícil levar isso à prática – motivo para mais este artigo.
Comecemos por entender que o brasileiro aprendeu a ver televisão ensinado pela TV Globo. Daí que as escolas, os profissionais, os concorrentes, todos querem fazer TV Globo na vida – prova da incontestável competência da emissora líder. É uma pena que seja assim, mas quem quiser se dar bem em televisão neste país tem que fazer TV Globo – que bebeu da fonte americana, sem nenhum demérito para quem conduz um negócio.
Não creio que a TV pública deva partir para uma ruptura brusca com esse modelo, mas pode introduzir elementos diferentes na relação com o telespectador, tratando-o como cidadão e buscando a perspectiva dele em seus conteúdos, sem desprezar o "idioma" com o qual ele está acostumado. Tais mudanças, se não forem um reaprendizado, serão a formulação de alternativas provocadoras. Com o tempo, poderão agregar novos formatos, ou ajudar na libertação de formatos viciantes, agora com a circunstância das mudanças tecnológicas, formando um ambiente de revolução. Por isto a TV pública deve preservar, em paralelo, espaços para experimentação.
Dois elementos são chaves nessas tentativas, em que não prescrevemos rupturas bruscas de modelos: a intencionalidade no trato dos conteúdos e a preparação dos profissionais nas emissoras e nas escolas. A ruptura progressiva deve começar nas escolas, aproveitando o impulso das novas tecnologias, mesmo que a maioria dessas escolas ainda estejam programadas para ensinar TV Globo. Na TV comercial, os profissionais têm rotinas e modelos industriais, que visam audiência e redução de custos enfim, apenas um negócio. Essa esteira de produção, quase um fordismo, é mais nítida nos jornalísticos, que são apenas uma das linhas de produtos feitos para preencher o intervalo que existe entre um brake e outro, ainda chamado de programação.
Na comparação entre TVs comerciais e públicas, o mesmo conteúdo certamente tem que receber tratamentos diferentes. Tenhamos como exemplo os casos de violência: podemos fazer a tela sangrar e segurar a audiência ou contribuir para a compreensão das circunstâncias dos fatos, estimular o senso crítico e o exercício da cidadania, mesmo mantendo o emocional intrínseco em cada episódio. Para conceber um tratamento a ser dado a cada conteúdo, o profissional tem que estar preparado e exercitar a tormenta do raciocínio todo santo dia. Ou seja, temos que provocar e espremer o melhor do cérebro de cada jornalista, de cada roteirista e de cada diretor de programa para desviá-los dos objetivos comerciais e conectá-lo, na prática, aos interesses da sociedade.
Então, vamos à prática. Sabemos todos que televisão é um veículo que flutua nas tensões da superfície, por sua própria natureza e sem demérito. O que se pode cobrar de imediato é o link com as fontes de conteúdos mais profundas e consistentes, que dão alguma sustentação, científica ou não, ao que está na superfície. Para falarmos da violência, teremos mais propriedade se enxergarmos o conhecimento existente sobre distribuição de renda, corrupção, impunidade, discriminação, disponibilidade de educação e cultura e perspectivas oferecidas aos jovens.
Universidades e grupos de estudos produzem e interpretam dados sobre os processos da violência e instituições sociais (ONGs ou não) são capazes de decodificar os impactos, sofrimentos e desejos das comunidades mais vitimadas. Até há bem pouco tempo, os valores dessas comunidades, os elementos que formam o seu tecido, sequer mereciam consideração. É muito mais do que anotar os dados do BO e fazer o off, colado numa entrevista com o delegado e/ou o bandido.
Claro que não é para colocar tudo isso em cada matéria, mas este lastro dá ao profissional outra condição de tratamento desse conteúdo e de elaboração daquilo que vai entregar à sociedade. Esse tipo de link é modelo que pode e deve ser aplicado aos demais temas seja astronomia, cultura, economia... Importante é compreender que o veículo labora na superfície, mas o profissional deve ir fundo.
Para começarmos a girar essa roda de aculturação, uma dinâmica que me parece adequada e bem absorvida são os seminários acoplados a oficinas. Seriam eventos temáticos, dentre questões escolhidas como relevantes (segurança/violência, economia, saúde, cultura, produção científica, educação etc.), abordadas em dois eixos principais: o estado da arte e o desempenho da TV pública. Ou seja: o que se sabe sobre o tema, como ele é tratado atualmente e como deveria aparecer na TV pública. E caberia às oficinas o papel crucial da iniciação.
Esquematicamente poderíamos percorrer as seguintes etapas:
** Estudar as práticas do jornalismo sobre o tema escolhido;
** Identificar fontes de informação, pesquisadores e instituições dedicadas ao tema, em seus vários aspectos e com eles estabelecer conexões;
** Organizar as informações obtidas e montar o programa de atividades. Cabe às escolas adotá-lo na sua grade e às emissoras liberar e pautar seus profissionais para participar dele;
** Seminários levam estas pessoas e conteúdos à discussão com estudantes e profissionais;
** Oficinas fazem a iniciação das mudanças e geram novas discussões;
** As redações estabelecem relações permanentes com as fontes identificadas.
Importante regionalizar este esforço, porque cada tema tem diferenças enormes de uma região para outra. Uma emissora precisa decidir se cobre economia sob a ótica dos consumidores ou dos empresários ou se reserva espaço para os dois. Mas o que é importante em São Paulo não pode ser imposto ao resto do país. De que é feita a economia do Norte/Nordeste? Como funciona o Centro-Oeste? Em todos os casos há oportunidades para abordagens nacionais, mas sem imposições de conteúdos. Por estas reflexões, cada parte do Brasil poderá identificar as abordagens necessárias, os temas relevantes e ainda ausentes da programação, enfim, ajustar seu conteúdo à sua realidade e impor-se ante o colonialismo eletrônico, vigente através das redes nacionais.
No embalo de uma TV pública melhor, ocorre a contaminação da TV privada. Este é mais um papel das TVs públicas: servir de contraponto, referência e laboratório para melhorar as emissoras comerciais. Vale lembrar este exemplo recente: o segmento que abriu espaço para as periferias das grandes cidades não foi o das TVs comerciais foram as públicas. E este é apenas uma dentre tantas ousadias, às vezes efêmeras por falta de suporte financeiro. Sem a tal "bufunfa" não dá para segurar os talentos criados e depois capturados pela força da grana das TVs privadas. Enquanto estão do lado de cá, eles teimam em promover cidadania e protagonismo aos que hoje são apenas consumidores e massa de manobra.
Apesar do controle remoto.
Cidadania e protagonismo.
Tratamento de conteúdo.

CANÇÃO DA RENDENÇÃO

BOB MARLEY.

Velhos piratas, sim, eles me roubaram,
Me venderam para navios mercantes
Minutos depois deles terem me tirado
De um buraco menos profundo
Mas minha mão foi fortalecida,
Pela a mão do todo poderoso
Nós avançamos nessa geração
Triunfantemente!

Você não irá ajudar-me a cantar,
Essas canções de liberdade?
Porque tudo o que eu sempre tive são:
Canções de redenção
Canções de redenção

Liberte-se da escravidão mental,
Ninguém além de nós pode libertar nossas mentes
Não tenha medo da energia atômica,
Porque eles não podem parar o tempo
Por quanto tempo vão matar nossos profetas?
Enquanto nós permaneceremos de lado olhando
Huh, alguns dizem que é apenas uma parte disto
Nós temos que cumprir inteiramente o Livro

Você não irá ajudar-me a cantar,
Essas canções de liberdade?
Porque tudo o que eu sempre tive são:
Canções de redenção
Canções de redenção
Canções de redenção

Liberte-se da escravidão mental,
Ninguém além de você pode libertar sua mente
Não tenha medo da energia atômica,
Porque eles não podem parar o tempo
Por quanto tempo vão matar nossos profetas?
Enquanto nós permaneceremos de lado olhando
Huh, alguns dizem que é apenas uma parte disto
Nós temos que completar o Livro

Você não irá ajudar-me a cantar,
Essas canções de liberdade?
Porque tudo o que eu sempre tive são:
Canções de redenção
Porque tudo o que eu sempre tive são:
Canções de redenção
Essas canções de liberdade
Canções de liberdade

O SENADOR E A JORNALISTA III

- Su?
- Sim.
- Estou indo para Brasília.
- É mesmo?
- É. Vou a convite do Senador.
- Juuuuuuuura!
- Ele mandou passagem e disse que vai arrumar um emprego para mim como repórter de TV.
- Cuide-se menina e qualquer coisa que precisar é só ligar.
- Um beijo minha amiga. Você mora no meu coração.
- Você também.
Su desligou o telefone e pôs-se a lembrar. Santa estava na pior quando se conheceram. Sem mais nem menos, o dinheiro que o prefeito mandava minguou. E voltar para o norte de Minas nem pensar. Para pagar faculdade e todas as despesas no Rio, só mesmo "usando o diploma que Deus deu". A boate em Copacabana era ponto de encontro de drag queens e garotas de programa. Santa era uma unanimidade, principalmente entre os fuzileiros navais, que vinham de intercâmbio. Santa também frequentava os books dos principais hotéis da zona Sul. E, sempre que convidavam, figurava num programa de humor.
- À beira-mar ou pelo Túnel Rebouças? Perguntou o taxista. (continua)
Acabaram as eleições.
É hora de descer do palanque.
O povo NÃO votou em SM de R$ 600,00...
Se tivesse votado, teria eleito o Zé Bolinha..
Se esse é o maior SM possível, que seja...
O Brasil, agradece...

NOTÍCIAS DO DIA

Vejas as manchetes dos principais jornais deste sábado
* Jornais nacionais.
O Estado de S.Paulo
G-20 faz acordo vago, mas dá aval para controle de capitais
Jornal do Brasil
Controle da mídia gera polêmica no país
O Globo
Rio aciona União no STF por R$ 25 bi do pré-sal
Correio Braziliense
Infecção mata 11 bebês e HRAS restringe partos
Estado de Minas
Enem se transforma em teste de paciência
Zero Hora
Prejudicados no Enem terão de se cadastrar para fazer nova prova
* Jornais internacionais.
The New York Times (EUA)
De olho em 2012, republicanos correm em busca de grande doadores
The Guardian (Reino Unido)
Liberais democratas planejam abandonar discussão de taxas antes das eleições
Le Figaro (França)
Recuperação do G20, novo desafio de Sarkozy
Le Monde (França)
Acordo de fachada do G20 e a crise irlandesa perturbam os mercados
El País (Espanha)
Governo culpa Marrocos pela violência ocorrida no Saara Ocidental.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

VALEU MINO

Perder prá eles deve doer mais do que as torturas que a Dilma passou no cativeiro. Como bem diz o Lula sobre quem perde eleições “é choro de perdedor”. Nós que participamos, esses últimos meses dessa verdadeira batalha virtual, amamos todos vocês. As injúrias daquele perdedor só reforçou nossa certeza da importância de termos no país jornalistas com compromisso com a verdade, doa a quem doer. Dilma ganhou as eleições, apesar deles, nè? Vamos esperar que o novo Congresso seja mais responsável e mais patriota, quem sabe? Grande esse Franklin Martins. Grande figura, grande brasileiro.

GRANDE DIFERÊNCIA

NUNCA NA HISTORIA DE PAIS.
De acordo com os dirigentes do FGC, Silvio Santos ofereceu a totalidade de seu império empresarial em garantia pelos recursos do fundo. Entraram no aval a rede SBT, a fabricante de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitalização, o Baú da Felicidade e o próprio PanAmericano. É a primeira vez que um empresário nos procura para oferecer seu patrimônio em garantia.
Sinceramente, no jeito Lula/Dilma de administrar as coisas estão muito claras. Diferentemente do que ocorreu com FHC e ocorre nos governos do PSDB. Aqui não é uma questão política ou de má gestão do Governo Federal, mas sim, de falha na administração do Banco Panamericano. E se o Estado tem mecanismos para corrigir tem que utilizá-los mesmo. Afinal de contas, Silvio Santos deu garantia de todo o seu patrimônio. E pelo que se sabe ele é um homem que honra seus compromissos. E caso não honre, tem a garantia de seus bens para pagar o que deve. Sinceramente, acredito que isso é mais uma prova de que o jeito Lula e Dilma de administrar é responsável e dar cobertura para o estado não quebrar.
Basta refletir como era feito antes para como é feito agora.
Pois o governo Lula fez as intervenções necessárias para garantir o mercado e os investidores no caso do Panamericano. Ao invés de entregá-lo a própria sorte, ou simplesmente aportar recursos públicos, tratou de criar condições de recuperá-lo mediante garantias reais e um plano de ação factível. Bem diferente da era FHC, pois apesar dos recursos do PROER terem sido aportados, a época não se fez recuperação sem perdas ao erário público e a correntistas. Em alguns casos os titulares de bancos fechados aqui, e com enorme passivo, pegavam recursos e abriam bancos no exterior, alguns em países vizinhos.
Eis a diferença de ação, FHC queimou recursos a fundo perdido!

A DESPEDIDA DE UM JAGUNÇO

Por Mino Carta, CartaCapital
Na Câmara Federal, o ex-deputado tucano Marcelo Itagiba, ex-emedebista, ex-policial, deita falação para injuriar alguns jornalistas, precisamente aqueles que atuaram do lado oposto à compacta campanha de ódio a favor de José Serra desencadeada pela mídia nativa. Luiz Carlos Azenha é inepto, Bob Fernandes é mentecapto, mercenário desqualificado. Leandro Fortes, famigerado mitômano. Palmério Doria, profissional da mentira. Paulo Henrique Amorim, crápula. Luis Nassif, estelionatário. Marcelo Auler, hidrófobo. Quanto a mim, sou um velhaco de trajetória venal.
Creio que para os colegas ofendidos as injúrias de Itagiba equivalham a outros tantos reconhecimentos de honradez e qualidade profissional. O acima assinado passará a incluir as definições desse sabujo da tucanagem despenada entre as mais favoráveis que recebeu ao longo da sua vida de jornalista. Uma do colega Nirlando Beirão, companheiro de diversas jornadas: “Nunca o vi vacilar à frente dos poderosos”. A outra do então ditador aposentado João Baptista Figueiredo, pronunciada em 1988: “Ele é um chato que questiona tudo, reescreveria até os Evangelhos, Geisel o detestava, mas não tem rabo preso”.
Meu modelo é nonno Luigi,  toscano, pai da minha mãe, falecido aos 56 anos, antes do meu nascimento. Perseguido pelo fascismo, afastado da direção de um diário genovês, esgrimista, desafiava os desafetos para duelos. Sabia ganhar e perder, certa vez foi ferido da ponta da orelha esquerda à base do pescoço, escapou por um triz.
Mas quem ousaria contestar o ex-esbirro- Itagiba, que se permite condenar Paulo Lacerda ou Protógenes Queiroz? Há de ser velhaco e venal quem ao sair da direção de Veja  em fevereiro de 1976 teve de inventar os seus empregos porque não existiria barão midiático disposto a lhe oferecer trabalho. E ainda quem nunca deixou de defender a verdade factual e expor desabridamente suas opiniões.
Tenho pena de figuras como a de Marcelo Itagiba, jagunços de um poder no ocaso. Sinto no seu ataque a admirável interpretação do papel de janízaro, a cumprir a ordem do sultão humilhado, incapaz de conter a sede de vingança, o rancor inextinguível contra a vida e o mundo. No seu discurso federal, o porta-voz do ódio levanta casos de muitos anos atrás, todos a convergir em uma única direção. Basta segui-la para entender em nome de quem ele age. Boa pista para mentecaptos, ineptos, mitômanos e assim por diante.
Inclusive para velhacos e venais. Arrisco um palpite: trata-se da mesma personagem que acionou a procuradora Cureau contra CartaCapital.
FALEMOS DE REGULAÇÃO.
O ministro Franklin Martins define como “fantasma” a assertiva bastante comum de que a liberdade de imprensa sofre ameaça no Brasil de Lula e Dilma. Também diz que a regulação da mídia é necessidade inadiável. Primeiro: respeita a verdade factual, nunca a mídia nativa foi tão livre de deturpar os fatos como se deu durante a campanha eleitoral.
Segundo: o avanço tecnológico justifica plenamente a regulação da comunicação eletrônica, de sorte a adaptar à situação atual leis e regras superadas, ou seja, obsoletas.
O anteprojeto que o ministro pretende aprontar antes do fim do mandato do presidente Lula tratará dessa atualização técnica, sem risco algum para a liberdade de expressão. Temos aqui outro aspecto da questão, e o ministro passa por ele à margem do seminário internacional de Brasília, realizado nesta semana, ao condenar um conflito de interesse insuportável em um país democrático: inúmeros parlamentares são donos de instrumentos midiáticos, de jornais a rádios e tevês, ou contam com os préstimos de laranjas para esconder o verdadeiro proprietário.
No caso, o ministro volta a acertar. Trata-se de permitir outra regulação, a determinar de forma democrática os poderes e os alcances da mídia brasileira. Cabe ao Congresso a aprovação de uma lei que circunscreva claramente o raio de ação dos patrões (é aceitável que alguém seja dono de tudo?) e valorize os profissionais, a resguardá-los da prepotência medieval de serem comandados por um diretor de redação por direito divino.
Perguntava Joana D’Arc na peça de Bernard Shaw: “Quando, ó Deus, esta terra estará em condições de receber os seus santos?” Seria demais esperar pelos santos: bastariam deputados e senadores de boa-fé democrática, conscientes das suas responsabilidades.

COPA AMÉRICA

PRIORIDADE DO BRASIL EM 2011.

O Brasil foi sorteado no Grupo B da Copa América de 2011, na Argentina, e estreará dia 3 de julho, às 16 horas – horário de Brasília – com a Venezuela, na cidade de La Plata. Os dois outros jogos da primeira fase serão na cidade de Córdoba, onde a seleção brasileira jogará dia 9 com o Paraguai, às 16 horas, e dia 13 com o Equador, às 21h45m.
O técnico Mano Menezes disse em La Plata, após o sorteio, que “a Copa América será a prioridade da seleção brasileira em 2011″. Segundo ele, como o Brasil não disputará as eliminatórias para a Copa do Mundo que promoverá em 2014, a Copa América e outros torneios internacionais ficarão em primeiro plano.
A Copa América será forte e muito equilibradaO futebol está bastante equilibrado na América do Sul- disse o técnico da seleção brasileira, que realizará amistoso na próxima quarta-feira, em Doha, capital do Qatar, com a Argentina.
O jogo de abertura da Copa América 2011 será dia 2 de julho, em La Plata, Argentina x Bolívia, que estão no Grupo A, junto com a Colômbia e o Japão, que participará pela segunda vez por interesses econômico-financeiros. No Grupo C estão Uruguai, Chile, Peru e México, que antes participava como convidado, mas foi reconhecido e efetivado no torneio.
O ex-goleiro Sergio Goycoechea, campeão da Copa América em 91 e 93 com a seleção argentina, foi o apresentador da festa de ontem à noite do sorteio dos grupos. Os doze países participantes do torneio exibiram suas danças típicas e foram muito aplaudidos.

FAZENDO AS CONTAS

SUL-AMERICANA

PALMEIRAS OU GOIÁS NA FINAL

O Goiás ganhou (1 a 0) do Avaí, ontem à noite, no estádio da Ressacada, em Florianópolis, e disputará a semifinal com o Palmeiras, que na véspera havia eliminado o Atletico Mineiro. O gol do jogo foi de Rafael Moura, aos 44 minutos do primeiro tempo, classificando o Goiás pela primeira vez para a semifinal da Copa Sul-Americana, o segundo torneio interclubes mais importante do continente.
Goiás e Palmeiras farão o primeiro jogo da semifinal na próxima quarta-feira, dia 17, às 21h50m, no Estádio Serra Dourada, em Goiânia. O segundo jogo será dia 24, no mesmo horário, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. O vencedor da semifinal brasileira deciodirá a Copa Sul-Americana com o Independiente da Argentina ou com a LDU – Liga Deportiva Universitária, do Equador, atual campeã.
O Independiente se classificou ontem à noite ao sustentar o 0 a 0 com o Deportivo Tolima, da Colômbia, no estádio do Racing, no subúrbio de Avellaneda, porque seu estádio está interditado. O time argentino havia empatado (2 a 2) no primeiro jogo, na Colômbia, e ontem à noite foi beneficiado pelo árbitro, que anulou mal um gol e deixou de marcar um pênalti para a equipe colombiana.
A decisão da Copa Sul-Americana, em dois jogos, será entre o vencedor de Goiás x Palmeiras e Independiente x Tolima. Só o campeão terá vaga assegurada na Copa Libertadores da América de 2011. Se for o Palmeiras ou o Goiás, só o campeão, o vice e o terceiro colocado do Campeonato Brasileiro terão vaga na Libertadores do próximo ano.

ESCALA DA ARBRITAGEM

Por Fernando Sampaio, Jovem Pan
Deu a lógica nos dois principais jogos da rodada. Sandro Meira Ricci apita Corinthians x Cruzeiro. Carlos Eugênio Simon apita Fluminese x Goiás, novamente ao vivo na Globo.
No Pacaembu, Sandro Meira Ricci era uma opção esperada. Não podia ser paulista ou mineiro. Carioca? Com Flu na briga? Melhor evitar. Herbert e Roman são barrados pelo Cruzeiro. Simon, apitando outro jogo seguido do Corinthians? Não. Sobrariam Vuaden e Ricci. Deu a lógica na escala, ou melhor no “sorteio”. Não podemos falar em escala. O Ministério Público está de olho. O tal “Estatuto para Inglês” exige sorteio.
E sabe qual bolinha “concorreu” com Ricci? Simon. Ufa, bolinha esperta.
O árbitro de Brasília apitou os jogos mais importantes e decisivos de 2009. Deu show. Merecia o escudo FIFA, mais que Bassols. Mas, prevaleceu a política da federação mais forte. Este ano, Ricci continua muito bem. Espero que passe desapercebido. Será difícil. Vai ter muito medalhão, macaco velho, querendo apitar, ganhar no grito. Faz parte.
Bom árbitro tem que estar acostumado com pressão.
E o Simon, de novo escalado, agora no Flu! Incrível a sua sequência de vitórias em “sorteio”. Deveria jogar na Mega. Até parece “tour de despedida”, com jogos na Globo. Coincidência. Imagina. Sua bola é pesada mesmo. No ano passado, Hebert, o melhor ao lado do Ricci, foi o bola pesada da temporada. Apitou quase todas as rodadas.
É isso aí, jogo bom tem que ter árbitro bom. Boa escala. Ops, bom sorteio !
No pontos corridos a influência da arbitragem é mínima. Influi muito menos que os erros de jogadores e técnicos. Influi menos ainda que o STJD. Este sim, foi decisivo muitas vezes. No final, apesar do erros de arbitragem, inerentes ao esporte, após 380 jogo, os melhores times disputam o título, e os piores o rebaixamento. Nem perco tempo com aquelas continhas infantis, refazendo classificação, determinando “erros de arbitragem” de forma subjetiva, numa conta imaginária, como se o futuro fosse linear. Ora, vamos fazer então recontagem com todos os pênaltis não convertidos, frangos dos goleiros, tropeços, gols perdidos, etc…
No pontos corridos, o Brasileirão ganhou credibilidade e emoção. Isso é fato.
Na partida Atlético (MG) x Flamengo, confronto com a presença polêmica do Luxemburgo, a arbitragem será gaúcha tchê. Macho. Pulso firme. Márico Chagas da Silva. Luxa pediu jogo limpo, sem violência. Será? Galo e Flamengo jogando contra o rebaixamento?
Inter x Avaí terá Péricles Bassols. Curioso. O árbitro ganhou o escudo FIFA no ano passado, sem ter apitado os grandes jogos, na reta final. Disseram que foi pela média dos três anos. Estranho. Bassols continua não apitando os jogos mais quentes. Ficou quase dois meses sem escala. Será que vai rolar o acordo carioca? O Rio continua com o escudo FIFA, sai Bassols entra Gutemberg?
O Santos recebe o Grêmio com o mineiro Ricardo Marques Ribeiro. É experiente. O Atlético (PR) luta pela Libertadores, em casa contra o lanterna Prudente, também com arbitragem mineira do Renato Cardoso da Conceição. Teoricamente, é um jogo mais tranquilo
Guarani x Vitória, valendo briga pelo rebaixamento, terá Evandro Rogério Roman. Neste caso, o árbitro é melhor que o jogo. Para São Paulo e Palmeiras, apertaram a tecla. O Verdão visita o Atlético (GO) com Wilton Pereira Sampaio, de Brasília. É da região. Não é meu parente. No ano passado foi o mais caseiro. O São Paulo joga contra o Vasco, São Januário, com bolinha rara no “sorteio”: Wagner Reway, Mato Grosso. Pra ele, será uma Copa do Mundo. Será seu primeiro jogo este ano na Série A, já no finalzinho de campeonato. Dizem que tem potencial.
Boa escala, ou melhor “sorteio”.

BOTAFOGO ADMITE SITUAÇÃO COMPLICADA

Jogadores e o técnico do Botafogo admitiram ontem, na volta de Fortaleza, que o empate (2 a 2) com o Ceará complicou muito a situação do time na disputa pela vaga para a Copa Libertadores da América, além de ter tirado qualquer possibilidade de continuar lutando pelo título. Joel Santana reconheceu que o time se empenhou, passou por cima da falha conjunta dos zagueiros Marcio Rosario e Leandro Guerreiro no lance do primeiro gol, mas disse que não adianta ficar lamentando:
” Apesar de termos sofrido muito com os problemas de contusão e suspensão, vamos continuar com o mesmo empenho para terminar bem o campeonato. Se possível, ainda com a vaga para a Libertadores, que seria o nosso prêmio de consolação.” - disse o treinador, que dará folga aos jogadores no final de semana, após o treino de hoje.
O Botafogo só voltará a jogar no dia 21, no Engenhão, com o Internacional. O time terá a volta do zagueiro Antonio Carlos e do meio-campo Marcelo Matos, que cumpriram suspensão, e de Somália, que será o lateral-esquerdo, caso o clube gaúcho não libere Marcelo Cordeiro, que está emprestado e não participou do jogo no primeiro turno, no Beira Rio.

QUANTA ILUSÃO

Eles (os PiGuetes) acham que entendem de tudo, podem tudo e estão em todos os lugares.
A certeza da própria onipotência, onisciência e onipresença é sintoma de transtorno mental, quando alcança a sensação, deixando de ser um desejo! Deuses sobre a Terra! Quanta ilusão! Quanto medo da humildade e de se descobrirem mortais!
No mundo do faz-de-conta do PiG, erros não podem acontecer, corruptos não devem existir e o mundo é segmentado! A corrupção impera na política, na polícia e em outros segmentos.

No meio artístico global, nunca. Será?
Temos que entender e assumir a sociedade corrupta, inescrupulosa e preconceituosa que vivemos, a fim de mudá-la. Temos que entender que corrupção e preconceito é uma característica humana, demasiadamente humana

ENTREVISTA - MIGUEL NICOLELIS

Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo

Por Conceição Lemes.

Desde o último final de semana, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Ministério da Educação (MEC) estão sob bombardeio midiático.
Estavam inscritos 4,6 milhões estudantes, e 3,4 milhões  submeteram-se às provas.  O exame foi aplicado em 1.698 cidades, 11.646 locais e 128.200 salas.  Foram impressos 5 milhões de provas para o sábado e outros 5 milhões para o domingo. Ou seja, o total de inscritos mais de 10% de reserva técnica.
No teste do sábado, ocorreram  dois erros  distintos. Um foi assumido pela gráfica encarregada da impressão. Na montagem, algumas provas do caderno de cor amarela tiveram questões repetidas, ou numeradas incorretamente ou que faltaram. Cálculos preliminares do MEC indicavam que essa falha tivesse afetado cerca de 2 mil alunos. Mas o balanço diário tem demonstrado, até agora, que são bem menos: aproximadamente 200.
O outro erro, de responsabilidade do Inep, foi no cabeçalho do cartão-resposta. Por falta de revisão adequada, inverteram-se os títulos. O de Ciências da Natureza apareceu no lugar de Ciências Humanas e vice-versa. Os fiscais de sala foram orientados a pedir aos alunos que preenchessem o cartão, de acordo com a numeração de cada questão, independentemente do cabeçalho. Inep é o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, órgão do MEC encarregado de realizar o Enem.
Nenhum aluno será prejudicado. Aqueles que tiveram problemas poderão fazer a prova em outra data”, tem garantido desde o início o ministro da Educação, Fernando Haddad. “Isso é possível porque o Enem aplica  a teoria da resposta ao item (TRI), que permite que exames feitos em ocasiões diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade.
Interesses poderosos, porém, amplificaram ENORMEMENTE os erros para destruir a credibilidade do Enem. Afinal, a nota no exame é um dos componentes utilizados em várias universidades públicas do país para aprovação de candidatos, além de servir de avaliação parabolsa do PRO-UNI.
Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado, ao Viomundo o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte. “Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura!  Como  jornalistas  que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!
Nicolelis é um dos maiores neurocientistas do mundo. Vive há 20 anos nos Estados Unidos, onde há décadas existe o SAT (standart admissions test), que é muito parecido com o Enem. Tem três filhos. Os três já passaram pelo Enem americano.
Viomundo — De um total de 3,4 milhões de provas aplicadas no sábado, houve problema incontornável em menos de 2 mil. Tem sentido detonar o Enem, como a mídia brasileira tem feito? E dizer que o Enem fracassou, como um ex-ministro da Educação anda alardeando?
Miguel Nicolelis — Sinceramente, de jeito algum — nem um nem outro. O Enem é equivalente ao  SAT, dos Estados Unidos. A metodologia usada nas provas é a mesma: a teoria de resposta ao item, ou TRI, que é uma tecnologia de fazer exames.  O SAT foi criado  em 1901. Curiosamente, em outubro de 2005, entre as milhões de provas impressas, algumas tinham problema na barra de códigos onde o teste vai  ser lido.  A entidade que  faz o exame não conseguiu controlar, porque esses erros podem acontecer.
Viomundo — A Universidade de Duke utiliza o SAT?
Miguel Nicolelis — Não só a Duke, mas todas as grandes universidades americanas reconhecem o SAT. É quase um consenso nos Estados Unidos. Apenas uma minoria é contra. E o Enem, insisto, é uma adaptação do SAT, que é uma das melhores maneiras de avaliação de conhecimento do mundo. O teste é a melhor  forma de avaliar uniformemente alunos submetidos a diferentes metodologias de ensino. É a saída para homogeneizar a  avaliação de estudantes provenientes de um sistema federativo de educação, como o americano e o brasileiro,  onde os graus de informação, os métodos, as formas como se dão, são diferentes.
Viomundo — Qual a periodicidade do SAT?
Miguel Nicolelis –  Aqui, o exame é aplicado sete vezes por ano. O aluno, se quiser, pode fazer três, quatro, cinco, até sete, desde que, claro, pague as provas. No final, apenas a melhor é computada. Vários estudos feitos aqui já demonstraram que o SAT é altamente correlacionado à capacidade mental geral da pessoa.
Todo ano as provas têm uma parte experimental. São questões que não contam nota para a prova. Servem apenas para testar o grau de dificuldade. Outro peculiaridade do sistema americano é a forma de corrigir a prova. É desencorajado o chute.
Viomundo — Explique melhor.
Miguel Nicolelis — Resposta errada perde ponto, resposta em branco, não. Por isso, o aluno pensa muito antes de chutar, pois a probabilidade de ele errar é grande. Então se ele não sabe é preferível não responder do que correr o risco de responder errado.
Viomundo –  Interessante …
Miguel Nicolelis – Na verdade,  o SAT é  maneira  mais honesta, mais democrática de avaliar pessoas de  lugares diferentes, com sistemas educacionais diferentes,  para tentar padronizar o ingresso. Aqui, nos EUA, a molecada faz o exame e manda para as faculdades que querem frequentar. E as escolas decidem quem entra, quem não entra. O SAT é um dos componentes para essa avaliação.
Viomundo — Aí tem cursinho para entrar na faculdade?
Miguel Nicolelis — Tem para as pessoas aprenderem a fazer o exame, mas não é aquela loucura da minha época. Era cheio de cursinho para todo lugar no Brasil. Cursinho  é uma máquina de fazer dinheiro.  Não