Por Carlos Chagas
Michel Temer anunciou que deixará a presidência da Câmara a 17 de dezembro, data de sua diplomação como vice-presidente da República. Nada mais natural, mas a pergunta que fica é quando deixará a presidência do PMDB.
A situação, se ele continuar, lembra outra já pertencente à História. D. Pedro I dissolveu a Assembléia Constituinte e outorgou um texto, aliás muito bom, com exceção de suas atribuições. Seria, como foi, chefe do Poder Executivo, mas, também, chefe de um estranho Poder Moderador, instituído para dirimir dúvidas e embates entre os outros três poderes. Assim, haviam quatro cadeiras na sala, com uma vazia: quando chefe do Poder Executivo e entrava em choque com o chefe do Poder Legislativo, levantava-se e ocupava a cadeira de chefe do Poder Moderador, dizendo aos demais: “bem, vou agora resolver essa crise com os poderes que me foram facultados pela Constituição...”
Como vice-presidente da República e coordenador político do governo, Michel Temer terá a tarefa de compor os embates entre os diversos partidos da base de apoio a Dilma Rousseff. Se como presidente do PMDB estiver batendo de frente com o PT, pedirá ao companheiro-presidente para esperar um minutinho, pois já resolverá a questão, como vice-presidente da República?
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