O Vasco acaba de chegar de alto mar.
Trata-se, como se sabe, de Vasco Moscoso de Aragão, amigo navegante de longo curso.
Trata-se, como se sabe, de Vasco Moscoso de Aragão, amigo navegante de longo curso.
Fomos tomar café da manhã na Padaria Aracaju.
Este ordinário blogueiro contém-se num sanduíche de peito de peru no pão integral.
O Vasco ataca um “Sem Juízo”: pão na manteiga na chapa, sem miolo, sem cérebro, uma especialidade da casa (portuguesa), do bairro de Higienópolis, em São Paulo, onde mora o Fernando Henrique.
- Vasco, e o Silvio ?, pergunto.
- Você quer dizer o Madoff.
- O que ? O Madoff americano ? Não, quero saber do Silvio Santos.
- É a mesma coisa.
- Como assim, pergunto estupefato.
- A mesma coisa, responde o Vasco, já com a mão toda lambuzada de manteiga.
- Pera aí. O Madoff era uma pirâmide. Um “esquema Ponze”.
- O Silvio era a mesma coisa. Ele vendia um fundo e não dava baixa. Precisava de dinheiro, vendia outro fundo e não dava baixa. E o PanAmericano lucrava indefinidamente.
- E na verdade não era lucro. É isso ?
- Não era lucro nenhum. Era espuma.
- Mas, o Silvio se gabava de ser o maior pagador de imposto de renda do Brasil.
- Por isso. Ele pagava imposto sobre lucro fictício.
- É mesmo ?
- E quando faltava dinheiro em algum lugar, ele ia lá e vendia outro fundo.
- E não dava baixa.
- E não dava baixa.
- Então, era assim que ele cobria os buracos no SBT.
- No SBT e em qualquer outro lugar. Faltava dinheiro, ele vendia um fundo. E uma mão lavava a outra.
- Quer dizer, então, que o banco e o SBT, no fundo, no fundo, eram a mesma coisa.
- Isso mesmo. O Silvio usou uma concessão de serviço público, uma rede de televisão, para operar um esquema de trânsito de fluxos financeiros totalmente irregular.
- Mas, Vasco, por que o Silvio, com 80 anos, não vendeu esse rolo antes ?
- Porque é um rolo. Como é que ele ia vender ? O futuro comprador abria as contas e descobria o rolo. Não dava. Ele não ia vender nunca.
- E se (*) e quando ele morrer ?, pergunto.
- Se e quando ele morrer, o SBT acabaria.
- E o Ministro das Comunicações, o Hélio Costa, preocupado com a política municipal de Barbacena.
- O Ministério das Comunicações não vê nada. E o Banco Central também não. Mas, os bancos que compravam fundos do banco do Silvio sabiam de tudo.
- Vocês acha que sabiam, Vasco ?
- Claro. Você acha que eles não olham para o balanço do outro. Você acha que eles não percebiam que o Silvio vendia e não dava baixa ? Fazia que não tinha vendido e lucrava em cima do que não tinha mais ? O Itaú e o Bradesco não percebiam ? O único bobo dessa história é o Banco Central.
- É …
- E o problema não é quem vai ficar com o PanAmericano, mas quem vai ficar com a televisão.
- Ué, fica quem der o que o Silvio quer …
Este ordinário blogueiro contém-se num sanduíche de peito de peru no pão integral.
O Vasco ataca um “Sem Juízo”: pão na manteiga na chapa, sem miolo, sem cérebro, uma especialidade da casa (portuguesa), do bairro de Higienópolis, em São Paulo, onde mora o Fernando Henrique.
- Vasco, e o Silvio ?, pergunto.
- Você quer dizer o Madoff.
- O que ? O Madoff americano ? Não, quero saber do Silvio Santos.
- É a mesma coisa.
- Como assim, pergunto estupefato.
- A mesma coisa, responde o Vasco, já com a mão toda lambuzada de manteiga.
- Pera aí. O Madoff era uma pirâmide. Um “esquema Ponze”.
- O Silvio era a mesma coisa. Ele vendia um fundo e não dava baixa. Precisava de dinheiro, vendia outro fundo e não dava baixa. E o PanAmericano lucrava indefinidamente.
- E na verdade não era lucro. É isso ?
- Não era lucro nenhum. Era espuma.
- Mas, o Silvio se gabava de ser o maior pagador de imposto de renda do Brasil.
- Por isso. Ele pagava imposto sobre lucro fictício.
- É mesmo ?
- E quando faltava dinheiro em algum lugar, ele ia lá e vendia outro fundo.
- E não dava baixa.
- E não dava baixa.
- Então, era assim que ele cobria os buracos no SBT.
- No SBT e em qualquer outro lugar. Faltava dinheiro, ele vendia um fundo. E uma mão lavava a outra.
- Quer dizer, então, que o banco e o SBT, no fundo, no fundo, eram a mesma coisa.
- Isso mesmo. O Silvio usou uma concessão de serviço público, uma rede de televisão, para operar um esquema de trânsito de fluxos financeiros totalmente irregular.
- Mas, Vasco, por que o Silvio, com 80 anos, não vendeu esse rolo antes ?
- Porque é um rolo. Como é que ele ia vender ? O futuro comprador abria as contas e descobria o rolo. Não dava. Ele não ia vender nunca.
- E se (*) e quando ele morrer ?, pergunto.
- Se e quando ele morrer, o SBT acabaria.
- E o Ministro das Comunicações, o Hélio Costa, preocupado com a política municipal de Barbacena.
- O Ministério das Comunicações não vê nada. E o Banco Central também não. Mas, os bancos que compravam fundos do banco do Silvio sabiam de tudo.
- Vocês acha que sabiam, Vasco ?
- Claro. Você acha que eles não olham para o balanço do outro. Você acha que eles não percebiam que o Silvio vendia e não dava baixa ? Fazia que não tinha vendido e lucrava em cima do que não tinha mais ? O Itaú e o Bradesco não percebiam ? O único bobo dessa história é o Banco Central.
- É …
- E o problema não é quem vai ficar com o PanAmericano, mas quem vai ficar com a televisão.
- Ué, fica quem der o que o Silvio quer …
- Só o Otavinho acha que alguém vai dar R$ 2,5 bilhões ao Silvio para comprar o SBT. Ele não sabe o que são R$ 2,5 bilhões.
- Quem vai ficar com o SBT ?
- Aí é que está. Quem tem banco e empresa de telefonia ao mesmo tempo ?
- Não sei, Vasco.
- Os portugueses da Portugal Telecom, que estão cheios de grana, com a venda da Vivo.
- O que eles têm ?
- Eles são donos da Oi, uma empresa de telefonia.
- Vasco, você sabe como o pessoal da Globo chama a Oi , Vasco ?
- Não.
- Um pangaré brasileiro com um ginete português.
- Vamos falar sério, meu filho. Eles são donos da Oi, também são donos do iG. Têm 40% do UOL. E têm um banquinho por trás, o Espírito Santo.
- Então, eles podem ficar com o PanAmericano e com o SBT.
- Você quer matar os filhos do Roberto Marinho do coração.
- Ué, mas isso é o óbvio: os portugueses estão nas duas pontas do negócio do Silvio.
- Meu filho, você chegou aonde eu queria chegar.
- Eu ?
- Você sabe quem vai pedir à Dilma uma Ley de Medios ?
- o Franklin.
- Não seja tolo, meu filho. Vai ser a Globo.
- A Globo ?
- Claro. Já imaginou se os portugueses ficam com o banco e a televisão do Silvio ?
- Vai ter que ter uma regra.
- Vai ter que ter uma Ley de Medios.
- Você acha que a Dilma vai correr o risco de entregar uma rede de televisão ao Adolpho Bloch e ao Silvio, como os militares fizeram com o espólio do Chateaubriand ? Ela vai ter muito cuidado com a distribuição do espólio do Sílvio. Por isso que a Ley de Medios é inevitável.
- Quer dizer que o Silvio salvou a Globo.
- A Globo e a Dilma, sentenciou o Vasco, lambendo os beiços.
Pano rápido
(*) Quem dizia SE eu morrer era o Roberto Marinho – contava-se na Globo.
- Quem vai ficar com o SBT ?
- Aí é que está. Quem tem banco e empresa de telefonia ao mesmo tempo ?
- Não sei, Vasco.
- Os portugueses da Portugal Telecom, que estão cheios de grana, com a venda da Vivo.
- O que eles têm ?
- Eles são donos da Oi, uma empresa de telefonia.
- Vasco, você sabe como o pessoal da Globo chama a Oi , Vasco ?
- Não.
- Um pangaré brasileiro com um ginete português.
- Vamos falar sério, meu filho. Eles são donos da Oi, também são donos do iG. Têm 40% do UOL. E têm um banquinho por trás, o Espírito Santo.
- Então, eles podem ficar com o PanAmericano e com o SBT.
- Você quer matar os filhos do Roberto Marinho do coração.
- Ué, mas isso é o óbvio: os portugueses estão nas duas pontas do negócio do Silvio.
- Meu filho, você chegou aonde eu queria chegar.
- Eu ?
- Você sabe quem vai pedir à Dilma uma Ley de Medios ?
- o Franklin.
- Não seja tolo, meu filho. Vai ser a Globo.
- A Globo ?
- Claro. Já imaginou se os portugueses ficam com o banco e a televisão do Silvio ?
- Vai ter que ter uma regra.
- Vai ter que ter uma Ley de Medios.
- Você acha que a Dilma vai correr o risco de entregar uma rede de televisão ao Adolpho Bloch e ao Silvio, como os militares fizeram com o espólio do Chateaubriand ? Ela vai ter muito cuidado com a distribuição do espólio do Sílvio. Por isso que a Ley de Medios é inevitável.
- Quer dizer que o Silvio salvou a Globo.
- A Globo e a Dilma, sentenciou o Vasco, lambendo os beiços.
Pano rápido
(*) Quem dizia SE eu morrer era o Roberto Marinho – contava-se na Globo.
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