Por Marcos Coimbra
Em um país do tamanho do nosso, qualquer candidato bem votado recebe todo tipo de voto. Não faz sentido dizer que um só é votado por determinados eleitores, outro por outros. Nestas eleições, isso se aplica a Dilma, Serra e Marina.
É possível, contudo, identificar os traços mais característicos dos eleitores de cada um. Dos eleitores de Dilma, por exemplo. Sabemos o que costumam pensar sobre Lula e o PT, e como encaram a discussão sobre as políticas do governo e sua continuidade.
O mesmo vale para Serra. Conhecemos quem votou nele. Seus sentimentos em relação ao atual presidente, como o comparam a Fernando Henrique, o que acham do PT e dos petistas.
Entre os eleitores de Dilma e de Serra, há diversidade de opiniões, mas elas não variam de oito a oitenta. Quem vota nela pode não querer que tudo do governo seja mantido, mas não defende que tudo seja mudado. Pode fazer críticas a Lula, mas não diz que é péssimo. Talvez discorde do modo como o Bolsa Família é operacionalizado, mas não o chama de esmola.
Tampouco os eleitores de Serra pensam em bloco. Mas não deve haver um só que ache, sinceramente, que Lula é ótimo. Ou que não queira que muita coisa de seu governo mude. Que não antipatize (nem que seja um pouco) com o PT.
Em relação a Marina, no entanto, isso não vale. Seja nos atributos socioeconômicos, seja nos valores e atitudes políticas, seus eleitores são muito heterogêneos.
Todo mundo concorda que as eleições foram para o segundo turno por causa dela. Não foi o desempenho de Serra que o provocou. Ele obteve, na urna, quase exatamente o voto que, desde o primeiro semestre, as