sábado, 8 de outubro de 2011
Lula no tabuleiro.
O ex-presidente Lula ocupou o centro do tabuleiro na disputa da prefeitura de São Paulo, que imagina como um jogo de xadrez.
O objetivo é interromper o predomínio recente dos tucanos na capital.
Ele avança contra o adversário com duas peças: Fernando Haddad, do PT, e Gabriel Chalita, do PMDB.
Ambas guarnecidas pelo peão.
SEM TRÉGUA
Agência de risco reduz o grau de confiança no pagamento da dívida pública da Itália e da Espanha e joga Zapatero e Berlusconi aos chacais dos mercados, famintos por juros.
OUTUBRO: UM NOVO MARCADOR HISTÓRICO?
Colapso do neoliberalismo passa a ser decidido nas ruas. Primeira semana de outubro reúne ingredientes que sugerem um ponto de mutação: greve geral na Grécia põe em xeque a solução ortodoxa para a crise; ascensão fulminante dos indignados nos EUA instala a contestação ao neoliberalismo no coração do sistema financeiro internacional e pauta a sucessão de Obama. Passeatas de desempregados na Espanha afrontam a rendição socialdemocrata aos 'livres mercados'. Radicalização política no Chile desmascara a 'direita moderna da AL' em sua vitrine mais festejada. A maior greve bancária brasileira em duas décadas desmente acomodação sindical e expõe lucros obscenos do poder financeiro. PT fará seminário sobre regulação da mídia. (Carta Maior; Sábado, 08/10/ 2011)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Sindicalistas protestam contra privatização de aeroportos.
A Central Única dos Trabalhadores realizou uma manifestação no Aeroporto Internacional de Guarulhos, nesta sexta (7), contra a privatização dos aeroportos brasileiros. Segundo a CUT, a concessão vai piorar os serviços prestados aos passageiros. “Entendemos que isso vai encarecer as tarifas e piorar a qualidade dos serviços. Com certeza, poderíamos atrair o capital privado para expandir os aeroportos sem a necessidade de privatizar a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuári)”, disse o presidente da CUT, Artur Henrique. Os sindicalistas querem que o governo mantenha o controle acionário dos terminais e desista de repassar 51% das ações à iniciativa privadas.
CORREIOS
A direção dos Correios não entrou em acordo com os trabalhadores e, por isso, os rumos da greve devem ser decididos no Tribunal Superior do Trabalho (TST) na próxima terça-feira (11). Se as partes não entrarem em acordo até lá, a causa será avaliada pelo ministro Maurício Godinho Delgado, da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC). Nesta sexta (7) o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, tentou uma conciliação por meio da oferta de um abono de R$ 800, além de um aumento real de R$ 60 a partir de janeiro de 2012. Porém, os trabalhadores não aceitaram. “Se o dissídio for a julgamento, muito provavelmente sofrerão o desconto de todos os dias parados e, possivelmente, sem parcelamento”, disse Dalazen.
OUTUBRO: NOVO MARCADOR HISTÓRICO?
Colapso do neoliberalismo passa a ser decidido nas ruas. Primeira semana de outubro reúne ingredientes de um ponto de mutação: greve geral na Grécia põe em xeque a solução ortodoxa para a crise; ascensão fulminante dos indignados nos EUA instala a contestação ao neoliberalismo no coração do sistema financeiro internacional e pauta a sucessão de Obama. Passeatas de desempregados na Espanha afrontam a rendição socialdemocrata aos 'livres mercados'. Radicalização política no Chile desmascara a 'direita moderna da AL' em sua vitrine mais festejada. A maior greve bancária brasileira em duas décadas desmente acomodação sindical e expõe lucros obscenos do poder financeiro. PT fará seminário sobre regulação da mídia. (Carta Maior; 6ª feira, 07/10/ 2011)
Farra no MP é pior: 86 ganham mais que o teto
Levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público, cujo teor chegou às mãos do Tribunal de Contas da União, revela que são 86 (e não apenas 80, como divulgamos antes) os membros do Ministério Público da União que percebem salários superiores ao teto de R$ 26.723 fixado em lei. O levantamento foi provocado pelo Pedido de Providências nº 00982011/95, do CNMP, encaminhado a todas as procuradorias gerais e unidades do Ministério Público da União
Estatuto cria 'SUS da Juventude' e garante meia em cinema e ônibus.
Aprovado na Câmara, Estatuto da Juventude cria sistema único para construir e gerir políticas públicas federais, estaduais e municipais para jovens. Lei beneficiará 48 milhões de pessoas de 15 a 29 anos foi primeira a receber contribuições via internet. Conselho Nacional da Juventude e União Nacional dos Estudantes querem que Senado aprove projeto já em 2011.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Nasce um novo movimento social nos Estados Unidos.
A presença de um amplo leque de sindicatos transformou o perfil do movimento iniciado por algumas centenas de jovens em Nova York, em sua maioria brancos, de universidades privadas, no dia 17 de setembro. Mudou não só em números, mas também em diversidade, gerando o que muitos líderes sindicais e comunitários estão chamando de um novo movimento social por justiça econômica. Algumas fontes policiais estimaram em mais de 10 mil os participantes da marcha e os organizadores calcularam o dobro.
David Brooks, do La Jornada. *OBAMA: "Os manifestantes do 'Ocuppy Wall Street' expressam uma frustração mais ampla da sociedade com o funcionamento do nosso sistema financeiro"
** adesão de sindicatos e imigrantes ao 'Occupy Wall Street' constitui salto político
**nova composição pode ressuscitar movimento pelos direitos civis nos EUA, contra o extremismo conservador liderado pelo Tea Party (leia a reportagem nesta pág)
**a maior greve dos bancários das últimas duas décadas completa dez dias
** cerca de 8.500 agencias estão fechadas no Brasil
** categoria quer 12,5% de aumento; bancos lucram 28% a mais em 2010 mas só oferecem 8% de reajuste
A FORNALHA NORTE-AMERICANA ACUMULA VAPOR PARA O ESCRUTÍNIO DO COLAPSO NEOLIBERAL -5% de imposto sobre 270 mil ricos, que ganham mais de US$ 1 milhão por ano, financiaria programa de Obama de geração de vagas para 20 milhões de desempregados e subempregados, nos próximos anos, ao custo de US$ 450 bi. A proposta, apresentada no Senado pelos Democratas norte-americanos, deve acirrar o debate da crise na corrida sucessória de 2012. Eleição presidencial nos EUA acumula ingredientes para se tornar o palco planetário de um debate pedagógico sobre o colapso neoliberal e o passo seguinte da história para superá-lo).
A FORNALHA NORTE-AMERICANA ACUMULA VAPOR PARA O ESCRUTÍNIO DO COLAPSO NEOLIBERAL -5% de imposto sobre 270 mil ricos, que ganham mais de US$ 1 milhão por ano, financiaria programa de Obama de geração de vagas para 20 milhões de desempregados e subempregados, nos próximos anos, ao custo de US$ 450 bi. A proposta, apresentada no Senado pelos Democratas norte-americanos, deve acirrar o debate da crise na corrida sucessória de 2012. Eleição presidencial nos EUA acumula ingredientes para se tornar o palco planetário de um debate pedagógico sobre o colapso neoliberal e o passo seguinte da história para superá-lo).
(Carta Maior; 5ª feira, 06/10/ 2011)
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
A tolerância criminosa do Judiciário brasileiro.
Depois de atropelar e matar mãe e filha num passeio público em frente a um shopping de São Paulo, um bêbado irresponsável que deveria mofar na prisão já está nas ruas novamente para encher a cara de cachaça e assassinar novamente com o beneplácito de um juiz tolerante com o crime.
Esse animal foi enquadrado como criminoso doloso pois dirigia embriagado numa velocidade incompatível com o local onde a velocidade máxima permitida é de 60 km/h e ele estava a 100km/h. Nada disso sensibilizou o magistrado que o mandou para casa enquanto uma família enterrava uma mãe e sua filha assassinadas covardemente por esse celerado. Esses juízes tolerantes e insensíveis incentivam a que mais criminosos desse tipo continuem a matar impunemente.
Quatro dos maiores bancos mundiais estão em risco de falência?Levando em conta a situação que os bancos norte-americanos e europeus estão enfrentando, no contexto da crise financeiro-econômica mundial, destaca-se o nome de quatro bancos que poderão estar à beira da falência ou de ser salvos novamente pelos governos nacionais, já que, como se diz, são “demasiado grandes para falir”.
Os seus nomes são: Bank of America, Crédit Agricole, Commerszbank e Societé Générale.
Os seus nomes são: Bank of America, Crédit Agricole, Commerszbank e Societé Générale.
GRÉCIA
ARROCHO PAVIMENTA FUGA DOS CREDORES - O programa de 'resgate' impostos pelo FMI, BCE e UE à Grécia tem sido eficiente em piorar o quadro agônico de um país que já respirava mal quando foi internado na UTI ortodoxa. Medidas de arrocho implementadas desde então aprofundaram a contração do PIB que recuará 5,5% este ano. A dívida pública, segundo previsões de Atenas,divulgadas nesta 2ª feira, saltará de 161,8% do PIB este ano para 172,7% em 2012, dez pontos mais. A previsão do FMI é ainda mais sombria: o Fundo estima que a dívida grega atingirá uma cifra da ordem de 190% do PIB em 2012. Ou seja, quase o dobro da sua capacidade anual de produção. Hoje caiu a ficha: metas para redução do déficit fiscal exigidas pelos credores não serão cumpridas este ano, nem no próximo. A insistência alemã e francesa em executar um plano de espoliação nesse cenário em ruínas --que prevê, ainda, 300 mil demissões no setor público até 2015-- só tem uma explicação:ganhar tempo para a fuga organizada da banca franco-prussiana, credora de 2/3 da dívida grega de 380 bi de euros. Juntas, França e Alemanha tem 670 bilhões emprestados a Grécia, Portugal e Espanha. (Leia nesta pág. a análise sobre a crise bancária no mundo)
domingo, 2 de outubro de 2011
HOPE
Já entendi o caso Gisele Bundchen.
Gisele é rica, glamourosa, linda, bem casada, bem amada, inteligente, cercada de amigos, no ano 2000 foi considerada a mulher mais linda do mundo (pela revista Rolling Stone), é a modelo mais bem paga (de 2004 a 2010 pela revista Forbes).
Tu acha que uma Ministra ao ver aquela mulher que além de tudo isso acima e ainda é magra, acredita mesmo que ficaria parada?
Não tem hope que ensina.
Estão fazendo bullying com Gisele.
100 dias de greve.
Depois de mais de 8 anos no poder em Minas Gerais, o PSDB diz para que veio, e olhe, graças a Deus, meus neurónios estão muito bem de saúde, eles estiveram no poder a nível federal e deixaram uma herança maldita,nos Estados onde mandam como Alagoas, Pará, Roraima, Paraná a situação é critica.
Mas em especial em Minas a educação assim como em Alagoas é um caos,professores fizeram greve de 100 dias para conquistar o mínimo,o piso nacional de Salário, mas não li nenhuma critica. Ontem o JN mostrou o descaso com a saúde publica em São Paulo onde um paciente de 80 anos não recebeu atendimento medico em um Hospital Estadual.
Mas em especial em Minas a educação assim como em Alagoas é um caos,professores fizeram greve de 100 dias para conquistar o mínimo,o piso nacional de Salário, mas não li nenhuma critica. Ontem o JN mostrou o descaso com a saúde publica em São Paulo onde um paciente de 80 anos não recebeu atendimento medico em um Hospital Estadual.
Criticar o PT é fácil.
Democracia só com Justiça.
Há de se ver os últimos julgados. O arrepio da lei é constante. Encontram-se brechas a "la maracutaia" para beneficiar corruptos e corruptores. Rouba-se em todos os níveis da pobre República. Os movimentos sociais devem focar-se na mudança da legislação "permissiva" e branda para os surrupiadores. As penas aos agentes públicos deveria ser duplicada automaticamente. A eles foi confiado determinada coisa ou tarefa que visa o bem comum. Grande parte pensa que é livre para fazer o que bem entender como dono do cargo.
Agora magistrados não querem o controle e sanções da CNJ.
Os corretos, os de conduta ilibada, com certeza querem uma CNJ fortalecida. Não
há democracia plena sem uma justiça plena e presente.
Falando em presente, juiz condenado é aposentado com vencimentos integrais - que maga maravilha. Fui
Democracia só com Justiça.
Há de se ver os últimos julgados. O arrepio da lei é constante. Encontram-se brechas a "la maracutaia" para beneficiar corruptos e corruptores. Rouba-se em todos os níveis da pobre República. Os movimentos sociais devem focar-se na mudança da legislação "permissiva" e branda para os surrupiadores. As penas aos agentes públicos deveria ser duplicada automaticamente. A eles foi confiado determinada coisa ou tarefa que visa o bem comum. Grande parte pensa que é livre para fazer o que bem entender como dono do cargo.
Agora magistrados não querem o controle e sanções da CNJ.
Os corretos, os de conduta ilibada, com certeza querem uma CNJ fortalecida. Não
há democracia plena sem uma justiça plena e presente.
Falando em presente, juiz condenado é aposentado com vencimentos integrais - que maga maravilha. Fui
O MAL DA LIVRE NEGOCIAÇÃO
Por Carlos Chagas
Com a greve continuada dos funcionários dos Correios, acumulam-se centenas de toneladas de correspondência não entregue, em todo o país. Com a greve dos bancários, começa a passar dificuldades quem não guardou dinheiro em casa. Contas a pagar, não pagas, geram multas e juros para o inadimplente forçado. Junte-se a isso as anteriores paralizações nos transportes coletivos, impedindo o trabalhador de chegar ao seu emprego ou de voltar para casa. Mais as greves em serviços essenciais, como dos médicos e enfermeiros, dos eletricitários e petroleiros e quantas mais, numa perigosa ciranda que qualquer dia acontecerá em conjunto.
Fazer o quê? Além de constitucionais, as greves são justas em sua maioria. Exprimem a indignação de quem trabalha e não raro se vê ludibriado por quem emprega, ainda que no reverso da medalha se deva atentar para a impossibilidade de muitas empresas públicas e privadas arcarem com despesas adicionais.
O mal está na livre negociação entre patrões e empregados. Nessa praga imposta pelo neoliberalismo que quase sempre determina a prevalência do mais forte sobre o mais fraco.
Caberia uma revisão profunda nesse modelo. Urge a entrada do poder público na equação, muito acima da prerrogativa da Justiça do Trabalho de declarar greves legais ou ilegais. Para evitar que a população sofra, o Estado deveria responder pronta e até antecipadamente às perspectivas de interrupção em qualquer atividade. Entrar para rachar, pesando os argumentos dos dois lados e determinando solução imediata. Se os empregados exigem demais, limitar suas reivindicações a patamares possíveis. Se os patrões demonstram insensibilidade e usura, obrigá-los a ceder sob pena de multa e intervenção em suas atividades.
Não seria difícil aparelhar a Justiça do Trabalho com essas atribuições. Conciliar e compor são verbos postos em desuso faz muito, aos quais se deveria reunir um terceiro: impor, em nome do bem-estar da população. Tudo dentro da lei, carente de alterações. Porque um dia desses as greves darão um nó dos diabos na ordem política, social e econômica. Será o cáos, que a livre negociação jamais resolverá.
VASSOURA NUMA, CONSTITUIÇÃO NA OUTRA.
Ficou incompleto o comentário do vice-presidente Michel Temer, de que não dá para a presidente Dilma Rousseff governar com a vassoura na mão. Porque a chefe do governo, como todo mundo, possui duas mãos. Bem que poderia continuar acionando a vassoura, ou seja, sem esmorecer na missão de combater a corrupção, mas, em paralelo, atenta aos dispositivos constitucionais de defesa dos direitos da pessoa humana.
Bem que o PMDB gostaria de ver interrompida a faxina promovida pela presidente, responsável pela demissão de três ministros e montes de assessores e dirigentes de empresas estatais. Caso tenha sido essa a motivação de Temer em seu comentário recente, melhor teria feito de ficasse calado. Porque dá para goverar com a vassoura numa das mãos, desde que na outra repouse a Constituição.
A presidenta Dilma Rousseff chegou neste domingo (2) a Bruxelas, capital da Bélgica. Ela vai se encontrar com o primeiro-ministro da Bélgica, Yves Leterme, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Na terça, a presidenta participará da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia para debater sobre a crise econômica internacional e o reconhecimento do Estado da Palestina, além das relações com Israel. "Certamente, haverá diálogo sobre a crise econômica internacional, que tem países europeus bastante afetados. Além disso, a ideia é de ampliar ainda mais o comércio, dado inclusive o elevado grau de investimento que a União Europeia tem no Brasil e que o Brasil tem na União Europeia", afirmou sobre a viagem o porta-voz da Presidência Rodrigo Baena. Durante essa viagem, Dilma pretende ainda negociar intercâmbio para estudantes brasileiros e fazer negócios relacionados as politicas espaciais, a ciencia, tecnologia e inovação, além da cultura e turismo.
STF ‘caipira’: sete ministros são do interior.
Dos atuais dez ministros do Supremo Tribunal Federal, sete nasceram no interior e apenas três no Rio de Janeiro: Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. No interior paulista nasceram o presidente Cezar Peluso (Bragança Paulista), o decano Celso de Mello (Tatuí) e Dias Toffoli (Marília). Em Minas nasceram Joaquim Barbosa (Paracatu), e Cármen Lúcia (Montes Claros). Gilmar Mendes é de Mato Grosso (Diamantino) e Carlos Ayres Britto veio de Sergipe (Própria).
O PSDB é que perdeu sua identidade enquanto uma social-democracia. Logo, não tem discurso, não tem projeto de Brasil, não tem nada. O futuro dos tucanos é serem protegidos pelo IBAMA, pois estão se tornando espécie em extinção.
O resto, como diria seu guru, o engenheiro (que não é engenheiro), economista (cujo diploma ninguém viu até hoje), e "jenial" administrador (que nada faz, nada executa, e abandona os cargos para os quais foi eleito), é trololó.
Serra resolveu virar cientista político.
Depois de ter sido premiado com a presidência do conselho político do PSDB, o ex-governador José Serra resolveu virar cientista político. E especialista em legislação eleitoral. Em um texto publicado há alguns dias na mídia paulista, ele expôs suas ideias sobre alguns pontos polêmicos da reforma política. (De forma sintomática, apesar de presidir o conselho de seu partido, falou por conta própria.)
A hora é boa: as primeiras propostas de emenda constitucional estão chegando ao plenário do Senado, depois de saírem da comissão especial que José Sarney criou no início da legislatura e passarem pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Em paralelo, a Comissão de Reforma Política da Câmara, cujo relator é o deputado Henrique Fontana (PT-RS), também está prestes a apresentar seu anteprojeto.
No PT e nos principais partidos que formam a base de sustentação do governo, há muita movimentação. Quem a lidera é o ex-presidente Lula, que tem levado a sério o papel que ele mesmo se atribuiu, de “embaixador da reforma”. Desde a campanha eleitoral de 2010, repete que considera imprescindível promover nem que sejam algumas mudanças nas regras que organizam o nosso sistema político.
Lula tem procurado fazer com que o PT e esses partidos se entendam a respeito de duas questões básicas: o financiamento exclusivamente público das campanhas e a manutenção do voto proporcional, mas com lista fechada, na eleição de deputados e vereadores. Com os partidos médios (PSB, PDT e PCdoB), a concordância parece viável. Com o PMDB, quase impossível.
São as mudanças relevantes que ainda podem ocorrer. Algumas foram descartadas, como a queda da obrigatoriedade do voto e o fim da reeleição no Executivo. Outras devem ser aprovadas sem maior discussão, pois são pouco significativas.
O artigo de Serra tem um título revelador, “O ruim pelo pior”, e é um ataque à proposta de financiamento público, tal como está no anteprojeto do deputado Fontana. Sua tese central é que ele é pior que o modelo vigente, de financiamento misto, mesmo que esse seja admitidamente ruim.
Na crítica à proposta, dois argumentos são usados. O primeiro diz respeito à previsão de que 80% dos recursos do fundo público de campanhas sejam distribuídos aos partidos de forma proporcional aos votos que obtiveram na eleição anterior, deixando 15% para reparte igualitário entre os que elegeram ao menos um deputado e 5% entre todos (mesmo os que não elegeram nenhum).
Parece que Serra considera errado levar em conta o desempenho dos partidos no acesso a um fundo como esse. Mas qual seria a alocação correta? A de um igualitarismo singelo, que faria com que legendas artificiais tivessem os mesmos recursos daquelas representativas?
Todo sistema de financiamento em que há algum tipo de recurso público estabelece a performance passada como critério de acesso. É assim no Brasil, onde o tempo de televisão depende do número de cadeiras conquistadas na Câmara na eleição anterior.
Serra diz que isso “congela a correlação de forças”, impedindo que “eventuais mudanças nas preferências dos eleitores” tenham “reflexos nos recursos disponíveis” na eleição seguinte. Ele mesmo expressa seu temor: “Que a proposta … beneficie diretamente os dois maiores partidos, PT e PMDB”.
Ou seja, é contra o financiamento público por conveniência, sem discuti-lo no mérito. Se contribui para a maior transparência na contabilidade dos partidos, se permite maior fiscalização ao explicitar o que cada um tem para gastar, se reduz a pressão por doações escusas, se fortalece os partidos, não importa: o que o preocupa é o risco de que seu partido seja “prejudicado”, recebendo menos dinheiro por ter tido menos votos que outros. (Ele parece não se lembrar que o PSDB perdeu votos, entre 2006 e 2010, na vigência do modelo atual, o que sugere que seu problema não se resolveria mantendo-o).
O segundo argumento é o mais usado pelos que preferem deixar tudo como está. Consiste em dizer que o financiamento público não impediria a arrecadação ilegal, pois os partidos continuariam a realizá-la.
É bem possível, mas isso não justifica considerar melhor o modelo vigente. Ou alguém acha que ele conduz à legalidade?
Não faz sentido a hipótese de que o financiamento público provoque mais problemas, que “empurre os candidatos para a ilegalidade”, como disse Nelson Jobim, citado por Serra. O que faz é reduzi-los, criando uma fonte legítima para os recursos necessários a uma campanha competitiva. Se empurra em alguma direção, é para a legalidade (o que não quer dizer que todos se comportarão da maneira correta).
O texto termina com uma frase de pura fantasia: “A redução de custos, a transparência, a maior vinculação entre eleitor e eleito e o fortalecimento dos partidos, tudo isso pode ser alcançado… (com) o voto distrital”.
Com certo atraso, parece que Serra resolveu aderir a uma campanha que a direita brasileira faz há algum tempo.
DEFLAÇÃO
O fantasma que assombra os governos do mundo
'Deflação' pode ser o nome do segundo mergulho recessivo na crise iniciada em 2008, com a implosão das 'subprimes' nos EUA. Trata-se de uma das doenças mais graves do capitalismo. Se as taxas de juros são negativas quem tem dinheiro prefere guardá-lo em segurança no cofre do Tesouro norte-americano a correr o risco de emprestá-lo em troca de rendimentos mínimos e incertos. O crédito é a alma e o motor do capitalismo. Sem ele o sistema desfalece. É o que tem ocorrido nos EUA, onde mais de US$ 1,3 tri estão empoçados nos caixas dos bancos.
Na última 6ª feira, em discurso a empresários, em São Paulo, a Presidenta Dilma Rousseff rebateu as críticas do conservadorismo, reiteradas um dia antes pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo o tucano, a decisão brasileira de reduzir em meio ponto a taxa de juro mais alta do mundo teria sido 'precipitada'.
A resposta da Presidenta veio em tom de alerta:"...diante da crise e da ameaça de deflação e depressão em algumas economias desenvolvidas, (estamos abrindo espaço para que o BC) possa iniciar um ciclo cauteloso e responsável de redução da taxa básica de juros. Não é admissível que, se de fato se configure uma recessão e um processo deflacionário no resto do mundo, nós aqui estejamos sem levar isso em conta'.
A deflação temida pela presidenta e desconhecida do sociólogo cosmopolita é uma espiral baixista de preços que se auto-alimenta.
Trata-se de uma das doenças mais graves do capitalismo.
Para muitos economistas, mais grave que a sua contrapartida de sinal trocado, a hiperinflação. Esta costuma ser enfrentada com a arma clássica do coquetel conservador: recessão, arrocho salarial e juros estratosféricos.
A deflação, ao contrário se instala dentro da recessão. É uma espécie de síntese das contradições do sistema, que assume a forma de uma paralisia progressiva. Ela ataca, sobretudo, em situações de baixa resistência, como agora, nos EUA, quando a taxa de juro real já é negativa e os recursos de intervenção do Estado se esgotaram.
Se as taxas de juros são negativas quem tem dinheiro prefere guardá-lo em segurança no cofre do Tesouro norte-americano a correr o risco de emprestá-lo em troca de rendimentos mínimos e incertos.
Essa escolha quando feita pelos bancos amplifica a contração da atividade econômica pela retração do crédito. O crédito é a alma e o motor do capitalismo. Sem ele o sistema desfalece. É o que tem ocorrido nos EUA, onde mais de US$ 1,3 tri estão empoçados nos caixas dos bancos.
Historicamente, a tentativa de quebrar esse círculo de ferro, nem sempre bem sucedida, inclui doses cavalares de gasto fiscal em obras públicas, oxigênio negado à paralisia norte-americana pelo radicalismo neoliberal .
Na Europa há espaço para novos cortes de juros (hoje em torno de 1,5%). Mas o predomínio de burocratas ortodoxos e governos conservadores, entre os quais se incluem socialdemocratas colonizados pelo neoliberalismo, restringe o uso desse instrumento, tanto quanto a alavanca do investimento público.
O elevado custo de uma deflação pode ser inferido dos desdobramentos causados pela explosão da bolha imobiliária nos EUA, em 2008, que até hoje não cessaram.
A espiral descendente dos preços dos imóveis desde então criou um fosso entre o valor da dívida hipotecária das famílias e o valor de mercado de suas residências. Em muitos casos, o patrimônio passou a valer a metade da dívida.
Em apenas um mês, em novembro de 2008, o preço médio dos imóveis residenciais nos EUA caiu mais de 20%.
Não raro, isso foi acompanhado da perda do emprego ou da troca involuntária por outro de salário inferior. O peso da dívida adquiriu assim um peso insuportável no orçamento familiar.
O efeito imediato é a redução da demanda, que agrava a recessão que deprime ainda mais o valor dos imóveis. E assim sucessivamente.
Para desafogar os mutuários seria necessário estender o processo de deflação ao valor dos empréstimos, impondo perdas equivalentes aos bancos, construtoras, investidores, ações de companhias ligadas à construção etc .
A resistência do capital financeiro a esse compartilhamento de perdas é uma das causas da encruzilhada paralisante enfrentada pela crise mundial nesse momento. Toda ela está amarrada no impasse em torno de uma conta de chegar explosiva entre passivos e ativos Ou seja, entre a catastrófica massa de capital fictício sedimentada pela desregulação financeira do ciclo neoliberal --nas mãos de fundos, bolsas, investidores, empresas, bancos etc-- e a riqueza real disponível. Se a referencia for o PIB mundial essa desproporção é de 10 para 1.
Sem impor perdas ao capital fictício o que sobra é um ajuste selvagem que se faz via desemprego, perda salariais e falencia de nações. É o que assistimos nesse momento.
Alerta recente da OIT informa que o mundo já tem mais de 200 milhões de desempregados. A oferta de trabalho cresce aquém do crescimento populacional. O estoque incha em vez de diminuir. A retração do mercado sinaliza um déficit de 40 milhões de empregos entre 2011 e 2012.
Fecha-se o círculo de ferro: consumidores não compram por falta de dinheiro ou pela expectativa de que os bens venham a sofrer novas reduções.Bancos não emprestam porque o juro é baixo e os riscos são altos. Empresas não produzem porque não há demanda --e não investem porque suas máquinas estão ociosas Quem tem estoque fica encurralado por dívidas com fornecedores que o retorno das vendas já não cobre. O conjunto gera novas quedas de preços reproduzindo a mecânica da deflação em patamares cada vez mais subterrâneos. Mas as dívidas financeiras resistem blindadas pelo poder político dos bancos e grandes corporações.
Os indicadores de preços nos EUA ou na Europa não apontam ainda um cenário de deflação. Mas as previsões do FMI são de recuos pronunciados nos indicadores de preços. Estimativas do Fundo feitas no início de setembro para a zona do euro apontavam uma taxa de inflação de 2,5% para este ano, caindo para 1,5% em 2012. Já nos Estados Unidos, a inflação passaria de 1,6% a 3% até o final de 2011, para recuar a 1,3% em 2012.
Expectativas de quedas mais pronunciadas ganham força até mesmo entre aqueles que costumam manifestar confiança nas virtudes auto-depurativas dos mercados. O presidente do banco central de Israel é um caso.
Ortodoxo de carteirinha, ex-dirigente do FMI, Stanley Fischer reduziu a taxa de juros do país de 3,25% para 3% ao ano, mesmo com a inflação acima da meta oficial. Fischer foi taxativo ao se justificar. A inflação nesse momento, explicou, é questão "irrelevante". E advertiu: em 2012 o mundo pode ter deflação, não alta de preços.
Há indicativos fortes nessa direção. Eles partem de uma das roletas preferidas do capital especulativo, as bolsas de commodities. Embora a base de comparação ainda seja elevada, os preços das commodities agrícolas e minerais fecharam setembro com as maiores quedas desde 2008. A soja teve um recuo de 16% em setembro; o cobre acumulou uma perda de 25% em relação ao pico de alta em 2010. À fuga de especuladores ariscos soma-se a cada vez mais provável desaceleração chinesa. O que acontecer com a economia chinesa nos próximos meses terá impacto decisivo no movimento deflacionista das matérias-primas, que tem na China o maior importador mundial.
A precaução da Presidenta Dilma em armar o país contra o risco de uma deflação mundial - incluindo-se uma redução mais acentuada da Selic - é mais que justificável. Depois de iniciado, o processo deflacionário, mesmo em países dotados de grande poder de fogo fiscal, resiste em reverter a espiral descendente.
A deflação japonesa perdurou por toda a década de 90. O Estado japonês investiu US$ 1,4 trilhão em obras públicas, incluindo desde garagens urbanas a muros de contenção contra tsunamis, passando por pontes de duvidosa relevância. Entre elas a maior ponte pênsil do mundo entre Kobe e a ilha de Awaji. A obra custou US$ 7,4 bi e, segundo Paul Krugman, registra um tráfego desprezível de apenas 4 mil veículos por dia.Nem assim o Japão conseguiu engatar um novo ciclo de expansão sustentável.
Na deflação norte-americana de 29, os preços chegaram a cair 25%, em média. O desemprego saltou de 1,5 milhão de pessoas, em 1929, para 12,8 milhões em 1933, atingindo 24,9% da força de trabalho; em 39 era ainda de 17%. O PIB diminuiu de US$104 bi para US$ 56 bi, entre 1929 e 1933.
Os EUA contaram com Roosevelt , o New Deal e uma relação de forças polarizada pela expansão dos ideais socialistas que arrancou concessões do capitalismo em benefício da renda, do emprego e do consumo. Mesmo assim foi preciso uma guerra mundial para que o sistema reencontrasse o caminho do pleno emprego e da produção.
A resposta da Presidenta veio em tom de alerta:"...diante da crise e da ameaça de deflação e depressão em algumas economias desenvolvidas, (estamos abrindo espaço para que o BC) possa iniciar um ciclo cauteloso e responsável de redução da taxa básica de juros. Não é admissível que, se de fato se configure uma recessão e um processo deflacionário no resto do mundo, nós aqui estejamos sem levar isso em conta'.
A deflação temida pela presidenta e desconhecida do sociólogo cosmopolita é uma espiral baixista de preços que se auto-alimenta.
Trata-se de uma das doenças mais graves do capitalismo.
Para muitos economistas, mais grave que a sua contrapartida de sinal trocado, a hiperinflação. Esta costuma ser enfrentada com a arma clássica do coquetel conservador: recessão, arrocho salarial e juros estratosféricos.
A deflação, ao contrário se instala dentro da recessão. É uma espécie de síntese das contradições do sistema, que assume a forma de uma paralisia progressiva. Ela ataca, sobretudo, em situações de baixa resistência, como agora, nos EUA, quando a taxa de juro real já é negativa e os recursos de intervenção do Estado se esgotaram.
Se as taxas de juros são negativas quem tem dinheiro prefere guardá-lo em segurança no cofre do Tesouro norte-americano a correr o risco de emprestá-lo em troca de rendimentos mínimos e incertos.
Essa escolha quando feita pelos bancos amplifica a contração da atividade econômica pela retração do crédito. O crédito é a alma e o motor do capitalismo. Sem ele o sistema desfalece. É o que tem ocorrido nos EUA, onde mais de US$ 1,3 tri estão empoçados nos caixas dos bancos.
Historicamente, a tentativa de quebrar esse círculo de ferro, nem sempre bem sucedida, inclui doses cavalares de gasto fiscal em obras públicas, oxigênio negado à paralisia norte-americana pelo radicalismo neoliberal .
Na Europa há espaço para novos cortes de juros (hoje em torno de 1,5%). Mas o predomínio de burocratas ortodoxos e governos conservadores, entre os quais se incluem socialdemocratas colonizados pelo neoliberalismo, restringe o uso desse instrumento, tanto quanto a alavanca do investimento público.
O elevado custo de uma deflação pode ser inferido dos desdobramentos causados pela explosão da bolha imobiliária nos EUA, em 2008, que até hoje não cessaram.
A espiral descendente dos preços dos imóveis desde então criou um fosso entre o valor da dívida hipotecária das famílias e o valor de mercado de suas residências. Em muitos casos, o patrimônio passou a valer a metade da dívida.
Em apenas um mês, em novembro de 2008, o preço médio dos imóveis residenciais nos EUA caiu mais de 20%.
Não raro, isso foi acompanhado da perda do emprego ou da troca involuntária por outro de salário inferior. O peso da dívida adquiriu assim um peso insuportável no orçamento familiar.
O efeito imediato é a redução da demanda, que agrava a recessão que deprime ainda mais o valor dos imóveis. E assim sucessivamente.
Para desafogar os mutuários seria necessário estender o processo de deflação ao valor dos empréstimos, impondo perdas equivalentes aos bancos, construtoras, investidores, ações de companhias ligadas à construção etc .
A resistência do capital financeiro a esse compartilhamento de perdas é uma das causas da encruzilhada paralisante enfrentada pela crise mundial nesse momento. Toda ela está amarrada no impasse em torno de uma conta de chegar explosiva entre passivos e ativos Ou seja, entre a catastrófica massa de capital fictício sedimentada pela desregulação financeira do ciclo neoliberal --nas mãos de fundos, bolsas, investidores, empresas, bancos etc-- e a riqueza real disponível. Se a referencia for o PIB mundial essa desproporção é de 10 para 1.
Sem impor perdas ao capital fictício o que sobra é um ajuste selvagem que se faz via desemprego, perda salariais e falencia de nações. É o que assistimos nesse momento.
Alerta recente da OIT informa que o mundo já tem mais de 200 milhões de desempregados. A oferta de trabalho cresce aquém do crescimento populacional. O estoque incha em vez de diminuir. A retração do mercado sinaliza um déficit de 40 milhões de empregos entre 2011 e 2012.
Fecha-se o círculo de ferro: consumidores não compram por falta de dinheiro ou pela expectativa de que os bens venham a sofrer novas reduções.Bancos não emprestam porque o juro é baixo e os riscos são altos. Empresas não produzem porque não há demanda --e não investem porque suas máquinas estão ociosas Quem tem estoque fica encurralado por dívidas com fornecedores que o retorno das vendas já não cobre. O conjunto gera novas quedas de preços reproduzindo a mecânica da deflação em patamares cada vez mais subterrâneos. Mas as dívidas financeiras resistem blindadas pelo poder político dos bancos e grandes corporações.
Os indicadores de preços nos EUA ou na Europa não apontam ainda um cenário de deflação. Mas as previsões do FMI são de recuos pronunciados nos indicadores de preços. Estimativas do Fundo feitas no início de setembro para a zona do euro apontavam uma taxa de inflação de 2,5% para este ano, caindo para 1,5% em 2012. Já nos Estados Unidos, a inflação passaria de 1,6% a 3% até o final de 2011, para recuar a 1,3% em 2012.
Expectativas de quedas mais pronunciadas ganham força até mesmo entre aqueles que costumam manifestar confiança nas virtudes auto-depurativas dos mercados. O presidente do banco central de Israel é um caso.
Ortodoxo de carteirinha, ex-dirigente do FMI, Stanley Fischer reduziu a taxa de juros do país de 3,25% para 3% ao ano, mesmo com a inflação acima da meta oficial. Fischer foi taxativo ao se justificar. A inflação nesse momento, explicou, é questão "irrelevante". E advertiu: em 2012 o mundo pode ter deflação, não alta de preços.
Há indicativos fortes nessa direção. Eles partem de uma das roletas preferidas do capital especulativo, as bolsas de commodities. Embora a base de comparação ainda seja elevada, os preços das commodities agrícolas e minerais fecharam setembro com as maiores quedas desde 2008. A soja teve um recuo de 16% em setembro; o cobre acumulou uma perda de 25% em relação ao pico de alta em 2010. À fuga de especuladores ariscos soma-se a cada vez mais provável desaceleração chinesa. O que acontecer com a economia chinesa nos próximos meses terá impacto decisivo no movimento deflacionista das matérias-primas, que tem na China o maior importador mundial.
A precaução da Presidenta Dilma em armar o país contra o risco de uma deflação mundial - incluindo-se uma redução mais acentuada da Selic - é mais que justificável. Depois de iniciado, o processo deflacionário, mesmo em países dotados de grande poder de fogo fiscal, resiste em reverter a espiral descendente.
A deflação japonesa perdurou por toda a década de 90. O Estado japonês investiu US$ 1,4 trilhão em obras públicas, incluindo desde garagens urbanas a muros de contenção contra tsunamis, passando por pontes de duvidosa relevância. Entre elas a maior ponte pênsil do mundo entre Kobe e a ilha de Awaji. A obra custou US$ 7,4 bi e, segundo Paul Krugman, registra um tráfego desprezível de apenas 4 mil veículos por dia.Nem assim o Japão conseguiu engatar um novo ciclo de expansão sustentável.
Na deflação norte-americana de 29, os preços chegaram a cair 25%, em média. O desemprego saltou de 1,5 milhão de pessoas, em 1929, para 12,8 milhões em 1933, atingindo 24,9% da força de trabalho; em 39 era ainda de 17%. O PIB diminuiu de US$104 bi para US$ 56 bi, entre 1929 e 1933.
Os EUA contaram com Roosevelt , o New Deal e uma relação de forças polarizada pela expansão dos ideais socialistas que arrancou concessões do capitalismo em benefício da renda, do emprego e do consumo. Mesmo assim foi preciso uma guerra mundial para que o sistema reencontrasse o caminho do pleno emprego e da produção.
Sempre questiono porque o Banco Brasil e Caixa Econômica Federal não fazem a diferença positiva no mercado financeiro-bancário ao invés de seguirem o padrão de taxas estratosféricas já consenssuado entre si pelos bancos.
Ainda mais quando se pensa nas suas legitimidades públicas, as quais se recorrem vez ou outra, como aconteceu na campanha presidencial entre Lula e Geraldo Alquimin em 2002. Naquela vez foi um incomodo e fraqueza no programa do tucano o tema da privatização das duas instituições que o então candidato Lula soube explorar e capitanear para si.
No entanto, passadas as eleições, apesar de instrumentalizados os bancos públicos na atuação de mercado de todos os tipos de crédito, o governo Lula não ousou em gerar uma concorrência mais fecunda que contrariasse os bancos privados.
Muito ao contrario. No seu governo, só para ficarmos nos mais noticiados, o Unibanco foi incorporado pelo Itaú , Real pelo Santander, o BV pelo Banco do Brasil, o Panamericano pela Caixa Econômica Federal, ou seja, o mercado bancário brasileiro oligopolizou-se ainda mais do que já estava.
Deixando refém, além dos já integrados a economia, um contingente de mais de 30 milhões de cidadãs e cidadãos ascendidos a consumidores no próprio governo Lula. E provavelmente o mercado tende a se concentrar mais ainda tendo em vista as especulações sobre a crise econômica que já chegou, e tendo sido o inicio desta uma das causas da incorporação de diversas instituições menores por outras de maior porte em 2008.
Até onde vejo, o fato de termos bancos estatais fazendo concorrência ao capital privado me parece positivo. ...o que parece realmente negativo é esse lucro "estatal" não retornar em forma de investimentos/benefícios ao país... todo o Lucro Líquido vai para pagar os juros da dívida pública??? E esses bancos são 100% estatais??? |
A importância dos bancos públicos.
Se o governo considera estratégico ter um algum controle sobre o comportamento das “livres forças de mercado” no ramo bancário, já passou da hora de reverter as formas de ação do BB e da CEF: taxas de juros menores, atendimento com a premissa da função pública e não da receita a qualquer custo, redução dos níveis de “spread” praticados, entre outras medidas.Por Paulo Kliass, na Carta Maior.
IBOPE
Noticiário torna-se mais favorável e apoio a Dilma sobe.
Aprovação de Dilma Rousseff aumenta de 67% para 71% e avaliação positiva do governo, de 48% a 51%. Segundo pesquisa Ibope feita a pedido da Confederação Nacional da Indústria, brasileiro acha que noticiário ficou um pouco mais positivo para o governo. Com clima melhor, cresce aprovação de oito áreas federais. Sem verba, saúde é a pior.
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