sábado, 7 de julho de 2012

*Libor, a fraude do século: há 20 anos quem duvidasse da lisura no cálculo da Libor, que determina milhões de contratos em todo o mundo, era olhado com o mesmo desdém hoje dirigido aos que advogam o controle público das finanças, como requisito à superação da crise.(Leia mais)   
** Frente paraguaia: o tucano Álvaro Dias foi a Assunção selar a aliança entre o PSDB e os golpistas, contra a posição brasileira no  Mercosul
** Dias posou ao lado de Franco.
LULA  A CHÁVEZ: 'TUA VITÓRIA SERÁ NOSSA VITÓRIA' - "Gostaria muito de estar aí, não só para integrar a delegação do PT, mas para dar um forte abraço no companheiro Chávez. Só com a liderança de Chávez  o povo realmente tem obtido conquistas extraordinárias . As classes populares nunca foram tratadas com tanto respeito, carinho e dignidade. Essas conquistas devem ser preservadas e consolidadas. Chávez, conte comigo;conte com o PT.Conte com o apoio e a solidariedade de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada latinoamericano.Um forte abraço, companheiro,um abraço fraterno e obrigado por tudo o que tem feito pela America Latina. Tua vitória será nossa vitória".(Leia a cobertura completa do 'Foro São Paulo', realizado em Caracas; e assista a íntegra da mensagem de Lula; nesta pág).(Carta Maior; Sábado 07/07/2012)

MENSAGEM AOS JOVENS JORNALISTAS


Por Carlos Chagas
Existem momentos, raros, na vida de todos nós, em que o tempo  parece interromper-se.

O que era, deixou de ser.

O que será, ainda não é.

O passado terminou e o futuro  não começou.

O presente, assim, adquire as características do eterno.

As formaturas exprimem esses momentos.

Ao entrar neste auditório, vocês deixaram de ser alunos da unb.

Quando saírem, depois de diplomados, serão jornalistas, publicitários, cineastas - enfim, comunicadores sociais.

Importa, então, aproveitar estes instantes eternos para, pela última vez,  em conjunto, praticarmos aquilo que alunos e professor praticaram nos últimos anos.

Vamos continuar questionando.

Vamos cultivar a dúvida.

Vamos erodir as teorias.

Vamos contestar os mitos.

Vamos  implodir os modelos.

Vamos desfazer verdades absolutas.

Porque esta é a função primeira do jornalismo:

Opor os fatos às ilusões.

No exercício de nossa profissão, do princípio ao fim,  nosso trabalho debe ser pautado pela realidade.

É ela o deus que devemos adorar.

As ilusões, as verdades absolutas, os modelos, os mitos e as  teorias, são o demônio que precisamos  exorcizar.

Comecemos pelo nosso próprio mundo, a universidade.

Ao contrário do que muitos pretendem,  a universidade não é uma simpls matriz produtora de mão de obra para a sociedade.

Jamais, apesar  das tentativas, a universidade será reduzida a um forno produtor de pão para o banquete das elites.

É claro que  vocês se prepararam para trabalhar nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão, nas agencias de notícias e nas assessorias de imprensa.

Vocês estão preparados para ingressar nesse estranho universo cibernético de sites, blogs, e-mails, portais e equivalentes.

No entanto, muito mais do que preparados para ganhar salários  nessa variada gama de atividades e de serviços, vocês estão preparados para questioná-los.

Vocês estão em condições de renová-los, reformá-los e até, se preciso for, de revolucioná-los.

Porque uma universidade não é uma instituição destinada a servir aos detentores do poder, seja esse poder político, econômico, sindical, esportivo, artístico ou cultural.

Uma universidade existe para contestar o  mundo á sua volta.

Até para rejeitá-lo, repelí-lo e modificá-lo.

Uma universidade também existe para revolver as entranhas do mundo situado dentro de nós  mesmos.

Significa, uma universidade, um centro permanente de não aceitação de postulados, programas, doutrinas e ideologias de qualquer espécie.

Somos,  por isso, uma fonte inesgotável de resistência ao que acontece à nossa volta.

Um arquipélago de divergências em  meio a um oceano de dúvidas.

Será preciso, assim, de humildade para compartilharmos essa última trincheira de resistência, esse derradeiro refúgio da liberdade.

No ano de 1900, na sordonne, o mais famoso dos  catedráticos de física, o professor lipmann, iniciava sua aula inaugural dizendo-se com dó de seus alunos.

Com pena deles porque haviam decidido estudar física.

Poque a física, dizia o  catedrático, já estava pronta, acabada, definida e empacotada. Nada  mais  haveria a descobrir e a pesquisar.

Pobre professor lipmann, que para sorte dele morreu antes de saber da existência de einstein e da teoria da relatividade, da física quântica e de quanta fascinação veio e continuará a vir.

Não é a oportunidade, agora, mas não resisto à tentação de questionar a mais nova das verdades absolutas, o  mais cruel dos  mitos  de nosso tempo,  a chamada globalização.

Para uns tantos  ingênuos e outro tanto de malandros, globalização significa o fim da história.

Depois da globalização não existe mais  nada.

Argumentam esses patetas a prevalência absoluta do capitalismo, só porque o dinheiro consegue circular de um extremo a outro do planeta em questão de segundos, num digitar de teclas.

Fosse assim e globalizado estava o mundo quando o prmeiro troglodita conseguiu dominar o fogo e  fez com que  sua alfdeia se comunicasse com as outras através de sinais de fumaça, não mais pelos decibéis de sua garganta.

Mas globalizado o mundo não   ficou quando  nossos  ancestrais aprenderam a utilizar o jumento como  meio de transporte?

Ou quando os navegadores descobriram o caminho das índias, levando madeira da espanha para o extremo oriente e de lá trazendo especiarias?

Ou globalizados  não  se sentiram nossos avós quando da invenção do telégrafo?

Quem garante que daqui a cinquenta anos nossos netos  não rirão   de nossas pretensões globalizantes porque eles, sim, estarão globalizados,  trazendo  água de venus e minério de marte?

Mas com  certeza os  netos dos nossos netos rirão deles, porque globalizados aí sim estarão,   ao buscar o elixir da longa vida em andrômeda e cérebros descartáveis na ursa maior.

Já me alongo.

Ainda uma referência à universidade, que nos diz respeito diretamente.  Outro mito a destruir.

Volta e meia ressurge a campanha contra esse canudo que vocês receberão dentro em pouco. A campanha contra  o diploma de jornalista, porque, dizem, o dom de escrever nasce com o indivíduo, não se adquire na universidade.

É a mesma coisa do que permitir ao “seu” manoel, do açougue aqui na esquina, um craque na arte de cortar carne, de tirar costelas e filés, que ele troque o avental pelo jaleco, entre no hospital e vá operar alguém de apendicite.

Ou  imaginar que o camelô da rodoviária, um mestre na palavra, que vende tudo o que apresenta em sua bancada, vista a beca e vá defender uma causa no supremo tribunal.

O dom de escrever faz  o escritor,  e o escritor   não está  proibido de escrever nos jornais. Apenas o fará como colaborador, não como jornalista.

Porque o jornalista não é  nem  melhor  nem pior do que o escritor. Apenas, é diferente.

Além de saber escrever, para exercer a profissão o jornalista necessita saber editar, diagramar, selecionar,  diferenciar estilos e conhecer o  mundo á sua volta, até para questioná-lo.

Precisa, o jornalista, de conhecimentos ordenados de história, geografia, sociologia,  ética e filosofia, entre outros.

As  escolas de jornalismo apresentam falhas e deficiências? Que sejam modificadas, aprimoradas,   melhor   elaboradas. Jamais extintas.

Se estão formando mais professores de jornalismo do que jornalistas,  que se modifiquem seus currículos, mas retirar o sofá da sala para acabar com o adultério, como na  velha piada, trata-se um velhaco raciocínio.

O diploma é essencial, expresso  pelo que vocês representam aqui,  nesta noite: vocês formam um conjunto forjado nos bancos universitários, um conjunto capaz  de lutar pela melhoria de seus padrões de vida, tanto quanto pela liberdade da notícia e pela verdade  da informação.

É isso que incomoda muita gente.

Chegou a hora de dizer adeus. Mesmo aposentado,  é nesta casa que  me abrigo, é para esta casa que volto  nos  momentos permanentes de dúvida.

Afirmo o oposto do que afirmava o professor lipmann. Porque eu invejo vocês.

Vocês enfrentarão desafios e realizarão mudanças muito maiores do que aquelas que tentei realizar e enfrentar.

Não deixo mensagem alguma. Nos anos em que convivemos, espero haver demonstrado que, como vocês, fui e continuo sendo uma fonte permanente de dúvidas.

Ficam apenas algumas exortações:

Rebelem-se contra o preconceito dos que pretendem resumir a vida a um sistema, qualquer que seja esse sistema.

Insurjam-se diante de doutrinas, ideologias ou modelos que apregoam dispor de respostas para todas as perguntas.

Sacudam a poeira da intolerância dos que apresentam o ser humano como mero conjunto químico dotado de inteligência.

Mas, releguem ao lixo da história a afirmação oposta, de que precisamos nos conformar com a injustiça, a fome,  a miséria e o sofrimento para recebermos a recompensa na outra vida.

Levantem-se contra a teoria das ditaduras tanto quanto contra a ditadura das teorias.

Cultivem o senso grave da ordem e o anseio irresistível da liberdade.

Creiam, acima de tudo, no poder da razão, porque da razão  nasce a liberdade, da liberdade a justiça, da justiça o bem comum, e do bem comum o amor.

O amor,  a derradeira oferta do indivíduo à sociedade.

E de um professor aos seus alunos.

Adeus.

Uma questão de 'ordem'
Quando se trata de interesse comum, quem é menor dá ordens ao maior, que as cumpre imediatamente sem discuti-las. 
O paradoxal exemplo acaba de ser dado pelo Supremo Tribunal Federal, que mandou retirar da exposição pública na internet, a listagem de servidores do Poder Judiciário e seus respectivos salários. A determinação foi da 22ª Vara Federal do Distrito Federal

Lavando roupa suja
A Direita paulistana lava roupa suja em público, vereadores do DEM acusam o Vice Prefeito da chapa de Serra do PSDB de traidor, deixou o oposicionista conservador DEM e foi com malas e passagens para o também conservador risiolçogista PSD, com estas brigas internas, o PT se fortalece e tambem o PRB e o PMDB: Roussomano e Chalita, quem viver verá se os vermelhos que governaram bem São Paulo com Erundina e Marta do PT podem surpreender e botar para correr o PSDB/DEM/PSD de araque do Kassb.

Outra vez!
Estou duvidando da capacidade intelectual do Serra para escolher seus vices. 
Na eleição passada à presidencia da Republica, ele preteriu o ex-governador e agora senador do Paraná Alvaro Dias por um deputado desconhecido Índio da Costa. 
Deu no que deu. 
Agora repete a dose na eleição para a Prefeitura de São Paulo. 
Será que ele teme a competencia de seus vices?

Decepção de aliados com o vice ameaçam Serra.
O lançamento da campanha de José Serra (PSDB) para prefeito de São Paulo, ontem, foi marcado pela clara decepção dos candidatos a vereador com o vice Alexandre Schneider. Os tucanos o consideram traidor, por abandonar o partido, enfraquecendo-o, para fortalecer o PSD de Kassab, e no DEM a revolta é porque Serra não honrou a promessa de escolher como vice o deputado federal Rodrigo Garcia.
Traição à vista.
Nos grupinhos, ontem, no ato pró-José Serra, candidatos a vereador do PSDB e DEM já admitiam ”alianças informais” com rivais do tucano.

CÓRNER NEUTRO


Boxe em 4 canais neste sábado. . .
BandSports, ESPN, Fox Sports e SporTV vão transmitir boxe neste sábado à noite. Às 22 horas, a ESPN passa Wladimir Klitschko x Tony Thompson. Band Sports e SporTv transmitem juntas Nonito Donaire x Jeffrey Mathebula, às 23 horas. À meia-noite, no Fox Sports, Jesus Soto Karass x Euri Gonzalez.
O negócio é pegar uma pipoca com Guaraná, ligar duas televisões e mais o computador e se divertir. 
Quem diria, hein???? T
anto boxe na TV brasileira. 
Que maravilha!

A Flip e a Geração Subzero 
Por Felipe Pena, do Jornal do Brasil.
As coletâneas costumam ser pretensiosas e elitistas. Na Flip deste ano, por exemplo, a revista Granta teve a pretensão de apresentar os vinte melhores autores brasileiros com menos de quarenta anos em uma coletânea de contos destinada ao público externo. Mas que critérios definem os melhores? E quem define esses critérios? Figurinhas carimbadas pela “mídia especializada” e referendadas pelas panelas literárias levam vantagem nessa escolha? 
Talvez a atitude mais honesta seja assumir que a escolha é pessoal, como fez o crítico Nelson de Oliveira, organizador do livro Geração 00, que, ainda assim, manteve o caminho da pretensão ao tentar reunir os melhores autores de uma década. E que também foi elitista, pois prevaleceram os escritores cuja prosa se aproxima da elipse, da referência intelectualizada, da erudição construída, do beneplácito da crítica, da receita caseira que apregoa que a literatura é para poucos. E os poucos são eles próprios.
Esses autores não estão preocupados com os leitores, mas apenas com a satisfação da vaidade intelectual, baseando suas narrativas em jogos de linguagem que têm como objetivo demonstrar uma suposta genialidade. É estranho que boa parte deles manifeste preocupações sociais e tendências políticas progressistas em suas entrevistas, enquanto suas práticas profissionais os levam a uma torre de marfim representada por feiras e festivais que os mitificam como ícones da literatura para aqueles que também se enxergam como elite.
Felizmente, há uma massa de leitores no país que ignora essa tentativa de forjar novos cânones para a literatura. É um público que se preocupa apenas com o prazer da leitura, com a relação afetiva com o livro, com as reflexões que uma história bem contada pode provocar e com a socialização dessas histórias e dessas reflexões. Sim, a socialização, pois aquele que tem prazer na leitura sempre recomenda o livro ao amigo mais próximo.
É para esse leitor que foi organizada a coletânea Geração Subzero, a ser lançada na Off Flip, neste sábado (só poderia ser no circuito OFF mesmo, cuja tradução mais fiel é FORA). São vinte autores congelados pela “crítica especializada”, mas adorados pelo público. O livro não é uma antologia. Os contos e autores não têm a pretensão de figurar entre os melhores de sua geração ou estilo (bem diferente da revista Granta). Tampouco foram escolhidos exclusivamente pelo organizador da obra, que apenas observou os nomes comentados em redes sociais, blogs, salas de aula e grupos de discussão cujo objeto era simplesmente o prazer da leitura, além de ouvir os signatários do Manifesto Silvestre, um documento que defende o entretenimento como conceito de valor na literatura.
Todos os autores reunidos no livro cederam seus direitos autorais para a ONG Ler é dez, leia favela, que forma leitores no Complexo de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro. Como Silvestre da Silva, personagem de Camilo Castelo Branco no livro Coração, cabeça e estômago, os escritores da Geração Subzero colocam a cara na vidraça e esperam pelas pedras e flores. 
Mais pedras do que flores. 
Os trocadilhos vão causar indigestão e os intelectualismos, cefaleia. 
Mas o coração não será atingido.

Os Suiços não vão devolver o dinheiro e nem vão revelar os nomes dos depositantes. Isto é líquido e certo já que é tradição.
Portanto, é melhor aceitar a proposta dos suiços já que alguma coisa seria recuperada.
A Suíça das belíssimas paisagens montanhosas, de rios limpos e lagos cristalinos, é um pequeno pais da Europa central, famoso também por seus relógios, canivetes e, parece-me, até chocolates. 
Calma, calma, também por receber, nas contas secretas de seus bancos, o dinheiro de todos os salafrários, ditadores, déspostas, ladrões e outras categorias de saqueadores dos recursos públicos de seus países. 
E nem por isso é atacada, achicalhada, passa por ser um pais de gente decente, trabalhadora, corados germânicos, de loiras cabeleiras, olhos azuis, portentosas palmeiras. Pois bem, os bandoleiros, na maior parte, são conhecidos, depositam seus butins lá em Berna, que em nenhum momento foi acusada pela ONU ou outro organismo qualquer de raceptadora de grana ilegal.
É isso ai, quem tem dinheiro para comprar certas canetas, pode dar guarida à pilhagem feita em nações africanas, sul americanas, asiáticas ou de outros lugares que nunca vai deixar de ser respeitada e admirada.
Ô mundo vil!
A investigação sobre quem e como o dinheiro foi depositado na Suíça deve continuar, independentemente dos impostos que possam ser arrecadados. Receber os impostos não invalida continuar investigando quem tenha cometido os atos ilícitos.
Penso que não receber os recursos em nome dos impostos seria imensa burrice ou, até, que seria proteger o "seu" recurso lá depositado, de forma a ficar integral e não parcial.

LEGALIZAÇÃO DE DINHEIRO ILÍCITO


O Estado de S.Paulo, Editorial.
É decerto do interesse do Brasil receber os impostos sobre quantias transferidas por seus cidadãos ou empresas para paraísos fiscais. Mas não da forma como propõe a Suíça. Em entrevista a Jamil Chade, correspondente do Estado em Genebra, a presidente da Confederação Suíça, Eveline Widmer-Schlumpf, propôs um acordo fiscal ao Brasil, a exemplo dos que seu governo já concluiu com a Áustria e o Reino Unido, pelo qual os bancos suíços em que brasileiros tiverem conta remetam de volta os impostos incidentes sobre os depósitos lá efetuados, mantendo, no entanto, sigilo absoluto sobre o total das contas e os nomes de seus titulares. Encerrando-se aí as pendências, isso significaria que o País renunciaria a seu direito de processar os depositantes por lavagem de dinheiro e sonegação de impostos e desistiria de tentar recuperar recursos públicos desviados.
Ou seja, o País trocaria uma certa receita por um indulto àqueles que infringiram a lei, o que representaria, na verdade, um incentivo à corrupção. Quem conseguir transferir para a Suíça dinheiro sujo, teria a segurança de que o máximo que lhe poderia acontecer é ter parte dele devolvida a título de pagamento de impostos.
Por meio desse esquema, o governo da Suíça estaria procurando fugir de uma regulamentação internacional sobre os paraísos fiscais, pela qual o Grupo dos 20 (G-20) vem pressionando. Eveline Widmer-Schlumpf, que é também ministra das Finanças, disse que já discutiu a ideia com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em janeiro deste ano, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, e que pretende voltar à carga em setembro durante a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Tóquio. Encarando o tema sob o ponto de vista estritamente financeiro, a presidente suíça considera que "será um acordo que trará ganhos para ambos os lados. Não queremos dinheiro de pessoas que não tenham pago os seus impostos".
Seria uma proposta construtiva, se não ignorasse os aspectos jurídicos e morais da questão. Não há no Brasil impedimentos legais para que pessoas físicas ou jurídicas transfiram recursos para contas no exterior. Mas, naturalmente, se essas remessas forem processadas por bancos, devem ser informadas, a depender de seu valor e frequência, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Além disso, devem constar das declarações de renda, com especificação da origem dos recursos, estando sujeitas à tributação. Assim, as transferências feitas de acordo com a lei não configuram evasão fiscal.
Esse não é o caso, porém, do fluxo de recursos para fora do País proveniente de atividades ilícitas, especialmente do narcotráfico e do desvio de recursos públicos. Segundo o Banco Central da Suíça, os bancos daquele país têm depósitos de brasileiros da ordem de US$ 6 bilhões, valor que, segundo fontes do mercado, poderia ser apenas a ponta de um iceberg. Tantas fortunas surgiram de repente no Brasil que bancos suíços têm funcionários que falam português.
Celebrar um acordo para receber impostos sobre esse dinheiro, legalizando-o, seria totalmente inaceitável sob o ponto de vista da moralidade pública, que impõe uma luta incessante contra a corrupção e contra o crime organizado, fonte também de muitos recursos depositados no exterior. Tanto num caso como no outro, se esse dinheiro saiu do Brasil, não foi propriamente para fugir ao pagamento de impostos. Embora a carga fiscal aqui seja pesada, os altos rendimentos proporcionados por aplicações financeiras normais podem compensá-la. Na Suíça, além de juros muito baixos, os depositantes pagam taxas pela guarda de seus recursos. O que é difícil para muitos depositantes estrangeiros é justamente demonstrar a origem legal dos valores depositados.
Mais sintonizada com a opinião pública no País, a Associação dos Bancos Suíços, embora não seja contra as tratativas com o Brasil, insiste em que a prioridade é fechar acordos do gênero com países europeus. A opção do País só pode ser a de reforçar a luta no G-20 pela transparência e controle do fluxo internacional de recursos ilícitos.
A Ilhéus povoada de quengas e coronéis da novela Gabriela, adaptação do famoso romance de Jorge Amado, que outra vez encanta e surpreende o País no horário das 11h, da TV Globo, produziu imagens emblemáticas nos últimos oito dias. 
Coisas bonitas de ver

sexta-feira, 6 de julho de 2012

ANDERSON SILVA

Um dia depois de renunciar como diretor executivo do Barclays por causa do escândalo da manipulação de taxas interbancárias, Bob Diamond não parecia o arrogante mago das finanças que enfrentava o mundo. Nesta quarta, perante o comitê parlamentar britânico que investiga o tema, o Midas estadunidense mostrou-se desorientado, indeciso e defensivo. Uma de duas desculpas foi que o Barclays não era o único que manipulava a taxa; a outra foi que ele só ficou sabendo na semana passada da manipulação sistemática feita por seus próprios “traders”.

Quanto à conversa telefônica que ele teve em plena crise financeira internacional com o subdiretor do Banco Central da Inglaterra, Paul Tucker, Diamond disse que ele não interpretou que Tucker estava pedindo a ele que baixasse sua avaliação das taxas de juro que o banco pagaria por seus empréstimos. “Como pode ser que seu segundo no banco, Jerry de Missier, compreendesse exatamente o oposto e ordenasse aos “traders” que manipulassem os dados?” – perguntaram-lhe vários parlamentares em distintos momentos das quase três horas que passou frente ao comitê. Desconcertado, Diamond respondeu que isso deveria ser perguntado a de Missier que ontem renunciou ao seu posto.

O Barclays é um dos 17 bancos investigados por nove entidades reguladoras de três continentes. Na semana passada, o Commodities Futures Trading Commission (CFTC) e a Financial Service Authority (FSA), reguladores financeiros nos Estados Unidos e no Reino Unido, multaram o Barclays em mais de 400 milhões de dólares, uma bagatela para o que vem aí pela frente. Segundo especialistas, as demandas judiciais que os bancos enfrentam nos Estados Unidos, Europa e Ásia, pelos prejuízos causados, podem envolver somas de centenas de bilhões de dólares. “Há dezenas de milhares de entidades que podem iniciar ações judiciais”, assinalou à imprensa britânica Michael Hausfield, da firma de advogados Hausfeld LLP, que iniciou um processo representando 21 instituições financeiras.

A manipulação da taxa interbancária teve dois momentos. Entre 2005 e 2007, deu-se entre os “traders” que, segundo o informe da FSA, gritavam entre si instruções sobre como emitir cotizações falsas das taxas de juros para aumentar seus lucros. Em um segundo período, entre 2007 e 2009, durante a contração creditícia e a queda do Lehman Brother, essa conduta se converteu em uma tentativa sistemática de melhorar a posição específica do Barclays que, finalmente, precisou que um Fundo Soberano do Oriente Médio o capitalizasse para evitar sua nacionalização.

Bob Diamond e Ruppert Murdoch
O comparecimento de Diamond perante o parlamento lembrou o do magnata multimidiático Ruppert Murdoch no ano passado por causa do escândalo das escutas telefônicas. Assim como ocorreu com Murdoch, os mesmos políticos que competiram para ver quem era o mais servil ante à City, para quem pediam uma regulação mínima, arrancam os olhos agora para exigir sanções e um forte sistema regulatório. Como Murdoch, Diamond representava o poder máximo do mundo das finanças que não respondia a ninguém e fazia fortunas do nada.

O estouro financeiro de 2008 foi o primeiro sinal de que os Midas eram simples jogadores de cassino, cuja sorte tinha chegado ao fim. Mas assim como os meios de comunicação só houve uma reação pública quando se soube que as escutas telefônicas haviam atingido uma família comum que buscava a sua filha sequestrada, com o sistema financeiro somente com o atual escândalo está se aceitando que há uma necessidade urgente de ordenar um sistema sem controle.

Aqui os números mandam. A Taxa Interbancária Libor e a do Euribor são usadas para determinar o preço de transações que envolvem cerca de 500 bilhões de dólares em todo o mundo. No Reino Unido, a manipulação para baixo dessa taxa favoreceu os empréstimos hipotecários e prejudicou os fundos de seguros e pensões. Michael Moran, economista da Universidade de Manchester, explicou à Carta Maior que o impacto de uma manipulação destas taxas alcança todos os rincões do planeta. “Um banco internacional no Brasil toma a Taxa Libor como ponto de referência, ainda mais se se financia nos mercados internacionais. Essa taxa passa depois aos consumidores individuais ou corporativos”, indicou Moran.

Do mesmo modo que com o império midiático de Murdoch a questão é saber quanto sabiam os diretores do Barclays e de outros bancos, e que vínculos tinham com as autoridades reguladoras e o mundo político. No dia 29 de outubro de 2008, em plena crise internacional, Diamond escreveu um email ao então diretor executivo do Barclays, John Varley, comentando sua conversa com o subdiretor do Banco Central da Inglaterra, Paul Tucker. Segundo Diamond, Tucker disse a ele que “estavam recebendo chamadas das mais altas esferas de Whitehall (governo britânico) e que embora soubesse que não precisávamos de conselho, nos disse que nem sempre necessitávamos figurar tão alto em nossas estimativas da Libor”.

Surpreendentemente, quando os parlamentares perguntaram se ele acreditava que Tucker estava sugerindo que baixasse suas estimativas da taxa de juros para quem pedissem dinheiro emprestado, Diamond disse que não. O segundo de Diamond, Jerry de Missier, interpretou exatamente o contrário e indicou aos “traders” que essa era a instrução que vinha do Banco Cental com aparente sanção do governo: manipulem as cifras. Mais surpreendente ainda, Diamond indicou que em nenhum momento ele e de Missier falaram sobre a interpretação que devia ser dada a essa conversação.

Não sabe, não responde
Um dos deputados do comitê de finanças, o conservador David Ruffley, disse a BBC que as respostas de Diamond foram incríveis. “Ou foi cúmplice ou é incompetente. Segundo disse, a primeira vez que soube do todo o escândalo foi na semana passada. Difícil de acreditar que o chefe de um dos quatro bancos mais importantes do Reino Unido não soubesse nada. Se essa é a situação, deus nos livre do que ocorre em outros recantos mais opacos da instituição”, disse Ruffley.

Como fez Murdoch, Diamon se refugiou na ignorância. A Taxa Libor é crucial para todo o sistema financeiro internacional, mas o diretor do Barclays não sabia que, entre 2005 e 2009, seu próprio banco manipulava a informação que fornecia à Associação de Banqueiros britânicos para alterar a taxa de juro. Os deputados perguntaram a Dimanon se ele pensava cobrar os mais de 200 milhões de dólares que correspondiam a sua renúncia no Barclays. Diamond respondeu que essa decisão estava nas mãos da direção do banco. Em nível pessoal, será sua próxima batalha. Em nível do sistema financeiro, uma das tantas escaramuças de uma guerra que recém começa e que, segundo alguns especialistas, durará vários anos.

Escândalo da taxa libor pode ser um "golpe devastador"
O escândalo da manipulação da taxa libor envolve cerca de 20 grandes bancos internacionais e um mercado de cerca de 500 trilhões de dólares, quatro vezes o PIB dos Estados Unidos. Em entrevista à Carta Maior, o professor de Economia do Centro de Investigação de Mudança Sócio-Cultural (CRESC), da Universidade de Manchester, Michael Moran, assinalou que este escândalo pode ser um golpe devastador na frágil credibilidade do sistema financeiro internacional. A reportagem é de Marcelo Justo, direto de Londres.

Salada indigesta

Sabe-se que a Delta, Cachoeira, Cláudio Abreu, Fernando Cavendish, Luiz Pagot - DNIT, Raul Filho, prefeito e líder petista em Palmas, Tocantins, Cabral, Agnelo Queiroz, Perillo ‘et caterva’, prosperaram, dolosa e vertiginosamente, durante o governo do Lula, com continuação no governo Dilma. 
Inclui-se no seleto grupo, o Juquinha, já preso, presidente da VALEC, empresa estatal que constrói a ferrovia norte-sul. Facilitou bastante o desbarato de verbas públicas, a criação do PAC, em janeiro de 2007. 
Não havia e nem há controle de verbas, só meros repasses, nunca se viu algum balanço do PAC, prestação de contas, apuração de irregularidades por parte do governo. 
O PAC na verdade, foi e é um facilitador para a corrupção, supostamente administrado por um Comitê Gestor. 
Quanta coincidência?

Donos de partidos de aluguel.

Os donos destes ajuntamentos de políticos que chamam de partidos, agora estão mais afoitos para alugar, emprestar e intervir nas decisões estaduais e municipais, o mais recente tiranete politico é o dono do PSD, que como os apadrinhados, tratam os cumpanheiros nos estados como moleques nos estados.

PSD - mais do mesmo...

O PSD, partido do Kassab, quando foi fundado, alardeou que não seria de esquerda, direita ou centro, mas diferente. 
O que vemos? Mais do mesmo. 
Um nanico que serve de escada e que, pior, não tem ideologia alguma, servindo aos interesses de momento e região, negociando seu tempo de propaganda, após decisão do STF. 
Em MS não foi diferente, onde até a última hora se dizia de oposição e no último minuto do segundo tempo, mudou de lado, dissolvendo diretórios municipais e "liberando" seus filiados para apoiar quem quiser, decepcionando quem nele apostava como fator de mudança. 
Lamentável, com graves consequências para seu futuro, se é que tinha algum mesmo.

TUDO PASSARÁ . . .


A seleção brasileira de voleibol masculino está fora da liga mundial, o que demonstra que tudo passará, até o Bernardinho. 

Assim é a vida!


Vigia com bomba no corpo.

Está virando rotina colocarem bombas nos corpos de vigias. 
O pior é que o povo está "anestesiado" e "engessado" pelos governos parasita que nada fazem. 
Estão muito acostumados a tantos desmandos. 
Falam que os criminosos fizeram isto ou aquilo, mas não é nada disso. 
Vamos parar de tapar o sol com a peneira, os "terroristas" fizeram isto ou aquilo, vamos ser claros; com tantos professores e exemplos no Brasil, a situação só poderia ser essa. 
Podem esperar que vai piorar.

Demóstenes disfarça e sai a francesa.

"O clima dentro da Casa é bem desfavorável ao senador Demóstenes". 
Precisa de recado mais direto?  
Pode ir pegando seu picuá e se retirando à francesa; os abutres precisam de comida e o senador é a carniça da vez. 
Sempre foi assim e não vai mudar tão cedo, infelizmente.

QUEREM SABOTAR A PRESIDENTE


Por Carlos Chagas.
Deve cuidar-se  Dilma Rousseff, apesar de sua popularidade  crescente e das iniciativas tomadas para evitar a recessão na indústria e a orgia de gastos públicos peculiares a períodos eleitorais.  Porque a presidente   vem sendo sabotada. Primeiro, pela inoperância de parte de seu governo. Depois, pelos partidos de sua base parlamentar, a começar pelo PT. Em seguida, por forte parcela das elites  financeiras e seus porta-vozes na imprensa. Sem esquecer as elites sindicais.
Isoladamente, seria possível neutralizar cada um desses segmentos, mas o fato de se apresentarem unidos deveria preocupá-la. Mesmo  que cada um disponha de interesses específicos, reuniram-se e formam um obstáculo, tanto para a reeleição de 2014 quanto para a concretização de planos e programas uma vez imaginados,  capazes de caracterizar de fato e ideologicamente sua administração.
Tome-se a parte furada do governo. Reflete na população e é aproveitada pelos adversários a lamentável situação das rodovias nacionais. Buracos  a cada metro, asfaltamento fajuto sem a devida punição a empreiteiros  aquinhoados com contratos superfaturados. E mais a paralisação de um monte de obras do PAC, do faraônico desvio das águas do rio São Francisco à implantação de refinarias que não saíram do papel. No que se refere à saúde pública, apesar das obrigações estaduais e municipais, é para o plano federal que se voltam as  cobranças e as queixas pela péssima ou nenhuma prestação de serviços e pelo mau   funcionamento do SUS.
Os partidos que apóiam o governo mostram sua má vontade pelo não recebimento de liberações  de verbas, nomeações,  favores e benesses. Começa que o PT, amuado por não exercer o poder absoluto,  falta com suas obrigações. O PMDB lava as mãos enquanto o PSB ensaia passos de independência indevida. Sem falar no distanciamento do PTB, PDT e PR.  Tudo deságua num bate-cabeça estimulado pela proximidade das eleições municipais, enfraquecendo a maioria que deveria ser sólida no Congresso e transformando em filme de suspense  cada votação de projeto de interesse oficial. 
 As elites financeiras apóiam o governo desde que este atenda suas reivindicações. Detestaram a redução dos juros, que engoliram, mas,   na surdina,  dão o troco. Voltaram a exigir sua versão egoística da reforma tributária, claro  que  para beneficiá-las. Ressuscitam a vigarice do mote de que “melhor será que mais cidadãos paguem impostos para que todos paguem menos”. Todos quem, cara-pálida? Eles,  os  potentados, em prejuízo dos assalariados de baixa renda, que pretendem incluir na faixa de contribuintes.  Fazem o mesmo com a reforma trabalhista, visando suprimir os derradeiros direitos do trabalhador, já ceifados ao longo das últimas décadas. Férias pagas antecipadamente? Décimo-terceiro salário? Indenização por demissão imotivada? Tudo anacronismo que pretendem extinguir...
Braço ostensivo dos setores privilegiados, boa parte  dos meios de comunicação abriga a chantagem das reformas elitistas  e não perde oportunidade de demolir posturas e iniciativas  do governo contrárias à sua ideologia neoliberal e conservadora. Aí está, em cascata, a  reação da mídia ao posicionamento do Brasil diante da crise no Paraguai, mais  a má-vontade para com a Venezuela, a Bolívia, o Irã e quantos mais?  
Não ficam atrás as elites sindicais. Mesmo na sombra, CUT e Força Sindical estimulam a atual onda de greves que atinge o funcionalismo público, o magistério universitário e os serviços de saúde e segurança. Não aceitam no palácio do Planalto quem não ponha o seu boné na cabeça nem recupere a influência que deixaram de possuir. O resultado, porém, está à vista de todos: parte do  governo de braços cruzados.
Repetindo: cada uma dessas investidas o governo Dilma enfrentaria e  tiraria de letra, tratando-as de per si. O diabo é que, unidas, formam um conjunto perigoso, sabe-se lá com que intenções. Deve cuidar-se, a presidente.
FULMINADO.
Foi fulminante o voto do senador Pedro Taques,  na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ontem. A participação do senador Demóstenes Torres nos negócios ilícitos do bicheiro Carlinhos Cachoeira    não permitiu outra alternativa do que concordar com as  investigações feitas pela Polícia Federal. A CCJ pronunciou-se pela admissibilidade da representação contra Demóstenes, conforme a Constituição. Agora, é aguardar a decisão do plenário, na próxima semana.
Geraram expectativa  na CPI do Cachoeira as  declarações da companheira do réu, de que ele estaria disposto a revelar em detalhes as suas operações, bem como o nome dos sócios e implicados. Se verdadeira a ameaça, causaria vasto terremoto no país, porque as atividades do bicheiro não se limitam ao Centro-Oeste, ou seja, Goiás e Brasília.  Cachoeira, pelo que parece, estendeu os tentáculos por outras regiões, em especial se demonstrada sua parceria com a empreiteira Delta.  Uma força-tarefa da CPI está disposta a ir à penitenciária da Papuda, onde o cidadão se encontra preso, na esperança de que na cela, sozinho com alguns senadores, ele decida falar.  Não dá para acreditar que fale para prejudicar-se, mas se for para prejudicar outros, quem sabe?
UMA CRÍTICA DE PESO.
Repercutiu no Congresso o artigo assinado na imprensa de ontem pelo senador Francisco Dornelles, de dura  crítica ao posicionamento do Brasil diante da crise no Paraguai. Terá se pronunciado como presidente do PP, partido que apóia o governo? Como reagirá a presidente Dilma?
Dornelles destaca-se por uma conduta exemplar, como senador e como dirigente partidário. Terá chegado às margens do Rubicão, onde seu tio Tancredo gostava de repetir Albert Camus, ou seja, onde não se chega para pescar?

Saúde libera R$ 100 milhões para hospitais universitários federais.

O Ministério da Saúde liberou nesta sexta-feira (6) cerca de R$ 100 milhões para reestruturar hospitais universitários. Segundo publicação do Diário Oficial da União, 45 instituições serão beneficiadas com a verba, que corresponde a primeira parcela do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários, dos Ministérios da Educação e da Saúde.

TSE libera propagandas eleitorais.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou nesta sexta-feira (6) as propagandas eleitorais de candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições de 2012. Pela resolução do tribunal, são proibidas nas campanhas propaganda em outdoors, showmícios ou eventos assemelhados para promoção candidatos e a apresentação, remunerada ou não, de artistas com o objetivo de animar comício e reunião eleitoral. São proibidas também a produção, uso e distribuição, por comitê ou candidato, de brindes, camisetas, chaveiros, bonés, canetas, cestas básicas ou outros bens ou materiais que possam proporcionar vantagem ao eleitor – isso configura, segundo o TSE, prática de compra de votos.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

é campeao

Democracia tensionad
O debate instaurado na região a partir do “golpe democrático” aplicado pelo Congresso paraguaio mostra elementos importantes dos impasses da democracia na região, impasses que são fundamentais enfrentar no nascedouro, pois a perspectiva de desmanche das conquistas democráticas é real.

Agora o grito das arquibancadas não pode mais ser o tradicional “Vai, Corinthians!”. O Corinthians não precisa ir a lugar nenhum. Ele já chegou lá. Não havia como ser melhor. O Corinthians foi campeão com uma vitória indiscutível. E em cima do Boca, o bicho-papão do continente nesta última década. Vencer o mais lendário clube argentino foi a cereja do bolo. 

A incorporação do conceito de economia verde no documento final da Rio+ 20 reflete o estágio atual da correlação de forças a nível internacional. Há setores fortemente interessados em que a dimensão do meio ambiente continue nessa trajetória crescente de mercantilização, com abertura de novos espaços de negócios em nome da salvação do planeta.

QUANDO O EXTRAORDINÁRIO ACONTECE
Uma das dimensões transformadoras desta crise é romper a esférica blindagem política da qual se valeu o sistema financeiro para impor uma supremacia devastadora  à economia e ao imaginário da sociedade nas últimas décadas. Por razões intrínsecas ao desenvolvimento capitalista, nenhum poder é tão organizado quanto o do dinheiro a juro. Tudo revestido pela força de um cimento midiático que faz seus interesses parecerem uma extensão dos de toda sociedade. A fraude recém descoberta no cálculo da Libor abre uma trinca adicional nesse lacre de muitas camadas. A Libor definiu parte substancial do pagamento de juros da dívida externa brasileira durante décadas. Significa que o país endividou-se  e quebrou nos anos 80, ademais de rastejar socialmente na década seguinte, submetido a uma hemorragia de gastos com juros flutuantes, potencialmente manipuláveis pelos principais interessados em sangrar seu lombo: os bancos credores. Se o Barclays o fez agora para baixo, por que o mesmo não pode ter ocorrido com sinal invertido no passado? Essa era a hipótese de um jornalista que foi fazer seu pos doc em Londres, em 1991. (LEIA MAIS AQUI)

Base do imperialismo. . .

Que o Paraguai não se torne uma nova Colômbia com bases militares estrangeiras em seu territorio, no caso base americana, esta guinada à direita do novo governo golpista paraguaio deve deixar de barbas de molho todos os governos democraticamente eleitos da America do Sul e Central: Venezuela, Equador, Bolivia, Brasil, Argentina, Uruguai e Nicarágua, o imperialismo ainda se acha dono do mundo, mas a Guerra Fria acabou, hoje socialistas, comunistas estão no poder nestes países eleitos pelo voto direto, pelo Povo, as Ditaduras militares e civis patrocinadas pela CIA acabaram Sr. Obama, respeite a soberania do Paraguai.

Câmara Federal. . .

Apenas uma curiosidade, se todos os 530 deputados resolvessem participar de uma sessão plenaria na Câmara, quantos ficariam em pé por não existir poltronas suficientes? 
Isso quer dizer que os que ficasse sem assento seriam desnecessários? 
Ótimo, seria uma baita economia para nosso país.


quarta-feira, 4 de julho de 2012


Parlamentares tratam com Temer e Sarney as dívidas dos estados.
Parlamentares estaduais de todo o País serão recebidos nesta quarta-feira (4) pelo vice-presidente Michel Temer e pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), entre outras autoridades, para discutir a revisão das regras de pagamento das dívidas dos estados com a União. 
Os Estados se queixam que os juros e o indexador definidos em 1998 se tornaram extorsivos atualmente, em função da mudança do cenário econômico. O somatório das dívidas de 25 Estados era de R$ 217,6 bilhões em 1998, em valores atualizados pelo IPCA, mas atingiu R$ 369,4 em 2011, pelas regras acordadas, mesmo tendo sido pagos R$ 205,7 bilhões em encargos e amortizações.

Paraguai pode, enfim, aprovar base dos EUA
Questão controversa há anos no Paraguai, a instalação de uma base militar no país poderá agitar as eleições marcadas para abril. Suspenso da Unasul e do Mercosul, além de abrir caminho para alianças econômicas com Europa, China e EUA, o Paraguai cederia espaço estratégico na fronteira da Tríplice Aliança, “reduto terrorista”, segundo os americanos. O Mercosul vetava qualquer discussão sobre o tema.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

LUXA Vs. R 10

A Aeronáutica informou nesta segunda (2) que vai afastar temporariamente o piloto responsável pelo voo rasante que quebrou as vidraças do Supremo Tribunal Federal (STF), neste domingo (1º), durante a cerimônia da troca de bandeira. Em nota, o órgão informa que o piloto “passará por uma avaliação operacional e poderá sofrer sanções" porque os danos foram causados por um excesso de velocidade para a exibição que fazia. “Não houve quebra da barreira do som, mas o deslocamento de massa de ar foi suficiente para romper a vidraça”, explica. “Vale salientar que todos os sobrevoos ocorreram em altitudes dentro das margens de segurança e não houve risco de acidente com as aeronaves”, completou.
A Força Aérea Brasileira (FAB) terá de pagar R$ 35 mil para consertar o estrago feito no Supremo Tribunal Federal (STF) no último domingo (1º), quando um caça Mirage F-2000 fez um voo rasante e quebrou quase todos os vidros da fachada da Corte. O valor foi divulgado nesta segunda (2) após avaliação dos setores de manutenção do tribunal. Foram, no total, 320 metros quadrados de vidros. Segundo o Supremo, a manobra dos pilotos quebrou 65 vidraças de grande porte, além de alguns vidros pequenos. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, teve as janelas de seu gabinete completamente destruídas e será obrigado a despachar em seu outro gabinete, que fica no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A reposição dos vidros começará nesta terça-feira (3) e deve durar cerca de duas semanas. O “acidente” aconteceu durante a cerimônia de troca da bandeira.
O líder do PSDB, senador Alvaro Dias, rebateu os rumores de que teria baixado o tom na CPI do Cachoeira, por conta das eleições, e por medo que o envolvimento do nome do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, respingue nas campanhas do partido. “É estranho, pois não houve mudança de tom da minha parte, a menos que estejam fazendo confusão com outros colegas. Mantive o mesmo tom. Ainda hoje estou apresentando requerimentos de convocação do prefeito de Palmas [Raul Filho], e insisto sempre que a CPI peça os vídeos. Existem outros atores", afirmou à Coluna. O prefeito Raul Filho (PT-GO) foi flagrado em um vídeo negociando com Carlinhos Cachoeira, recursos para a sua campanha de 2004. Em troca, ele dá a entender que Cachoeira teria regalias em seu governo. Dias afirma que o tom que usa é o mesmo do início, e que vai continuar buscando esclarecer os fatos.

Chute aéreo...

Não creio que os valentes pilotos da FAB, que ganham menos que um motorista semi-analfabeto do STF, agiram com intenção de quebrar os vidros do STF, pois possuem elevada disciplina. 
Mas, foi oportuno e maravilhoso este veloz chute sonoro no traseiro do lento STF, hoje, deveras suspeito e cheio de telhados de vidros por estar aparelhado de togados.
 Serviu para acordá-los para suas responsabilidades preementes e saberem que ainda existe uma poderosa força que garante suas decisões soberanas e o estado de direito neste país. 
O povo na praça saudou entusiasticamente o chute aéreo.

SOPA DE LETRAS

domingo, 1 de julho de 2012


Para pensar e agir. . .
São Paulo vive situação dramática. 
Só neste ano foram assassinados 40 policiais, todos fora de serviço.
Por Marta Suplicy
São Paulo vive situação dramática. Só neste ano foram assassinados 40 policiais, todos fora de serviço. Vários ônibus foram incendiados numa possível ação orquestrada contra o comando das autoridades policiais. Isso sem falar dos arrastões a restaurantes e prédios.
É nesse contexto de agravamento da violência, tanto na região metropolitana quanto no restante do Estado, que se inserem os casos de violência contra a mulher.
De setembro de 2011 a maio deste ano, tivemos 55.174 casos de mulheres vítimas de lesão corporal dolosa e, destes, 34.906 casos foram no interior --dados da Secretaria da Segurança Pública.
Estudo do Instituto Sangari indica que a violência doméstica ainda é a maior causa de assassinatos de mulheres no Brasil (em São Paulo, em 2010, 663 morreram). Enquanto os homens morrem nas ruas, as mulheres morrem e são agredidas dentro de suas casas.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra a mulher vem apurando denúncias de omissão em diversos Estados brasileiros.
Em São Paulo, Franco Montoro foi pioneiro com a criação da Delegacia da Mulher. Entretanto, quando se aprofunda a questão, as ações são gotas d'água num oceano de problemas --que os números mostram que só se agravaram nas últimas décadas, sem empenho realmente sério por parte do Estado diante dos fatos.
Não existe um programa de atendimento integrado às vítimas e há somente uma Delegacia de Defesa da Mulher com atendimento 24 horas! Mais grave, não existe orçamento nem a devida contrapartida do recurso federal.
As verbas federais para ações de combate à violência contra a mulher não têm sido aplicadas com a transparência necessária pelo governo estadual. Em um Estado com 645 municípios, só existem 34 equipamentos específicos para atendimento às vítimas. O problema das mulheres agredidas e assassinadas tem sido tratado como ocorrência pouco importante ou relevante.
Fico pensando quantos desses que batem em mulher ou quantos assaltantes que estão fazendo da vida do paulista um inferno não são fruto de lares violentos. De mulheres espancadas, humilhadas e abandonadas à própria sorte. Que não tiveram assistência nem oportunidade para tentar, com seus filhos, uma vida melhor. Que, por circunstâncias, não conseguiram criar cidadãos.
Embora 70% das situações de violência contra a mulher ocorram na residência da vítima, esse não é um problema que será resolvido dentro de casa. O Estado tem que estar presente: na infância, prestando assistência às mães, ou, depois, construindo cadeias. Os resultados e diagnósticos da CPMI, se levados a sério, podem fazer diferença.

SEEDORF É DO FOGÃO


A chegada de Seedorf e a nova realidade do futebol brasileiro.
Afirmar que a chegada de Seedorf ao Botafogo tenha sido ou não a maior contratação da história do futebol brasileiro é assunto a ser relegado à mesa de bar, única esfera onde se permite haver convicção a partir de uma premissa tão relativa. Não obstante a este fator, a simples comparação ao retorno de Romario ao Flamengo em 1995, após ser consagrado o melhor jogador do mundo, e às chegadas de Deco ao Fluminense e Ronaldo ao Corinthians, denotam o real tamanho do anúncio feito neste sábado pelo Clube de General Severiano. Pertencente à estirpe dos melhores, a escolha de Seedorf representa a ruptura de um paradigma que o Glorioso há tempos necessitava. Trocando em miúdos, não há exagero na reação dos torcedores. É um reforço que muito deve ser comemorado - como de fato - vem acontecendo.
Com o desgaste da imagem de Loco Abreu, somado ao insucesso recente da equipe nas competições, apesar das boas campanhas, Seedorf trará um sopro de confiança e encontrará no elenco coadjuvantes de qualidade que lhe furtarão o fardo de ser a personificação da estrela solitária. Oswaldo de Oliveira ganhou um diferencial que, por sua vez, poderá ser capaz de tornar do Botafogo um time naturalmente diferente. Nas quatro linhas o reforço é inquestionável e nos momentos decisivos o holandês poderá ser a referência que carecia para as conquistas. Fora de campo deverá ser ainda mais importante, já que o ídolo tem a qualidade de aproximar torcida e clube, aumentar o interesse pelo espetáculo e em consequência, tornar-se fonte de receitas não só tangíveis, mas intangíveis.
Na próxima semana o Engenhão receberá um público que praticamente ainda não teve em jogos do Botafogo. As ruas ganharão os tons das camisas preto e brancas. Dono de negócios no Brasil, casado com uma brasileira, ídolo do futebol mundial, aos 36 anos Clarence Seedorf será reverenciado pela Meca do esporte bretão. A julgar pela recepção, as dificuldades de se adaptar ao país serão relegadas ao segundo plano. Pior será a missão dos adversários de se adaptarem ao seu futebol.
O cenário que mostra a Europa em bancarrota pela crise econômica e o Brasil prestes a receber as duas maiores competições esportivas do mundo não deve ser ignorado. Há uma década a contratação feita neste sábado pelo Botafogo seria impossível, hoje é uma nova realidade que aos poucos vem sendo descortinada. Quem sabe um indício de novas grandes estrelas que em breve deverão chegar por aqui. O Alvinegro pode com a sua audácia, ter aberto os olhos do Brasil para os produtos que tem em mãos em decorrência da historicidade atual e que não podem ser desperdiçados.

VOZ DO BRASIL


Uma regulamentação a favor do povo.
O grande empresariado de mídia, interessado no suculento horário a ser vendido, lança inúmeros preconceitos contra a Voz do Brasil. Para a grande maioria dos municípios brasileiros, sem a presença de jornalismo, nem impresso nem de rádio ou TV local, a Voz do Brasil é a única oportunidade de ter acesso a informações relevantes para a vida do cidadão.
Por Beto Almeida e Chico Sant'Anna, da Carta Maior.
“Nós somos os cantores do rádioNossas canções cruzando o espaço azulVão reunindo, num grande abraçoCorações de norte a sul...”Braguinha.
Do Movimento em Defesa da Voz do Brasil. 
O líder do PT na Câmara Federal, deputado Jilmar Tato tomou uma atitude corajosa de bloquear a votação do projeto que flexibiliza o horário de transmissão da Voz do Brasil, Cavalo de Tróia que traz consigo o sonho neoliberal de extinguir o programa o proporcionar uma hora a mais de rádio-baixaria, alienante e de um jornalismo precário, comandado pela ditadura do mercado.
Os argumentos do líder petista são corretos: o objetivo é acabar com o programa. Tentaram por via judicial, mas não tiveram êxito. Milhões de brasileiros o escutam assiduamente, para a grande maioria dos municípios brasileiros, sem a presença de jornalismo, nem impresso nem de rádio ou TV local, é a Voz do Brasil a única oportunidade de ter acesso a informações relevantes que decidem na vida do cidadão. Ou seja, as decisões do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Tato tem razão, sobretudo se considerarmos que o rádio comercial não oferece pluralidade informativa alguma, submetido que está aos poderes e interesses econômicos , além de sonegar ou deformar, não informa sobre os atos dos poderes públicos, já que parte de um fanatismo editorial anti-estado.
O grande empresariado de mídia, maior interessado no suculento horário a ser vendido, lança inúmeros preconceitos contra o programa radiofônico, hoje o mais antigo do mundo em veiculação. Entre eles o de tentar criticar, injustamente, criticar sua inutilidade. Certamente não escutam a veiculação já que a Voz do Brasil presta inúmeras informações importantes à sociedade brasileira, em sua maioria sem qualquer acesso à leitura de jornais que, como sabemos, registram credibilidade e circulação decadentes. Alguns exemplos: informações sobre o Fundeb, fazendo com que a população de cada município saiba que os recursos já estão em mãos do prefeito, possibilitando a cobrança cidadã de sua aplicação.
A missão pública do rádio.
A Voz do Brasil veicula também, e amplamente, as informações sobre os recursos de cada programa do Ministério da Saúde, possibilitando controle e participação dos conselhos locais. Igualmente, informações sobre os projetos ligados ao Ministério da Pesca chegam, diariamente, ao litoral e às populações ribeirinhas pelo rádio, alcançando as embarcações onde estiverem. Há ainda a divulgação sistemática, pela Voz do Brasil, de informações sobre programas como o Pronaf, o PAA, ou sobre o Pronera, todos destinados à famílias que vivem no campo, nos assentamentos ou em grotões isolados, alcançados , em horário adequado, pelo sinal do rádio. O camponês também se informa sobre os preços mínimos. Basta que se consulte aos parlamentares da região amazônica que divulgam o preço da borracha da tribuna porque sabem que a Voz do Brasil será captada pelos seringueiros. Tem ou não utilidade social? Cumpre ou não a missão pública do rádio?
Que o programa pode ser aperfeiçoado, não há a menor dúvida. Mas, certamente não serão os editorialistas do Estadão ou da Fundação Milenium os maiores interessados neste aperfeiçoamento democrático do rádio, num país onde , recorde-se, é praticamente proibida da leitura de jornais. Aliás, sobre o Estadão, vale recordar que o inesquecível Monteiro Lobato, levou aos proprietários do jornalão a proposta de que aderisse e veiculasse uma nobre campanha para combater o analfabetismo. A resposta de um de seus proprietários é lapidar e deve ser para sempre lembrada: “ô Lobato, mas se todos aprenderem a ler e a escrever, quem é que vai pegar na enxada?” Não surpreende que argumentem agora contra o papel social desenvolvido pela Voz do Brasil.
Aperfeiçoar, não flexibilizar.
O aperfeiçoamento da Voz do Brasil tem por base o fato de ser uma bem sucedida experiência de regulamentação democrática, podendo, por exemplo, ter sua versão televisiva, tal como foi o Diário da Constituinte, de 10 minutos diários na TV quando se escrevia a Constituição Cidadã, entre 1986 e 1988. E pode também, sempre apoiada do fato de que é uma regulamentação, permitir que a Voz de mais brasileiros ecoe pelo Programa. Criar uma espécie de Direito de Antena na Voz do Brasil, por meio da qual seja ouvida também a voz das entidades da sociedade brasileira.
Talvez seja este um dos fatores a tirar o sono da oligarquia midiática brasileira, pois em vários países da América Latina, por meio da regulamentação democrática e apoiados no voto popular, governos estão possibilitando a prática da pluralidade informativa, sonegada sempre quando a mídia é exclusivamente e ditatorialmente comercial. Para compensar o predomínio esmagador do rádio comercial, uma hora de programação diária, e apenas no rádio, é até uma cota tímida, embora democrática.
Conspiração?
Também para aperfeiçoar, por meio de medidas administrativas no âmbito da EBC , é possível fazer os ajustes necessários para que a veiculação do programa seja para o horário mais adequado nos estados com fuso horário. Não é necessário alterar a lei para isto. Fica claro que o objetivo é outro: tornar impossível a fiscalização sobre 7 mil emissoras de rádio - a Anatel não tem a mais mínima estrutura para isto - e levar o programa a ser inaudível, esquecido, facilitando sua extinção posterior. Sobre as dificuldades de fiscalização, basta dizer que a esmagadora maioria das rádios brasileiras hoje não cumprem a legislação no que toca a produzir, obrigatoriamente, um percentual mínimo de programação jornalística local.
A Voz do Brasil é , para a maioria das emissoras, o único espaço jornalístico. Sua estrutura e redação deveriam ser ampliadas, com sucursais em todas as capitais, trazendo ao conhecimento de toda a sociedade, a multifacética aventura sócio-economica do povo brasileiro em todos os quadrantes deste continente. A palavra de ordem justa não é flexibilizar mas, sim, fortalecer, qualificar, aperfeiçoar, expandir o jornalismo público. Exatamente na linha contrária do defendido por certas fundações financiadas por recursos de sinistras instituições estrangeiras, como a Usaid, de países que querem a diluição do estado nacional, que interferem na vida de outros povos e até mesmo podem conspirar com a ideia da fragmentação do Brasil.
Era Vargas.
É tola a argumentação de que a Voz do Brasil seria resquício da Era Vargas como se isto fosse negativo. Também a CLT é um “resquício” salutar da Era Vargas, tanto é que aquele ex-presidente pretendeu demolir a Era Vargas e , até hoje, periodicamente, surgem tentativas conspirativas do grande capital para “flexibilizar” a CLT. Também são produto desta mesma Era Vargas o Instituto Nacional do Cinema Educativo, dirigido pelos geniais Roquete Pinto e Humberto Mauro, a Rádio Nacional, o Instituto Nacional de Música, dirigido por Villa-Lobos, gênio da raça? E, claro, é também fruto da Era Vargas o direito de voto à mulher, a licença maternidade que agora foi expandida para 6 meses, a Escola Nova de Anísio Teixeira, a indústria naval, a Cia Siderúrgica de Volta Redonda, a Petrobrás, a Vale do Rio Doce, cuja reestatização vem sendo defendida aplicadamente pelo MST, numa dialética aliança histórica com o baixinho dos pampas.
Assim, afirmar que é resquício da Era Vargas não desqualifica, ao contrário, como vimos, é parte de um processo de conquistas do povo brasileiro. Claro, não é o que pensa o capital estrangeiro, as oligarquias e os novos sucedâneos da UDN. Que a esta altura já se deram conta de que o presidente Lula fez importantes e significativas revisões sobre a avaliação que tinha sobre o papel de Vargas na história. A presidenta Dilma também valoriza sobremaneira o papel de Vargas, como tantas vezes já declarou.
Esta investida dos empresários do rádio não é a única. Há anos deixaram de veicular o Projeto Minerva , dedicado à nobre causa da alfabetização à distância, via rádio, com 30 minutos diários, que era veiculado logo após a Voz do Brasil. Em troca, temos hoje mais meia hora de rádio comercial e alienante. É o que nos espera se aprovado este projeto de lei sobre a Voz do Brasil.
Água potável.
Vale lembrar ainda que quando pleitearam a concessão para a exploração de serviços de radiodifusão, os empresários firmaram contratos comprometendo-se a cumprir com todas as obrigações deles decorrentes. Estariam tentando agora uma quebra de contrato, o que pode ensejar uma perda da concessão. Comparando: como reagiria a sociedade se uma concessionária para o fornecimento de água potável, no meio do contrato, deixasse de adicionar flúor ou cloro no produto?
O projeto de lei que flexibiliza a Voz do Brasil , como apontou o líder petista, jamais foi examinado em profundidade. Ele sequer foi submetido ao plenário na Câmara e teve sua tramitação no Senado durante o ano eleitoral de 2010, quando a a Casa encontrava-se com suas atividades restringidas. Além disso, padece de um problema de técnica legislativa crucial: toda matéria legislativa sobre comunicação deve, obrigatoriamente, ser examinada pelo Conselho de Comunicação Social, e isto não foi observado até o momento.
Finalmente, não pode ser mais passional e fanático o argumento do campo do grande empresariado da comunicação afirmando que a Voz do Brasil humilha o povo brasileiro. O que humilha e desrespeita o povo brasileiro é um rádio comercial que agride a constituição diuturnamente, com práticas de anti-jornalismo, com o culto ao mórbido e à violência exacerbados, muitas vezes com práticas xenófobas contra países sul-americanos, com os quais queremos uma integração solidária e democrática. Ou, simplesmente, com a regular ausência de informações educativas, civilizatórias e humanizadoras. Em muitos casos, apenas durante a exibição da Voz do Brasil se vê algo de informativo, real e não aviltante.