QUANDO O EXTRAORDINÁRIO ACONTECE
Uma das dimensões transformadoras desta crise é romper a esférica blindagem política da qual se valeu o sistema financeiro para impor uma supremacia devastadora à economia e ao imaginário da sociedade nas últimas décadas. Por razões intrínsecas ao desenvolvimento capitalista, nenhum poder é tão organizado quanto o do dinheiro a juro. Tudo revestido pela força de um cimento midiático que faz seus interesses parecerem uma extensão dos de toda sociedade. A fraude recém descoberta no cálculo da Libor abre uma trinca adicional nesse lacre de muitas camadas. A Libor definiu parte substancial do pagamento de juros da dívida externa brasileira durante décadas. Significa que o país endividou-se e quebrou nos anos 80, ademais de rastejar socialmente na década seguinte, submetido a uma hemorragia de gastos com juros flutuantes, potencialmente manipuláveis pelos principais interessados em sangrar seu lombo: os bancos credores. Se o Barclays o fez agora para baixo, por que o mesmo não pode ter ocorrido com sinal invertido no passado? Essa era a hipótese de um jornalista que foi fazer seu pos doc em Londres, em 1991. (LEIA MAIS AQUI)
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