sábado, 18 de dezembro de 2010

CARRO FORTE

Quisera estar enganado. Mais cada dia que passa continua reafirmando meu pensamento. Serra era homem dos EUA colocado dentro dos estudantes para fazer o barulho, e desta forma ajudar a derrotar o governo Goulart.
E inacreditável que um homem, que fez aquele discurso na Central do Brasil, demonstrando ser da esquerda, marxista leninista, trotskista maoísta um comunista de primeira linha, em vez de asilar se em Cuba, Rússia, ou Argélia o fez nos EUA.
Conseguiu o Green Card.
Diz que estudo e trabalho por lá;Voltando a Brasil junto com FHC privatizam em beneficio do capital americano, 69 empresas do povo brasileiro, sem consultar o e a preço de banana.
Como governador continuo privatizando.
Agora se descobre que tenha promesas a Petroleira Chevrón.
Não da para pensar direito!
Político não foi feito pra ser amado e sim cobrado... o meu dinheiro está nas mãos deles e quero saber o que andam fazendo com ele... deixo pra amar aos meus pais, irmaõs, sobrinhos e amigos... aos políticos fica a minha cobrança...
Saiu no Estadão, pág. A8 e numa manchete colossal na primeira página: “Governo libera verba milionária (sic) à UNE”.
“Nos últimos dias do governo Lula, R$ 30 milhões de indenização referente ao período da ditadura são depositados na conta da entidade.”
Num box “para entender” (sic), o Estadão “explica”:
A sede original da UNE (na Praia do Flamengo, no Rio), havia sido doada em 1942 por Vargas. “O espaço concentrou campanhas importantes (como a do “Petróleo é Nosso”, a Campanha da Legalidade de Brizola, e as Reformas de Base de Jango – PHA ) e atividades do movimento estudantil até 1º. de Abril de 1964, um dia após o Golpe Militar, quando o prédio foi destruído por um incêndio”.
A UNE foi também uma escola de quadros políticos.
Aldo Arantes; Vinicius Brandt; Aldo Rebelo, Lindenbergh Farias, que liderou a campanha do impeachment de Collor e se elegeu agora senador pelo Rio; Orlando Silva, Ministro dos Esportes.
Quem também foi presidente da UNE e participou do Comício da Central pelas Reformas de Base de Jango foi o Padim Pade Cerra.
Mas, logo depois da intervenção militar, ele foi para o Chile.
Ele não viu a instituição que presidia pegar fogo.
Isso é que um líder de coragem !
E, uma vez, Cerra disse a um grupo de brasileiros exilados em Paris que, agora, o Governo Allende estava firme: Allende tinha acabado de nomear um Chefe do Estado Maior de confiança.
Sabe quem, amigo navegante ?
O Pinochet.
O que dá uma idéia da perspicácia do Padim Pade Cerra.
De todos os acima citados, Cerra foi o único que mudou de rumo.
Cerra hoje é o candidato à Presidência do Estadão.
Estadão esse que não foi capaz de manifestar qualquer perplexidade ou indignação com o incêndio do prédio da UNE, na sequência da intervenção militar.
Foi, digamos assim, para o Estadão, um incêndio normal.
Um incêndio do Reichstag numa nice.
E sobre os R$ 40 milhões ?
R$ 40 milhões ?
Isso é dinheiro de pinga para a Chevron.
Cada três minutos de ligação da Chevron do Brasil para os Estados Unidos para contar que o Cerra ia meter a mão no pré-sal saem mais caros do que o dinheiro que o Brasil deve à união dos estudantes.
Em tempo: para quem não conhece a geografia do Rio ou faltou à aula de História, o prédio da UNE fica perto de onde morava o Carlos Lacerda.
Que sofreu muito com a vizinhança.
Paulo Henrique Amorim

AS AGRURAS DO NOVO GOVERNADOR

Por Carlos Chagas

Diplomado ontem o novo governador de Brasília, Agnelo Queiroz, voltam-se as atenções para o primeiro dia de janeiro, quando assumirá. Fazer o quê,diante do caos em que se transformou a capital federal? Pode ser que ele saiba, mas quanto aos resultados, fica a interrogação. Senão vejamos:
O serviço de saúde pública  naufragou. Hospitais e postos carecem de tudo, a começar pelos médicos, dos mais mal pagos de todo o país. As filas estendem-se desde o dia anterior. Intervenções de emergência são marcadas para seis meses depois,  mas rotineiramente adiadas quando chega o dia. As UTIs não funcionam, faltam os remédios que o governo deveria distribuir gratuitamente. Equipamentos caríssimos permanecem nos caixotes por anos a fio. Acresce que não apenas a população de Brasília e do entorno goiano valem-se dos serviços locais, ou tentam valer-se. Municípios existem em Goiás, Minas, Bahia, até no Maranhão e no Piauí, cujos prefeitos, em vez de construir postos de saúde, compram ambulâncias: fica mais barato mandar seus doentes para Brasília. A única exceção  em termos de saúde pública é o Hospital da Rede Sarah, uma referência mundial para doenças no aparelho locomotor, mas situa-se no plano federal, sem sofrer interferência do poder local. Ainda bem.
O trânsito virou uma loucura. Logo haverá mais veículos do que habitantes, no Distrito Federal, mas guardas, sejam do Detram ou da Polícia Militar, de jeito nenhum. Engarrafamentos multiplicam-se nas horas do rush e, no centro da cidade, estaciona-se até em fila tripla. Os transportes coletivos pouco ajudam ainda que a máfia das empresas de ônibus continue estimulando greves de motoristas e trocadores para conseguir sempre aumento de tarifas. Aliás, as mais caras do país. Na rodoviária do Plano Piloto as escadas rolantes não funcionam e  a sujeira é uma constante, paraíso de drogados, desocupados e indigentes. Mil vezes reformada, ela permanece a mesma pocilga de sempre.
Em Brasília não há cracolândia definida. Espalha-se o uso do crack por  todas as superquadras, setores habitacionais, centros comerciais, condomínios, invasões e cidades-satélites. Uma praga de fazer inveja aos antigos donos do Complexo do Alemão, pelo potencial de fregueses. Maconha e cocaína são oferecidas abertamente, até  nos salões do Congresso.
Depois do pôr-do-sol tornou-se um risco ficar na rua, na periferia da capital. Sucedem-se os assaltos com abominável rotina, sem falar  no temor dos pequenos comerciantes de terem confiscada a féria do dia por marginais de toda espécie, em especial menores de idade. Roubos em residências são freqüentes, nos bairros mais luxuosos não há casa onde não se encontre um segurança contratado. Desdobram-se as polícias civil e militar, mas o número de meliantes cresce  em progressão geométrica, enquanto os agentes,  sequer  em progressão  aritmética. Brasília acaba de ocupar os primeiros lugares nas estatísticas de assassinatos, estupros e seqüestros-relâmpago.
Os tais quinze milhões de empregos que o governo Lula disse haver criado passaram longe daqui. Basta parar num sinal de trânsito qualquer para se contar o número de pedintes, camelôs que vendem panos de chão, bolas e bonecos de toda espécie. Além de mendigos e distribuidores de folhetos de propaganda. Com prevalência de maiores de idade, apesar da  quantidade considerável de crianças e de velhos.
A maior área verde urbana do país consegue, também, tornar-se a maior concentração nacional  de gambás e ratazanas, infestando os setores nobres de habitação, os bairros de classe média e as vilas mais modestas.
Como começamos,  vamos concluir essa rápida resenha das agruras visíveis  de Brasília com a saúde pública: os casos de dengue batem recordes a cada mês e até uma abominável bactéria infensa a antibióticos acaba de ser detectada, espalhando-se  pelos hospitais locais.
O problema é que  Agnelo Queiroz precisará enfrentar o maior de todos os males, invisível mas tão ou mais solerte que os demais: a corrupção. Antes, dizíamos  que os corruptos vinham de fora, até chegavam às terças-feiras e iam embora às quintas, uma forma de os brasilienses revidarem a má-vontade e as agressões de jornalistas, empresários e bobalhões de São Paulo e do Rio. Infelizmente, não é mais assim.   Já temos bandidos de colarinho branco estabelecidos em nossos limites. Um senador foi cassado, outro renunciou para não ser e um governador acabou preso. Imagine-se quantos sócios, coniventes, aproveitadores e asseclas orbitavam em torno deles.   A maioria continua livre até das denúncias públicas, impávida, continuando  a fazer  negócios escusos, amealhando comissões e conseguindo contratos às custas dos dinheiros públicos e das contribuições privadas. Tem muita gente honesta no governo do Distrito Federal, mas, meu Deus, quantos ladrões, também!
O novo governador que se cuide, porque por muito menos Napoleão perdeu a guerra...

A FESTA DE AMANHÃ DO BOTAFOGO

 
Em mais uma boa jogada de marketing, o Botafogo promoverá amanhã, dia 19, a festa no Boteco 95, instalado no setor Norte do Engenhão, para comemorar os 15 anos da conquista do Campeonato Brasileiro de 1995.

Os sócios pagarão R$ 60 e os que não sejam sócio R$ 70, com direito à camisa comemorativa, que poderá ser autografada por alguns dos campeões. O artilheiro Tulio, o zagueiro Gotardo e o atacante Donizete confirmaram presença. A festa começará ao meio-dia.
O Botafogo confirmou o acerto com o Atlético Paranaense para ter o lateral-esquerdo Marcio Azevedo, 24 anos, na campanha do ano que vem. O jogador estará no Rio segunda-feira para fazer exames médicos e assinar o contrato.
Com o calendário recheado em 2011, o Engenhão deverá ser palco de 120 jogos, a começar pela estreia do Botafogo no Campeonato Carioca, dia 19 de janeiro, com o Duque de Caxias. As outras competições serão a Copa do Brasil, a Copa Sul-Americana, a Copa Libertadores da America e o Campeonato Brasileiro, de 21 de maio a 4 de dezembro, com jogos do Botafogo, Fluminense e Flamengo.
O Botafogo não desistiu do meio-campo Everton, pretendido pelo Fluminense e Flamengo. A postura do clube não é agressiva e os dirigentes consideram que ainda podem ser bem-sucedidos. O ex-jogador do Flamengo Toró, que Joel Santana tanto gostaria de ter no elenco, acertou ontem com o Atlético Mineiro e assinará contrato por um ano.

DEIXEI MEU SAPATINHO NA JANELA

E pior que tem gente achando lindo….
Como se o clube já não fosse grande….
Todo meio de comunicação deveria ser imparcial, mais nesse caso se demonstram tendenciosos, somente porque os times beneficiados não são de grande massa como Flamengo, Corinthians ou São Paulo.

MANCHETES CONVEXAS

'Era Lula contratou 4 Itaipus em energia' (Folha, 18/12/2010)
'Planalto divulga decreto sobre racionamento' (Gazeta Mercantil, 15/05/2001)
LULA, POR STÉDILE  "Um grande líder popular, que começou na luta social e ascendeu ao maior cargo institucional desse país. No governo, apesar das limitações, articulou forças sociais, que conseguiram fazer mais do que a burguesia fez em 500 anos. Mas temos que diferenciar sempre o Lula do governo Lula, que foi um governo de composição de classes e transitório. Faltam ainda mudanças estruturais na nossa sociedade, que somente serão feitas combinando a disputa institucional com as lutas de massa" (João Pedro Stédile; 'Porradão'/IHU; 18-12)
FECHO. Ciclo Lula encerra com um PIB crescendo o dobro do de 2002 para uma inflação 50%  menor e uma taxa de desemprego  que é a metade da observada então: 5,7% contra 11,7%, respectivamente, segundo o IBGE (Carta Maior;17-12) (Carta Maior; Sábado; 18/12/2010)

APOSTAS 2011

Alguns falam que Lula continuou o que FHC fez, isso é mentira, se Lula tivesse continuado a politica externa de FHC, na crise de 2008/2009 o BRASIL teria sucumbido, estaríamos de 4 novamente aos EUA e FMI.
Na politica social, foi um banho, na era FHC foram 5,6 milhões de pessoas que entraram na linha da pobreza, na era Lula foram 29 milhões que dela saíram e 36 milhões que adentraram às classes C, B e A, PRA MIM SÓ ISSO BASTARIA.
Ambos as duas o Governo Lula foi ótimo, na económica lembram o escarcel que fizeram quando Lula resolveu isentar o IPI, já FHC quando teve a crise inventou a CPMF para cobrir seus gastos com champanhe!!!
Parabéns Presidente Lula, não ligue para viúvas invejosas de FHC.
O Presidente Lula merece de todos nós brasileiros o maior respeito pela a forma como tem conduzido a gestão voltada para o atendimento das necessidades de todos do empresáriado, do banqueiro, do agricultor e especialmente dos menos favorecidos aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza. Não há nada que se possa comparar do desgoverno, digo governo FHC com o Governo de Lula, basta ver os índices e o tamanho da crise que o País ficou no fim dos 8 anos de FHC.
FHC, não poderia ter feito o que o Lula faz, porque o FHC não construiu nada para o país e muito menos para o povo.
O que ele fez junto do zé (bolinha de papel) Serra, foi enriquecer a custa das privatizações.
Ahhh, se a Dilma mandar abrir as caixas das privatizações.
Outra coisa não sei por que tem gente, com tanta raiva de LULA, corupção vai existir sempre no Brasil, basta olhar o sindico do seu prédio, e assim por diante, esse presidente foi o melhor, que tivemos, que os críticos engula isto.
Cada pessoa tem sua personalidade, cada individuo um caráter, assim como cada político tem sua trajetória e por via de consequência deverá manter uma certa coerência de atitudes. FHC, Lula e Itamar são diferentes. Dilma e zé (pedagio) Serra também. Sarney e JK como os demais apresentaram diferentes formas de comunicação. Não é bom que se estabeleça um padrão, porque cada um agirá com sua própria independência e autonomia comportamental.
É bom que se faça um paradigma, mas não engessa.

LULA E O POVO

Por Kennedy Alencar, da Folha.com
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou o ritmo de viagens pelo Brasil no último mês de governo. As despedidas ao estilo Silvio Caldas têm sido criticadas.
Para alguns, Lula estaria quebrando a liturgia do cargo, comportando-se como um caudilho que não consegue suportar a perda das mordomias presidenciais.
Na opinião de outros, ele seria emotivo demais para um cargo que exigiria maior compostura. Fala-se até em desrespeito institucional.
São críticas injustas. Mais uma vez, o presidente é subestimado. Atribuem a ele intenções menores, como se o contato com a população fosse uma manipulação e não um sentimento real.
Ora, Lula é um presidente com uma trajetória pessoal e política diferente dos que governaram antes. É o primeiro metalúrgico eleito para comandar o país. Não esconde que é emotivo, chorão. Fala que governa com o coração. Nunca quis se comportar como um intelectual ou um lorde na Presidência.
Nos dias 13 e 14 de dezembro, em viagem ao Ceará, Paraíba e Pernambuco, Lula fez discursos e gestos civilizadores do ponto de vista político.
Em Missão Velha (CE), falou para uma multidão que aguardava sua chegada numa estação de trem. Ele havia andado no vagão de passageiros VIPs da ferrovia Transnordestina. Encontrou homens e mulheres sorrindo e chorando ao ver um presidente com o qual se identificavam.
No característico estilo informal, deixou o discurso escrito de lado e improvisou. Disse que os nordestinos tinham o direito de ambicionar ser mais do que serventes de pedreiro em São Paulo. Subiu o tom de voz para afirmar que podiam sonhar em ser médicos, arquitetos, advogados. Retratava a sua própria história. Desceu do palanque e foi abraçar, beijar e tirar foto com quem quisesse.
Na visita a São José de Piranhas (PB), andou dentro de um túnel que está no começo da construção. Quando ficar pronta, em 2012, a obra servirá de leito à transposição das águas do rio São Francisco. Terá 15 quilômetros.
Informado de que um grupo aparecera fora do roteiro, ele, mesmo atrasado, foi falar com cerca de 100 pessoas a maioria funcionários da obra e seus familiares. Um adolescente veio com o pai e a mãe de João Pessoa (horas de carro em estrada ruim) para conhecer o presidente. Os dois se abraçaram e choraram.
Lula discursou sobre a emoção de um "filho de dona Lindu" executar algo que o imperador Pedro 2º sonhara realizar. Mais uma vez, repetiu que as mudanças inegáveis no Nordeste, região que tem crescido acima da média nacional, criaram oportunidades para melhorar de vida de todos ali. Incentivou nordestinos a ter orgulho de sua origem. Reconheceu que faltava muito por fazer, mas que todos deveriam ajudar Dilma Rousseff a fazer mais e melhor. Disse que, fora da Presidência, gostaria de voltar ali e participar da inauguração do canal.
Nesse mesmo dia, em Salgueiro (PE), numa tarde com 38ºC, entregou títulos de propriedade a famílias que serão reassentadas numa área rural beneficiada pela transposição. O discurso das outras solenidades se repetiu em linhas gerais, mas despertou atenção uma conversa entre uma moça e o presidente ao final, quando ele tradicionalmente desce do palanque para atender aos pedidos de fotos, beijos e abraços.
Sem os incisivos superiores, ela pediu a Lula que lhe arrumasse os dentes. Quando um repórter se aproximou, ela fechou a boca.
Passou a falar com Lula aos murmúrios. Olhos marejados, o presidente chamou o prefeito da cidade. Perguntou se ele havia recebido verba do programa "Brasil Sorridente". O prefeito disse que sim.
O presidente pediu, então, que o prefeito cuidasse pessoalmente do caso da moça, que ele iria acompanhar mesmo depois de sair do Palácio do Planalto. Virou-se para ela e deixou claro que não seria preciso pagar nada. Repetiu que era um direito dela e que ela fazia muito bem em querer colocar dentes novos, para ficar mais bonita.
Despediram-se com um beijo e um abraço daqueles de urso que Lula costuma dar. Ela se afastou e sorriu. O repórter quis saber seu nome. Envergonhada, ela tapou a boca e disse que não queria conversa.
Antes de entrar no carro para outro ato, Lula falou com Júlio Bersot, assessor que pega todos os bilhetes e pedidos nos eventos. Pediu que acompanhasse o caso da moça e que cobrasse o prefeito.
Nesses dois dias, Lula discursou e chorou muito. Não consta que tenha dito algo impróprio para um presidente com a sua biografia.
* Regra do jogo.
As críticas sobre o comportamento de Lula em relação às instituições devem ser vistas pelos dois lados. É fato que ele passou a mão na cabeça de muitos companheiros acusados de crimes, o que é um erro para quem deve ser o primeiro a dar o exemplo. Mas tem a seu favor, pelo menos, duas atitudes que valeram mais do que palavras.
Nomeou quatro vezes para procurador-geral da República o candidato mais votado na lista do Ministério Público. Esse cargo tem o poder de pedir abertura de investigação contra o presidente no STF (Supremo Tribunal Federal).
Também fugiu da tentação de mudar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato.
É salutar que Lula seja criticado, mas ele tem o direito de espernear e de apresentar seus argumentos. Tem o direito de ir aonde o povo está. Tem o direito de defender o seu governo. Não faz nada contra a regra do jogo. Está fazendo política.
Se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os tucanos tivessem feito o mesmo em relação ao bom trabalho do PSDB entre 1995 e 2002, não estariam no mato sem cachorro em que estão.
Lula deixa Brasília com popularidade recorde. A fotografia na história será bem mais positiva do que negativa. Cumpriu a promessa básica de melhorar a vida dos mais pobres. Ampliou a relevância do Brasil no mundo. Elevou a auto-estima dos brasileiros. Errou na política, sobretudo ao contrariar a pregação ética do PT, como mostrou o mensalão. Houve excesso de pragmatismo nas alianças políticas, mas ele precisou delas para governar um país complexo, ainda atrasado em muitos aspectos.
No balanço geral, fez um bom governo. Se comparado às expectativas que o cercavam na eleição de 2002, realizou uma ótima administração.

É NÓS !!!!

Para os que reclamam da saúde, educação, segurança, etc, lembrem-se que o Brasil é UMA FEDERAÇÃO TRIPARTITE: a União mexe com algumas coisas, outras são responsabilidade dos estados e outras são dos municipios.
Se o seu lugar é perigoso, reclame com seu governo estadual. Se o seu lugar não tem saúde de qualidade, reclame com a prefeitura.
Ministros, secretários, aliados, etc em um governo foram eleitos por NÓS.
Então, cabe a NÓS elegermos melhor os futuros "aliados" dos nossos governantes.

NOTÍCIAS DO DIA

Veja as manchetes dos principais jornais deste sábado.
* Jornais nacionais.
O Estado de S.Paulo
UNE terá indenização de R$ 44,6 milhões por danos na ditadura
Jornal do Brasil
Rio é o campeão do emprego
O Globo
Chávez atropela Congresso e vai governar por decretos
Valor Econômico
Novo modelo abre 20 mil km de rodovias a licitação
Correio Braziliense
Eles Ganham
Estado de Minas
Juíza manda Bruno a júri popular
Diário do Nordeste
IPVA 2011 terá redução para todos os veículos
Zero Hora
Governadora deixa de ser ré no caso Detran
* Jornais internacionais.
The New York Times (EUA)
Acordo recupera US$ 7.2 bi para vítimas da fraude de Madoff
The Washington Post (EUA)
Chefe da CIA no Paquistão é removido
The Times (Reino Unido)
Rebelião em condados contra malha ferroviária de alta velocidade
The Guardian (Reino Unido)
Líder do Sudão depositou 9 bi de libras em bancos do Reino Unido
Le Figaro (França)
Mediator: os documentos que acusam
Le Monde (França)
Costa do Marfim: a escalada
El País (Espanha)
EUA manobrou contra Sacyr no concurso do Canal do Panamá
Clarín (Argentina)
A violência voltou a disparar: raiva e pedras em Villa Lugano.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

OEA - O SUPREMO É MENOR QUE O BRASIL


Eles são o Supremo, mas o Brasil é mais Supremo que eles

O professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Fábio Comparato, já demonstrou que a condenação da OEA à Lei da Anistia do Brasil é uma derrota moral do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria Geral da Republica.
Talvez fosse apropriado acrescentar algumas informações que confirmam a tese central de Comparato: o Supremo não está acima dos tratados que o Brasil assina.
O Supremo não é maior que o Brasil.
O Supremo – apesar do EGO de Ministros de duvidosa qualidade intelectual – é menor que o Brasil.
Qualquer tratado internacional que o Brasil assine e o Congresso ratifique está acima de qualquer decisão do supremo (com caixa baixa, por favor).
A Ordem Jurídica brasileira se instalou com a Inglaterra a empurrar pela goela abaixo da independente nação brasileira os tratados assinados entre a Inglaterra e Portugal pela abolição do tráfico negreiro.
O Brasil nasceu obrigado a banir o tráfico porque Portugal se submeteu a tratados anti-escravagistas impostos pela Inglaterra.
Se não, a Inglaterra não reconheceria o Brasil como nação independente.
Assim, nasceu o Brasil que o Supremo de hoje pretende “refundar”: sob o Império da Ordem Jurídica imposta por tratados.
Quando o Presidente americano Wilson impôs o Tratado de Versailles aos derrotados da I Guerra, fixou-se de forma incontornável a prevalência dos tratados internacionais sobre as constituições nacionais.
Para fugir a essa imposição, Hitler precisou denunciar Versailles com a Guerra.
A legislação trabalhista de Vargas deriva de capítulo do Tratado de Versailles, muito mais do que da Carta del Lavoro de Mussolini.
Como signatário do Tratado de Versailles, o Brasil teve que atualizar sua legislação trabalhista e, com ela, enfrentar o avanço do regime soviético sobre democracias ocidentais.
Porque os tratados internacionais prevalecem sobre as constituições nacionais, o Tribunal Penal Internacional, em Haia, tem autoridade para punir os criminosos de genocídio e tortura em Ruanda e nos Balcãs.
Porque a Corte da OEA teria o poder de rever uma decisão do Supremo brasileiro, brasileiros recorreram á OEA.
Porque sempre se reconheceu que a Corte da OEA está acima do Supremo.
Se a Lei brasileira se omite diante da tortura, recorrer a instancia superior.
Se o Supremo se acha acima do Brasil, poderia adotar política dos Governos dos Estados Unidos: não assinar nenhum tratado internacional que interfira sobre a soberania americana para administrar direitos humanos de derrotados e definir tortura como quiser.
Como faz em Guantánamo e em Abu Graib.
O Supremo brasileiro e’ um Supremo de Guantánamo – e da rua Tutóia.
Viva o Brasil do Ministro Johnbim !
Paulo Henrique Amorim

TOMARA QUE FIQUE

Por Carlos Chagas.
Multiplicam-se as especulações a respeito do  ministério, ou das vagas que faltam para Dilma Rousseff preencher. Com uma singularidade: pouca gente especula a respeito da Coordenadoria Geral da União, ocupada por Jorge Haje. Trata-se de uma pasta que ninguém quer,  não tem  verba para investir nem obras para realizar. Sua importância, porém, supera boa parte dos outros ministérios, encarregada de fiscalizar toda a administração pública. Coisa, aliás, que vem sendo feita diligentemente por seu titular. Como não tem ninguém de olho na CGU, nenhum partido lutando para ocupá-la, tomada que fique assim mesmo e que Jorge Haje permaneça...

EM FORTALEZA

O JOGO ESTÁ “1 X 1”

Por Carlos Chagas
O novo presidente do Tribunal de Contas da União repetiu de forma mais dura,  em entrevista à imprensa, aquilo que sustentara em discurso no dia de sua posse, na presença do presidente Lula e de Dilma Rousseff. Para Benjamim Zymler, o TCU será duro na fiscalização das obras públicas e até ampliará o leque das investigações, denunciando  qualquer irregularidade comprovada e promovendo seu embargo.
Mais de uma vez o presidente Lula queixou-se dos entraves burocráticos que vem prejudicando a ação do governo federal e algumas obras do PAC. Suas farpas tiveram dois endereços: o TCU e o Ibama. Com todo o respeito, em se tratando do  Tribunal de Contas, o primeiro-companheiro não tem razão. Fundado por Rui Barbosa, essa instituição tem prestado relevantes serviços à moralidade pública, mesmo em parte formado por políticos derrotados. Zymler não é um desses, nunca foi deputado, mas funcionário de carreira do próprio TCU. Vai ser carne de pescoço para Dilma.
Quanto às intervenções e embargos de obras públicas promovidos pelo Ibama, a conversa é outra. Não dá  para ver a implantação de  anéis rodoviários da importância do que circundará o Rio de Janeiro paralisada porque uma raça especial de sapinhos amarelos anda perdendo a tesão. É isso mesmo. Interromperam a obra sob a alegação de que num pequeno trecho os sapinhos estavam se reproduzindo menos...    A relação não tem fim,  citando-se hidrelétricas interrompidas e ferrovias desviadas por intervenção do Ibama. Preservar o meio ambiente é  um dever de todos, mas com a devida atenção ao desenvolvimento nacional.
Coisa bem diferente do que sustar obras onde a roubalheira é explícita.  Nesse jogo que o presidente Lula pôs em campo, está dando “1 x 1”...

SERÁ? ? ?

Tenho muita esperança de que o governo Dilma aprofunde as conquistas em benefício dos mais necessitados. Como brasileiro, continuarei participando de todas as formas para que este projeto, iniciado no governo do presidente Lula, prossiga.
Muito orgulho de poder ver a primeira mulher presidente do Brasil, mais orgulho ainda de saber que e uma mulher de fibra, da linha Lula, onde o povo e parte integra e integrada deste projeto mais lindo de humanidade.
Parabéns minha, nossa presidenta! Que os próximos oito anos sejam de gloria e de exuberância. Sem medo sermos, todos felizes.

BOPE NA RAMPA

No breve discurso que fez  após receber o diploma de presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff  afirmou que é uma “grande responsabilidade” suceder um presidente da “estatura” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela prometeu “honrar as mulheres, cuidar dos mais frágeis e governar para todos”. Disse ainda que vai trabalhar pela estabilidade econômica do país e defender a liberdade de imprensa.
Dilma afirmou que vai trabalhar pela estabilidade econômica do país e defender a liberdade de imprensa. Declarou que é preciso aliar crescimento econômico com desenvolvimento social.
Nenhuma estratégia política e econômica é efetiva se não se refletir na vida de cada trabalhador, empresário e família.”
Dilma elogiou a Justiça Eleitoral pela modernidade na apuração dos votos nas eleições deste ano a forma como conduziu o processo eleitoral.
Nós conquistamos no Brasil um processo excepcional. A lisura e eficiência da nossa Justiça Eleitoral são reconhecidas em todo o mundo”, disse.
A presidente eleita afirmou que o povo brasileiro amadureceu ao eleger um trabalhador e uma mulher para a Presidência da República.
Dilma também se disse emocionada . “Sem sombra de dúvida é uma imensa emoção receber esse diploma da corte responsável pelo processo eleitoral brasileiro”, declarou.
Ele ressaltou o esforço da Justiça em garantir os direitos democráticos dos eleitores e disse que diplomação é o momento mais “significativo” das eleições.
É o derradeiro, e quiçá o mais significativo, ato do processo eleitoral, que só pode ser desconstituído por decisão judicial. Ao outorgar os diplomas, o TSE declara que ambos encontram-se legalmente aptos a tomar posse perante o congresso nacional”, afirmou Lewandowski.
Depois do discurso de Lewandowsky, Dilma e Temer receberam os cumprimentos das autoridades presentes. De pé, a presidente, o vice e a mulher dele, Marcela, recepcionaram um a um os convidados e os funcionários do TSE que se colocaram em  fila para cumprimentá-los.
Depois dos cumprimentos do presidente do TSE, Dilma recebeu o primeiro abraço do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT), que assumiu o cargo após a renúncia de Michel Temer. Em seguida, foi cumprimentada pela mãe, Dona Dilma Jane, pela filha Paula Rousseff e pelo ex-marido, Carlos Araújo.
A presidente eleita também recebeu abraços deamigos e aliados da campanha eleitoral, como o presidente do PT, José Eduardo Dutra, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT), futuro ministro do Desenvolvimento, e o deputado José Eduardo Cardozo, futuro ministro da Justiça.

Dilma é diplomada presidenta e reafirma compromisso com a estabilidade econômica.

Débora Zampier, Repórter da Agência Brasil
Dilma Rousseff e Michel Temer foram diplomados, na tarde de hoje (17), presidenta e vice-presidente da República, respectivamente, pelo Tribunal Superior Eleitoral. A diplomação é o último passo do processo eleitoral antes da posse dos eleitos, no ano que vem. Em discurso, Dilma reafirmou o compromisso com a estabilidade econômica e disse que vai trabalhar para honrar as mulheres, cuidar dos mais frágeis e governar para todos. Ela também fez referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao desafio que será sucedê-lo no cargo.
“Sei que há muitas expectativas sobre o governo que iniciaremos em janeiro próximo. Sei da responsabilidade de suceder Lula, dos desafios que nosso futuro comporta. Quanto orgulho temos de ver um homem do povo conduzindo o país para um momento de extraordinário avanço social e econômico. Foi esse mesmo sentimento que fez o povo eleger uma mulher presidenta. Para além da minha pessoa, esse fato representa a crescente maturidade da nossa democracia. Rompe com os preconceitos, desafia os limites e enche de esperança um povo sofrido e de orgulho as mulheres brasileiras”.
Dilma afirmou que dará prioridade para as áreas de educação, segurança e saúde e que cuidará para manter a estabilidade econômica e os investimentos. “Defenderei sempre a liberdade de imprensa e de culto, mas reafirmo que nenhuma estratégia política ou econômica é efetiva se não se refletir na vida de cada trabalhador e trabalhadora, empresário e famílias das regiões desse imenso país”.
A presidenta eleita finalizou o discurso dizendo que reparte o diploma com todos os brasileiros. “No Brasil, conto com todos e todas, e todos e todas podem contar comigo”.

BOTAFOGO TERÁ QUE “ENGOLIR” JOBSON

O Botafogo terá que “engolir” Jobson. O anunciado interesse de outros clubes pelo atacante, não passa de especulação desta fase de poucas notícias. Não houve proposta e o Botafogo, ao que tudo indica, terá mesmo que aturar o jogador em 2011. Ou, pelo menos, iniciar a temporada com ele, tendo que saber continuar administrando os problemas extracampo que ele tanto criou este ano.
Leandro Guerreiro continuará no Botafogo. O interesse do Cruzeiro, manifestado oficialmente ontem pelo gerente de futebol Valdir Barbosa, não será suficiente para mudar o pensamento do jogador. Além de ter contrato até o final de 2011, Leandro Guerreiro já disse que se sente bem e que não pensa em sair, o que vem ao encontro do pensamento do clube.
André Silva, vice-presidente de futebol, disse que jogadores como Jeferson, Leandro Guerreiro, Loco Abreu, Herrera e vários outros vão continuar. Ele está tentando manter o zagueiro Antonio Carlos e o lateral Marcelo Cordeiro.
Marcio Azevedo, lateral-esquerdo do Atlético Paranaense, disse que só está esperando o acerto entre os clubes porque já definiu a situação com o Botafogo: “Tenho muita vontade de jogar num grande time do Rio e o Botafogo é o ideal.”

UM ESTADO PARA GOVERNAR PARA TODOS

Por Emir Sader, Carta Maior.
O Estado sintetiza, de alguma maneira, a sociedade que temos. O político condensa, sintetiza, o conjunto das relações econômicas, sociais e culturais – na visão de Marx.
O Estado brasileiro, antes de 1930, era literalmente o Estado das oligarquias primário-exportadoras: dos setores que produziam para a exportação e dos que comercializavam essa produção e importavam das metrópoles para o consumo das elites. Era um Estado de uma ínfima minoria, governando para o interesse dessa ínfima minoria. A grande maioria da população nem era contemplada pelo Estado, nem se reconhecia nele.
A primeira grande transformação do Estado brasileiro se deu a partir de 1930. O Estado começou a assumir responsabilidades sociais, contemplando a setores populares como cidadãos – sujeitos de direitos -, passou a incentivar a economia voltada para o mercado interno, permitiu o inicio do processo de sindicalização dos trabalhadores, formulou uma ideologia nacional e começou a aparecer como o Estado de todos os brasileiros.
Esse Estado, correlato aos processos de industrialização, de urbanização, de sindicalização, de democratização social e politica, teve um freio radical com o golpe de 1964. A ditadura militar se impôs como governo das elites dominantes contra os setores populares. Além da brutal repressão contra o campo popular e tudo o que tivesse que ver com democracia, impôs o arrocho salarial e a intervenção em todos os sindicatos, promovendo uma lua-de-mel para as grandes empresas nacionais e estrangeiras. Crescia a economia, mas não se distribuía renda, se concentrava a riqueza e se multiplicava a desigualdade e a exclusão social. O Estado tinha se tornado, de novo, um instrumento exclusiva das classes dominantes.
A democratização permitiu a recuperação de muitos dos direitos democráticos abolidos pela ditadura, permitindo uma nova identificação da população com o Estado, por meio da democracia. Mas esta coincidiu com a explosão da crise da dívida uma divida alimentada criminosamente pela ditadura militar, que endividou o país sem benefícios para a massa da população e a juros flutuantes. Com a elevação brutal da taxa de juros, a economia do país quebrou, foi interrompido o processo de desenvolvimento econômico que, de uma ou outra forma, tinha se estendido desde 1930. Se desmoralizava a democracia, porque não promovia o bem estar da população e postergava a eleição direta do presidente, até que sua desmoralização levou à eleição de algum provindo da ditadura pouco tempo depois do fim desta, como presidente.
Collor, Itamar e FHC representam a era neoliberal no Brasil, em que o Estado foi reduzido às suas mínimas expressões, a economia foi desregulamentada, o mercado interno aberto aos capitais externos, as relações de trabalho foram precarizadas. O Estado tornou-se o Estado das grandes corporações nacionais e internacionais, sob o reino do mercado e da brutal reconcentração de renda que ele produziu.
O Estado voltou a ser desmoralizado nos discursos de Collor, de FHC, nos meios de comunicação, como inútil, negativo, que arrecada impostos tomando dinheiro dos cidadãos, que é ineficaz, burocrático, que prejudica o funcionamento dinâmico da economia. Em contraposição, se fazia a apologia do mercado, a quem foi entregue valioso patrimônio publico sob a forma das privatizações, deixando circular livremente o capital, para dentro e para fora do país, diminuindo ainda mais a presença do Estado nas politicas sociais. O Estado se afirmava, mais ainda do que no passado, como instrumento das elites do país, contra os interesses nacionais e populares.
Nos últimos anos o governo foi recuperando o prestigio do Estado. Os impostos foram sendo devolvidos à cidadania por intermédio das politicas sociais, pela melhoria do atendimento da população, extensão da educação publica, melhoria relativa da saúde publica. O Estado se responsabilizou por enfrentar a crise, impedindo que produzisse aqui – como em muitos lugares – uma recessão profunda e prolongada.
Mas tudo isso foi feito na contramão de um Estado que tinha sido feito para não agir, para deixar que o mercado ocupasse todos os espaços. Um Estado burocratizado, adaptado às irregularidades e corrupções, nada transparente, feito para manter a sociedade e o poder como eles são, incapaz de promover suas transformações democráticas.
Em primeiro lugar, o espírito público, a ideia de que não são funcionamentos do Estado, remunerados pelo Estado, mas são servidores públicos, remunerados com os impostos da cidadania e que se devem a ela, tanto na prestação de serviços, como no respeito às leis e normas.
Em segundo lugar, que ocupam cargos por concursos públicos, a forma mais democrática de preenchimento de cargos. Que devem prestar contas periodicamente à cidadania do cumprimento das funções que lhes são assignadas. Que devem ter plano de cargos e salários e avaliação permanente do seu desempenho.
Em terceiro lugar, deve haver transparência absoluta de quem financia o funcionamento do Estado e a quem o Estado transfere os recursos arrecadados. Hoje a estrutura tributaria é muito injusta, recaindo o essencial sobre os mais pobres, com o Estado transferindo uma parte do que arrecada para o capital financeiro, por meio do pagamento das dividas do Estado. O Orçamento Participativo é um instrumento essencial ao caráter púbico e democrático do Estado. Suas formas de existência tem que ser adequadas ao funcionamento eficiente do aparelho do Estado, mas tem que ser transparentes e ser controladas pela cidadania.
O Estado tem que governar para toda a população, tendo neste critério o filtro fundamental das suas decisões. Para que isso ocorra, a cidadania tem que ter mecanismos de informação – que podem ser via internet – e de discussão e controle da atuação dos governos. Os mecanismos de ratificação dos mandatos são uma das formas desse controle, quer permitem atualizar a legitimidade dos governos como produto da avaliação do seu desempenho.
Para que possa haver uma relação democrática e transparente entre governantes e governados, é preciso democratizar radicalmente os meios de comunicação, para que deixem de expressar um setor apenas – claramente minoritário hoje – da população, para propiciar informação minimamente fidedigna, espaços de debate que contem com opiniões que expressem de forma pluralista o que pensa a cidadania no seu conjunto e não apenas a minoria. Para isso é necessário uma imprensa pública – estatal e não estatal – que não seja financiada pelos grandes capitais privados – como acontece atualmente – e que amarra os interesses dessa mídia com os interesses dos mais ricos e poderosos.
Finamente, é necessário terminar com o analfabetismo e com o analfabetismo funcional – que somam a cerca de um terço da população – para que seja possível a informação e o debate generalizados por toda a população do país.
Consolidar, estender e aprofundar um governo para todos requer um Estado adaptado aos interesses das grandes maiorias do país, que demanda portanto profundas transformações que podem ser obtidas mediante a convocação de uma Assembleia Constituinte autônoma, como a anunciada por Lula e por Dilma na recente campanha eleitoral.

AUMENTO DO LEGI$LATIVO

DIPLOMAÇÃO DOS ELEITOS

MANCHETES CONEXAS DESTA 6º FEIRA, 17/10

'Desemprego recua para 5,7% e é o menor desde 2002' (UOL)
'Governadores do PSDB vão apoiar Dilma' (Estadão)FECHOCiclo Lula encerra com um PIB crescendo o dobro do de 2002 para uma inflação 50%  menor e uma taxa de desemprego  que é a metade da observada então: 5,7% contra 11,7%, respectivamente, segundo o IBGE (Carta Maior;17-12)
GRACIAS"(Lula) embaixador plenipotenciário no conserto deste mundo, obrigado  pelo que tem feito, obrigado pelo que tem que fazer" (Presidente Mujica, na despedida de Lula no Mercosul) .
E SERRA QUERIA IMPLODIR...Comércio dentro do Mercosul encerra 2010 com um fluxo recorde de US$ 42 bilhões - um aumento de 30% em comparação com 2009.  Exportações totais dos sócios do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - para o resto do mundo serão de US$ 230 bilhões - alta de 24% em comparação com 2009 (Estadão; 17-12)
(Carta Maior; Sexta-feira; 17/12/2010)

RATAZANAS

NOTÍCIAS DO DIA

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

KIDIABA

Um exemplo cada vez mais raro de esportividade.
A selvageria nos estádios não é exclusividade do Terceiro Mundo.
Vide as torcidas fascistas europeias.
As imagens dos torcedores do Esporte Clube Internacional aplaudindo a comemoração dos briosos jogadores do Mazembe, que haviam acabado de sepultar o sonho da equipe gaúcha de conquistar o bicampeonato mundial de clubes, foram um colírio para os olhos de quem está acostumado a assistir a cenas de selvageria nos estádios de futebol e imediações.
Apesar de terem gasto tempo e dinheiro para viajar até os distantes Emirados Árabes, a fim de ver a disputa entre aqueles que foram os melhores times dos cinco continentes em 2009, os amantes do Inter não usaram a derrota para extravasar raiva e revolta. E, muito menos, para agredir, fisicamente ou com palavras, a equipe vencedora.
Ao contrário, reconheceram com aplausos o esforço e a competência dos atletas do Congo. Foi um exemplo de esportividade raro nos dias atuais, seja no Brasil, na América do Sul ou mesmo na Europa, onde torcedores fascistas também usam o pretexto do futebol para descarregar seu ódio racial. Não, a violência não é um fenômeno do Terceiro Mundo.
Está disseminada lembrem-se dos pioneiros hooligans ingleses e holandeses que causavam pânico nos estádios já nos anos 80 do século passado.
No Brasil, a covarde e criminosa agressão até a morte do torcedor do Cruzeiro de Minas Otávio Fernandes, de 19 anos, no último dia 5, foi mais um exemplo de a quantas anda a truculência das gangues infiltradas nas torcidas organizadas. Mesmo caído no chão, desacordado, Otávio foi golpeado várias vezes na cabeça com barras de ferro e pedaços de pau. Felizmente (ou infelizmente), tudo foi gravado por câmeras de segurança.
Há dois dias, torcedores do Atlético (MG) acusados de participarem do assassinato foram levados à delegacia. Seus advogados, porém, estão trabalhando incansavelmente para que, com a ajuda de leis frouxas e das famosas brechas do Código Penal, estejam soltos antes do início da próxima temporada futebolística. Quem sabe, para matar outro ser humano por este usar uma camisa de cores diferentes das suas.
Parabéns, então, aos torcedores do Inter, pela vitória mesmo na derrota.
Depois o judiciário não quer ser mal visto pela sociedade. O ministro Marco Aurélio usa de palavras com jargão jurídico para dizer duas coisas:(1) Ou o processo foi mal elaborado e o judiciário errou. (2) Ou ele se diz incapaz de julgar o caso com base em provas mal coletadas. Nas duas formas o judiciário errou e o ministro errou também pois em suas palavras percebe-se claramente que "amarelou" ao dar o veredicto final e ser perseguido por Maluf caso fosse impedido de assumir. Vergonha!

O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES (II)

Por Carlos Chagas.
De forma incompleta e apressada, tentamos ontem apresentar como se desenvolveu o processo de tomada de decisões nos oito anos do presidente Lula. Em nossa concepção, um modelo onde o chefe do governo, mantendo o controle decisório e a autoridade advinda das urnas, avocou o atacado mas deixou o varejo para um auxiliar maior e outros  igualmente importantes,  subordinados ao primeiro. Ao   período de José Dirceu na chefia da Casa Civil, mesmo exagerada a sua atuação, seguiram-se os “anos Dilma”, na medida certa, mesmo consideradas as diferenças de personalidade e   experiência de cada um.
Buscamos alinhar um preâmbulo, que a prolixidade tornou tão longo a ponto de tomar uma coluna inteira, ontem, ficando para hoje o objetivo maior destas considerações, ou seja, como  se dará  o processo de tomada de decisões no governo Dilma Rousseff. Uma aventura a que nos  lançamos sem base nos fatos, que ainda não aconteceram? Uma previsão capaz de ser desmentida nas primeiras semanas da nova administração? Quem quiser que venha cobrar depois, mas a  especulação, se tem feito poucos videntes, consiste numa das molas mestras da Historia.
Seguirá a nova presidente a cartilha do primeiro-companheiro, delegando a formulação de planos e projetos a auxiliares de confiança, em especial um maior, optando pelas diretrizes fundamentais e dedicando-se a conquistar o apoio nacional  pela auto-exposição permanente?
Ou, no reverso da  medalha, Dilma ficará enclausurada em seu gabinete,  negando  a delegação do varejo a um ministro, para cuidar dele, atendo-se ao  atacado?
A crônica recente, mesmo  dos tempo  bicudos  do autoritarismo, apresenta dois exemplos: o  general Garrastazu Médici deixava ao ministro Leitão  de Abreu, chefe da Casa Civil,  a condução política e  administrativa do país, ainda que delegasse ao general Orlando Geisel as questões de segurança e ao ministro Delfim Netto as surpresas  da economia. Era sua a palavra final, mas por conta dessa divisão  tripartite, encontrava tempo até mesmo para algumas partidas de “biriba” às quintas-feiras à tarde e nos fins de semana. Já o general Ernesto Geisel, mesmo tendo  o general Golbery do Couto e Silva como chefe da Casa Civil, era tido como “o ministro de todas as pastas, o diretor  de todos os departamentos e o chefe de todas as seções do serviço público”, conforme monumental diagnóstico do saudoso Pompeu de Souza.
E Dilma, com todo o respeito ao seu  passado de guerrilheira, estará mais para Médici ou para Geisel?
Tudo leva a crer que a nova presidente abandonará o modelo Lula, ou seja, não terá um primeiro-ministro como foram  José Dirceu e  ela mesma. O processo de tomada de decisões seguirá a linha que adotou   no ministério de Minas e Energia e, depois, na Casa Civil?  Vai querer saber de tudo, cobrar tudo?  Tomara, pelo menos,  que de forma mais amena do que quando ministra,  exigindo,  gritando e exasperando-se,  mas, no final, com  o domínio completo de todas as iniciativas, acompanhando quaisquer desvios ou fracassos diante de suas diretrizes.
Por que, então, Dilma escolheu para chefe da Casa  Civil um personagem talhado para comportar-se tanto quanto Disraeli ou Gladstone, isto é, um perfeito primeiro-ministro? Ignoram-se as atribuições do ex-titular  da Fazenda,  mas tudo indica que senão um controlador ou um cobrador,  será pelo menos um  formulador. Sua presença como principal elemento da comissão de transição entre os dois governos demonstra  estilo peculiar. Prefere atuar de modo macio, sem confrontos nem conflitos, mas com a firmeza que o caracterizou à frente da política econômica na primeira fase do governo Lula.   Nesse aspecto, serve de contra-ponto à própria Dilma, porque não grita, não se exaspera e nem pretende impor-se pela hierarquia. Talvez repouse nessas qualidades ou nessas fraquezas a razão maior de porque a presidente eleita o escolheu: uma instância de tranqüilidade em meio às crises que fatalmente virão.
De qualquer forma, tudo o que for decidido  terá a participação de Palocci. Não a exclusividade  de José Dirceu ou a centralização da própria Dilma,  mas a palavra de  cautela necessária em todos os debates e embates.
Gilberto Carvalho, na Secretaria Geral da presidência, poderá  dispor de inúmeras atribuições, mas a principal será de ponte entre o passado e o  presente.  Jamais um espião do Lula infiltrado no novo governo, mas alguém capaz de evitar as intrigas que fatalmente se registrarão logo nas primeiras semanas da nova administração.
Quanto ao ministério, devem precaver-se os escolhidos. Decidirão muito pouco e  serão cobrados pela própria presidente.  Especula-se sobre quem será o  primeiro a ser flagrado em incorreções ou desvio de conduta. Coitado. Será catapultado mais depressa do que um tiro de meta.
A indagação  persiste, no entanto: o processo de tomada de decisões fluirá a partir da discussão entre  o  grupo  palaciano em condições de voltar a  reunir-se todas as manhãs ou chegará ao  palácio do   Planalto já pronto, vindo do palácio da  Alvorada,   dentro da  viatura presidencial?  Terão os ministros que entrar no gabinete de Dilma com a lição decorada na ponta da língua, temerosos de cobranças inflexíveis ou, tendo passado antes pela Casa Civil, para conquistar um aliado?
Outra dúvida a  dirimir refere-se ao relacionamento da nova presidente com o Congresso.  Ela atravessa período de sofrimento, obrigada a compor-se com o que há de mais fisiológico nos partidos da base oficial.  Está   obrigada a abrir mão da disposição de escolher os melhores para o ministério,  os  mais capacitados para cada setor. Não é  o  que acontece quando  a gente lê que determinado líder partidário estava cogitado  para uma pasta social e agora poderá  ocupar outra, ligada à infra-estrutura. Como não tem  preparo para uma nem outra, o escolhido dá de ombros. Mas tomará parte no  processo das decisões governamentais?
Há que aguardar a posse, ficando uma última questão: popularidade é valor imprescindível a qualquer governo democrático. Embora sem repetir a performance do Lula, Dilma precisará apresentar-se. Viajar um pouco, ainda que não    viajar  muito. Que decisões apresentará à população, e como serão  tomadas?

OBRIGADO, LULA

Por Frei Betto
Nunca antes na história deste país um metalúrgico havia ocupado a presidência da República. Quantos temores e terrores a cada vez que você se apresentava como candidato! Diziam que o PT, a ferro e fogo, implantaria o socialismo no Brasil.
Quanta esperança refletida na euforia que contaminou a Esplanada dos Ministérios no dia de sua posse! Decorridos oito anos, eis que a aprovação de seu governo alcança o admirável índice de 84% que o consideram ótimo e bom. Apenas 3% o reprovam.
O Brasil mudou para melhor. Cerca de 20 milhões de pessoas, graças ao Bolsa Família e outros programas sociais, saíram da miséria, e 30 milhões ingressaram na classe média. Ainda temos outros 30 milhões sobrevivendo sob o espectro da fome e quem sabe o Fome Zero, com seu caráter emancipatório, a tivesse erradicado se o seu governo não o trocasse pelo Bolsa Família, de caráter compensatório, e que até hoje não encontrou a porta de saída para as famílias beneficiárias.
Você resgatou o papel do Estado como indutor do desenvolvimento e, através dos programas sociais e da Previdência, promoveu a distribuição de renda que aqueceu o mercado interno de consumo. O BNDES tornou as grandes empresas brasileiras competitivas no mercado internacional. Tomara que no governo Dilma seja possível destinar recursos também a empreedimentos de pequeno e médio porte e favorecer nossas pesquisas em ciência e tecnologia.
Enquanto os países metropolitanos, afetados pela crise financeira, enxugam a liquidez do mercado e travam o aumento de salários, você ampliou o acesso ao crédito (R$ 1 trilhão disponíveis), aumentou o salário mínimo acima da inflação, manteve sob controle os preços da cesta básica e desonerou eletrodomésticos e carros. Hoje, 72% dos domicílios brasileiros possuem geladeira, televisor, fogão, máquina de lavar, embora 52% ainda careçam de saneamento básico.
Seu governo multiplicou o emprego formal, sobretudo no Nordeste, cuja perfil social sofre substancial mudança para melhor. Hoje, numa população de 190 milhões, 105 milhões são trabalhadores, dos quais 59,6% possuem carteira assinada. É verdade que, a muitos, falta melhor qualificação profissional. Contudo, avançou-se: 43,1% completaram o ensino médio e 11,1% o ensino superior.
Na política externa o Brasil afirmou-se como soberano e independente, livrando-se da órbita usamericana, rechaçando a ALCA proposta pela Casa Branca, apoiando a UNASUL e empenhando-se na unidade latino-americana e caribenha. Graças à sua vontade política, nosso país mira com simpatia a ascensão de novos governantes democráticos-populares na América Latina; condena o bloqueio dos EUA a Cuba e defende a autodeterminação deste país; investe em países da África; estreita relações com o mundo árabe; e denuncia a hipocrisia de se querer impedir o acesso do Irã ao urânio enriquecido, enquanto países vizinhos a ele, como Israel, dispõem de artefatos nucleares.
Seu governo, Lula, incutiu autoestima no povo brasileiro e, hoje, é admirado em todo o mundo. Poderia ter sido melhor se houvesse realizado reformas estruturais, como a agrária, a política e a tributária; determinado a abertura dos arquivos da ditadura em poder das Forças Armadas; duplicado o investimento em educação, saúde e cultura.
Nunca antes na história deste país um governo respaldou sua Polícia Federal para levar à cadeia dois governadores; prender políticos e empresários corruptos; combater com rigor o narcotráfico. Pena que o Plano Nacional dos Direitos Humanos 3 – quase um plágio dos 1 e 2 do governo FHC – tenha sido escanteado por preconceitos e covardia de ministros que o aprovaram previamente e não tiveram a honradez de defendê-lo quando escutaram protestos de vozes conservadoras.
Espero que o governo Dilma complemente o que faltou ao seu: a federalização dos crimes contra os direitos humanos; uma agenda mais agressiva em defesa da preservação ambiental, em especial da Amazônia; a melhoria do nosso sistema de saúde, tão deficiente que obriga 40 milhões de brasileiros a dependerem de planos de empresas privadas; a reforma das redes de ensino público municipais e estaduais.
Seu governo ousou criar, no ensino superior, o sistema de cotas; o ProUni e o ENEM; a ampliação do número de escolas técnicas; maior atenção às universidades federais. Mas é preciso que o governo Dilma cumpra o preceito constitucional de investir 8% do PIB em educação.
Obrigado, Lula, por jamais criminalizar movimentos sociais; preservar áreas indígenas como Raposa Serra do Sol; trazer Luz para Todos. Sim, sei que você não fez mais do que a obrigação. Para isso foi eleito. Mas considerando os demais governantes de nossa história republicana, tão reféns da elite e com nojo do “cheiro de povo”, como um deles confessou, há que reconhecer os avanços e méritos de sua administração.
Deus permita que, o quanto antes, você consiga desencarnar-se da presidência e voltar a ser um cidadão militante em prol do Brasil e de um mundo melhor.

GOLPISTA BRASILEIRO

O AUMENTO DOS DEPUTADOS E A DESPOTILIZAÇÃO

É evidente que deputados, como qualquer categoria (ainda que cargos eletivos não sejam exatamente uma categoria profissional) devem ter seus salários reajustados vez que outra. A grande armadilha, por qualquer ângulo que se olhe, está no fato de serem eles mesmos a concederem o reajuste para os próprios salários.
Aí acontecem distorções como a vista ontem, com a concessão de aumento de 61,8% para cargos já muito melhor remunerados do que a grande maioria da população e cercados de benefícios extras. Os salários dos deputados passaram de R$ 16,5 para 26,7 mil. Também verão sua conta receber mais verba a cada mês os senadores, presidente, o vice e os ministros. O deputado, morando em Brasília, pode quase que transferir seus vencimentos direto para a poupança, já que recebe também auxílio-moradia (que, morando razoavelmente, deve sobrar bastante a cada mês), verba para telefone, aluguel de escritórios, correio etc. Sem contar que recebem 15 salários por ano.
Esse tipo de situação gera a sensação em cada cidadão de ser passado para trás, que leva a uma insatisfação com toda a classe política, incentivada pela imprensa. Acaba que o eleitor vota em qualquer um, com a ideia de que “é tudo a mesma porcaria” e não contribui para melhorar a representatividade do Legislativo por conta de sua descrença. Ou seja, a concessão de aumento aos próprios salários contribui, ao lado de tantos outros fatores, inclusive a campanha sistemática de despolitização da nossa imprensa, para o desgaste das instituições políticas, o que é extremamente prejudicial para a nossa democracia.
O aumento não seria tão esdrúxulo caso o Brasil não tivesse discrepâncias gigantes entre as remunerações de diferentes categorias, como a de professores, médicos da rede pública, policiais. E não se trata de negar a responsabilidade de que são investidos os ocupantes de cargos eletivos. Eles merecem remuneração à altura, mas é preciso ter clareza de qual é essa altura, até para que não caiam e não quebrem as pernas.
Para evitar o desgaste de cada votação de aumento e não incorrer em excrescências, o ideal seria vincular o reajuste dos cargos do Legislativo e também os do Executivo, como presidente, ministros, governadores e secretários de estado, ao percentual de reajuste concedido a alguma categoria profissional. Ou, para simplificar, ao valor da inflação. Nesse caso, não seria propriamente um aumento, mas um reajuste apenas para cobrir as perdas.
A ideia não é ignorada pelos deputados, que, muito espertamente, tratam de tentar vincular o seu aumento ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal, a cujos salários seus vencimentos agora se igualaram. Vale ainda destacar que já há um projeto tramitando com vistas a elevar os rendimentos dos ministros do STF para R$ 30,7 mil.

EM ABU DHABI

MANCHETES CONEXAS DESTA 5º FEIRA, 16/10

Lula fecha governo com 80% de aprovação e bate novo recorde.Criação de emprego chega a 2,54 milhões no ano e supera meta.

LASTRO PARA DILMA EXPANDIR O PIB - Governo corta impostos de títulos financeiros destinados à captar recursos para investimentos de longo prazo em infraestrutura e ampliação de capacidade produtiva. Meta é captar R$ 70 bi por ano e elevar fatia total de investimento no país (FBCF), dos atuais 19% para 23%, viabilizando taxas de crescimento elevadas, sem  gargalo inflacionário de oferta. (Agências; 16-12)O AJUSTE DA BOLHA ESPECULATIVA: ARROCHO MUNDIAL SOBRE OS SALÁRIOS.Crise econômica e colapso das finanças desreguladas reduziu à metade o crescimento dos salários no mundo. Entre as exceções estão países emergentes, como o Brasil, onde os trabalhadores acumularam ganhos reais ao longo do governo Lula (Carta Maior com OIT/ Valor; 16-12)(Carta Maior;Quinta-feira; 16/12/2010)