quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

KIDIABA

Um exemplo cada vez mais raro de esportividade.
A selvageria nos estádios não é exclusividade do Terceiro Mundo.
Vide as torcidas fascistas europeias.
As imagens dos torcedores do Esporte Clube Internacional aplaudindo a comemoração dos briosos jogadores do Mazembe, que haviam acabado de sepultar o sonho da equipe gaúcha de conquistar o bicampeonato mundial de clubes, foram um colírio para os olhos de quem está acostumado a assistir a cenas de selvageria nos estádios de futebol e imediações.
Apesar de terem gasto tempo e dinheiro para viajar até os distantes Emirados Árabes, a fim de ver a disputa entre aqueles que foram os melhores times dos cinco continentes em 2009, os amantes do Inter não usaram a derrota para extravasar raiva e revolta. E, muito menos, para agredir, fisicamente ou com palavras, a equipe vencedora.
Ao contrário, reconheceram com aplausos o esforço e a competência dos atletas do Congo. Foi um exemplo de esportividade raro nos dias atuais, seja no Brasil, na América do Sul ou mesmo na Europa, onde torcedores fascistas também usam o pretexto do futebol para descarregar seu ódio racial. Não, a violência não é um fenômeno do Terceiro Mundo.
Está disseminada lembrem-se dos pioneiros hooligans ingleses e holandeses que causavam pânico nos estádios já nos anos 80 do século passado.
No Brasil, a covarde e criminosa agressão até a morte do torcedor do Cruzeiro de Minas Otávio Fernandes, de 19 anos, no último dia 5, foi mais um exemplo de a quantas anda a truculência das gangues infiltradas nas torcidas organizadas. Mesmo caído no chão, desacordado, Otávio foi golpeado várias vezes na cabeça com barras de ferro e pedaços de pau. Felizmente (ou infelizmente), tudo foi gravado por câmeras de segurança.
Há dois dias, torcedores do Atlético (MG) acusados de participarem do assassinato foram levados à delegacia. Seus advogados, porém, estão trabalhando incansavelmente para que, com a ajuda de leis frouxas e das famosas brechas do Código Penal, estejam soltos antes do início da próxima temporada futebolística. Quem sabe, para matar outro ser humano por este usar uma camisa de cores diferentes das suas.
Parabéns, então, aos torcedores do Inter, pela vitória mesmo na derrota.

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