sábado, 19 de maio de 2012

VAGAREZZA . . .

Que cara de pau desse intragável Deputado Federal pelo PT/SP, o tal de Candido Vacarezza, ao enviar mensagem pelo celular ao governador do RJ, Sérgio Cabral, informando para que este fique tranquilo pois nada o afetará na CPMI. 
Foi plotado pela imprensa nessa atitude desvairada e de conivência com o mal feito e deveria ser substituído imediatamente pela Comissão por fazer parte unilateral da mesma. Como confiar numa comissão dessa? 
Já começou mal, assim como todas as outras que não deram em nada. 
Está aí a prova de que essa comissão só procurará punir oposicionistas e como Sérgio Cabral é um dos maiores "baba ovos" dos petistas, tudo ficará por isso mesmo. 
O povo está vendo tudo isso, agora é só ter vergonha na cara nas próximas eleições.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

ESQUENTA O CLIMA NO SETOR MILITAR


Por Carlos Chagas.
Não há como tapar o sol com a peneira: é tenso o clima nas forças armadas, depois do discurso da presidente Dilma Rousseff na solenidade de instalação da Comissão da Verdade. A turma da reserva faz espuma, mas são os contingentes da ativa, com oficiais-generais à frente, que mais se ressentem dos conceitos exarados pela chefe do governo. Em especial quando ela afirmou não haver perdão para os autores de crimes como tortura, seqüestro, assassinato e ocultação de cadáveres. O sentimento castrense é de que se não há perdão de um lado, não poderá haver de outro. Assim, aguardam que a Comissão da Verdade venha a investigar também os excessos praticados pelo “lado  de lá”, ou seja, os crimes dos  subversivos e terroristas nos anos de chumbo. Discordam da valorização acentuada pela presidente, “dos que enfrentaram bravamente a truculência da ditadura”. Porque para eles,  truculentos também foram os que assassinaram, seqüestraram e assaltaram, naquele idos, em nome da resistência ao regime.
É claro que os abomináveis atos dos agentes do Estado devem ser investigados e denunciados, dispondo-se os atuais chefes militares a engolir a exposição de antigos companheiros  implicados naqueles crimes. Por isso os comandantes das três forças compareceram à cerimônia no palácio do Planalto. O problema está no reverso da medalha, ou seja, a exaltação da violência igualmente praticada por parte dos que se opuseram aos governos militares. 
De forma alguma a democracia será abalada por esse confronto de concepções, mas fica difícil apagar a impressão, mesmo falsa, de que o governo cultiva a revanche, tantos anos depois. Em vez de incorporar as forças armadas à tarefa de construir o futuro, os atuais detentores do poder contribuem para discriminá-las, sabendo que seus atuais responsáveis também repudiam os crimes do passado e  nada tiveram a ver com eles.         
AGORA VAI.
Surgem sinais de que ainda este mês o Supremo Tribunal Federal iniciará a fase final do julgamento dos 38 réus do mensalão. O ministro Ricardo Lewandowski,  como revisor, estaria ultimando seu relatório, na verdade seu voto a respeito dos mensaleiros. Como o ministro-relator já apresentou o dele, os demais ministros  preparam suas conclusões, assim como o Procurador-Geral da República busca  sintetizar numa intervenção de cinco horas o pedido de condenação para os denunciados por corrupção. 
Cada advogado dos 38 réus acaba  de redigir seus memoriais e as defesas respectivas.
Essas previsões devem-se à atitude do novo presidente do Supremo, Ayres Britto, empenhado em concluir o julgamento ainda este ano.
UM TESTE FUNDAMENTAL.
A realização da  Rio+20, mês que vem, servirá de teste para saber se o Brasil está, de fato, livre da violência que atinge e divide  boa parte do mundo por razões variadas, ideológicas, históricas e geográficas. Todo cuidado será pouco na proteção dos mais de cem chefes de estado e de governo que comparecerão, inclusive o presidente do Irã. As forças armadas serão mobilizadas para afastar a sombra de atos terroristas, daqueles que não acontecem por aqui. A Polícia Federal e a Abin, junto com as estruturas policiais do Rio de Janeiro,   formarão com Exército, Marinha e Aeronáutica um núcleo que se imagina eficaz para garantir a realização das múltiplas sessões da conferência.  A presidente Dilma deverá transferir seu governo para a antiga capital.
O líder do PSDB, senador Alvaro Dias, repudiou afirmações sobre a construção de acordos para direcionar as investigações na CPI do caso Cachoeira. Segundo ele, o PSDB não participa de qualquer acordo espúrio para salvar autoridades ou para selecionar alvos na CPI. “Qual é o acordo? Quem participa desse acordo? Se há alguém articulando algum acordo, tem que se dizer quem é. Nenhum acordo espúrio passou pelo PSDB, até porque vamos esbofetear qualquer iniciativa neste sentido”, afirmou o senador, questionando informações sobre a tentativa de se salvar governadores: “O PSDB apresentou requerimento convocando Marconi Perillo. O próprio governador pediu para ser convocado e pediu ao procurador-geral da República para investigá-lo. Então, que acordo é esse para salvar governador? O PSDB participaria de acordo para salvar os seus adversários?, questionou.

SEU LIDER

No dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a secretária de Estado da Criança do DF, Rejane Pitanga, avaliou que é necessário mais mobilização da sociedade sobre o tema. “É fundamental conscientizar cada vez mais a população sobre a importância do Conselho Tutelar como instrumento que atua na defesa e direitos das crianças e adolescentes”, destaca. Segundo dados do Disque 100, de Janeiro a Abril de 2012 houve 34.142 denúncias de violação de direitos humanos de crianças e adolescentes, o que representa 71% de aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. 
Dentre os estados com maior incidência de denúncias estão São Paulo com 4.644 relatos, seguido pelo Rio de Janeiro com 4.521 e Bahia com 3.634 relatos de denúncias. Pitanga lembra ainda que não são os casos que aumentaram, mas sim o número de denúncias. “O aumento de denúncias mostra que a população está mais atuante, mais conscientizada da importância dessa atitude”, diz.

Mico do CQC.

A deputada estadual paulista Vanessa Damo (PMDB) vai pagar um mico dos gordos no próximo “CQC”. Assinou um papel pela redução do orçamento da Assembleia, mas não viu letras miúdas abrindo mão do salário. “Maldade à parte, a brincadeira foi boa”, disse esportivamente.

Bumbum de fora. . .

DEM anunciou apoio ao tucano José Serra na expectativa de indicar o vice de sua chapa, mas ele só definirá isso após a Justiça decidir sobre o tempo de TV. Se não der para o PSD, fará chapa “puro sangue”.

Da Leinfo ao Basômetro

Por José Roberto Toledo, O Estado de S. Paulo.
Muito antes que alguém formulasse o chavão -informação é poder-, o poder já controlava a informação. Desde sempre e o quanto fosse possível. Para perpetuar-se, esse controle foi se adequando às mudanças sociais...

quinta-feira, 17 de maio de 2012


Porque não precisamos mais vincular DILMA ao ‘nome’ LULA, se isso é uma honra para qualquer um?!? Além do mais DILMA não está vinculada apenas ao ‘nome’ LULA, mas às idéias e tudo o que representa e que subjaz o nome LULA, companheiro. Que papinho mais troll…
“O BRASIL PARA TODOS não passa na glOBo – O que passa na glObo é um braZil para TOLOS”
Num país em que a população indígena é tratada e morta a bala por fazendeiros que querem roubar-lhes a terra e a Polícia Federal não é colocada a serviço da proteção dessas pessoas e mais, o Governo Federal não os assiste e deixa que eles morram de fome, drogas, álcool e as crianças de doença e inanição, não tem muito o que festejar quando concede cota aos negros. Está fazendo pela metade. O gosto continua amargo. É uma visão caolha das necessidades dos oprimidos e massacrados. Pior é a posição do PIG e da Globo, onde os brancos lindos e de olhos coloridos é que são gente. O resto é resto. Podem até trabalhar nos veículos, que assim disfarçam sua discriminação, mas não fazem parte dos comensais da Casa Grande. Ali, entre a elite brasileira e norte-americanos, que a Globo ama e venera de paixão, não cabem mulatos, negros e muito menos índios. Pior é que o Governo Federal, mesmo sendo trabalhista e muito mais humanitário que FHC e seu bando, não olha para o indigena com a devida atenção. A situação do indigena merece proteção policial o tempo todo, em todo o Brasil, ainda mais no Mato Grosso do Sul.

Verdugos e vítimas

Instala-se finalmente esta semana a Comissão da Verdade, com uma excelente composição, que permitirá que cumpra plenamente com as funções que lhe foram atribuídas. Estas são, centralmente, a apuração das violações dos direitos humanos promovidas pelo Estado brasileiro apropriado pela ditadura militar para impor um regime de terror no país; e escrever a interpretação que o Estado democrático brasileiro tem daquele período.

Esta visão orientará os trabalhos da Comissão, tipificando o que sucedeu no pais naquele período caracterizado pela ditadura militar e pelo ataque e destruição de tudo o que tivesse a ver com a democracia no Brasil. As pesquisas – sua sistematização e seu aprofundamento – deverão ocupar grande parte das energias e do tempo da Comissão, mas poderão se apoiar na extensa lista de investigações desenvolvidas por órgãos ligados aos direitos humanos nas ultimas décadas, para o que contarão com o a possibilidade de engajar pessoal qualificado para esse trabalho, com as dezenas de Comissões Estaduais da Verdade, assim como com órgãos ligados aos direitos humanos e com o apoio total da Presidência da Republica para dispor dos recursos que necessite.

A simples instalação da Comissão da Verdade deixa ouriçados os setores que estiveram, direta ou indiretamente, envolvidos. Tentam envolver a todos, para tentar banalizar as ações do regime de terror, do qual eles foram cumplices. Gostariam de igualar verdugos e vitimas, agentes da tortura e opositores ao regime, ditadura e democracia.

O que houve no Brasil foi uma ocupação do Estado pelas FFAA, que o militarizaram e impuseram uma ditadura no país. Daí as funções da Comissão da Verdade. Propor que se investiguem “dois bandos” é supor que o que houve de 1964 a 1985 foi uma guerra civil entre dois lados. Quando o que houve inquestionavelmente foi uma ditadura militar.

Aconteceu algo similar ao que ocorreu na Alemanha na época do nazismo, na Itália com o fascismo, na Espanha com o franquismo, em Portugal com o salazarismo. Não se tratou ali e não se trata hoje, de apurar as ações dos opositores a esses regimes totalitários, mas das ações desses regimes na violação da democracia e nos crimes cometidos contra seus opositores. Aqui também.

O incômodo que a Comissão da Verdade gera em setores que foram cúmplices da ditadura ou seus agentes diretos, por si só, é confissão de culpa. Ninguém deveria ter medo de falar na Comissão da Verdade. Aqueles que acreditam que seus nomes foram injustamente envolvidos em acusações de crimes e cumplicidade – sejam pessoas, órgãos da imprensa, associações políticas – deveriam se propor voluntariamente a declarar, para esclarecer, de uma vez por todas, seus tipos de envolvimento com a ditadura militar.

A Comissão da Verdade começa a funcionar esta semana e o Brasil finalmente poderá, de forma oficial, esclarecer o que ocorreu no período mais negativo da sua historia. Seremos melhores com o seu funcionamento e as conclusões que apresentar, teremos uma história mais transparente e estaremos mais protegidos contra a possibilidade de que aventuras ditatoriais como aquela voltem a assolar o país

Discípula' Dilma homenageia 'mestre' Maria da Conceição Tavares.

MÍDIA E CRISE: OS CONSELHEIROS DA SERVIDÃO.
A sociedade grega vive uma das escolhas mais difíceis da história:agarrar-se às migalhas da servidão ou lutar contra ela com o risco de perder? De um lado o abismo conhecido, de outro o escuro sem nome. Seu povo foi levado ao túnel dos horrores pela endogamia entre uma elite dissociada dos interesses da população e uma matilha de espoliadores financeiros que reduziu o país a um simulacro de Nação soberana. A riqueza financeira é o grande cadáver da crise que resiste ao sepultamento. Exercer seu direito de saque sobre a riqueza material da sociedade implica a partir de agora cortar a merenda das crianças que desmaiam de fome nas periferias da Grécia. Ou ceifar mais empregos da juventude na Espanha; ou  corroer heroicamente os salários em Portugal. É forçoso dar  fim ao fim e desinflar o sobrepoder rentista, mas não será o mercado a fazê-lo. A inércia dos aparatos ideológicos bate continência nas colunas, manchetes, na hierarquização do noticiário, nos editoriais explícitos e nos tantos quantos implícitos. 'Não há alternativa', advertem em jogral macabro. 'Pior que sangrar nas mãos dos mercados é a hemorragia de quem tenta enfrentá-los'. Uma palavra, porém, arranha o azeite da ordem unida comandada pelo noticiário econômico: Argentina. (LEIA MAIS AQUI)

SECA DO NORDESTE

Todos os dias vejo reportagens sobre a seca que atinge o nordeste. 
Também muita coisa se vê falar a respeito do tão comentado desvio do Rio São Francisco, que pelo que se tem notícias, somente os trechos de responsabilidade dos militares estão prontos ou quase. 
O resto já engoliu os recursos e suplementos de recursos e nada de sair do papel. Daí eu pergunto: porque o povo do nordeste não pede para a obra fazer parte das obras da Copa do Mundo de 2014? 
Pode até demorar mais um ano e meio mas, com chute no traseiro e tudo, pode ter certeza que sai. 
Acorda Brasil!
Tiraram a chance do Barão de Cachoeira.
Um dos motivos da celeridade financeira para o enriquecimento astronômico de Carlinhos Cachoeira, não é pelo meio ilícito da contravenção e por esquemas mafiosos, mas como empresário internacional, no mundo dos games. Sua associação com grupos asiáticos permitiu desenvolver um jogo eletrônico da Seleção Brasileira e de times famosos, que tem vendido como água, aqui e em todo o mundo, com massiva propaganda em revistas, jornais, na TV e até no cinema. Isso dá idéia de que estaria prestes a se desvincular da ilegalidade e até mudar para o Vale do Silício-EUA, para montar sua própria desenvolvedora de programas de computadores.

INVESTIGAÇÃO, SÓ DOS CRIMES PRATICADOS PELA DITADURA


Por Carlos Chagas
                                                        Coube ao locutor que apresentou a cerimônia,  ontem, a   fundamental definição sobre a Comissão da Verdade, então instalada:  “seu  objetivo será  de    apurar as violações aos direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro,  até hoje não esclarecidas”. 
                                                        O anônimo personagem foi mais  claro do que os oradores ouvidos a seguir,  mesmo a presidente Dilma. Ela    elogiou, reconheceu e valorizou  quantos “enfrentaram bravamente a truculência da ditadura”, mas foi o locutor a  deixar  claro que  a Comissão da Verdade não investigará atos praticados por quantos  se opuseram ao regime militar apelando para atos   criminosos.
                                                        Resolve-se, assim, o  primeiro impasse que cercava a Comissão da Verdade, porque um dos seus sete membros, José Carlos Dias, havia defendido a apuração dos excessos dos  agentes do Estado e também  dos  terroristas,  logo contraditado por seu colega Paulo Sérgio Pinheiro, ao sustentar  que aqueles que pegaram em armas contra o regime de exceção já haviam sido julgados, condenados e punidos. O próprio José  Carlos Dias, por conta da celeuma escolhido para discursar como representante dos sete, voltou atrás e disse  que os abusos verificados  na luta contra a ditadura não justifivam os atos de violência do  Estado.
                                                        A solenidade contou com a presença dos comandantes das três forças armadas e do chefe do Estado-Maior conjunto, além de quatro ex-presidentes da República, José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e  Luís Inácio Lula da Silva.
                                                        A presidente Dilma, em seu pronunciamento, fez questão de ressaltar a  ação do falecido presidente Itamar Franco e sua  trajetória pelas liberdades públicas, sem concessões ao autoritarismo. Lembrou que Fernando Collor mandou abrir os arquivos do DOPS de São Paulo e do Rio.  Citou Fernando Henrique, que sancionou a Lei Sobre Mortos e Desaparecidos, quando o Estado reconheceu sua responsabilidade.  Exaltou o Lula na luta pelos direitos humanos e a criação da Comissão da Verdade. Para não deixar Sarney de fora, referiu-se ao seu  papel de consolidar a transição para a democracia, iniciado por Tancredo Neves.
                                                                                                                             Prova de maturidade democrática, mas com uma pitada de cara de pau,  foi  a presença dos  quatro ex-presidentes.   Porque não dá para esquecer que Fernando Collor ameaçou prender José Sarney, que Fernando Henrique disse o diabo de Luís Inácio da Silva  e  que o Lula  não poupou os antecessores em todas as comparações feitas entre sua administração e as anteriores.
                                                        Com  familiares de mortos e desaparecidos, vítimas do regime militar,  a posse dos sete integrantes da Comissão da Verdade terá servido  para afastar de seus trabalhos  a sombra do revanchismo, do ressentimento e do  ódio? Tomara que sim, ainda que jamais  do perdão aos  crimes cometidos pelos detentores do poder de exceção. Quem assim se exprimiu foi a própria presidente Dilma, que chegou às lágrimas ao referir-se “aos 28 benditos anos do regime democrático”.

DISPUTA ENRUSTIDA

                                                        O Conselho de Ética do Senado continuava ontem  na disposição de  ouvir o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlos Cachoeira, sem fazer caso do adiamento desses depoimentos na CPI mista por decisão do Supremo Tribunal Federal. Percebe-se uma disputa surda entre os senadores encarregados  de decidir apenas  se Demóstenes faltou ao pudor e os integrantes da CPI cujo objetivo é apurar as atividades e ligações do Cachoeira com políticos, governantes e empresários. Há quem suponha a degola do representante de  Goiás ainda no primeiro semestre, enquanto a por enquanto lenta ação da CPI possa  estender-se por mais tempo.

RECUPERAÇÃO

                                                        Quem acompanhou de perto a passagem do Lula por Brasília, ontem, verificou estar o ex-presidente recuperando-se bem, inclusive dos problemas em sua perna direita. Sem precisar utilizar a bengala, ele permaneceu  todo o tempo da solenidade de instalação da Comissão da Verdade  sob o foco das atenções gerais. Ouvidos atentos perceberam que cumprimentou a presidente Dilma por sua performance da véspera, quando depois de vaiada por um grupo de prefeitos, foi de dedo em riste em cima de Paulo Zukowski, da federação dos municípios, sem fazer concessões ao populismo.


Cara & caras. . .

Com a Europa “derretendo”, o cara que chamou aquele outro de “o cara” mostra que na hora do aperto, os caras correm para aquela nota com a cara de Benjamin Franklin.

Lula lança página oficial no Facebook.
O ex-presidente Lula lançou nesta semana sua página oficial no Facebook que irá acompanhar as atividades do petista e do Instituto Lula. Além disso, a página aglomera imagens e informações sobre o período em que ele esteve na Presidência. O Instituto Lula fez a divulgação com um vídeo para promover o novo perfil, com a seguinte mensagem gravada por ele: "Queremos reunir aqui todos os interessados em continuar compartilhando esperança e solidariedade na luta por um mundo mais justo", afirma o ex-presidente.

quarta-feira, 16 de maio de 2012


elta Construções abandona sua maior obra no PAC

Paulo Celso Pereira, O Globo
Depois de abandonar as obras do Maracanã e da Transcarioca, a construtora Delta começa a deixar também obras do governo federal.
Sem qualquer alarde, a empresa decidiu na semana passada sair do consórcio para a construção de um trecho da Ferrovia Oeste-Leste, principal contrato que mantinha no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 574 milhões.
No último dia 8, a SPA Engenharia, sócia da Delta no consórcio ao lado da construtora Convap, enviou uma correspondência à Valec, estatal responsável pelas ferrovias, informando que assumirá os 28,5% que a empresa que era de Fernando Cavendish tinha no contrato.
Com a saída da construtora, a Valec decidiu não tomar qualquer medida administrativa em relação ao lote. Quando concluída, a Ferrovia Oeste-Leste terá 1.527km de extensão e fará uma conexão com a Ferrovia Norte-Sul.
As notícias ruins para a Delta não param por aí. O governo já começou a agir também sobre o segundo maior contrato da empresa no PAC, a construção de um trecho de 39 quilômetros da obra de transposição do Rio São Francisco, no valor de R$ 265 milhões.
Nesse caso, a Delta integra um consórcio com as construtoras EIT e Getel. O Ministério da Integração Nacional solicitou à Controladoria Geral da União (CGU) que seja feita uma auditoria minuciosa sobre o contrato. 
*CORRIDA AOS BANCOS: em 2011, 35,4 bi de euros sairam da Grécia; nas ultimas 48 horas sairam  890 milhões de euros
** saques maciços de depósitos e poupanças podem  levar ao colapso bancário** Medo já contamina outros países do UE: dinheiro arisco pergunta quem será o próximo e foge dos elos frágeis do euro
** Bolsa da Espanha  retrocede a valores de 2003 
**Coalizão de esquerda tem 20,3% das intenções de votos e deve vencer as eleições de 17 de junho na Grécia
**EXCLUSIVO: leia nesta pág. a reportagem de Vinicius Mansur, corrrespondente em Brasília:  a revista Veja sabia do 'esquema Delta'; o  casal Gurgel sabia dos crimes de Demóstenes e Cachoeira (leia mais aqui)  ; por que ocultaram?
**Eric Nepomuceno olha a fotografia da juventude de Fuentes, García Marquez e Llosa e se despede do amigo mexicano (nesta pág)*

'O BRASIL NÃO PODE COMPACTUAR COM  FILHOS SEM PAIS; PAIS SEM TÚMULOS; TÚMULOS SEM CORPOS' - 
"O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo, e sempre, a cada dia.É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo, pode existir uma história sem nós. E quem dá a nossa história são os homens e mulheres livres que não tem medo a escrevê-la". (Presidenta Dilma Roussef, às lágrimas, na cerimonia de instalação da Comissão da Verdade, nesta quarta-feira, em Brasília: http://blog.planalto.gov.br/video-dilma-instala-a-comissao-da-verdade/.Leia também o blog de Emir Sader; ao lado)

O DIA SEGUINTE PIOR DO QUE A VÉSPERA


Por Carlos Chagas
                                                     Ou ficamos com  mestre Hélio Fernandes, para quem “no Brasil o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a  véspera”, ou com o  Tiririca, aquele do “pior não fica”.   Alternativas inexistem para essas duas evidências.
                                                        A CPI do Cachoeira vai devagar, quase parando, em especial depois que o Supremo Tribunal Federal, intrometendo-se em questões do Legislativo, suspendeu o depoimento do bicheiro,  marcado para ontem. Pode ter sido legal a decisão do ministro Celso de Mello, mas lógica,  jamais. Afinal, a oitiva de Carlinhos Cachoeira marcaria o real início dos trabalhos da CPI.
                                                        No rol dos malfeitos, não faltou o gesto do presidente da CPI, senador Vital do Rego, negando ao advogado  de Cachoeira acesso aos documentos  arrolados contra ele. Afinal, o direito de defesa só pode ser exercido quando se conhece a acusação.
                                                        Tem mais, em termos de distorções: em vez de centralizar sua ação em torno de Cachoeira, mesmo sem o depoimento dele, para apurar suas  ligações espúrias com políticos, governantes e empresários, a CPI faz   do Procurador Geral da República seu alvo principal. Por que? Por não haver denunciado o senador Demóstenes Torres em 2009, mas apenas agora, em 2012.
                                                        Só isso? Nem pensar. A Comissão da Verdade, a ser instalada hoje, começa dividida e sem saber para onde vai. Um dos seus sete integrantes, José Carlos Dias, defende que as investigações se estendam a quantos praticaram crimes de tortura, seqüestro e  assassinato,  quer dizer, não apenas os agentes do estado, durante a ditadura militar, mas também “o outro lado”, isto é, os envolvidos em atos terroristas. Já seu colega, Paulo Sergio Pinheiro, chama publicamente de “bobajada” essa sugestão, sustentando que os terroristas já foram julgados,  condenados e punidos.
                                                         Não param aí os bate-cabeças. Tanto a CPI quanto a Comissão da Verdade adotam a prática obscura de realizar sessões secretas, sonegando à   sociedade o conhecimento das apurações.  Ambas as atividades precisariam transcorrer às claras, acompanhadas pelos meios de comunicação. Seus responsáveis preferem agir na sombra, como cidadãos  acima do bem e do mal.
                                                        Acresce que o Conselho de Ética Pública da Presidência da República acaba de produzir uma “censura ética” a   Antônio Palocci. O que será essa suposta punição? O ex-ministro estará morrendo de rir ao tomar conhecimento da inócua decisão. Deveria no mínimo ter suas lambanças  encaminhadas ao Ministério Público, para providências, acusado de  traficar influência e amealhar milhões em atividades pouco claras de “consultoria” a empresas com as quais se relacionou enquanto titular  da Fazenda.
                                                        Em suma, trapalhadas e interesses partidários desmoralizam as iniciativas do poder público nas suas  três esferas, ou seja, Legislativo, Executivo e Judiciário. Pior não fica, ou o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera.

ESQUECIDOS OU DISCRIMINADOS?

                                                        Pedro Simon,  Paes de Andrade  e Paulo Brossard foram apenas citados bissexta e meteoricamente. Roberto Requião,  Jarbas Vasconcelos e Fernando Lyra,   nem isso. Fala-se apenas dos vivos, na sessão solene realizada esta semana no Congresso pelos 46 anos de fundação do PMDB. Foi como se não tivessem contribuído muito mais do que os oradores da cerimônia para a afirmação do partido  nos anos de chumbo. Os atuais dirigentes fizeram questão de ignorar os históricos companheiros dos tempos da resistência, deixando de convidá-los para discursar e até comparecer.    Em vez deles, reais representantes  do partido que derrubou a ditadura, falaram figuras como... (cala-te boca).

CÂMARA DE VEREADORES

                                                        Não tem limite as  peculiares intervenções do senador Eduardo Suplicy.  Quando deputado,  ao abordar a indústria automobilística,   levou e  desfilou  na  tribuna a miniatura de um  automóvel,    fazendo com a garganta barulhos parecidos com o motor de uma viatura de verdade. No Senado, cantou diversas vezes no microfone uma abominável canção americana, além de haver vestido, sobre a calça, o calção do super-homem. Não há nada a opor  a tais singularidades, pois o senador mais votado do país mantém a pureza em suas propostas, a começar pelo programa de renda básica de cidadania. 
                                                        Esta semana, porém, Suplicy exagerou.  Na tribuna, descreveu em detalhes um show a que havia comparecido  na véspera, sobre  Tim Maia. Em seguida irritou corintianos, palmeirenses e sãopaulinos ao exaltar de forma exagerada  o Santos e Neymar.
                                                        A gente fica pensando como reagiriam Afonso Arinos, Gustavo Capanema, Daniel Krieger, Josafá Marinho e o próprio Rui Barbosa...

DEBOCHE

                                                        Já imaginaram se naqueles amplos jardins da capital dos Estados Unidos,  defronte à Casa Branca, ao memorial de Abraão Lincoln, George Washington e aos mortos da Guerra do Viet-Nam,   fosse permitido montar mafuás, barracas, palcos para apresentação de artistas e até estádios para campeonatos de tênis e  vôlei, nem falando  em pistas de lama  para enduro?  
                                                        Pois é a isso que está reduzido o imenso canteiro central da Esplanada dos Ministérios. O governo do Distrito Federal  cede a uma empresa privada a exploração dessas atividades na área mais nobre de Brasília,  certamente recebendo percentual pelo  faturamento. O  gramado transforma-se em pátio dos milagres, repositório de lixo e  sujeira após cada evento, sem que autoridade alguma se disponha a intervir.
                                                        São décadas seguidas dessa lambança, registrando-se que apenas uma vez, e em terreno restrito, defronte ao Congresso Nacional, houve proibição, graças à iniciativa de Antônio Carlos Magalhães, então presidente do Senado.

BA: Eliana Calmon será homenageada


A ministra e corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, vai ministrar uma Conferência Magna nesta quinta (17) em comemoração da Semana da Defensoria. Além disso, ela será homenageada com a Medalha de Honra ao Mérito Defensorial. Calmon é conhecida por apoiar o fortalecimento das Defensorias Públicas nos Estados a fim de eliminar os “bandidos de toga” e garantir o acesso à justiça para os brasileiros. A senadora Lídice da Mata e o defensor público Antônio Teixeira também receberão medalhas na mesma cerimônia. O evento acontecerá na Fundação Luís Eduardo Magalhães, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.

Autor do livro Memórias de Uma Guerra Suja, o ex-delegado Cláudio Guerra, que foi diretor do DOPS do Espírito Santo, denunciou aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros uma tentativa de assassinato. Guerra falou aos dois jornalistas durante três anos no depoimento publicado em livro este mês pela editora Topbooks.  Três homens rondaram a casa de repouso onde Cláudio Guerra vive escondido, no interior do Estado, sob responsabilidade da Vara de Execuções Criminais de Vila Velha (ES) e agora sob proteção da Polícia Federal. A tentativa frustrada de morte aconteceu sete horas antes da instalação, em Brasília, da Comissão Nacional da Verdade, em solenidade presidida por Dilma Rousseff e com a presença de quatro ex-presidentes da República – José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-delegado Cláudio Guerra já se ofereceu para falar à Comissão da Verdade sobre a morte de quase uma centena de opositores da ditadura na década de 1970, além de revelar detalhes inéditos sobre a execução encomendada do ex-delegado Sérgio Fleury, o atentado do Riocentro e a queima dos corpos de torturados em fornos de usinas de açúcar. “Eu vou pocar”, dizia um dos três homens que cercaram o seu alojamento. Na gíria policial, pocar é atirar. Policial experiente, Guerra imaginou estar sendo atraído para uma emboscada, fora do quarto. Ficou lá dentro e ligou para o número da polícia, o 190, mas os policiais não encontraram mais ninguém, meia hora após o chamado. Ficaram apenas as marcas dos sapatos embarrados no peitoral da varanda, onde os peritos agora ainda buscam digitais.  Abaixo, o texto do e-mail enviado por Cláudio Guerra nesta manhã, por volta das 9h, ao jornalista Marcelo Netto:
 “Caro Marcelo, conforme lhe falei pelo Skype, hoje [quarta, 16] por volta das 4h30 da manhã aconteceu um fato muito estranho.
Há vários dias estou fora da casa de repouso. Ontem vim à Vitória para tratar de alguns assuntos e, como estava chovendo muito, decidi pernoitar na casa de repouso e, no horário citado, fui despertado com uma discussão entre duas pessoas.
Olhei pela cortina e vi o vigia da rua discutindo com uma pessoa. Neste momento vi um outro individuo,  que estava no corredor próximo à minha janela. Um terceiro indivíduo falava para os dois lá embaixo — “Eu vou pocar (atirar)” — e fazia bastante barulho.
Neste momento liguei para o 190 pedindo ajuda. A ajuda só chegou mais de 30 minutos depois e os indivíduos já haviam se evadido, sem nada roubarem.
Dedução minha: a finalidade era que eu saísse do quarto para me atingirem, pois ao sair seria um alvo mais fácil. Devido à minha história, eles por certo não entraram supondo que eu estivesse armado e resistiria.
Estou retornando para o lugar que a Polícia Federal, de que a Vara de Execuções de Vila Velha tem conhecimento.
Se for tomada alguma providência, peço que seja de maneira discreta, para não assustar mais meus familiares e moradores da casa de repouso.
Obrigado por tudo, até breve, se Deus quiser. Cláudio”
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou em seu site uma pesquisa onde revela que 53% dos brasileiros querem que o país combata o desmatamento  da  Amazônia em favor do meio ambiente. No estudo, 42% dos entrevistados disseram que o governo deve priorizar em sua agenda o tratamento de esgoto e o aquecimento global. Apenas 9% consideram a preservação das espécies um tema prioritário. A pesquisa foi nomeada de “Retratos  da Sociedade Brasileira” e foi feito pela CNI em parceria com  o  Ibope. Foram entrevistados 2.002 eleitores de 16 anos ou mais, em dezembro  de  2011  –  seis meses antes da Rio+20, Conferência da ONU sobre desenvolvimento  sustentável.

PARANÓIA


A VIDA QUER É CORAGEM. E O BRASIL QUER É A VERDADE!!!!!
"A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantem latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade, e, sobretudo, merecem a verdade factual àqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.
É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. Atribui-se a Galileu Galilei uma frase que diz respeito a este momento que vivemos: “a verdade é filha do tempo, não dá autoridade.”
Eu acrescentaria que a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse tempo chegou".
Dilma Rousseff.
Presidenta do Brasil.

Andressa Mendonça, noiva de Carlinhos Cachoeira, pretende se casar assim que o bicheiro deixar o presídio da Papuda, em Brasília. Loura, olhos claros e corpinho violão, ela já é apontada como a Musa da CPI. Dona de uma loja de roupas íntimas (com direito a uma "sala de fetiche"), Andressa já foi convidada a posar para a "Playboy". Mas disse não. "Deixa só para o Cachoeira"
Será mesmo que ela não vai seguir o exemplo de Mônica Veloso, Camila Amaral e Wanya Guerreiro, outras musas de escândalos políticos que acabaram posando nua?
Sei não, hein...
Andressa Mendonça, noiva de Carlinhos Cachoeira, pretende se casar assim que o bicheiro deixar o presídio da Papuda, em Brasília. Loura, olhos claros e corpinho violão, ela já é apontada como a Musa da CPI. Dona de uma loja de roupas íntimas (com direito a uma "sala de fetiche"), Andressa já foi convidada a posar para a "Playboy". Mas disse não. "Deixa só para o Cachoeira". http://glo.bo/IZx3dI Será mesmo que ela não vai seguir o exemplo de Mônica Veloso, Camila Amaral e Wanya Guerreiro, outras musas de escândalos políticos que acabaram posando nua? Sei não, hein...

terça-feira, 15 de maio de 2012


Ao contrário da Inglaterra, onde a denúncia sobre o News of the World se tornou pública pela ação de um veículo da grande mídia (The Guardian), aqui a primeira reação – salvo uma rede de TV (Record) e uma revista semanal (Carta Capital) – foi ignorar o envolvimento da mídia no escândalo Carlinhos Cachoeira.

“O Policarpo, ele confia muito em mim, viu?” 
Ligação interceptada pela Operação Monte Carlo fornece mais indícios sobre a proximidade do esquema do contraventor Carlos Cachoeira e a revista Veja. Esta ligação, na qual Cachoeira relata encontro com Policarpo Jr, já havia sido divulgada pela imprensa, porém omitiu-se a maior parte. Segundo o bicheiro, o editor da Veja queria sua ajuda para provar que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, havia ajudado a Delta a “entrar em Brasília” durante a gestão de José Roberto Arruda. 

COMPLICA-SE A SITUAÇÃO DO CASAL GURGEL - A revista Veja queria flagrantes para incriminar o ex-ministro José Dirceu em operações com a Delta. Em 11 de maio de 2011 o editor da revista, Policarpo Jr, encomendou 'provas' à quadrilha Cachoeira; mas os 'repórteres especiais' lhe informaram que as premissas da 'pauta' eram furadas (leia a reportagem exclusiva de Vinicius Mansur, em Brasília, com relatos desconcertantes das reuniões de pauta entre a quadrilha e a revista; nesta pág). Policarpo se frustra. Três meses depois, em agosto de 2011, a quadrilha se redime junto a seu editor: quadrilheiros operaram 'flagrantes' de reuniões entre o ex-ministro e integrantes do PT e do governo em um hotel, em Brasília. Título de capa da revista: 'O poderoso Chefão'. Demóstenes, Cachoeira e companhia festejam o 'furo' entregue a Policarpo. As estripulias cometidas por esse condomínio de emoções, crimes & matérias especiais poderiam ter sido evitadas três anos antes. Em setembro de 2009 a Polícia Federal apresentou à Procuradoria Geral da República provas do vasto repertório de ilícitos cometidos pelo grupo. Os dados da 'Operação Vega' foram desconsiderados pelo procurador geral, Roberto Gurgel, que encarregou a esposa, a subprocuradora Claudia Sampaio, de informar a decisão ao delegado da PF, Raul Alexandre Souza, responsável pela 'Vega'. Hoje ela alega que o engavetamento foi solicitado pelo próprio delegado. Em nota, a Polícia Federal diz que a subprocuradora mente. É pior que isso: ao atribuir a decisão a um pedido do delegado, a subprocuradora  admite implicitamente que, comprovada a mentira, isso desqualifica a credibilidade do Procurador perante a Nação. (LEIA MAIS AQUI)

Abuso de juros

Na contramão da política econômica do governo Federal em reduzir a taxa de juros, com expressiva reduções do BB, Caixa e alguns bancos, o Hipercard pratica os juros mais alto do mundo, juros de financiamento 18,09% a.m. (656,44% a.a.). 
Para parcelar uma fatura o juro é 7,88% a.m. (151,64% a.a.). 
È uma cobrança abusiva, agiotagem as claras. 
O Governo não toma providencias contra esses abusos, daí é a sociedade deixar de usar esse cartão Hipercard.

Foro privilegiado! ! !

Será que bicheiro agora no Brasil tem foro privilegiado? 
Sim, pergunto pois o caso do depoimento do bicheiro Cachoeira foi parar no STF, com que base legal isto se deu?

Anarquia. . .

Acho que os Presidentes dos três poderes devem se reunir e dar um ponto final nessa pouca vergonha. 
Essa intriga entre o Judiciário, o Executivo, o Legislativo, o Ministério Público e a Imprensa não é bom para a democracia. 
Tá virando uma bagunça o caso do mensalão e do Cachoeira. 
Quero ver a onde essa corda vai arrebentar. 
Quem vai podar ordem nessa casa? 
Cada um deve fazer o seu papel livre de interferências externa, sob o risco de contaminar todos os processos, não se julga com paixão e sim com fatos, e contra eles não há argumento.

Carinhosa. . .

O nome do programa é Brasil Carinhoso? 
Jurava que era Mãe Carinhosa, seria mais certo. 
Além de carinho, ela dava creches, escolas em tempo integral com uma boa alimentação, transporte seguro para crianças e estudantes pobres se locomoverem de casa para escola e vice-versa. 
Mas como o nome correto é Brasil Carinhoso servirá apenas para políticos ganhar votos dos pobres coitados, que se iludem e põem mais filhos na terra, perpetuando essa cadeia hereditária que é a pobreza.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse nesta terça (15) que o programa Brasil Carinhoso é positivo, mas não suficiente para os problemas sociais do país. “Todos temos de reconhecer que é um salto positivo, mas não é suficiente. A própria presidenta [Dilma Rousseff] reconheceu que é pouco”, afirmou. Lançado nesta segunda (14) pelo governo federal, o objetivo do programa é tirar da miséria absoluta todas as famílias brasileiras com crianças de até seis anos de idade. Cristovam disse que o país precisa de um carinho especial com os 14 milhões de adultos analfabetos, com os professores e com os aposentados. 
O parlamentar acrescentou ainda que o país tem sido “mais que carinhoso” com os incentivos à indústria.

O presidente da OAB do Rio de Janeiro, Wadih Damous, afirmou nesta terça (15) à Coluna do Claudio Humberto que a Comissão da Verdade será “um capítulo promissor na História do Brasil”. Para ele, os fatos obscuros da ditadura militar serão esclarecidos. “Não é verdade que as antigas feridas estejam cicratizadas. Elas continuam abertas e latejantes. Só cicatrizarão quando a verdade for revelada”, afirmou. Leia, na íntegra, entrevista concedida com exclusividade:
O que o senhor espera com a instalação da Comissão da Verdade?
Que se inicie um capítulo promissor na História do Brasil, onde se esclareçam os fatos ainda obscuros ocorridos à época da ditadura militar, sobretudo o paradeiro de cidadãos desparecidos e que se diga ao povo brasileiro quem são os autores das mortes, desaparecimentos e torturas de que foram vítimas os opositores do regime.
Os críticos da comissão dizem que vão ser abertas antigas feridas e que já estavam cicatrizadas. O senhor concorda?
Não é verdade que as antigas feridas estejam cicratizadas. Elas continuam abertas e latejantes. Só cicatrizarão quando a verdade for revelada e tornados públicos os nomes dos agentes estatais - civis e militares - que praticaram barbaridades contra os direitos humanos.
Quem tem medo da Comissão da Verdade?
Os que têm medo da verdade. Os que mataram, torturaram e fizeram desaparecer pessoas que se opunham à ditadura. Os que têm medo de verem os muros de suas casas pichados com os dizeres: "aqui mora um torturador."
O trabalho da Comissão pode terminar em pizza?
Não acredito nisso. Os membros da comissão têm uma missão cívica e que está descrita na lei de sua criação. O que a sociedade deles espera é que cumpram com a sua missão com serenidade, mas sem medo de quem ou do que quer que seja.
Para o senhor, o STF julgou a Lei de Anistia?
O próprio Supremo Tribunal Federal declarou anistiados os torturadores, ao interpretar a Lei de Anistia, entendimento com o qual não concordo. Aliás, nessa ADPF proposta pela OAB, o STF entendeu que entidade pretendia, na verdade, uma revisão da lei de anistia, o que só poderia ser feito pelo Congresso Nacional. Como não há outra alternativa jurídica e é inaceitável que torturadores e assassinos permaneçam impunes, apoiamos o projeto de lei da deputada Erundina.

CPMI: parlamentares dizem que decisão do STF foi contraditória.
CPMI que investiga os negócios do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos. O presidente da Comissão, senador Vital do Rêgo, lembrou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, que acatou pedido de Cachoeira para não depor na CPMI. Ele afirmou que o próprio STF negou o acesso a Cachoeira ao processo, já que a sua defesa se baseou na falta de conhecimento dos autos. Em seguida, o senador Pedro Taques (PDT) afirmou que foi uma decisão ''contraditória'' e não prima pela melhor lógica das decisões anteriores do Supremo. ''Na democracia, decisão judicial se discute. Temos o dever constitucional de debatë-la'', disse. Ainda segundo o senador, a decisão ''inviabilizou o funcionamento da CPMI''. Taques ressaltou ainda que os parlamentares têm o dever de pedir ao ministro a reconsideração da decisão.
CPMI aprova pedido de convocação de Cachoeira para a próxima semana.
Os integrantes da CPMI do Cachoeira acabaram de aprovar o requerimento que solicita o acesso dos advogados do contraventor às provas já produzidas contra o cliente. Foi aprovado ainda, o novo pedido de convocação de Cachoeira, por unanimidade, já para a próxima terça (22). O ministro do Supremo Tribunal Federal, Celso de Melo, acatou pedido da defesa de Cachoeira para que fosse cancelado seu depoimento hoje na CPMI, por ele nao ter tido acesso aos autos do processo. Cachoeira foi preso pela Polícia Federal (PF) por chefiar uma quadrilha de jogos ilegais no Goiás. A CPMI investiga sua relação com agentes públicos e particulares que possam estar envolvidos em seus esquemas.
CPMI aprova requerimento que solicita explicações de Gurgel em cinco dias.
O requerimento solicitando explicações por escrito do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentado pelo deputado Luiz Pitiman, foi aprovado pelos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. O documento dá um prazo máximo de cinco dias úteis para Gurgel apresentar explicações à CPMI. O requerimento é a saída encontrada pelo relator para conter um grupo de parlamentares membros da comissão, que insistia em convocar Gurgel para prestar depoimento pessoalmente. Inicialmente o prazo para as explicações era de 10 dias úteis, mas por sugestão da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), o relator da Comissão, deputado Odair Cunha, alterou para cinco dias.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Eis aí os jovens se manifestando nas ruas como a imprensa velha queria há alguns meses atrás contra o governo. Errou de endereço. 
Agora sim estes jovens estão fazendo a coisa correta. Porque a imprensa não se manifesta agora e os apoia? 
Eu sempre comento que a História está dando conta das coisas… a eleição de Dilma não foi nada por acaso (…) é um acerto de contas mesmo. 
Falta desinfectar do poder os bandidos, mas eu falo de todas as instâncias (…) desde a mídia aos poderes oficiais, em cargos de alto escalão e secundários.
Comovente demais o depoimento de nossa Presidenta. 
Mostrando toda a coragem, a inteligência e o caráter dessa mulher excepcional. Que depois de tudo isso ainda conseguiu não só sobreviver, mas se reorganizar, se reconstruir. 
Porque muitos, como Frei Tito, embora tenham sovrevivido à tortura, nunca mais conseguiram ser resgatados para a vida. 
Aos jovens do esculacho, força! 
Vocês são a esperança de um Brasil melhor.

Igor Felippe enviou o texto e a foto:

Levante faz esculacho do torturador de Dilma Rousseff no litoral de São Paulo

Da Página do Levante Popular.

Cem jovens do Levante Popular da Juventude fizeram o esculhacho do tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, que foi reconhecido pela presidenta Dilma Roussef como torturador da Operação Bandeirante, no município do Guarujá, no litoral de São Paulo (Rua Tereza Moura, 36), nesta segunda-feira (14/5). Lopes estava no apartamento. Os jovens tocaram o interfone, mas ninguém atendeu.

Em depoimento à Justiça Militar, em 1970, quando tinha 22 anos, Dilma afirmou ter sido ameaçada de novas torturas por dois militares chefiados por Lopes. Ao perguntar-lhes se estavam autorizados pelo Poder Judiciário, recebeu a seguinte resposta: “Você vai ver o que é o juiz lá na Operação Bandeirante” (um dos centros de tortura da ditadura militar).

Maurício Lopes Lima foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF), em ação civil pública ajuizada em novembro de 2010, como um dos responsáveis pela morte ou desaparecimento de seis pessoas e pela tortura de outras 20 nos anos de 1969 e 1970. Segundo o MPF, o militar foi “chefe de equipe de busca e orientador de interrogatórios” da Operação Bandeirante (Oban) e do DOI/Codi (veja destaques).

Lopes nega ter torturado qualquer preso, incluindo a presidenta, mas admite que a tortura era um procedimento comum à repressão. Em entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, em 2010, declarou: “Eu sou uma testemunha da tortura. Sim, eu sou. (…) a tortura, no Brasil, era uma coisa comum (…) da polícia nossa.”

Em entrevista em 2003 ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho, Dilma foi perguntada de quem apanhava quando estava presa e respondeu: “O capitão Maurício sempre aparecia”.

Dilma, que era uma das líderes da VAR-Palmares, foi presa em 16 de janeiro de 1970. Ela foi brutalmente torturada e seviciada, submetida a choques e pau-de-arara durante 22 dias. No depoimento à Justiça Militar, em Juiz de Fora, em 18 de maio, cinco meses depois de ser presa, Dilma deu detalhes da tortura no Dops. “Repete-se que foi torturada física, psíquica e moralmente; que isso de seu durante 22 dias após o dia 16 de janeiro (dia em que foi presa)”, diz trecho do depoimento.

Esculachos em série.

O movimento social Levante Popular da Juventude promove mais uma rodada de esculacho de torturadores e agentes da repressão da ditadura em todo o país, nesta segunda-feira (14/5). Os manifestantes apoiam a instalação da Comissão da Verdade, cobram a localização e identificação dos restos mortais de desaparecidos políticos e exigem que os torturadores sejam julgados e punidos.

O jovens condenam a movimentação dos setores conservadores dentro e fora das Forças Armadas, que não aceitam a democracia e não admitem a memória, a verdade e a justiça, desrespeitando a autoridade da presidenta Dilma Rousseff e ministros de Estado, como no manifesto “Alerta à nação”.

Por isso, os jovens saem às ruas para denunciar a impunidade de torturadores e criminosos da ditadura com o objetivo de sensibilizar a sociedade e garantir que a Comissão tenha liberdade para fazer o seu trabalho e alcance seus objetivos.

Os jovens do Levante apoiam a Comissão e lutam para que sejam esclarecidos as graves violações de direitos humanos, como torturas, mortes, desaparecimentos, ocultação de cadáveres. Também querem a identificação dos autores desses crimes e das estruturas estatais e privadas envolvidas nesses crimes.

A partir disso, os jovens apoiam que o relatório da Comissão da Verdade seja encaminhado aos órgãos públicos competentes para auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos, colaborando para a apuração das violações de direitos humanos e fazendo recomendações para a adoção de medidas e políticas públicas para assegurar que não aconteçam novamente. 

Abaixo, leia nota do Levante sobre a instalação da Comissão da Verdade:

#Levantecontratortura: Comissão precisa de apoio para alcançar objetivos

A Comissão Nacional da Verdade precisa de apoio e acompanhamento de toda a sociedade, para que venha a cumprir a contento a tarefa que tem pela frente:

- conhecer a verdade sobre os processos de tortura, estupro, morte e desaparecimento forçado dos homens e mulheres que resistiram à Ditadura Militar;

- levar ao conhecimento da sociedade as lutas e a resistência daqueles que enfrentaram a ditadura e os nomes dos agentes do aparelho repressivo e os crimes por eles cometidos;

- fornecer os elementos necessários para que os torturadores, estupradores, homicidas e sequestradores que agiram em nome da ditadura com crime e covardia – e se escondem até hoje – possam ser responsabilizados e punidos, como determinou a Corte Interamericana de Direitos Humanos;

Convidamos a juventude e toda a sociedade para se posicionar em defesa da Comissão Nacional da Verdade, contra as pressões para que seus objetivos não sejam cumpridos ou os resultados desmoralizados, e contra os torturadores, que hoje denunciamos e que vivem escondidos e impunes e seguem ameaçando a liberdade do povo. Até que todos os torturadores sejam julgados, não esqueceremos, nem descansaremos.

Abaixo, leia a entrevista publicada pela Folha de S. Paulo, no 21 de junho de 2005, concedida em 2003 ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho.

Que lembranças a sra. guardou dos tempos de cadeia?

Dilma Rousseff – A prisão é uma coisa em que a gente se encontra com os limites da gente. É isso que às vezes é muito duro. Nos depoimentos, a gente mentia feito doido. Mentia muito, mas muito.

Em um dos seus depoimentos da fase judicial, a sra. denunciou que o capitão Maurício foi ameaçá-la de tortura por estar indignado com as propositais contradições de seus depoimentos.

Dilma – Voltei várias vezes para a Oban, a Operação Bandeirante. Descobriam que uma história não fechava com a outra, e aí voltava. Mas aí eu já era preso velho. Preso velho é um bicho muito difícil de pegar na curva. Preso novo, você não sabe o tamanho da dor.

Como era essa história de mentir diante da tortura?

Dilma – A gente tinha que fazer uma moldura e só se lembrar da moldura, da história que se inventava, e não saía disso. Tinha que ter uma história. Na relação do torturador com o torturado a única coisa que não pode acontecer é você falar “não falo”. Se você falar “não falo”, dali a cinco minutos você pode ser obrigado a falar, porque eles sabem que você tem algo a dizer. Se você falar “não falo”, você diz pra eles o seguinte: “Eu sei o que você quer saber e não te direi”. Aí você entrega a arma pra ele te torturar e te perguntar. Sua história não pode ser “não falo”. Tem que ser uma história e dali para a frente você não sabe mais nada, não pode saber.

Pergunta – É um jogo difícil.

Dilma – É uma arte. A dificuldade é convencê-lo de que você não sabe mais do que aquela moldura. Não é um jogo só de resistência física, é de resistência psíquica. Até porque uma das coisas que você descobre é que você está sozinho.

Quais são as cenas que estão vindo na sua cabeça, agora?

Dilma – Eu lembro de chegar na Operação Bandeirante, presa, no início de 70. Era aquele negócio meio terreno baldio, não tinha nem muro, direito. Eu entrei no pátio da Operação Bandeirante e começaram a gritar “mata!”, “tira a roupa”, “terrorista”, “filha da puta”, “deve ter matado gente”. E lembro também perfeitamente que me botaram numa cela. Muito estranho. Uma porção de mulheres. Tinha uma menina grávida que perguntou meu nome. Eu dei meu nome verdadeiro. Ela disse: “Xi, você está ferrada”. Foi o meu primeiro contato com o esperar. A pior coisa que tem na tortura é esperar, esperar para apanhar. Eu senti ali que a barra era pesada. E foi. Também estou lembrando muito bem do chão do banheiro, do azulejo branco. Porque vai formando crosta de sangue, sujeira, você fica com um cheiro…

Por onde a tortura começou?

Dilma – Palmatória. Levei muita palmatória.

Quem batia?

Dilma – O capitão Maurício sempre aparecia. Ele não era interrogador, era da equipe de busca. Dos que dirigiam, o primeiro era o Homero, o segundo era o Albernaz. O terceiro eu não me lembro o nome. Era um baixinho. Quem comandava era o major Waldir [Coelho], que a gente chamava de major Lingüinha, porque ele falava assim [com língua presa].

Quem torturava?

Dilma – O Albernaz e o substituto dele, que se chamava Tomás. Eu não sei se é nome de guerra. Quem mandava era o Albernaz, quem interrogava era o Albernaz. O Albernaz batia e dava soco. Ele dava muito soco nas pessoas. Ele começava a te interrogar. Se não gostasse das respostas, ele te dava soco. Depois da palmatória, eu fui pro pau-de-arara. 

Dá pra relembrar?

Dilma – Mandaram eu tirar a roupa. Eu não tirei, porque a primeira reação é não tirar, pô. Eles me arrancaram a parte de cima e me botaram com o resto no pau-de-arara. Aí começou a prender a circulação. Um outro xingou não sei quem, aí me tiraram a roupa toda. Daí depois me botaram outra vez.

Com choques nas partes genitais, como acontecia?

Dilma – Não. Isso não fizeram. Mas fizeram choque, muito choque, mas muito choque. Eu lembro, nos primeiros dias, que eu tinha uma exaustão física, que eu queria desmaiar, não agüentava mais tanto choque. Eu comecei a ter hemorragia.

Onde eram esses choques?

Dilma – Em tudo quanto é lugar. Nos pés, nas mãos, na parte interna das coxas, nas orelhas. Na cabeça, é um horror. No bico do seio. Botavam uma coisa assim, no bico do seio, era uma coisa que prendia, segurava. Aí cansavam de fazer isso, porque tinha que ter um envoltório, pra enrolar, e largava. Aí você se urina, você se caga todo, você…

Quanto tempo durava uma sessão dessas?

Dilma – Nos primeiros dias, muito tempo. A gente perde a noção. Você não sabe quanto tempo, nem que tempo que é. Sabe por quê? Porque pára, e quando pára não melhora, porque ele fala o seguinte: “Agora você pensa um pouco”. Parava, me retiravam e me jogavam nesse lugar do ladrilho, que era um banheiro, no primeiro andar do DOI-Codi. Com sangue, com tudo. Te largam. Depois, você treme muito, você tem muito frio. Você está nu, né? É muito frio. Aí voltava. Nesse dia foi muito tempo. Teve uma hora que eu estava em posição fetal.

Dá pra pensar em resistir, em não falar?

Dilma – A forma de resistir era dizer comigo mesmo: “Daqui a pouco eu vou contar tudo o que eu sei”. Falava pra mim mesmo. Aí passava um pouquinho. E mais um pouco. E aí você vai indo. Você não pode imaginar que vai durar uma hora, duas. Só pode pensar no daqui a pouco. Não pode pensar na dor.

A sra. agüentou?

Dilma – Eu agüentei. Não disse nem onde eu morava. Não disse quem era o Max [codinome de Carlos Franklin Paixão de Araújo, então seu marido]. Não entreguei o Breno [Carlos Alberto Bueno de Freitas], porque tinha muita dó. Vou dizer uma coisa que uma tupamara, presa com a gente, disse pra mim. A tupamara ficou até com lesão cerebral. Ela disse: “Sabe por que eu não disse, naquele dia, quem era quem? Porque eu era mulher do fulano de tal e queria provar que o uruguaio é tão bom quanto o brasileiro”.

Qual é o significado da frase?

Dilma – Que as razões que levam a gente a não falar são as mais variadas possíveis.

Quais foram as suas?

Dilma – Tinha um menino da ALN que chamava “Mister X”. Eu o vi completamente destruído. Não sei o que foi feito dele. Nunca vou esquecer o quadro em que ele estava. Primeiro, eu não queria que meus companheiros estivessem numa situação daquelas. Segundo, eu tinha medo que algum deles morresse. Terceiro, porque teve um dia que eu tive uma hemorragia muito grande, foi o dia em que eu estive pior. Hemorragia, mesmo, que nem menstruação. Eles tiveram que me levar para o Hospital Central do Exército. Encontrei uma menina da ALN. Ela disse: “Pula um pouco no quarto para a hemorragia não parar e você não ter que voltar”.

Palmatória, pau-de-arara, choque. O que mais?

Dilma – Não comer. O frio. A noite. Eles te botam na sala e falam: “Daqui a duas horas eu volto pra te interrogar”. Ficar esperando a tortura. Tem um nível de dor em que você apaga, em que você não agüenta mais. A dor tem que ser infligida com o controle deles. Ele tem que demonstrar que tem o poder de controlar tua dor.

E o torturado?

Dilma – O jogo é jamais revelar pra ele o que você acha. Ele não pode saber o que você pensa e ele nunca pode achar que você só fala depois de apanhar. Jamais. É melhor você não deixar ele perceber que te tira informação por tortura. Tem que ter uma história. O ruim é quando a sua história rui, por qualquer motivo. Ele acha que você mentiu. Se ele achar que você mentiu, você está roubada. Ele descobriu qual é o jogo. Quando você volta, e é por isso que voltar é ruim, ele diz: “Você mentiu, pô, o negócio é que você mente”.

A sua história caiu?

Dilma – Uma vez caiu tudo, mas aí era tarde demais. Caiu tudinho da Silva. Porque eu dizia que o meu marido tinha seqüestrado o avião e que, se eu não tinha saído com ele, é que eu era uma pessoa que não sabia de nada, que, se soubesse, teria ido junto. Aí eles descobrem que eu era da direção da VAR, e que portanto era impossível não saber do seqüestro. Tava zebrado. Aí tem que falar: “Não, eu era da direção, mas estava separada dele”. Se a sua história cai, você está roubado.

O que é que ajuda, nesses momentos?

Dilma – Se eu tivesse ficado sozinha na cadeia, teria muito mais problemas. Devo grande parte de ter superado, absorvido e em alguns momentos chegado até a ironizar a tortura, para agüentar, às minhas companheiras. Eu lembro do povo do [presídio] Tiradentes, que esteve comigo.

De algum momento em particular?

Dilma – Quando alguma de nós era chamada para o repique, que era voltar à Oban, havia um processo de contágio, de medo, e de uma identificação muito forte entre nós. Como forma de ter controle da situação, a gente dessolenizava. Então, tinha uma variante de grito de guerra. Não mostra que a gente foi heroína, coisíssima nenhuma, e não é nesse sentido. Mas foi a tentativa mais humana de dominar o indizível, que era dizer: “Fulana, não liga não, se você for torturada a gente denuncia”. E ria disso, pela ironia absoluta que é. O que é que adianta denunciar? Para torturado, o que é que adianta? Mas a gente gritava isso na hora que a pessoa estava saindo da cela, como uma forma de manter o nível de controle sob seu destino, que você não tinha. Você não sabia para onde você ia ou para onde a sua companheira ia.

Que balanço a sra. faz da experiência desse período?

Dilma – Não daria certo. A gente fez uma análise errada. Achamos que a ditadura estava em crise, e estava iniciando o “milagre” [econômico]. A gente não percebeu em que condições a atuava. Se a gente tivesse feito uma análise correta da realidade, se tivesse visto o que estava acontecendo… Mas a gente não percebeu, apesar da retórica, qual era o nível de endurecimento político e de repressão que eles iam desenvolver.

O que dizia a retórica?

Dilma – A gente achava que o negócio era uma guerra revolucionária prolongada, ou era um processo de guerrilha urbana, no momento em que o sistema estava em expansão ou ia começar uma baita expansão e o endurecimento pesado. Não se esqueça que no meio de 69 tem a Junta Militar, e daí para a frente você tem talvez o período mais pesado da ditadura, que é o período Médici. É o prende, prende, mata, mata. Numa situação dessas, nós estávamos muito isolados, talvez umas 240 pessoas. O que é que eles fizeram? Eles nos cercaram, desmantelaram, e uma parte mataram. Foi isso que eles fizeram conosco. Eles isolaram a gente e mataram.

E por que se avaliou tão mal?

Dilma – De uma certa forma, a gente tinha um modelo na cabeça. De todo forma, eu acho que a minha geração tem um grande mérito, que é o negócio da Var-Palmares: “Ousar Lutar, Ousar Vencer”. Esse lado de uma certa ousadia. A gente tinha uma imensa generosidade e acreditávamos que era possível fazer um Brasil mais igual. Eu tenho orgulho da minha geração, de a gente ter lutado e de ter participado de todo um sonho de construir um Brasil melhor. Acho que aprendemos muito. Fizemos muita bobagem, mas não é isso que nos caracteriza. O que nós caracteriza é ter ousado querer um país melhor.

Foto do Albernaz, torturador da Dilma


O esculacho do Albernaz. O STF é a última barreira a cair