sábado, 7 de abril de 2012

SOBRE BANDIDOS, POLÍTICOS E GOVERNANTES


Por Carlos Chagas.
A gente fica pensando quantos Carlinhos  Cachoeira andam soltos por aí, apesar de o próprio estar momentaneamente atrás das grades.  Porque virou rotina o relacionamento entre bandidos, políticos e governantes. Virou é modo  de dizer, porque esse conluio vem  de tempos imemoriais.   Apenas ficou mais exposto, agora, por ação da mídia,  da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Evidência de que, apesar de tudo, o país vai melhorando.
O bicheiro tinha ligações espúrias em Brasília, Goiás, Tocantins e alhures. Deixou-se inebriar pela impressão de ser influente,  manobrista de cordéis que convergiam para suas atividades ilícitas e algumas até lícitas. Talvez tenha ficado  megalômano, já que dava sugestões e até  ordens para seus cúmplices chegassem aos detentores  do poder. Queria, por exemplo, que o senador Demóstenes Torres trocasse o DEM pelo PMDB e se aproximasse até da presidente Dilma. Imaginando, no seu  desvario,  que poderia  valer-se de favores do palácio do Planalto.
Não parece difícil identificar esses personagens, sempre evoluindo em torno de políticos de expressão, tanto faz se falsa ou verdadeira.  Para esses políticos,  a tentação é grande, a ponto de muitos buscarem a simbiose, ou seja, transformarem-se também em bandidos. Como no terceiro ângulo do triângulo, dos governantes,  encontramos da mesma forma indivíduos propensos a lambanças, completa-se a trindade que nada tem de santíssima: três pessoas numa só unidade e com um único objetivo, no caso, de enriquecer fraudulentamente.
Em  maioria, os governantes são  honestos.  Os políticos, também. Os bandidos é que atravessam o samba, alguns  empenhados em acabar com os intermediários,  tornando-se  políticos e governantes. Essa geléia só se desfará pela ação da  Polícia Federal, do  Ministério Público, do Judiciário  e da  mídia. Só que essas instituições também podem ser contaminadas pelos bandidos...
EXEMPLO A SER SEGUIDO.
Vai uma historinha capaz de demonstrar que ainda honestidade e malícia às vezes de acoplam.
Nos primórdios do governo Castello Branco, convidada para primeira presidente do hoje  extinto Banco Nacional de Habitação,  a deputada Sandra Cavalcanti cumpria à risca as finalidades do novo órgão. O BNH foi criado para gerir os imensos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, mecanismo que substituiu a proibição de ser demitido todo trabalhador que completasse dez anos na mesma empresa. O objetivo era usar aquela fábula de dinheiro para a construção de casas populares,  para operários.
Logo o todo-poderoso Roberto Campos, ministro do Planejamento, implicou com dona Sandra, sustentando que o  FGTS também deveria ser usado para financiar residências para todo mundo, da classe média aos milionários. E começou a sabotar o Banco Nacional de Habitação.
Sandra percebeu onde mr. Bob Fields queria chegar, precursor do neoliberalismo exacerbado, e pediu uma reunião com o presidente Castello Branco e seu ministro. Contava com muita graça que esmerou-se no visual. Naquele tempo as mulheres usavam luvas e chapéus. No palácio das Laranjeiras, teve a palavra e começou a discorrer sobre o sentido social do BNH e até citou os livros de um economista alemão, von Brauskki,  que defendia  investimentos maciços para residências do menos favorecidos. Naquele momento foi interrompida pelo sarcasmo de Roberto Campos, que disse ao presidente estar ultrapassada aquela corrente econômica voltada para o social, em nome da livre concorrência. E acrescentou já haver lido toda a obra do  economista alemão, superado pela escola americana.
Diante de um Castello Branco sempre deslumbrado pela cultura e a inteligência de Campos, Sandra levantou-se, calçou as luvas e pediu  demissão irrevogável da presidência do BNH. O presidente, surpreendido, quis saber porque, e  a deputada respondeu que aquele economista  alemão não existia, que ela o tinha inventado na hora, mas o ministro do Planejamento já tinha lido toda a sua obra...

FALSIDADE IDEOLÓGICAS

CONFIRMADO

NO PARAENSE . . .

TEM UMA BOA BASE

CONSEGUE !?!

TIRANDO DA CARTOLA

NO CONGRESSO

DEPOIS DA MALHAÇÃO

ECO ESTADIO

SEM MALHAÇÃO . . .

TÁ MORTO !?!

MALHAÇÃO DO JUDAS II

MALHAÇÃO DO JUDAS


CORRENDO . . .


ÉH ! ! !

A CPI do Carlinhos Cachoeira, se for realizada, será mais uma das múltiplas iniciativas tópicas, que atacam o sintoma sem cuidar das causas da doença.
Dor de cabeça? Tome uma aspirina. 
A CPI não deverá ser mais que isto: uma aspirina institucional. Outra.Tem ...

VAI ESPERANDO . . .

sexta-feira, 6 de abril de 2012

ANTECIPANDO

O governo tem dívidas com os direitos humanos, com o mundo do trabalho e da cultura, que deve saldar ainda neste mês, para que não deixe a impressão de que esses temas não tem maior relevância para o governo, que podem esperar indefinidamente.
Falta zerar as taxas de custodia, compra e venda da corretora do banco do brasil para a bolsa de valores. Também é interessante o financiamento de coperativas de credito sem fins lucrativos, assim a sociedade deixaria de se endividar

SUICÍDIO, 'KALÁSHNIKOV' OU COMER LIXO? -  'O governo de ocupação de 'Tsolakoglou' (referência ao primeiro ministro grego que durante a guerra, em 1941, colaborou com a ocupação nazista do país) aniquilou qualquer possibilidade de sobrevivência para mim, baseada em uma aposentadoria digna que paguei por minha conta sem nenhuma ajuda do Estado, durante 35 anos. Dado que minha idade avançada  não me permite recorrer à força - embora se um grego empunhasse um Kaláshnikov, eu seria o segundo a fazê-lo -, não me restou qualquer  outra solução para um final digno; recuso-me a buscar comida no lixo. Tenho fé que um dia os jovens sem futuro se erguerão em armas e na praça Sintagma pendurarão os traidores da nação, como os italianos fizeram com Mussolini em 1945". (Bilhete deixado por Dimitris Christoulas, farmaceutico aposentado de 77 anos, que se matou com um tiro, nesta 4ª feira, a poucos metros do Parlamento gregoLEIA MAIS AQUI) - (Carta Maior; 6ª feira - 06/04/ 2012)

NUM SAI DA CABEÇA . . .

Lula disse, certa vez, que era preciso extirpar o DEM, como se esse partido fosse mesmo um mal muito grande na política brasileira. E, incrivelmente, parece que esse partido está mesmo desaparecendo, e que há até uns membros dele próprio seguindo as ordens do ex-presidente para liquidá-lo definitivamente. 
Mas o DEM, botou o Arruda para fora, quando foi dito que ele estava metido em mutretas, e, agora, botou o insuspeito Demóstenes Torres, também pelo msmso motivo. Pontos para o DEM que age assim, pois PT teve vários dos seus ícones envolvidos em corrupção séria, a sua BASE de apoio também teve, e todos foram prestigiados e inocentados previamente. 
Mas, embora com toda força da "cumpanherada", eles todos estivessem tão envolvidos que caíram como jacas podres, só que continuam filiados a esses partidos. 
Quem tem agido mais certo?

LEGAL x ILEGAL !!!

No jogo jurídico! Para o advogado do senador Demóstenes Torres, que: “notícia falsa tenta constranger ministros do Supremo”, imaginem o constrangimento da população com a descoberta de que por trás de toda eloquência de seriedade tinha um Demóstenes/Pinóquio... 
Indignação é desdenhar do desconhecimento jurídico da grande maioria da população ao pedir a apreciação:  “com base em jurisprudência do próprio STF, pede a anulação do inquérito alegando que escutas telefônicas de um senador da República não podem ser realizadas sem prévia autorização legal.”
Para quem gosta de direito, reflita sobre a diferença entre direito e justiça e o que vem a ser autorização legal?

Operação Tô na Moita.

Tá todo mundo na moita aguardando para ver quem mais vai ser premiado nas "ligações perigosas" com o Sr. Cachoeira. 
Os tentáculos vão muito além do que se supõe...
Muitos políticos ainda hão de sucumbir na malha de malfeitos ligados aos nebulosos negócios realizados na república. 
Tá todo mundo quietinho, até o "alto" judiciário. 
O estoque de calmante em Brasília já esgotou, tem gente comprando no Goiás.

PRESIDÊNCIA DO SENADO

Já se disse que o brasileiro tem memória curta, porém, vou além: nem memória tem. 
Renan Calheiros, cotadíssimo para a presidência do Senado Federal ou governador de Alagoas, depois das escaramuças que já fez e continua fazendo está novamente por cima da carne seca. Lembram-se do episódio com a jornalista Mônica Veloso? 
E o enriquecimento estrondante? 
É amnésia total. 
Acorda, Brasil.

DEPOIS DE TODOS . . .


BOTA CALVÁRIO NISSO. . .

DA COLUNA DO CLAUDIO HUMBERTO.

E QUE CRUZ. . .


A HORA DO CIDADÃO COMUM


Por Carlos Chagas.
Além de criar uma série de benefícios para a industria buscar recuperação, a presidente Dilma determinou esta semana que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica baixassem a taxa de juros, visando estancar a cachoeira (o nome está na moda) de recursos fluindo todos os dias   para o exterior,  em cada especulação externa que chega ao Brasil e logo se retira. Trata-se de um bom começo, mas o centro do alvo ainda não foi atingido. É bom para nossas maiores  empresas pagarem  menos impostos, liberadas de certos  encargos trabalhistas, mas a pergunta que se faz refere-se ao cidadão comum: quando o assalariado que paga impostos receberá  sinais  de refrigério por parte do governo?
Atendido o grande industrial, na medida do possível, fica a evidência de  permanecer a mesma a carga tributária que assola a imensa maioria da população. Direta e indiretamente, o brasileiro médio se vê comprimido entre a obrigação de pagar e nenhuma perspectiva de alívio no pagamento.   Inclua-se no rol os  micro e  pequenos empresários. Ainda agora prepara-se mais uma declaração do Imposto de Renda.  O vertiginoso avanço da técnica capacita cada vez mais a Receita Federal a tornar-se implacável  a partir do cruzamento de dados de computador, envolvendo  a vida profissional de cada um. Haveria vontade política, no governo, para desafogar a carga tributária da massa comprimida entre salários insuficientes e impostos impositivos?
APOIO À MADRE SUPERIORA.
Em ascensão, a  popularidade da presidente Dilma reflete a simpatia  popular ao seu estilo de governar.  E de ser. Refletiu-se nos 77% de apoio nacional seu comportamento inflexível de cobrar de auxiliares o máximo de competência, sem concessões aos malfeitos. Estava mesmo na hora de o Brasil concordar com a presença da Madre Superiora no convento, não obstante a surpresa de algumas freirinhas. Depois dos períodos de tolerância de Fernando Henrique e Lula, a tendência da opinião pública  está sendo de  aderir à postura rígida da presidente da República. Com sorte, terão se escoado os tempos  do “toma lá, dá cá”  e  do “é dando que se recebe”.  Um pouco de liturgia ortodoxa não faz mal a ninguém.
DE QUEM É O ARCABUZ?
Arcabuzados foram o DEM e o PSDB, a partir do episódio Demóstenes Torres-Carlinhos Cachoeira. Seria paranóia supor que todas as denúncias desse escândalo foram milimetricamente engendradas para atingir a oposição, em especial porque as diligências da Polícia Federal desenvolviam-se há pelo menos quatro anos. Mas como em política não há coincidências, fica no mínimo estranho verificar que tucanos estão sendo abatidos em Goiás  logo depois da ascensão de José Serra, na disputa pela prefeitura de São Paulo. Assim como a perspectiva da candidatura de Demóstenes Torres à presidência da República transformou-se no risco de sua cassação. A quem interessam esses resultados?
PT QUE NÃO É PT.
Acontece em todos os partidos, mas a repercussão é maior em se tratando do PT, afinal, uma legenda que se pretendia diferente. Em Barueri, São Paulo, os dirigentes municipais buscaram coligar-se com o DEM, apoiando o candidato do partido oposicionista a prefeito. Precisou interferir  o presidente do diretório estadual, Edinho Silva, proibindo a coligação e estimulando a apresentação de uma candidatura própria, no caso a empresária Elizabeth Dutra.

JUDAS . . .

ENTÃO TÁ . . .

SOBRE O CAPITAL-MOTEL

Por Carlos Chagas.
A presidente Dilma viaja domingo para os Estados Unidos. O contencioso é grande, mas, pelo jeito, sua conversa com o presidente Obama começará pela reclamação diante do capital-motel. Não dá para o Brasil continuar  recebendo milhões de dólares de tarde, verificar que eles passam a noite e vão embora de manhã  levando montes de juros,  sem ter contribuído para criar um emprego nem forjar um parafuso.
Como o americano certamente replicará que somos nós que mantemos os juros em patamares estratosféricos, além de depender apenas do Brasil  exigir prazo para a permanência do capital estrangeiro entre nós, espera-se a tréplica da nossa representante. Certamente Dilma dirá que os juros estão baixando e mais baixarão.  Mas terá como participar a taxação dos dólares que nem  imposto de renda pagam? Ou a decisão de que a partir de agora vamos exigir a permanência mínima do dinheiro especulativo?
A farra do capital-motel vem dos tempos de Fernando Henrique e não há sinal de sua interrupção. A equipe econômica sustenta que para continuarmos sendo  a sexta economia do mundo,  não podemos passar sem a colaboração dos especuladores. Aguarda-se para saber  como a presidente desatará esse nó. Em pleno século XXI seria anacrônico mandar fechar os motéis...
Num aspecto Dilma e Obama concordarão: está no crescimento, não na recessão, a saída para a crise que assola a Europa, já chegou aos Estados Unidos e avidamente olha para o Brasil.  Comprimir salários, interromper investimentos sociais e estimular o desemprego são fórmulas de banqueiros alemães. 
PEDRINHAS NA BOCA.
Demóstenes, o da Grécia, era gago e padecia de outro  tique nervoso que o fazia levantar  subitamente o ombro direito, nas horas mais inesperadas.  Para curar a gagueira, ensaiava seus discursos com algumas pedrinhas na boca. Para interromper o movimento no ombro, mandou pendurar no teto uma lança voltada para a cadeira onde costumava trabalhar. Depois de algumas espetadelas e de haver engolido umas tantas pedrinhas, ficou curado.
O Demóstenes de Goiás, agora sem partido, precisa encontrar rápido uma forma para evitar a cassação de seu mandato. Não dá para demonstrar que Carlinhos Cachoeira o vinha chantageando, muito menos provar serem falsas as gravações de suas conversas com o meliante.  Inócuo seria jogar barro no ventilador e denunciar colegas senadores envolvidos em práticas semelhantes às suas. Subir à tribuna do Senado para reconhecer seus  erros, sem negá-los, pode ser a melhor solução.

TÁ DIFÍCIL

TUDO CARO

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO


A crucificação de Cristo, o suicídio e a rebelião em Atenas.

Por Mauro Santayana, do JB (Jornal do Brasil on-line)

quinta-feira, 5 de abril de 2012

SUICÍDIO, 'KALÁSHNIKOV' OU COMER LIXO?

O governo de ocupação de 'Tsolakoglou' (*referencia ao primeiro ministro
grego que durante a guerra, em 1941, colaborou com a ocupação nazista do país) aniquilou qualquer possibilidade de sobrevivência para mim, baseada em uma aposentadoria digna que paguei por minha conta sem nenhuma ajuda do Estado, durante 35 anos. Dado que minha idade avançada  não me permite recorrer à força --embora se um grego empunhasse um Kaláshnikov, eu seria o segundo a fazê-lo--, não me restou qualquer  outra solução para um final digno, antes de ser obrigado a buscar comida no lixo. Tenho fé que um dia os jovens sem futuro se erguerão em armas e na praça Sintagma pendurarão os traidores da nação, como os italianos fizeram com Mussolini em 1945' (bilhete deixado por Dimitris Christoulas, farmaceutico aposentado de 77 anos, que se matou com um tiro a poucos metros do Parlamento grego,  nesta 4ª feira). 
A Grécia encontra-se em recessão desde 2008. Sucessivos pacotes de 'ajuste ortodoxo' exigidos pelos credores, em troca de empréstimos para pagar os próprios bancos e fundos especulativos, fizeram explodir a pobreza e o
desemprego que atinge quase 50% entre os jovens; o índice de suicídios cresceu 40% nos primeiros cinco meses de 2011. O último  'acordo' de ajuste assinado entre Atenas e a troika do euro, em fevereiro deste ano,  passará à história como o mais draconiano e humilhante exemplo da rendição de um país aos mercados em tempos modernos. O que se deliberou é pior até que os termos devastadores do Tratado de Versalhes, de 1919, que colocou a derrotada Alemanha da Primeira Guerra de joelhos, impondo-lhe reparações equivalentes a 3% do PIB por longos anos. O 'socorro' acordado por Atenas (130 bi de euros) terá como contrapartida 150 mil demissões na esfera pública; cortes de salários e aposentadorias, privatizações em massa, a supressão de serviços essenciais e até de medicamentos na rede de saúde. Depositado em conta bloqueada e supervisionada por interventores do euro, o recurso será destinado prioritariamente ao pagamento de juros aos credores. Entre o final de abril e começo de maio, a Grécia vai às urnas eleger um novo parlamento;  mais de um centurião do euro já sugeriu adiar o pleito, para o 'bem do ajuste acordado''. Para o bem dos interesses rentistas seria preciso colocar sob regime de exceção toda uma Europa incinerada pelo incêndio neoliberal que excreta recessão, desemprego e desespero da Grécia à Espanha, de Portugal à Irlanda. Em meio às labaredas as urnas ainda respiram: dia 22 de abril, antes do escrutínio grego, a França elege um novo presidente; na Espanha triturada por cem dias de governo direitista,  acontecem eleições regionais. A evocação rebelde do farmaceutico  Dimitris Christoulas  convoca a consciência europeia a empunhar o voto com a determinação de quem  maneja um lendário fuzil  Kaláshnikov.

POPULARIDADE EM ALTA

quarta-feira, 4 de abril de 2012

DENUNCIAS

O caso Demóstenes Torres e as raposas no galinheiro.
O rumoroso caso Demóstenes Torres é uma chance única de reavaliar o que foi a política brasileira na última década, e de como ela – venal, hipócrita e manipuladora – foi viabilizada por um estilo de cobertura política irresponsável, manipuladora e, em alguns casos, venal. E hipócrita também.
Por Maria Inês Nassif, da Carta Maior.
O rumoroso caso Demóstenes Torres (DEM-GO) não é apenas mais um caso de corrupção denunciado pelo Ministério Público. É uma chance única de reavaliar o que foi a política brasileira na última década, e de como ela – venal, hipócrita e manipuladora – foi viabilizada por um estilo de cobertura política irresponsável, manipuladora e, em alguns casos, venal. E hipócrita também. 
Teoricamente, todos os jornais e jornalistas sabiam quem foram os arautos da moralidade por eles eleitos nos últimos anos: representantes da política tradicional, que fizeram suas carreiras políticas à base de dominação da política local, que ocuparam cargos de governos passados sem nenhuma honra, que construíram seus impérios políticos e suas riquezas pessoais com favores de Estado, que estabeleceram relações profícuas e férteis com setores do empresariado com interesses diretos em assuntos de governo. 
Foram políticos com esse perfil os escolhidos pelos meios de comunicação para vigiar a lisura de governos. Botaram raposas no galinheiro.
Nesse período, algumas denúncias eram verdadeiras, outras, não. Mas os mecanismos de produção de sensos comuns foram acionados independentemente da realidade dos fatos. Demóstenes Torres, o amigo íntimo do bicheiro, tornou-se autoridade máxima em assuntos éticos. Produziu os escândalos que quis, divulgou-os com estardalhaço. Sem ir muito longe, basta lembrar a “denúncia” de grampo supostamente feita pelo Poder Executivo no gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, então presidente da mais alta Corte do país. Era inverossímil: jamais alguém ouviu a escuta supostamente feita de uma conversa telefônica entre Demóstenes, o amigo do bicheiro, e Mendes, o amigo de Demóstenes. 
Os meios de comunicação receberam a suposta transcrição de um grampo, onde Demóstenes elogia o amigo Mendes, e Mendes elogia o amigo Demóstenes, e ambos se auto-elegem os guardiões da moralidade contra um governo ditatorial e corrupto. Contando a história depois de tanto tempo, e depois de tantos escândalos Demóstenes correndo por baixo da ponte, parece piada. Mas os meios de comunicação engoliram a estória sem precisar de água. O show midiático produzido em torno do episódio transformou uma ridícula encenação em verdade.
A estratégia do show midiático é conhecida desde os primórdios da imprensa. Joga-se uma notícia de forma sensacionalista (já dizia isso Antonio Gramsci, no início do século passado,

ARTIGOS

** BELLUZZO: a sanha liberalóide dos anos 90 cobra o seu preço  e desafia um novo ciclo industrializante  (leia nesta pág).
** DILMA: brasileiros ignoram alertas de Serra e Aécio: 77%  apoiam Dilma; 72% confiam na Presidenta. (CNI/IBOPE).
** AUSTERICÍDIO: em 100 dias de governo a direita afunda a Espanha no pânano da austeridade suicida (leia a reportagem de Oscar Guison, correspondente em Madrid).
** Maria Inês Nassif:  "uma sólida relação entre Demóstenes e a mídia conseguiu curvar um país inteiro aos interesses de uma quadrilha sediada em Goiás" (leia a coluna da Editora de Política de Carta Maior)

CONDOMÍNIO GOIANO

O CONDOMÍNIO GOIANO: A CAUSA E O BOLSO.
Eliane Gonçalves Pinheiro acaba de se demitir do cargo de Chefe de Gabinete do governador tucano, Marconi Perillo (GO). Entre um despacho e outro com o governador do PSDB, Eliane emitia gorjeios telefônicos para advertir e salvar aliados de Carlinhos Cachoeira, alvos potenciais de operações da Polícia Federal vazadas por informantes do bicheiro na PF. Eliane não era uma patativa solitária no Palácio das Esmeraldas. A radiografia do condomínio goiano erguido por  Cachoeira, Demóstenes e outros pode elucidar alguns dos episódios mais importantes da política brasileira recente. (LEIA MAIS AQUI)

É MUITA CÂMERAS. . .

PHUDEU


ALIANÇA CONTRA O ROUBO E O GOLPE

Por Carlos Chagas.
Carlos Lacerda vivia momento alto em sua popularidade, concorrendo a deputado federal em 1954, logo após a morte do presidente Getúlio Vargas, que ajudara a derrubar. Lançou-se em nome da Aliança contra o Roubo e o Golpe, mas antes mesmo de tomar posse iniciou ampla campanha pelo estado de exceção, em nome da desintoxicação do eleitorado, para ele atingido pelo  vírus do trabalhismo.    
Dispunha de televisão quando quisesse, pois suas arengas davam Ibope. Certa noite perdeu a voz e o equilíbrio emocional quando, do auditório, levantou-se um jovem e indagou:  “o senhor foi eleito contra o roubo e o golpe. Agora está pregando o golpe. Quando pregará o  roubo?” Guardadas as proporções, a situação se repete com  Demóstenes Torres. Campeão da ética, algoz implacável dos corruptos, crítico permanente dos malfeitos praticados à sombra do governo, o  senador por Goiás destacou-se na defesa da democracia, da Constituição e  da lei. Vê-se agora  flagrado numa série de denúncias sobre  parceria com bandidos. Seria o caso de inverter a equação e indagar quando começará a defender o golpe...
PAU NELES.
Raras vezes se tem visto tamanho volume de crimes hediondos praticados entre nós. Pais que estupram seus próprios bebês e jogam criancinhas pela janela. Mães que afogam filhos. Parentes  que abusam de meninos e meninas postos sob sua guarda.  Assassinos que matam por prazer. 
Seqüestradores que não respeitam idosos. 
Monstros empenhados em incendiar moradores de rua. E quanta coisa a mais?
Dificilmente o braço da lei atinge  os autores dessas práticas abomináveis. Recursos aos  montes, benesses consagradas pelo Código Penal e o Código de Processo Penal, mais a complacência do Poder Judiciário,  permitem que esses animais continuem soltos, tripudiando sobre a sociedade e prontos para repetir seus atos.
Está na hora de uma reação nacional, tanto faz se conduzida pelo Congresso, a magistratura, o ministério público ou a polícia.  A pena de morte agride a natureza humana, mas impõe-se  a prisão perpétua, sem a menor possibilidade de refrigério para os autores. E se faltam cadeias e estabelecimentos penitenciários para tanta gente,  que sejam isolados no meio do mato. O que não dá é para a sociedade continuar convivendo com eles e, lentamente, considerar como naturais tantas expressões de selvageria.
A ASCENSÃO DA MEDIOCRIDADE.
Um fenômeno cresce a olhos vistos, não apenas na política, mas na administração e  no poder público: os medíocres e os incompetentes tomam conta do estado.  
Tornou-se rotina a  conquista de altos postos, mas de médios e pequenos, também, pelos menos talentosos.  O resultado vem sendo a ocupação dos controles da sociedade pelos despreparados para conduzi-la.  
Acima e além dos partidos e das entidades representativas do meio social, distinguem-se  os menos preparados. 
As nulidades estão por toda parte. Até quando?

POR QUE SERÁ?!?



NA BEIRA-RIO