sábado, 31 de dezembro de 2011

VIVA A PERALTICE

Rotular como travessuras, fazendo exaltações a crianças que praticam e exercitam pervercidades e maus comportamentos é um perigo. Supõe os glorificadores, o aborto dos desvios na adolecência, o que não acontece.
Os exemplos estão nos pais que encobriam ou aceitavam.
O tempo, para genitores e filhos avança, e esses, agora crecidos, escolhem coveniências e meios de transgressões, se for o caso, continuar transferindo aberrações de formações recebidas. Digo isso, nada empírico ou lógica (sem prisma) educacional; Caso contrario, oriento histórias, provérbios e lições populares, além de invocar testes psico-vocacionais para glorificantes e infantes.
Passar bem.
Boas nuvens perdoe os xingamentos, mas é muito dificil suportar as lambanças dessa gente que elegemos para serem nossos algozes, e ainda ganhar nosso dinheiro. Desejo a todos um ano que vem de paciência, pois, do jeito que conspiram, ainda teremos a boca costurada.
2012 está chegando... e os meus votos a vocês, extensivo aos familiares, é que todos tenhamos o melhor de todos os anos. Deus nos abençoe, a todos.
Vereadores tem aumento de 62%2
Na virada do ano, os vereadores de seis capitais aprovaram aumento de seus próprio salários de até 62%, eles evitaram deixar para o próximo ano pois é ano eleitoral, assim fica mais fácil enganar o eleitor. Na capital de São Paulo, um vereador que ganhava R$ 9.288,00 passou para R$.15.031,00, idem RJ e BH, Florianópolis de R$ 9.786,00 para R$ 13.755,00, Curitiba de R$ 10.349,00 para R$ 13.500,00 Maceió de R$ 9.000,00 para R$ 14.000,00 etc... Esses pilantras não fazem nada e só pensam em ganharem muita grana, ainda tem direito a verba de gabinete, auxilio moradia, vale combustivel e outros mais, já o aumento do aposentados é de 5%. Vote nulo ou em branco, chega de dá emprego a esses malandros que não fazem nada.
Guerra sem fim.
A prefeita de Fortaleza Luizianne Lins (PT) confronta a presidente Dilma, sinalizando que vai se candidatar ao governo do Ceará em 2014, rompendo a aliança com o governador Cid Gomes (PSB).
Ser ou não ser
Paulo Bernardo aproveita a folga do fim do ano para decidir com a mulher e ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) se troca Comunicações pela direção da Itaipu. Se trocar, o substituto será César Alvarez.
Ministério da Saúde adverte sobre perigo com uso de fogos de artifício
O Ministério da Saúde adverte para alguns cuidados com uso de fogos de artifício nesta virada de ano. Em caso de acidente, a recomendação é lavar o ferimento com água corrente, não tocar na área queimada e nem passar cremes ou outras substâncias no local, como manteiga, creme dental, clara de ovo e pomadas. Os feridos devem procurar de imediato o serviço de saúde. Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que 137 pessoas morreram em decorrência de acidentes com fogos nos últimos 15 anos e quase 6 mil foram internadas. No caso das mortes, mais de 28% delas ocorreram na faixa etária de 30 a 49 anos.
Embraer vai produzir aviões para a Força Aérea americana.
A Sierra Nevada Corp. assinou um contrato de 355 milhões de dólares com a Força Aérea dos Estados Unidos. A empresa é parceira da brasileira Embraer e vai fornecer 20 aviões turbohélice A-29 Super Tucano para os EUA. Além disso, o contrato estabelece ainda o fornecimento das aeronaves e do pacote de serviços, como treinamento de mecânicos e pilotos responsáveis pela operação do avião. Segundo o presidente da Embraer, Luiz Carlos Aguiar, a companhia pretende vender mais 35 aviões – o que aumentaria o valor do contrato para US$ 950 milhões.

MEGA DA VIRADA . . .

Governo gasta 19,4% com Bolsa Família
O governo federal gastou 19,4% a mais com o programa Bolsa Família, superando a meta de inclusão de 320 mil novas famílias no primeiro ano de governo da presidenta Dilma Rousseff. Em 2011 foram transferidos R$ 16,699 bilhões a 13,352 milhões de famílias brasileiras, contra R$ 13,4 bilhões do ano anterior. De acordo com balanço divulgado na sexta (30) pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o aumento se deve ao reajuste de 45% no benefício variável pago a crianças e adolescentes de até 15 anos e de 15% para jovens entre 16 e 17 anos, além da inclusão de grávidas e de mulheres que amamentam.
Dias quer fim da ‘panela’na Cultura.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) vai propor mudanças significativas na Lei Rouanet, quando voltar do recesso. Desconfia de uma “panela” criada na disputa pela renúncia fiscal do governo, que deixa de arrecadar de grandes empresas para ajudar a Cultura. Está intrigado com a denúncia que grandes bancos usam nossos impostos em suas propagandas milionária até em programas de auditório na TV.

O EMPOBRECIMENTO GEROU A CRISE, NÃO O INVERSO

2011-2012:  E ISSO ALTERA A AGENDA DO FUTURO. - Estender a jornada de trabalho, sem contrapartida salarial, é a contribuição que Portugal e Espanha oferecem ao mundo no apagar das luzes de 2011; uma alternativa neoliberal ao colapso do neoliberalismo. Antes de dar a isso o epíteto de uma excrescência conservadora talvez fosse mais justo creditar a Passos Coelho e a Mariano Rajoy o benefício da coerência. Nada mais fazem os dirigentes ibéricos do que radicalizar os fatores que deram origem ao colapso mundial, assentado, entre outros pilares, em três décadas de arrocho sobre o rendimento do trabalho nas principais economias ricas, associado a mimos tributários que promoveram o fastígio dos endinheirados. Para clarear as coisas: não foi a crise que gerou o arrocho e a pobreza em desfile no planeta, mas sim o arrocho e a desigualdade neoliberal que conduziram ao desfecho explosivo, exacerbado agora por direitistas aplicados, que dobram a aposta no veneno. A ordem dos fatores altera o futuro: a crise não é apenas financeira; controlar as finanças desreguladas é um pedaço do caminho para controlar a redistribuição do excedente econômico, ferozmente concentrado nas últimas décadas na base do morde e assopra --arrocho de um lado; de outro, crédito e endividamento suicida de famílias e governos (Carta Maior; Sábado; 31/012/ 2011)
Divulgação de gastos no ‘recesso’ irritou Dilma
Dilma ficou “muito irritada” com a revelação de que seu “recesso” com parentes e amigos na base naval de Aratu (BA) custou R$ 657,9 mil aos cofres públicos, disse fonte de seu staff à coluna. O site Contas Abertas mostrou a compra de oito TVs, sete DVDs, home theater, computador e cortinas de R$ 37,3 mil. Em 2010, a estadia de Lula custou R$ 2 milhões, mas a Marinha só admitiu R$ 800 mil para “reforma estrutural”.
Cuca fresca
Este ano, nova reforma de R$ 195,4 mil, e a compra de seis frigobares por R$ 4,9 mil. Em 2010, Lula apareceu com um isopor na cabeça.
Bebê a bordo
O custo das férias também incluiria diárias à babá do neto Gabriel, mas a assessoria afirma que a função é de funcionários da Presidência.
Meio desligada
Investiram em poltronas, mas esqueceram o principal: o telefone. A torre de comunicação foi instalada três dias após Dilma chegar à base.
Bip-bip
A Marinha e o Planalto não comentam os problemas de comunicação, que quase impediram a conversa com a presidenta Cristina Kirchner.

DESAPARECE O DIREITO DE NÃO TER MEDO

Por Carlos Chagas.
Só por milagre o presidente Barack Obama deixará de sancionar projeto de lei aprovado no Senado no apagar das luzes de 2011, criando o Ato de Autorização de Defesa Nacional. Esse texto completa o Ato Patriótico do período de George W. Bush.
Até agora, era permitido ao governo dos Estados Unidos prender sem julgamento, em bases secretas ou abertas, fora do território americano, cidadãos nacionais ou estrangeiros suspeitos de ligações com o terrorismo.
A partir da sanção de Obama, que só um milagre evitará, o presidente, auxiliado pelas forças armadas, também poderá prender sem julgamento ou acusações formais, em território americano e no mundo inteiro, por tempo indeterminado, cidadãos norte-americanos e também estrangeiros igualmente suspeitos de ligações com o terrorismo. Pela nova lei, o planeta inteiro transforma-se numa prisão gerida por Washington.
Foi o jornal Hora do Povo o único a divulgar a informação, que para começo de conversa anula a célebre declaração de direitos de Franklin Delano Roosevelt, entre os quais se destacava o direito de não ter medo. Todo mundo andará apavorado, nos Estados Unidos e fora deles. Sem acusação nem processo os “marines” poderão irromper porta a dentro de qualquer família, levar o seu chefe e deixá-lo apodrecer não só nas prisões secretas ou em Guantánamo, mas nas cadeias de qualquer quartel americano.
Claro que o combate ao terror deve ser implacável e permanente. Depois do 11 de setembro, não há como tolerar a ação desses animais que infestam todos os continentes. Convenhamos, porém, haver limite para tudo. Estamos a um passo de não haver diferença entre o regime vigente nos Estados Unidos e aqueles que vigoram na China, na Coréia do Norte, em Cuba, no Irã, na Arábia Saudita e em outros países. O que espanta é que na dita pátria da liberdade, chuta-se a Constituição para debaixo do tapete e adotam-se práticas comuns às ditaduras, tanto faz se de esquerda ou de direita. Ninguém estará livre do braço desse novo Tio Sam, agora fardado e cheio de mísseis, tanques, canhões, submarinos nucleares, porta-aviões e aeronaves de todos os tipos.
É bem verdade que há anos os Estados Unidos fazem vista grossa aos princípios mais elementares da democracia, tendo invadido militarmente, apenas no final do século XX, o Iraque e o Afeganistão, para não falar de sua participação na revolta da Líbia. Deve cuidar-se a América Latina, agora com seu litoral patrulhado pela Quarta Frota da Marinha de Guerra americana.
O que vem a ser suspeita de ligação com o terrorismo? O leiteiro que serve uma casa onde se escondem terroristas é ligado a eles.
VIGARISTAS ELETRÔNICOS
Se há um setor de serviços que necessitaria ser implodido é o gerido pela NET. Essa multinacional dá de ombros para suas próprias falhas, tripudiando sobre seus clientes que, afinal, são os que a sustentam. Quem teve a infelicidade de ter cortado seu sinal no período natalino deve esperar até os primeiros dias de janeiro para receber a visita de um técnico. Os pedidos de ajuda são atendidos por funcionários impessoais, depois de mil e um telefonemas para variados números esotéricos. A burocracia é tanta que quem atende, quando atende, encontra-se a milhares de quilômetros de distância de quem pede socorro. A central de atendimentos encontra-se em Porto Alegre. Se um indigitado cidadão de Brasília espera a vinda de um técnico para restabelecer um cabo rompido, ou solucionar o defeito que o digitar de teclas não resolve, ouve da representante da NET que só dali a uma semana ou mais. A mulher está na capital do Rio Grande do Sul, nada entende da geografia da capital federal ou do resto do país. Muito menos se dá conta de que quem reclama acaba de ser operado e não pode movimentar-se. Vale o mesmo para quem vive de trabalhar em computadores. A resposta é a mesma: impossível mobilizar o pessoal naquele dia e nos próximos.
Falta fiscalização nesse tipo de empresas aquinhoadas com as benesses e as patifarias da privatização, mas não há para quem reclamar. E se a conta deixa de ser paga no fim do mês, o corte é imediato. São coisas da modernidade.
CUIDADO QUE ELA VOLTA
Desde 26 de dezembro na Bahia, à beira-mar, a presidente Dilma poderá surpreender, retornando a Brasília antes da data prevista, dia 8 próximo. Quem ousou perturbar o sossego dela na Base Militar de Aratu ouviu que Sua Excelência não agüenta mais o ócio e que, se continuar chovendo, manda preparar o avião e volta logo. Para desespero dos ministros e auxiliares que também estão de férias...

JADER

EURO - 2.012 . . .

OS INCOMPETENTES SOFREM MAIS. . .

Não tem que antecipar mesmo, "os clubes precisam se enquadrar na receita anual vigente",  antecipam e estão sempre quebrados.
OS INCOMPETENTES SOFREM MAIS. . . 
Concordo quando se diz que os clubes precisam se enquadrar na receita anual vigente. Porém qual é o critério usado e quais clubes foram privilegiados com as antecipações, será que não há uma má vontade ou uma manipulação para fortalecimento de alguns elencos (Flamengo, Vasco, Fluminense, e o Corinthians). Quando se fala em globo nada é por acaso.
Agora eu acho sensacional... Os Clubes tinham o "Clube dos 13"... não quiseram...Tinha uma pessoa muito equilibrada, "sensata, honesta, competente", que se chama Fábio Kofff, não quiseram... agora não adianta chorar, lamentar.
Tiveram oportunidade de sair da Globo... Jogaram fora grandes contratos para se colocar nas mãos da Globo e se deram mal. Agora que ela acabou com o clube dos 13 e fez contrato individual está com os times no papo.
Deviam ter deixado a Globo com o Corinthians e assinado com a Record/ESPN.
Hoje ela estaria catando papéis ao vento. Bem feito para essa gente que acha que status Global paga as contas. Estão colhendo o que plantaram...O Brasil é o único país do mundo que tem federações e confederações.
O mundo todo trabalha na lógica apenas das Federações Nacionais que na sua maioria cuidam mais do cumprimento dos regulamentos das Federações Internacionais.
Mas aqui não! Federações, Confederações e até mesmo Ligas estão muito mais preocupadas em $$$ do que nas modalidades as quais "deveriam" reger, desenvolver e proteger de oportunistas. Globo, Record ou qualquer outra emissora que seja não poderia, nem deveria ter direitos de exclusividade sobre as transmissões esportivas, isso é muito nocivo para o esporte como um todo! Os resultados disso estamos vendo ano a ano. Modalidades, salvo o futebol, sem espaço algum em TV aberta; mudanças arbitrárias em horários e calendários, fuga de patrocinadores e por ai a fora...
Aqui no Brasil o esporte é um Patrimônio Sócio/Cultural dos mais importantes, não deve assim ficar a mercê de uma meia dúzia!
Isso é reflexo de Nosso País... Uma Vergonha !!!
A GLOBO MANDA NO FUTEBOL BRASILEIRO!!!

CATITAS . .

ERA FELIZ E NUM SABIA . . .

Globo dificulta antecipação de cotas e deixa clubes com menos dinheiro para contratações.
A Globo mudou sua política de antecipação de cotas do contrato do Brasileirão. A alteração deixou alguns dos principais clubes brasileiros com menos fôlego financeiro ainda. Os dirigentes foram avisados de que a emissora estipulou um teto de R$ 100 milhões por ano em antecipações. E que essa cota referente a 2012 já foi atingida.
O que interessa é o valor da soma dos pedidos. Assim, mesmo que um clube não tenha feito antecipações, sua solicitação será negada, pois a grana disponível já foi usada. Além disso, avanços no contrato de 2013 não estão autorizados.
Um dos atingidos pela nova medida é o Palmeiras, que recentemente consultou a Globo sobre antecipação e ouviu um não.
Antes, os times usavam o Clube dos 13 para conseguir empréstimos bancários. Davam como garantia as cotas de TV. O banco antecipava os valores das parcelas e o C13 repassava diretamente a eles o dinheiro. Com a entidade fora do acordo com a emissora, a Globo colocou no contrato que o pagamento tem que ser feito diretamente aos clubes, a menos que ela autorize por escrito. O problema é que a autorização esbarra no teto de R$ 100 milhões, que não está determinado no contrato. É uma ordem da cúpula da emissora.
O novo procedimento é um dos obstáculos que os cartolas enfrentaram para pagar em dia o décimo terceiro salário dos jogadores. A contratação de reforços também foi prejudicada.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Palmada não pode
As caretas feitas pelo filho do senhor Jader Honesto Barbalho bem que poderiam ser resolvidos com uma palmadas, mas como agora é proibido por lei fazer isso, poderia então uns puxões nas orelhas?
Coações
"Os tristes dizem que os ventos gemem. Os alegres, que eles cantam"-Fernando Pessoa. É severo bronqueiros, ver o desconforto do Senador Pedro Simon com o retorno de Jader Barbalho.
Prenunciam Simon como fraco.
Êle não e frágil, apenas lança mão da ética, uma vez que não pode mostrar as potencialidades dos xingamentos e descarregar o "fel". Disse, contendo, apenas que o seu grupo no PMDB enfraqueceu com o parceiro que chegou juntando-se a Jucá, Sarney e Renam.
Pior, mandou um aviso a Demóstes, que agora a sua emenda constitucional formalizando e exclarecendo "atribuições" do CNJ, vai encontrar dificuldades com o reforço dos quadrilheiros protetores de varios membros.

TÁ DIFICÍL . . .

Frase do século.
O horário político é o único momento em que os ladrões ficam em cadeia nacional.

GRANADA . . .

O pior partido
O PMDB conta com uma plêiade de sanguessugas: Jucá, Sarney, Calheiros, Barbalho... sempre visto dantes na história desse país.
Eta povo ignorante que sempre os mantêm no poder.
São a mais baixa casta de políticos que só desejam se locupletarem dos cargos. Para estarem no poder fazem alianças e conchavos espúrios e nada acrescentam de bom para a nação.
São os primeiros a apoiarem o governo.
Jamais são contra.
Fácil de entender, não?
Você me apoia que eu te dou todo o respaldo necessário ... ninguém te tira daí.
E assim prosseguimos na triste sina da velha política rançosa e viciada de sempre.
Quando será que atingiremos a liberdade de saber escolher pela razão?
Sim, porque os maiores culpados são aqueles que sempre os elegem!!!

RAPOSA FELPUDA . . .

Culpa de quem?
Estranha a indignação da nação com a posse de Jader Barbalho. Foi o mais eleito, lógico que assuma. O problema é que o povo brasileiro é "ficha-suja", ou há outra explicação para a eleição de Tiririca, Romário, Agnelo, Sarney, Roseana, Simon, Ideli... Se o povo é burro, claro que o cardápio será capim. Candidato ruim é só não votar que o infeliz concorre até desistir: não será eleito jamais. Chega, a diferença para a Europa e EUA não são os candidatos, são os eleitores.

SOBRE AS RESOLUÇÕES DE ANO NOVO

Por Carlos Chagas.
Aproxima-se o dia 31 e não haverá um brasileiro, sequer, imune a programar suas resoluções de ano novo. Claro que vão durar poucos dias, quem sabe horas, mas será sempre bom não perder a esperança. Mudar, tanto faz se para melhorar ou para deixar as coisas como estão.
Parar de fumar, multidões já pararam, mas para os fumantes empedernidos, entre o último cigarro de 2011 e o primeiro de 2012 certamente decorrerão alguns minutos. O tabaco mata? Mata. Cada fumante que arque com as consequências, mesmo existindo o reverso da medalha: o cigarro também tranqüiliza, estimula e fornece inspiração. Aliás, a propósito dessa magnífica e necessária campanha nacional e mundial contra o fumo, há que ponderar. Ainda neste Natal os jornais estão repletos de tenebrosas notícias sobre mortes em acidentes automobilísticos. É sinal de que o carro mata, e mais do que o cigarro. Não seria o caso de as montadoras imprimirem de forma indelével nos parabrisas dos novos veículos imagens chocantes de desastres com a desfiguração de famílias inteiras, mais o alerta de que “carro mata”? Ou não fazem isso com os maços de cigarro que compramos no bar da esquina, inutilmente repudiando essas fotografias de horror?
Vamos adiante. Pelo menos beber e comer menos é outra resolução. Mas como adotá-la se a Humanidade inteira celebra as festas de reveillon com champagne, uísque, cachaça e uma infinidade de bebidas? Vale o mesmo para o almoço do primeiro dia de janeiro, pleno de pratos pesados, ou seja, ficará para o final do novo ano a parcimônia com comida e bebida.
Fazer exercícios? Dá gosto ver centenas de milhares de pessoas, todas as manhãs e, em especial, sábados e domingos, andando, correndo, pulando, entregando-se à ginástica, à musculação, às esteiras e a essa infinidade de aparelhos de levantamento de peso que só de olhar despertam cansaço. Tudo tem sua hora. Os exercícios fazem bem aos jovens, mas está para ser provado que os velhos melhorarão de saúde depois de uma corrida de alguns quilômetros ou em seguida a cinqüenta flexões. Da taquicardia a males piores, a distância fica mais curta.
Outra disposição para o tempo novo que se aproxima refere-se a como tratar os filhos, os netos, os subordinados e até os chefes. Àqueles, com muito mais carinho, consideração e respeito. A esses, com menos subserviência e sabujismo. Só que prevalecerá, como sempre, a natureza das coisas. Afinal, manda quem pode e obedece quem tem juízo. Continuaremos explodindo ao primeiro sinal de desídia, incapacidade e má-vontade dos que devemos orientar e de cujo desempenho dependem a nossa tranqüilidade e o nosso sucesso, ao tempo em que permaneceremos acatando determinações e projetos por nós considerados imbecis, mas que vem de cima, daqueles de quem dependemos para receber salário e sobreviver.
Mais uma resolução: aprimorar o espírito, aumentar a cultura, freqüentar cursos de aprimoramento profissional, aprender outras línguas, acompanhar o vertiginoso desenvolvimento da comunicação eletrônica. E jogar no lixo leituras supérfluas, dedicando-nos aos clássicos e à moderna literatura.
Começando pelo fim: diante de tanta chatice e mistificação que vem do passado, bem como do mercantilismo das atuais editoras, não há acordo possível. Melhor reler livros que nos marcaram e impressionaram ao longo das décadas do que, com o devido respeito, acompanharmos as evoluções de coelhos em torno da mesma cenoura. Enveredar na conquista de outros idiomas pode ser um risco e um desperdício, pois décadas atrás o mundo começou a trocar o francês e o inglês pelo russo, depois dedicou-se ao japonês, mas agora queima as pestanas em torno do mandarim. No final do ano poderá estar voltando ao alemão.
Quanto a dominar o universo dos e-mails, dos iPads, dos iPhones, dos tablets, dos twitters, dos webs e de tanta parafernália, o perigo é de nos surpreendermos por logo estar tudo ultrapassado e substituído por enigmas muito superiores. De tanto mexer com essas maquininhas diabólicas e seus desempenhos, esquecemos de pensar sobre as maiores realidades do ser humano, isto é, de onde viemos e para onde vamos, porque a resposta não chegará pela Internet.
Há um propósito que ambicionamos faz tempo, impedido de realizar-se pela própria essência: em vez de continuarmos criticando, ridicularizando e desprezando os partidos políticos, por que não ingressarmos naquele de nossa melhor preferência, contribuindo para o seu aprimoramento? Só assim melhorariam o Estado e o governo, bem como a vida da população. O diabo é saber quanto tempo vai demorar para que, ao invés de transformá-los, sejamos transformados pela tentação de faturar mais algum, de conseguir nomeações para amigos e parentes ou contratos para a realização de obras invisíveis e serviços inviáveis. Além de dificuldade suplementar: são todos iguais não apenas no açodamento com que se lançam às benesses do poder. Seus programas também não diferem.
Em suma, e mil outras resoluções existiriam, mas melhor nos conformarmos com a preparação daquelas efetivas, fundamentais, de que trataremos em dezembro de 2012...

FELIZ ANO NOVO . . .

Ciro Gomes é cotado para assumir pasta de Mercadante.
Ciro Gomes está cotado para assumir o lugar de Aloizio Mercadante (PT) no comando do Ministério da Ciência e Tecnologia. Segundo o jornal Correio Braziliense, Mercadante e Ciro conversaram pessoalmente no ministério há aproximadamente duas semanas, encontro que provocou uma tensão no PT. Desta forma, o PSB fica na mão, já que terá de encontrar alguém tão forte quanto o do ex-governador do Ceará. Isso porque, caso Ciro vire ministro, ele será um indicado pessoal da presidenta Dilma Rousseff e não do PSB. “O Ciro é filiado ao partido, mas ele é o Ciro, tem personalidade própria”, disse um integrante da cúpula do partido.
Seguro-desemprego vai aumentar 14%
O valor do seguro desemprego terá um reajuste de 14% em 2012. A porcentagem foi estabelecida em resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), publicada nesta sexta (30) no Diário Oficial da União. Trata-se do mesmo reajuste anunciado para o salário mínimo, que também passará a valer a partir do dia 1º de janeiro.

PÓS-VESTIBULAR . . .

MANDAR . . .

A DIFERENÇA . . .

Esse discurso é conhecido e recorrente.
O artigo afirma que investimento na educação corresponde a 3% PIB. Indago: 3% ou 5%. Ao menos as últimas notícias do governo federal afirmam que é 5%, inclusive com o compromisso da presidenta Dilma Rousseff de aumentar até o final de seu governo para 7%.
Sabemos que existiu no governo tucano e faz parte da lógica capitalista, sobretudo no estado atual do capitalismo, a hegemonia do capital financeiro. Sabemos que o governo atual tem uma ideologia e um compromisso ideológico, diferente. Provou nos oito ano de Lula e agora com a Dilma. Para não ficarmos, como muitos críticos, muitas vezes bem intencionados e outras fazendo um discurso pseudo radical.
Gostaria de refletir e receber respostas concretas, do que se passa nessa area da parte do governo.
O que fazer, quais as dificuldades e limites. Temos uma dívida pública, como fazer, para resolver esse impasse. Como pagá-la, ou não pagá-la? Existe uma politica deliberada do governo em favorecer o sistema financeiro?
Poderia haver um pacto entre o sistema chamado produtivo, governo e trabalhadores, para combater o que chamamos de hegemonia financeira? O mundo capitalista passa por uma crise estrutural e as esquerdas não encontram uma saída alternativa.
Sabemos que a saida é o socialismo, mas como chegar lá, sem ruptura revolucionária. Será que somos todos traidores? Acho que está faltando uma reflexão mais profunda.
O grande exemplo está aqui no Brasil, pois embora, saibamos a diferença entre a politica neoliberal tucana e o governo democratico-popular de Lula e Dilma Rousseff, muitos denominados de esquerda dizem que os governos são iguais, o que o povo não concorda.
Por Saul Leblon, na Carta Maior.
Em 12 meses até novembro, R$ 137,6 bilhões em receitas fiscais foram desviados de projetos prementes na área social e de infraestrutura e canalizados ao pagamento de juros da dívida pública brasileira. O valor equivale a 3,34% do PIB previsto para 2011. Não é tudo; a despesa efetiva com os rentistas é bem maior.
A economia feita pelas três esferas de governo até agora, mais as estatais, cobre apenas uma parte do serviço devido, da ordem de R$ 240 bilhões este ano, sendo o restante incorporado ao saldo principal, elevando-o. Em 2011, essa 'capitalização' (deles) acrescentará R$ 110 bilhões à dívida, totalizando o equivalente a 5,6% do PIB em juros.
A sangria se consuma no orçamento federal que em 2012 destinará 47,2% do total, ou seja, mais de R$ 1 trilhão, ao pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Consolida-se assim um caso clássico de captura do Estado pela lógica da servidão rentista na qual quanto mais se paga, mais se deve.
Em dezembro de 2009 a dívida interna pública era de R$ 1,39 trilhão; em dezembro de 2010 havia saltado para R$ 1,6 trilhão; em 2011 deve passar de R$ 1,7 trilhão. De janeiro a novembro ela cresceu R$ 148,67 bilhões. O valor é R$ 53,5 bilhões superior ao total dos investimentos realizados no período pela União e o conjunto das 73 estatais brasileiras, que cairam 3,2% em relação a 2010.
É tristemente forçoso lembrar que enquanto a despesa com os rentistas esfarela 5,6% do PIB em juros, o orçamento federal para a saúde em 2012 será da ordem de R$ 90 bilhões (uns 3,5% do PIB); o SUS terá R$ 80 bilhões para atender 146 milhões de pessoas. E o valor aplicado numa área crucial como a educação gira em torno de 3% (NR: 3% do orçamento federal para 2012; somadas as tres esferas, municipal, estadual e federal, chega a 5% do PIB). Discute-se se há 'margem' fiscal para elevar isso a 7% ou 8% --em uma década. Os movimentos sociais e a UNE defrendem 10% do PIB.
Visto à distancia, o naufrágio europeu permite enxergar melhor o absurdo que consiste em colocar o Estado e a sociedade a serviço das finanças e não o contrário.
Sem uma política corajosa de corte na ração rentista o Brasil cruzará décadas apagando incêndios no combate à pobreza e a miséria que enredam a vida de 27% da população e às deficiências de infraestrutura social e logística. É melhor que a regressividade demotucana. Mas insuficiente para embalar a travessia histórica da injustiça e do subdesenvolvido para uma Nação rica, compartilhada por todo.

FODAM-SE . . .

Esse Mariano Rajoy e sua quadrilha são os únicos espanhóis que conseguiram emprego em 2011. Mas não foi por mérito, não. Foi por sabujismo, por subserviência aos grandes bancos, que passaram a conta do big preju de 2008 para os governos, e depois exigiram dos governos a imposição da necessária austeridade contra o povo.
*A DIREITA DIZ A QUE VEIO: depois de congelar o salario mínimo, o novo governo espanhol, presidido pelo direitista Mariano Rajoy, anunciou hoje o mesmo procedimento para o salário do funcionalismo público, como parte de cortes de gastos da ordem de 8,9 bilhões de euros, que incluem também ampliação da carga horária de trabalho do setor estatal.
** outros 6,2 bilhões de euros serão obtidos com a elevação de impostos, 64% sobre os rendimentos do trabalho e apenas 36% sobre os ganhos do capital: é a maior  ofensiva tributária desde a redemocratização do país (leia nesta pág. a análise de Eric Nepomuceno).
** Brasil tem déficit de 300 mil professores.
** procura por cursos de Pedagogia definha, de 440 mil matrículas em 2005, para 118 mil em 2009.
** motivo: o baixo salário do professor que representa, em média, 60% daquele obtido em outras profissões de nível e dedicação equivalentes.

AQUILO QUE NOS DEVORA


2011/2012:  Visto à distância, o naufrágio europeu permite enxergar melhor o absurdo que consiste em colocar o Estado e a sociedade a serviço das finanças e não o contrário. Sem uma política corajosa de corte na ração rentista o Brasil  cruzará décadas apagando incêndios  no combate à pobreza e a miséria que enredam a vida de 27%  da população e às deficiências de infraestrutura social e logística.  É melhor que a regressividade demotucana. Mas insuficiente para embalar a travessia histórica da injustiça e do subdesenvolvido para uma Nação rica, compartilhada por todos. (Carta Maior; 6ª feira; 30/12/ 2011)

RECALL . . .

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

TA CHEGANDO A HORA . . .

BARBALHINHO . . .

Filhos de Jader Barbalho.
Senti pena dessa criança roubando a cena em um momento tão triste da história de nossa nação: posse do pai dele em pleno recesso do senado. Um dia li que "pais neuróticos - filhos idem" - que educação deram e estão dando a essa criança que fará parte do futuro deste país e com certeza pelo DNA talvez venha a ser um político.
Meu Deus, tende piedade do povo brasileiro que trabalha e paga impostos para sustentar os corruptos.
Misericóridia meu pai!
Daria tudo para saber o que o Sr. Jader Barbalho está achando hoje da repercussão do comportamento do filhinho dele na imprensa do mundo - nada mais é que reflexo do deram e dão a essa filho.

ALGEMAS . . .

ADRIANETES . . .

ACAREAÇÃO

MEGA DA VIRADA . . .

EUFORIA DEMAIS É UM PERIGO


Por Carlos Chagas.
É preciso tomar cuidado com essa história de que o Brasil ultrapassou o Reino Unido e agora passou à quinta economia do planeta. Euforia demais é um perigo. Ninguém esquece os tempos do “milagre brasileiro”, do “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Deu no que deu, até na Comissão da Verdade. Ainda bem que o governo e o Congresso estão de recesso, senão já teria começado a maratona de discursos e pronunciamentos celebrando o anúncio.
Começa que devemos desconfiar de quem anuncia. São eles mesmo, as empresas e institutos americanos que de vez em quando entram em parafuso, até em falência, acostumados a dar notas para todo mundo, menos para eles.
Depois, porque a produção não é tudo. Indústrias, comércio, agricultura e serviços vão bem, mas nem tanto a ponto de evitar que o crescimento do PIB congelasse no último trimestre. A explicação é de que outros cresceram menos, ou não cresceram. Claro que a notícia surge positiva, nos enche de orgulho, mas seria bom atentar para nossos índices de pobreza e até de miséria. Na palavra da própria presidente Dilma, o Brasil tem 16 milhões de miseráveis. Festejar o quinto lugar será prematuro enquanto a distribuição da renda nacional não chegar a patamares muito mais justos. Os potentados de nariz em pé deveriam olhar para o fim da fila.
A propósito, continua sempre oportuno buscar no passado lições capazes de nortear nosso futuro. Voltaire, no imperdível “Ensaio Sobre a Moral e o Espírito das Nações”, puxou as orelhas da França ao escrever que nenhum país possuía o tal “destino manifesto” de que se vangloriavam as elites francesas. Muito pelo contrário, ridicularizou o Estado, a nobreza, o clero e negou o direito divino dos reis ao prever sérias dificuldades para o país envolto na ilusão. Felizmente para ele, morreu antes da Queda da Bastilha. Poderia até clamar pela Revolução, mas jamais concordaria com o Terror, a ditadura e o império de Napoleão.
Ignoramos o que acontecerá caso o mundo continue mergulhado na crise, mesmo se nós permanecermos crescendo. Boa coisa não será.
SEM CREDENCIAIS.
Por falar em Voltaire, não dá para resistir à tentação de contar mais uma de suas ironias. Depois de passar a vida criticando a Igreja, seu comportamento e seus privilégios, com o refrão de “écrasez l’infame” (esmagai a infame), com mais de 80 anos, às portas da morte, o velho filósofo recebeu um padre que tentou prepará-lo para a outra vida. Indagou do visitante: “Quem o enviou?” Como resposta, ouviu: “Deus em pessoa!” E a réplica: “Então vejamos suas credenciais!”
Guardadas as proporções, tem muita gente falando em nome da presidente Dilma Rousseff, em especial sobre a reforma do ministério. Mas credenciais, mesmo, andam em falta...
OS CAVALOS E OS ASNOS.
Para registrar que a verve de Voltaire não foi característica de sua longa experiência, vai uma de sua juventude. Recém-chegado a Paris, com vinte anos, surpreendeu a capital francesa com seus artigos e comentários ferinos. O Regente, Felipe de Orleáns, que governava em nome do jovem Luís XV, resolveu fazer economia e mandou cortar pela metade a despesa com as cavalariças reais. Vendeu mais de 500 corcéis. Voltaire não perdeu a oportunidade e escreveu que em vez dos cavalos, o Regente deveria livrar-se dos muitos asnos que evoluíam em torno do trono.
Irritado, Felipe encontrou-se com o jovem no Bois de Boulogne, onde a nata da sociedade costumava passear. E falou: “monsieur Arouet, vou proporcionar-lhe uma visão de Paris que o senhor jamais viu.” No dia seguinte Voltaire estava preso na fortaleza da Bastilha, onde ficou por onze meses. Arrependido, o Regente mandou soltá-lo e ainda concedeu-lhe a pensão anual de algumas centenas de francos. O incorrigível gênio escreveu de volta: “agradeço a Vossa Majestade preocupar-se com minha alimentação diária, que aceito, mas quando às minhas acomodações, pode deixar que eu mesmo cuido.”
Perdeu a dotação e precisou refugiar-se em Londres, para não ter que voltar à Bastilha...
A VEZ DE RICHELIEU.
Vamos ficar na França imortal e retroceder um século. O Cardeal Richelieu governava com mão de ferro, como primeiro-ministro do rei Luís XIII, fraco e hesitante. Tinha como princípio que, em qualquer circunstância, o interesse público deveria prevalecer sobre o interesse privado. Um dia, no entanto, desabafou: “Muitas vezes tenho mais dificuldade em governar o rei do que o reino.”
De novo guardadas as proporções e com todo o respeito, vamos colocar a presidente Dilma no papel do Cardeal e imaginar se ela, de quando em quando, não encontra mais dificuldades em controlar o Congresso do que em gerir o país...

FERIADÃO . . .

PREVISÃO . . .

MAIS COISAS QUE INCOMODAM

Por Carlos Chagas
Poucas vezes por ano abrimos espaço para alinhar coisas que nos incomodam, daquelas a que nos acostumamos, mas, sem dúvida, despertam nossa indignação. Aproveitando a última semana de 2011, vale referir algumas novas.
A quem pensam enganar essas grandes lojas, supermercados e revendedoras de automóveis quando anunciam seus produtos cercados de noves? Noves, no caso, são ofertas que só tapeiam os incautos: 99 reais e 99 centavos por uma cadeira, 999,99 por uma geladeira, 9.999,99 por um som, 29.999,99 por um carro. Por que não assumem a fantasia, acrescentando mais alguns centavos? O freguês é bobo, como regra, mas nem tanto. Fica pior quando dividem as vendas em prestações, também floridas pelos nove. Será ética essa propaganda?
Apesar de lei já aprovada no Congresso, anos atrás, determinando a igualdade de decibéis nas transmissões, as grandes e as pequenas redes de televisão insistem em aumentá-los na hora dos anúncios. Diminuem durante a programação normal, seja em filmes, programas de auditório e toda parafernália apresentada nas telinhas. Imaginam que a publicidade gritada em nossos ouvidos aumentará o número de clientes, só que aumenta mesmo a indignação do telespectador, obrigado a digitar as teclas das maquininhas de controle remoto que fazem baixar e levantar o áudio. Nada mais antipático, ainda que rotina até mesmo nos canais a cabo.
Para ficarmos na televisão, incomoda sobremaneira assistir programas evangélicos onde tresloucados pastores ameaçam o auditório e a audiência com o fogo do inferno, as chamas eternas que fazem todo mundo tremer. Em especial quando, em seguida, exigem contribuições pecuniárias como passaporte para o céu. Existem pastores honestos, cuja função é explicar a Bíblia e dar conselhos éticos, mas cresce o número de picaretas que nem respeitam a gramática, quanto menos os textos religiosos. O diabo (com todo respeito) é que a presença deles multiplica-se em todos os horários, porque remunerar, remuneram muito bem as empresas televisivas. Quando não são seus proprietários.
Outra praga do reino midiático corre por conta da imprensa escrita. Fora as exceções, os jornais adotaram a prática publicitária de turvar suas primeiras páginas, por inteiro ou pela metade, superpondo folhas que ao invés de apresentarem notícias, enganam o leitor com anúncios variados, de eletrodomésticos a laticínios, bebidas, residências e tudo o mais. E com o título do jornal no alto, para dar a impressão de normalidade. Quem vai à banca da esquina e compra o seu diário gostaria de, ainda antes de chegar em casa, passar os olhos nas manchetes e chamadas principais, mas é obrigado a separar, rasgar e embolar a mistificação, jogando-a no lixo ou na calçada. De preferência, sem saber do que se trata.
Tem mais. O cidadão está em casa, descansando na poltrona depois de um dia árduo de trabalho e o telefone toca. Pode ser um parente, um amigo, uma namorada, mas não é. Do outro lado, ouve-se mil vezes de dia e de noite, vem a voz melíflua e pernóstica de alguém que com intimidade exagerada se diz a “Marinhinha”, a Mariazinha” ou a “Ermengarda”, chamando-nos pelo nome, porque já pesquisou. Sem mais aquela, oferece produtos e planos variados a preços módicos, com vantagens mentirosas, ou, com muita frequência, pede auxílio para entidades beneficentes das quais nunca ouvimos falar. Quem lhes deu o direito de invadir nossa privacidade? Ajudar criancinhas órfãs, velhinhos desamparados e doentes de todas as espécies é nosso dever, e o cumprimos junto a organizações sérias, com recibo. A maioria desses pedidos telefônicos, porém, envolve arapucas, daquelas que embolsam as contribuições apenas para irrigar as contas bancárias de quem telefona, sem ajudar ninguém.
Incomoda também não apenas um indivíduo ou uma família, mas quarteirões inteiros, quando alta noite ou de madrugada certos energúmenos resolvem dar festas em suas residências sem respeitar o direito a um relativo silêncio de que dispomos. Todos tem a prerrogativa de celebrar aniversários, formaturas, dias festivos ou até coisa nenhuma. O que não dá para aceitar são essas festas de “bate-estaca”, com DJs ou sem eles, berrando e apresentando conjuntos e bandas que não seriam abomináveis caso adotassem performances civilizadas. Chamar a polícia não adianta, seja em bairros populares, seja em conjuntos com sofisticadas mansões. O resultado é o mesmo: os agentes da lei não aparecem. E quando se dão ao favor de atender o telefone, respondem que precisamos ir à delegacia, lavrar auto de perturbação da ordem. Vale essa mesma indignação para quem mora perto de auditórios especializados em cultos religiosos cujos alto-falantes voltam-se para a vizinhança, repetindo em altos brados aquilo que a televisão também mostra.
Não tem fim, o rol das coisas que deixam o cidadão comum exasperado em sua residência. Agora, se sair de casa, pior ainda. Em especial nas grandes cidades, mas também nas pequenas, o trânsito tornou-se infernal. Em nome do crescimento econômico, as montadoras continuam produzindo milhões de veículos por ano, sem o menor controle por parte das autoridades públicas quanto ao seu destino. Fossem em maior parte para exportação e ainda lavaríamos as mãos, concluindo que o problema era dos outros. Só que é nosso. Trafegar nas ruas e avenidas exige paciência redobrada, e o que dizer dos estacionamentos em filas duplas e agora triplas, nas ruas e nas calçadas? Não aparece um guarda ou agente encarregado da fiscalização. Nas horas do rush dá vontade de sumir. Como os transportes públicos são lamentáveis, no país inteiro, assiste-se a congestionamentos quilométricos, sob o anúncio dos governos de que vão construir mais pontes, viadutos, avenidas e túneis. Só que não adiantará nada. Os automóveis particulares sempre serão em maior número. Dever dos governantes, mesmo, seria investir nos metrôs e nas vias expressas para ônibus, assim como regular a liberação de novas viaturas particulares, mas falta coragem. Além do risco da reação da indústria automobilística, capaz de eleger ou derrubar a maioria dos ditos representantes do povo.
Perturba todo mundo, também, a propaganda desmedida a respeito de estarmos voltando a ser uma ilha de paz e prosperidade em meio a um mundo conturbado. Essa estratégia é perigosa, como demonstrou a ditadura militar. Pois não é que está voltando? Já somos a quinta economia do mundo, até ultrapassamos o Reino Unido, no último fim de semana. Ganha a mídia o projeto de erradicação da miséria, como nos últimos nove anos ouvimos 24 horas por dia que o desemprego estava caindo, que milhões de novos postos de trabalho com carteira assinada tinham sido criados. Pode até ser meia verdade, porque das demissões, nunca falaram. Já que saímos de casa, o que dizer da multidão de pedintes e infelizes vendedores de todas as coisas, postados nos semáforos? Oferecem Papais Noéis de plástico, nestes últimos dias do ano, como também garrafas d’água, biscoitos, panos de prato, bolas de borracha e muito mais. Fora os que apenas se entregam à caridade pública. Autoridades e elites os ignoram, sem perguntar sobre o desemprego. Não querem ser incomodados...
Jucá, Sarney, Renan e Jader no Senado... Meu Deus!
Senador Pedro Simon (PMDB/RS), demonstrando desconforto com correligionários.
Carma
Lula, Dilma, Lugo, Chávez e agora Cristina Kirchner: o câncer na chamada esquerda latina não é só solidário, mas também contagioso.

ALÔ BASE

TUA HORA VAI CHEGAR . . .

PT se prepara para guerra e já ameaça o PSB.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, diz preparar-se para o embate contra o PSB, em 2014, e ainda garante que a orientação é da presidenta Dilma. Os petistas estão a cada dia mais desconfiados com o comportamento do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, principal estrela do PSB. Dizem abertamente que o PSB não pode insistir numa atitude independente, ou será tratado como inimigo.
Xodó ameaçado.
O crescimento do PSB e sua política de aliança já levou até Lula a fazer reparos às atitudes do governador Eduardo Campos, seu xodó.

VETA DILMA

CORÉIA DO NORTE . . .

GRANDE COISA . . .

** "É muito, muito, muito estranho... É um pouco difícil de explicar isso, inclusive pelas leis de probabilidades".
** Hugo Chávez, sobre os casos sucessivos de câncer que vitimaram, em dois anos, Fidel, Lugo, ele próprio, Lula, Dilma e, agora, Cristina. Chavez recomendou cuidado a Evo.

AQUILO QUE NOS DEVORA

2011/2012 - Em 12 meses até novembro,  R$ 137,6 bilhões em receitas fiscais foram desviados de projetos prementes na área social e de infraestrutura e canalizados ao pagamento de juros da dívida pública brasileira. O valor equivale a 3,34% do PIB previsto para 2011. Não é tudo; a despesa efetiva com os rentistas é bem maior. A economia feita pelas três esferas de governo até agora, mais as estatais, cobre apenas uma parte do serviço devido, da ordem de R$ 240 bilhões este ano, sendo o restante incorporado ao saldo principal, elevando-o. Em 2011, essa 'capitalização' (deles)  acrescentará R$ 110 bilhões à dívida, totalizando o equivalente a  5,6% do PIB em juros. Consolida-se um caso clássico de captura do Estado pela lógica da servidão rentista na qual quanto mais se paga, mais se deve. Em dezembro de 2009 a dívida interna pública era de R$ 1,39 trilhão; em dezembro de 2010 havia saltado para R$ 1,6 trilhão; em 2011 deve passar de  R$ 1,7 trilhão. De janeiro a novembro ela cresceu R$ 148,67 bilhões. O valor é R$ 53,5 bilhões superior ao total dos investimentos realizados no período pela União e o conjunto das 73 estatais brasileiras, que cairam 3,2% em relação a 2010. É tristemente forçoso lembrar que enquanto a despesa com os rentistas esfarela 5,6% do PIB em juros, o orçamento federal para a saúde é da ordem de 3,5% do PIB, com as consequências vistas e sabidas. E o valor aplicado numa área crucial como a educação gira em torno de 5% do PIB. Discute-se calorosamente se há 'margem' fiscal para elevar isso a 7% ou 8%... em uma década. Visto à distancia, o naufrágio europeu permite enxergar melhor o absurdo que consiste em colocar o Estado e a sociedade a serviço das finanças e não o contrário. Sem uma política corajosa de corte na ração rentista o Brasil  cruzará décadas apagando incêndios no combate à pobreza e a miséria que enredam a vida de 27%  da população e às deficiências de infraestrutura social e logística.  É melhor que a regressividade demotucana. Mas insuficiente para embalar a travessia histórica da injustiça e do subdesenvolvido para uma Nação rica compartilhada por todos. (Carta Maior; 5ª feira; 29/12/ 2011)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A 'FILOSOFIA DA REVOLUÇÃO' DE CHE GUEVARA

Apropriar-nos de forma criativa da herança guevarista, resgatando a atualidade que esta conserva frente às grandes mudanças globais e as metamorfoses sociais, políticas e culturais que marcaram a passagem do século XX ao XXI, é um desafio bastante estimulante. Nas palavras do próprio Che, “se novos fatos determinam novos conceitos, não se tirará nunca sua parte de verdade daqueles que tenham passado.”
Muitos não percebem a atualidade do pensamento guevarista. Porém, quando nos debruçamos sobre ele, descobrimos que muitas das mudanças ocorridas nas últimas décadas, encontram respostas no legado do Che, tanto programáticas quanto estratégicas. A “filosofia da revolução” do Che é, nos dias de hoje, absolutamente contemporânea, tão vívida como a permanência icônica e universal de sua imagem.
“A real capacidade de um revolucionário se mede por saber encontrar táticas revolucionárias adequadas em cada mudança de situação, em ter presente todas as táticas e explorá-las ao máximo..”.
O intelectual cubano Luiz Salazar propõe uma tese muito interessante. Diz ele que voltar à obra do Che nos permite ver no significado de suas utopias as “verdades do futuro” (Vitor Hugo). Defende que podemos encontrar no acervo político do Che, novas “soluções revolucionárias”.
O socialismo para nós continua sendo pré-condição para que a humanidade possa constituir uma nova civilização, alternativa a barbárie moderna. E o Che ensinava: “Para construir o comunismo simultaneamente com a base material há que construir o homem novo.” Não devemos esquecer, também, que para o Che, “o dever de todo o revolucionário é fazer a revolução”, lutar por isso persistentemente. Para o Che, a construção do socialismo exige uma radical revolução democrática, participativa, além de uma grande revolução cultural.
A práxis revolucionária guevarista buscou sempre recuperar a essência subversiva dos clássicos do marxismo. Por exemplo, o maior marxista latino-americano da primeira metade do século XX, o peruano José Carlos Mariátegui, escrevia em 1928: “Contra uma América do Norte capitalista, plutocrática, imperialista, só é possível opor de maneira eficaz uma América, latina ou ibérica, socialista”. Quatro décadas mais tarde, Che Guevara retoma esta bandeira socialista e antiimperialista, concluindo sua famosa “Mensagem a Tricontinental” afirmando: “ou revolução socialista ou caricatura de revolução”!
Mas qual socialismo o Che defendia? Cada vez mais crítico nos seus últimos anos em relação às experiências socialistas “reais”, européia e chinesa, Guevara buscava um novo caminho para Cuba e para nossa América Latina. Para enfrentar esse desafio ele também coincidia com as idéias de Mariátegui, que havia declarado: “Não queremos, certamente, que o socialismo seja nas Américas calco e cópia. Deve ser criação heróica. Temos que dar vida, com nossa própria realidade, com nossa própria linguagem, ao socialismo indo-americano.”
Boa parte da reflexão do Che e de sua prática política, sobretudo nos anos 60, tinha como meta sair do impasse que a caricatura de socialismo burocrático do modelo soviético impunha aos povos na América Latina e no Terceiro Mundo.
Segundo Michael Lowy, “o motor essencial desta busca de um novo caminho – mais além de questões econômicas específicas – é a convicção de que o socialismo não tem sentido – e não pode triunfar – se não representa um projeto de civilização, uma ética social, um modelo de sociedade totalmente antagônico aos valores do individualismo mesquinho, do egoísmo feroz, da competição, da guerra de todos contra todos da civilização capitalista”.
Como lembra Lowy, o Che tinha perfeitamente claro que a construção do socialismo é inseparável de certos valores éticos. Na famosa entrevista de Guevara a um jornalista francês em julho de 1963, ele insistia: “o socialismo econômico sem a moral comunista não me interessa. Lutamos contra a miséria, mas ao mesmo tempo contra a alienação. (...) Se o comunismo passa por cima dos fatos de consciência, pode ser um modo de distribuição, mas não será mais uma moral revolucionária”. O Che sabia que se o socialismo tentasse competir com o capitalismo no terreno do adversário, o terreno do produtivismo e do consumismo, utilizando suas próprias armas – o mercado e a concorrência – estava condenado ao fracasso.
O socialismo para o Che era o projeto histórico de uma nova sociedade, baseada em valores de igualdade, solidariedade, livre discussão e ampla participação popular. Lowy salienta que tanto suas críticas crescentes ao modelo soviético quanto sua prática como dirigente político e sua reflexão teórica sobre a experiência cubana são inspirados por esta utopia revolucionária. Em seus escritos econômicos a questão da planificação socialista ocupa um lugar central, e nos seus últimos anos a concepção de democracia socialista na planificação começa a aparecer como essencial.
Quando critica o Manual de Economia Política da Academia de Ciências da URSS, Che Guevara avança um princípio democrático fundamental, capaz de colocar de cabelos em pé os burocratas stalinistas (e de outros tipos também): numa verdadeira planificação socialista é o próprio povo, os trabalhadores, as massas que devem tomar as grandes decisões econômicas.
Contra a monopolização das decisões por tecnocratas ou burocratas “comunistas”, o Che insistia na necessidade de uma verdadeira participação popular: os grandes problemas sociais e econômicos de uma sociedade são políticos e devem ser objeto de debate e decisão democrática pela maioria. Fica claro que a reflexão de Guevara sobre o socialismo não se limita unicamente a Cuba ou América Latina: ela é universal, mundial, internacionalista. Para o Che o verdadeiro socialista é aquele que considera sempre os grandes problemas da humanidade como seus problemas, que não se sente alheio a eles, muito pelo contrário.
Numa bela síntese apresentada por Michael Lowy no Fórum Social Mundial de Porto Alegre encontramos o “espírito” da filosofia da revolução guevarista : “O internacionalismo para Guevara – ao mesmo tempo modo de vida, fé profana, imperativo categórico e pátria espiritual – era inseparável da idéia mesmo de socialismo, enquanto humanismo revolucionário, enquanto emancipação dos explorados e oprimidos do mundo inteiro, numa luta sem tréguas nem fronteiras com o imperialismo e a ditadura do capital.”
E segundo Lowy, os herdeiros do Che, a esquerda marxista e revolucionária, nas últimas décadas, “aprendemos a enriquecer nossa idéia do socialismo com a contribuição do movimento das mulheres, dos movimentos ecológicos, das lutas de negros e indígenas contra a discriminação. Assim é o processo de construção do projeto socialista: não um edifício pronto e acabado, mas um imenso canteiro de obras, onde se trabalha para o futuro, sem esquecer as lições do passado.”
Ao fim e ao cabo, como disse o velho Marx, o mais importante é a luta.
Afinal, como gostavam de lembrar, realisticamente, tanto Lenin como Walter Benjamin: o capitalismo não vai morrer de morte natural.

ISSO É QUE É . . .


ESTADO, DEMOCRACIA E A VOLTA DAS GRANDES MOBILIZAÇÕES

2011/2012:  - "... Efetivamente, as classes dominantes podem tolerar o conceito de democracia como uma forma puramente política na medida em que tenha pouco ou nenhum efeito prático sobre o poder econômico. Porém, o que estamos vendo no capitalismo global hoje é uma crescente contradição entre o alcance global do poder econômico do capital e o alcance muito mais restrito, limitado, dos poderes legais, políticos e militares que criam e mantém as condições para a acumulação do capital. A visão convencional sugere que o crescimento do capitalismo global levou a um declínio do Estado-nação. Meu argumento  é que não é verdade em absoluto. O capital global depende de um sistema de muitos Estados locais para manter a ordem social e administrativa que o capitalismo  necessita, mais que qualquer outro sistema econômico. No capitalismo global, os circuitos econômicos se organizam cada vez mais como relações entre Estados, seja entre o Estado imperial e seus subordinados, seja entre economias capitalistas competidoras. E quanto mais necessita o capital dos Estados para organizar os circuitos econômicos, mais perigoso será para o capital que esses Estados  caiam em mãos 'equivocadas' (NR: daí ser crescentemente explícito  também o seu antagonismo em relação à democracia). Sim, há concentrações visíveis de poder na esfera do capitalismo global, o Estado, todavia, persiste como um instrumento indispensável-se não 'o' instrumento do poder capitalista. Isso não significa, naturalmente, que as velhas formações políticas ou as organizações de classe tenham permanecidos iguais. Mas não implica tampouco que a luta contra o capitalismo não deva --ou não possa- ser concebida como a construção de um contra-poder. E como a classe trabalhadora --que não compreende mais apenas os operários de macacão, os colarinhos-azuis,  mas todos os que são explorados pelo capital,  segue na linha de frente do capitalismo, as organizações de classe e as formações políticas associadas à classe trabalhadora devem estar no centro desse contrapoder..."  (excertos atualíssimos de uma entrevista de 2003 de Ellen Meiksins Wood, filósofa política canadense, autora de 'Democracia contra o Capitalismo). (Carta Maior; 3ª feira; 27/12/ 2011)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O que está em crise é o modelo neoliberal. O problema é que sua hegemonia foi; é tamanha que os atores no comando do capital não conseguem ver as coisas diferentemente. O que nós estamos assistindo é mais uma crise do modelo de (des)regulação que do capitalismo.
A história mostrou a capacidade do capitalismo de adaptar-se e renascer das cinzas. E nós todos sabemos que não há superação que não seja política e as condições infelizmente não estão dadas, embora tudo isso possa mudar rapidamente. O problema não está muitas vezes em tomar o poder, porém de ter uma nova proposta de sociedade e conquistar a hegemonia das forças de mudança.
No Cairo havia um milhão de pessoas nas ruas quando Mubarak disse que não sairia, mas não havia força política organizada e o exército, como partido do capital, acabou tomando conta da situação.
Não é verdade que não haja saída para a Europa e o euro, isso depende das forças progressistas. A Europa pode se superar na crise e ir além do marco estreito em que se move, evoluindo para mais supranacionalidade, com Banco Central único, políticas econômicas comuns e mais poder de decisão às instâncias comunitárias. Apesar da crise, o euro continua sobrevalorizado. Portanto, é possível emitir moeda, como fizeram os EUA, com o "quantitative easing".
O que está em crise é um modelo de moeda comum conservando as soberanias dos Estados membros intactas.
Há sim uma saída que aprofunde a integração e a democracia no seio do bloco!

NEM TANTO

AQUECIMENTO GLOBAL . . .

A angústia de um gestor de capital.



"Desde o fim da Segunda Guerra, não há algo assim. É de uma gravidade e incerteza bem maiores do que os mercados hoje apontam. No pós-Segunda Guerra tivemos crises, claro, mas não são crises de esgotamento de modelo em escala global. A síntese é essa: o esgotamento de um modelo em escala global...Você tem de pensar em gestão de recursos sabendo que esse negócio vai acabar muito mal. Nós só não sabemos onde nem como. Porque não há precedente, não há previsibilidade. Algo de riqueza terá de ser destruído para preservar o resto. Não há ganhadores. Há quem perde menos.
Aqui não se trata de escolher entre o ótimo e o bom, mas entre o ruim e o péssimo. Eu fico pensando o tempo inteiro, porque isso é colapso de modelo. É o colapso de um negócio que deve US$ 3 trilhões ou US$ 4 trilhões e o sistema não tem como pagar. Além de tudo, o sistema, mesmo não pagando, não tem como continuar assim. Então, o que será da humanidade? Se eu consigo saber o fim da estrada, que será um desastre monumental, por que eu não sei o meio da estrada?
Aliás, nem eu nem ninguém. Parto de algumas premissas das coisas que tenho mais certeza para outras que tenho menos certeza. A primeira coisa clara para mim é que, de alguma forma, sempre quem paga a conta é o dinheiro. Isso não quer dizer que é para comprar ouro, que não vai resolver. Dinheiro sempre é o que perde mais porque é papel.
A outra conclusão é que o euro vai ser o grande perdedor - mas ainda não sei quem vai ser o vencedor. A terceira conclusão é que os bancos europeus, no geral, vão ter de ser estatizados. Não quebra ninguém. A quarta conclusão - e essa é binária - é que ou o euro acaba (e sobram 17 moedas nacionais) ou haverá uma monetização (ou seja, impressão de dinheiro pelos governos). Mas esses são dois caminhos totalmente opostos e suas consequências no mercado, também. Temos, portanto, cenários que são 'isso e aquilo' e cenários que são 'isso ou aquilo'. Então, tento começar a comprar opções. Onde eu posso estar muito errado? Esse negócio ficar em conta-gotas por meses. É que, nesse cenário, você compra seguro e acaba perdendo o prêmio. Quem ganha é a seguradora.
O raciocínio de gerir dinheiro é baseado em certezas, timings, coisas binárias. Um bilhão de pessoas têm até R$ 200 mil no banco. Essas pessoas têm seus recursos protegidos pelo governo. Mas quem tem muito dinheiro vai perder...90% do dinheiro do mundo que sobra está com menos de 1% das pessoas. A questão é que esse processo não necessariamente ocorrerá amanhã nem vai ser rápido.
Poucas vezes na minha vida me vi tão extremamente em dúvida. Não quer dizer que estou inativo. Mas, às vezes, acho que estou no comando da nave espacial que vai para o sol, às vezes acho que estou no comando do Titanic..." (Luís Stuhlberger, considerado um dos melhores gestores de capitais do Brasil; Estadão)