Com todo o respeito aos envolvidos no 11 de Setembro, penso que agora, depois deste acontecimento que alimentou a política e o nacionalismo , a elite "ultra" ficará mais rica e a maioria do povo mais patriota e alienado.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
ENTERRO NO MAR
Sem querer minimizar a tragédia ocorrida em 11 de setembro, não creio que os EUA tenham exercido idoneamente o seu papel de "guardiães da democracia". Quando há um crime, é justo e jurídico que se busque o culpado e o submeta a um julgamento. Mas neste caso o que se vislumbra é uma simples ordem de atirar, metralhar... O fato do corpo ter sido (supostamente) atirado ao mar é ainda mais grave, tendo em vista ter sido negado um elemento fundamental do estado de direito, o "direito ao corpo".
As retaliações certamente virão: a morte de Bin Laden não quer significar, em absoluto, o fim desta imensa e potente organização denominada "Al Quaeda".
O ESPETÁCULO DA MESMICE
A morte de Osama Bin Laden é mais um espetáculo a demonstrar que, nos EUA, não há nada melhor para a agenda republicana do que um democrata no poder. Tudo vai bem no país onde esquecer o povão é, há muitos anos, o principal programa de governo de ambos os partidos.
Por Antonio Lassance, Carta Maior.
O assassinato de Osama Bin-Laden foi planejado há quase uma semana, quando já havia informações seguras do paradeiro do terrorista saudita que aprendeu muito do que sabia, em termos militares, graças ao treinamento que recebeu da CIA, quando era um guerrilheiro lutando no Afeganistão ao lado dos Mujahideen, contra a ocupação soviética.
Após um “breaking news” (“notícia de última hora”) da TV comercial mais oficial do Planeta, a CNN (a preferida por Obama, que trava guerra com a emissora rival, Fox News, reduto da ultradireita), seguiu-se um imediato pronunciamento do Presidente. Poucas horas depois, o corpo do terrorista já estava debaixo d’água.
O furor causado pela morte de Bin Laden pode ofuscar o essencial: trata-se apenas de mais um ponto na longa lista de tarefas que Obama herdou da agenda republicana, e que a tem cumprido de bom grado.
Analistas de todas as áreas de políticas públicas apontam para a falta de uma agenda distinta, do governo Obama, capaz de honrar o compromisso de mudança apregoado em 2008. Paul Krugman, economista laureado com o Nobel, desde 2009 reclama da obsessão do atual governo com o tamanho do déficit público, a seu ver, exagerada, contraproducente e inadministrável no curto prazo. Não que a dívida não seja grande, mas em 2009 e 2010 ela esteve longe de ser o principal problema, diante da crise que se atravessava e suas consequências mais graves, como o desemprego em massa e o aumento extraordinário da pobreza naquele país.
Mesmo em termos da regulação econômica sobre o mercado financeiro se fez pouco. Apesar de toda a ousadia do discurso de campanha, feito sob medida para Obama conquistar fatias do eleitorado desesperadas com a crise, o que se fez saiu a fórceps, sob pressão da opinião pública. Há indícios de que o mercado financeiro continua cheio de novidades vendidas com a promessa de ganhos fáceis e rápidos.
Na saúde, sua reforma aprovada é um avanço em relação ao governo Bush, mas, cá entre nós, se Obama estivesse em coma, já estaria em vantagem quanto a Bush. O plano de saúde organizado pelo Governo Federal funciona com base nas mesmas regras do sistema privado. O cidadão norte-americano passa agora a ser obrigado a ter um plano de saúde, quer queira, quer não, e terá auxílios ou descontos no imposto de renda para mantê-los. A obrigação é fixa. O apoio do governo, variável, conforme o presidente de plantão.
Parece ótimo quando se vê que o custeio desta ampliação da cobertura de saúde está previsto para ser feito com impostos sobre “os mais ricos”. Mas os ainda mais ricos podem se beneficiar bastante. Lembre-se que a General Motors, um dos símbolos da crise recente, gasta mais com planos de saúde para seus funcionários do que com a compra de chapas metálicas para a fabricação de seus carros. Enquanto isso, a questão mais importante, que é a ausência de um sistema público de saúde, continua fora do debate.
Na educação, meio-ambiente, energia, dentre tantas outras, Obama tem seguido duas estratégias fundamentais. A primeira é priorizar agendas que por lá são chamadas de “bipartidárias”, ou seja, que podem contar com apoio também dos republicanos. A segunda, mesmo quando não há consenso, é enfrentar o debate com os conservadores com argumentos feitos para liberal algum botar defeito, ou seja, utilizando-se de soluções orientadas pelo mercado.
Com isso, Obama tem aprofundado uma tendência crucial no quadro político dos EUA. Os republicanos, para se diferenciarem, tornam-se cada vez mais ultradireitistas, ultraelitistas, ultramoralistas, ultranacionalistas e mais uma série de atributos começados com “ultra” e terminado com “istas”.
O partido se apegou aos extremamente ricos, que financiam o núcleo duro do movimento de ultradireita (“Tea Party”), e à classe média alta, que está insatisfeita em ter que pagar as cortesias feitas por Obama. Os republicanos têm se valido inclusive da ajuda de empresas que intimidam seus empregados a votarem em candidatos por ela indicados, como recentemente a revista “The Nation” reportou, em acusação às Indústrias Koch .
Os Democratas se fixam na classe média que luta para se manter enquanto tal, ou na ex-classe média, que viu sua renda despencar e quer retornar à posição que ostentava antes da crise. Tudo isso sem desagradar aos muito ricos que financiam suas campanhas eleitorais. Tornaram-se, como se tem dito, republicanos moderados, cumpridores da agenda que seus adversários deixaram pelo meio do caminho.
O debate político gira em torno de quem consegue fazer mais do mesmo.
Neste sentido, Obama acaba de ganhar um belo troféu no quesito “guerra ao terror”, com a morte de Bin Laden. O alerta sobre possíveis atentados que se podem seguir recoloca o tema no centro das preocupações dos americanos, o que minimiza os resultados pífios da administração Obama em várias áreas. E tudo aconteceu no momento certo para aumentar o favoritismo do presidente para as próximas eleições. Tudo com uma ajuda involuntária dos candidatos da oposição, que são pouco competitivos, se metem em encrencas banais, e seu discurso muitas vezes assusta, de tão raivoso.
Ou seja, tudo vai bem no país onde esquecer o povão é, há muitos anos, o principal programa de governo de ambos os partidos.
O assassinato de Osama Bin-Laden foi planejado há quase uma semana, quando já havia informações seguras do paradeiro do terrorista saudita que aprendeu muito do que sabia, em termos militares, graças ao treinamento que recebeu da CIA, quando era um guerrilheiro lutando no Afeganistão ao lado dos Mujahideen, contra a ocupação soviética.
Após um “breaking news” (“notícia de última hora”) da TV comercial mais oficial do Planeta, a CNN (a preferida por Obama, que trava guerra com a emissora rival, Fox News, reduto da ultradireita), seguiu-se um imediato pronunciamento do Presidente. Poucas horas depois, o corpo do terrorista já estava debaixo d’água.
O furor causado pela morte de Bin Laden pode ofuscar o essencial: trata-se apenas de mais um ponto na longa lista de tarefas que Obama herdou da agenda republicana, e que a tem cumprido de bom grado.
Analistas de todas as áreas de políticas públicas apontam para a falta de uma agenda distinta, do governo Obama, capaz de honrar o compromisso de mudança apregoado em 2008. Paul Krugman, economista laureado com o Nobel, desde 2009 reclama da obsessão do atual governo com o tamanho do déficit público, a seu ver, exagerada, contraproducente e inadministrável no curto prazo. Não que a dívida não seja grande, mas em 2009 e 2010 ela esteve longe de ser o principal problema, diante da crise que se atravessava e suas consequências mais graves, como o desemprego em massa e o aumento extraordinário da pobreza naquele país.
Mesmo em termos da regulação econômica sobre o mercado financeiro se fez pouco. Apesar de toda a ousadia do discurso de campanha, feito sob medida para Obama conquistar fatias do eleitorado desesperadas com a crise, o que se fez saiu a fórceps, sob pressão da opinião pública. Há indícios de que o mercado financeiro continua cheio de novidades vendidas com a promessa de ganhos fáceis e rápidos.
Na saúde, sua reforma aprovada é um avanço em relação ao governo Bush, mas, cá entre nós, se Obama estivesse em coma, já estaria em vantagem quanto a Bush. O plano de saúde organizado pelo Governo Federal funciona com base nas mesmas regras do sistema privado. O cidadão norte-americano passa agora a ser obrigado a ter um plano de saúde, quer queira, quer não, e terá auxílios ou descontos no imposto de renda para mantê-los. A obrigação é fixa. O apoio do governo, variável, conforme o presidente de plantão.
Parece ótimo quando se vê que o custeio desta ampliação da cobertura de saúde está previsto para ser feito com impostos sobre “os mais ricos”. Mas os ainda mais ricos podem se beneficiar bastante. Lembre-se que a General Motors, um dos símbolos da crise recente, gasta mais com planos de saúde para seus funcionários do que com a compra de chapas metálicas para a fabricação de seus carros. Enquanto isso, a questão mais importante, que é a ausência de um sistema público de saúde, continua fora do debate.
Na educação, meio-ambiente, energia, dentre tantas outras, Obama tem seguido duas estratégias fundamentais. A primeira é priorizar agendas que por lá são chamadas de “bipartidárias”, ou seja, que podem contar com apoio também dos republicanos. A segunda, mesmo quando não há consenso, é enfrentar o debate com os conservadores com argumentos feitos para liberal algum botar defeito, ou seja, utilizando-se de soluções orientadas pelo mercado.
Com isso, Obama tem aprofundado uma tendência crucial no quadro político dos EUA. Os republicanos, para se diferenciarem, tornam-se cada vez mais ultradireitistas, ultraelitistas, ultramoralistas, ultranacionalistas e mais uma série de atributos começados com “ultra” e terminado com “istas”.
O partido se apegou aos extremamente ricos, que financiam o núcleo duro do movimento de ultradireita (“Tea Party”), e à classe média alta, que está insatisfeita em ter que pagar as cortesias feitas por Obama. Os republicanos têm se valido inclusive da ajuda de empresas que intimidam seus empregados a votarem em candidatos por ela indicados, como recentemente a revista “The Nation” reportou, em acusação às Indústrias Koch .
Os Democratas se fixam na classe média que luta para se manter enquanto tal, ou na ex-classe média, que viu sua renda despencar e quer retornar à posição que ostentava antes da crise. Tudo isso sem desagradar aos muito ricos que financiam suas campanhas eleitorais. Tornaram-se, como se tem dito, republicanos moderados, cumpridores da agenda que seus adversários deixaram pelo meio do caminho.
O debate político gira em torno de quem consegue fazer mais do mesmo.
Neste sentido, Obama acaba de ganhar um belo troféu no quesito “guerra ao terror”, com a morte de Bin Laden. O alerta sobre possíveis atentados que se podem seguir recoloca o tema no centro das preocupações dos americanos, o que minimiza os resultados pífios da administração Obama em várias áreas. E tudo aconteceu no momento certo para aumentar o favoritismo do presidente para as próximas eleições. Tudo com uma ajuda involuntária dos candidatos da oposição, que são pouco competitivos, se metem em encrencas banais, e seu discurso muitas vezes assusta, de tão raivoso.
Ou seja, tudo vai bem no país onde esquecer o povão é, há muitos anos, o principal programa de governo de ambos os partidos.
A RESTAURAÇÃO ORTODOXA
Passado o pânico do colapso mundial gerado pelas finanças desreguladas, os mercados voltam a dar as cartas ocupando o vazio político propiciado pelo canhamento estratégico da esquerda diante da desordem rentista. A palavra de ordem é arrochar os gastos do Estado para digerir a reciclagem dos débitos privados em endividamento público, modelo que consagrou a convalescência da crise sem atacar as suas causas. O resultado é a emergencia de uma nova safra de Estados zumbi, tangidos pelo FMI e indiferentes ao protesto de quem vai pagar a conta em última instância: milhões de desempregados. Fatos: enquanto Hillary Cliton tem frêmitos diante da cabeça de Bin Laden, desemprego nos EUA atinge 14 milhões de pessoas, segundo Paul Krugman, e vai a 9% da força de trabalho; b) Portugal cortará investimentos em saúde e educação; estatais serão privatizadas, salários e aposentadorias serão congelados: taxa de desemprego deve atingir 13% em 2013; c) Espanha: desemprego bate recorde e atinge 21,3%, o maior entre os países industrializados; governo se antecipa às exigências dos mercados, corta gastos e investimentos; em algumas regiões, caso da Andaluzia, taxa de desemprego passa de 29%; d) Grécia: arrocho imposto pelos mercados piora a situação das contas públicas; déficit fiscal salta para 10,5% do PIB (meta era 8%) com a queda de receitas gerada pela recessão, o desemprego e corte de investimentos públicos; d) Irlanda, um caso terminal, debate-se na mesma endogamia viciosa de arrocho fiscal/recessão para debelar um déficit impossível: 32% do PIB em 2010. (Carta Maior; 5º feira, 05/05/ 2011)
quinta-feira, 5 de maio de 2011
DO FUNDO DA MEMÓRIA
Por Carlos Chagas
Usurpadores em profusão.
Neste registro ligeiro do movimento militar iniciado há quarenta e sete anos, que durou 21, importa ir completando a crônica daqueles idos.
Impossibilitado de governar em função de uma trombose cerebral, o segundo general-presidente, Costa e Silva, não foi substituído pelo vice-presidente Pedro Aleixo. Uma Junta usurpou o poder, constituída pelos ministros do Exército, Lyra Tavares, da Marinha, Augusto Rademaker, e da Aeronáutica, Marcio Mello. Foi o patamar institucional mais baixo que vivemos. Começaram prendendo o vice-presidente, para que não assumisse. Desvirtuaram o objetivo maior de Costa e Silva, que era revogar o Ato Institucional número 5, que ainda iria durar dez anos.
Cada general indagava “por que eles e não eu?” Estabeleceu-se o caos. Para completar, as esquerdas radicais fizeram o que ninguém fazia desde 1648, quando da assinatura do Tratado de Vestfália: sequestraram um embaixador, e logo dos Estados Unidos. Ninguém sabia o que fazer, nem mesmo o governo de Washington, que sem know-how de sequestros de embaixadores, pressionou a Junta Militar para cumprir todas as exigências dos sequestradores e salvar a vida de mr. Charles Burke Elbrick. Presos políticos foram tirados das masmorras e mandados para o México. Entre eles o líder estudantil José Dirceu. Caminhões do Exército distribuíram gêneros alimentícios pelas favelas cariocas. E o Jornal Nacional divulgou na íntegra manifesto onde os militares eram chamados de ditadores, torturadores, subservientes aos interesses americanos e vendidos ao capital internacional.
A crise gerou mais repressão, censura e congêneres, mas teve sua solução na imediata eleição de um novo general-presidente. Eleição direta, por sinal, mas com uma peculiaridade: só votaram os generais, almirantes e brigadeiros do serviço ativo. Para evitar a escolha do general Afonso Albuquerque Lima, de linha nacionalista, o processo foi garfado e, no final, surgiu o nome do general Garrastazú Médici, o mais apagado de todos.
Na posse, em cadeia nacional de rádio e televisão, ele prometeu que ao final de seu mandato deixaria a democracia definitivamente restabelecida no Brasil. Não deixou, porque apenas havia lido um discurso que não escrevera. O autor foi o então coronel Octávio Costa.
Em termos institucionais, o governo Médici não avançou, mas retroagiu, registrando-se que pelo menos não cassou um só mandato parlamentar. Não precisava. O Congresso vivia tempos de completo sabujismo e acomodação, apesar de o único partido de oposição, o MDB, começar a dar sinais de reação.
Nunca a censura foi tão abjeta quanto naqueles quatro anos de mandato do antigo chefe do SNI. Tudo era proibido, do surto de meningite que matou muita gente a críticas à política econômica e a referências à próxima sucessão presidencial. Avolumaram-se os sequestros, os assaltos a bancos e os atentados a quartéis, promovida que estava a guerrilha urbana pela esquerda irresponsável e burra, pois apenas dava pretexto á direita para manter a pata sobre a nação. Mais prisões, torturas e violência institucionalizada. Foi quando se ampliou a concepção de que vivíamos uma guerra interna, a guerra revolucionária.
No plano material, no entanto, era um sucesso. O Brasil chegou a crescer 11% em cada um daqueles anos, com desemprego zero. O presidente Nixon, dos Estados Unidos, chegou a declarar que para onde o Brasil se virasse, iria toda a América Latina.
O ministro da Fazenda, Delfim Neto, viu-se chamado de “o mago das finanças”. Quem se dedicasse a qualquer atividade produtiva ganhava dinheiro e aumentava a riqueza nacional. Era o período do “milagre brasileiro”, meio falso mas muito bem marqueteado. A maciça propaganda governamental chegava a cobrir o país com out-doors onde se lia “Brasil, ame-o ou deixe-o”, referência aos montes de adversários que ganhavam o exterior para não ser presos, torturados ou mortos. Sempre havia um gaiato para escrever a carvão, em baixo: “o último a sair apague a luz do aeroporto...”
Por ironia, no ano de 1970 o selecionado nacional de futebol tornou-se tricampeão do mundo. Para amargura de quantos se multiplicavam na oposição ao regime, o presidente Médici acertou, na véspera, o resultado da partida final com a Itália: 4 x 1. Foi a consagração do ditador, que passou a ter seu nome anunciado quando chegava aos estádios para assistir jogos de campeonato. Durante alguns meses, cem mil pessoas o aplaudiram de pé, sempre que entrava no Maracanã, no Morumbi e no Beira Rio.
Depois, as coisas voltaram ao leito natural, já que a repressão só aumentava. Faça-se justiça, o terceiro general-presidente também recusou a proposta dos áulicos, de reeleição.
O general Ernesto Geisel, então presidente da Petrobrás, ex-chefe do Gabinete Militar de Castelo Branco, dispôs de diversos fatores para tornar-se o sucessor. Seu irmão, Orlando Geisel, era o ministro do Exército. Costurando sua candidatura estava o general Golbery do Couto e Silva. Tinha fama de bom administrador e apoio no Alto Comando do Exército, conhecido como duro e inflexível, tanto que jamais concedera um único habeas-corpus para presos políticos, enquanto ministro do Superior Tribunal Militar. E contava com a indiferença de Garrastazú Médici.
Os tempos, porém, começavam a ser outros. A crise econômica já dava sinais inequívocos, pelo vultoso aumento dos preços do barril de petróleo exportado pelos árabes. Nossa dívida externa crescera vertiginosamente. As cobranças começavam e era necessário trazer a população para a realidade. Como permanecer transmitindo a impressão de que tudo ia bem quando a inflação crescia, o desemprego aparecia e as falências se multiplicavam? Por isso, o presidente Ernesto Geisel começou a retirar os censores das redações. Mas sempre sob a ameaça de voltarem, caso a imprensa não se comportasse. Quanto ao rádio e à televisão, nem pensar. Num país de analfabetos, dava dividendos conceder liberdade vigiada à imprensa escrita, mas tornava-se necessidade continuar arrochando vídeos e microfones.
STRIKE ! ! ! NA LIBERTADORES
Pior de tudo é que foi uma noite pra se esquecer, parecia maldição, pra mim simplesmente não caiu a ficha de como o Cruzeiro foi cair para um time tão fraco quanto o Once Caldas, que jogou simplesmente no erro do Cinco Estrelas, infelizmente foi decepcionante … inacreditável com os 4 brazucas estão fora … alguns clube estava leve vantagem.. e depois caiu… que vacilo, só sobrou peixinho vivo.. que se cuide… para mim é ainda o melhor clube das America para sempre…
Mas bola pra frente.
terça-feira, 3 de maio de 2011
E SE? ? POR QUE ?
Sinto-me convocado a fechar o assunto com um sutil toque filosófico; Com a pergunta mais pertinente do dia!
►►Por que o Frango atravessou a estrada?◄◄
PROFESSORA PRIMÁRIA: Porque o frango queria chegar ao outro lado da estrada.
CRIANÇA: Porque sim.
PLATÃO: Porque buscava alcançar o bem.
ARISTÓTELES: É da natureza do frango cruzar a estrada.
MARX: O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos, capazes de cruzar a estrada.
MARTIN LUTHER KING: Eu tive um sonho, vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.
FREUD: A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma de insegurança sexual.
DARWIN: Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente, de modo que, agora, têm uma predisposição genética a cruzar estradas.
EINSTEIN: Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.
MACONHEIRO: Foi uma viagem…
HELOISA HELENA: A culpa é das elites estelionatárias, caucasianas e aristocráticas, que usurpam a população de frangos e mostra a sua capacidade de luta em defesa dos seus direitos.
SEVERINO CAVALCANTI: É mentira… É tudo mentira. Desafio alguém que possa provar que o frango atravessou a estrada …
ZECA PAGODINHO: Porque do outro lado da rua tinha uma Brahma gelada.
AMIR KLINK: Para ir aonde nenhum frango jamais esteve.
NELSON RODRIGUES: Porque viu sua cunhada, uma galinha sedutora, do outro lado.
FEMINISTAS: Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada.
DATENA: É uma pouca vergonha… Uma Barbaridade… Põe no ar… Põe no ar aí as imagens do frango atravessando a estrada.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO: Por que ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Real, o povo está comendo mais frango.
PAULO MALUF: O meu governo foi o que construiu mais passarelas para frangos. Quando for eleito novamente vou construir galinheiros deste lado para o frango não ter mais que atravessar a estrada.
CAETANO VELOSO: O frango é amaro, é lindo, uma coisa assim amara. Ele atravessou, atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de D.Canô, quisera comê-lo… ou não!
MOISÉS: Uma voz vinda do céu bradou ao frango: “Cruza a estrada!” E o frango cruzou a estrada e todos se regozijaram.
MAQUIAVEL: A quem importa o por quê? Estabelecido o fim de cruzar a estrada, é irrelevante discutir os meios que utilizou para isso.
HEMINGWAY: “To die. Alone. In the rain.”
CHE GUEVARA: Hay que cruzar la carretera, pero sin jamás perder la ternura…
POR QUE MATARAM BIN LADEN ?
Por Eduaardo Guimarães, do Blog da Cidadania.
A teia de mentiras com que os Estados Unidos cercaram a ação militar que teria matado Osama Bin Laden impede que se tenha uma única certeza sobre o caso. Não se pode confiar nem no anúncio de que teria sido morto ou na descrição das circunstâncias em que isso teria acontecido.
Bin Laden nem era mais o comandante da Al Qaeda. Estava doente, debilitado e acuado. O bunker em que se escondia, era precário. Apesar de a mídia ter deixado a impressão de que seria uma fortificação à altura do homem que desafiou os EUA por uma década, seu abrigo não lhe permitiu resistir quase nada à ofensiva americana, a qual, cada vez mais, vai parecendo que o assassinou a sangue frio.
Por que o mataram, então? Vivo, Bin Laden teria sido extremamente útil. Poderia fornecer informações preciosas sobre a Al Qaeda. Aliás, um estadista prenderia o terrorista e faria um acordo com ele. Não aceitaria? Duvido. A Al Qaeda, Bin Laden, os EUA, ninguém lucra com aquela loucura toda. Lula faria um acordo com essa turma com um pé nas costas.
O problema são os EUA. Querem sempre ficar por cima. E, além de truculentos, assassinos, covardes, mentem compulsivamente. A desinformação que difundem sobre a “morte” de Bin Laden começou com a divulgação de foto falsa de seu cadáver por autoridades paquistanesas. Em seguida, as pessoas começaram a acordar para todo o resto.
Por que os EUA matariam um arquivo vivo?
Como acreditar que não haveria técnicas para prendê-lo vivo num ataque surpresa?
Por que difundiram a história de que ele teria se escudado, primeiro, atrás DA própria mulher e, depois, DAS mulheres de seu harém, para, ao fim, dizerem que nada disso ocorreu?
Por que se livraram do corpo tão rápido?
Por que não divulgam imagens do corpo?
Os americanos dizem que sumiram com o corpo para impedir que um seu túmulo conhecido se tornasse um local de peregrinação que serviria de incentivo a que outros seguissem seus passos.
É piada, não? Jesus Cristo não tem túmulo. Ah, Bin Laden não é Jesus? Ora, para seguidores fanáticos é, sim. E fotos? Ah, eles dizem que não divulgam para não ferir a sensibilidade da Al Quaeda com imagens tão feias. Parece brincadeira… Querem que o mundo acredite em suas versões sem apresentar nenhuma prova.
Finalmente, depois de tanta mentira, agora dizem que a própria guarda de Bin Laden o assassinou para que não desse informações. Como no caso da ou das esposas, pode ser só mais outra invenção. Aliás, fica difícil achar que não é…
Mas o pior vem agora. Os jornais estampam hoje a ameaça insana que decorre da morte de Bin Laden. A notícia até já envelheceu. Na segunda-feira, eu mesmo escrevia no Twitter que me chegavam links de matérias em inglês e espanhol dando conta de ameaça que o Wikileaks divulgara anteriormente de que, se algo ocorresse com Bin Laden, haveria uma “reação nuclear”. Fui chamado até de “catastrofista” por uma seguidora.
Segundo a ameaça feita antes mesmo de Bin Laden ser (?) morto, a Al Qaeda teria escondido um artefato nuclear na Europa. A notícia foi amplamente repercutida pela agência France Press e por veículos como o jornal alemão Der Spiegel.
É incompreensível, esse “assassinato”. Além de não desarticular a Al Qaeda, pois o alvo tornara-se inócuo, levantou ameaça ao mundo de retaliação (nuclear?) pela organização, ameaça que os jornais todos estampam hoje na primeira página. Por que diabos, então, os EUA “mataram” Bin Laden?
Basta puxar um fio das meias finas dos TricoFlores e la vem todas elas dando "Xiliques", pediram Pinico em 1938, tentaram afanar o Palestra em 1942, foram sim o time abastado na época da "Dita-dura", ganharam o Cição na "Mão Grande" e a mordomia do C 13 acabou, dai vem com a maior cara de pau, falar de Clube Impoluto, de transparência ? e vem querer esconder isso atráz de 3 Libertadores!
Desculpem mas as "Taças" não são tão grandes para esconder todas estas "Sujeiras"
Eu teria vergonha de dizer que torço para um Time, que espalhou aos 7 ventos que existia um esquema para televisionar os jogos, ver um dos seus jogadores afirmar isso em público, e assinar com a mesma em seguida, ver alterarem o estatuto do Clube para poder Re-re-reeleger um presidente, mas principalmente por se dizer "Parceiro" de um outro Clube e de uma Entidade e logo depois virarem as costas para os dois, sem o menor pudor "Vide o Atlético Mineiro e agora o C13"
E se dizem "Orgulhosos"!
Botam a maior banca, falam que vão peitar as federações e as emissoras de tv e o C13 irá vencer com o apoio dos outros clubes e aliciam clubes como Atlético, Inter e depois fogem como ratos quando o barco está afundando e com a maior cara de pau assina por umas esmolas de Segundo Escalão !
Clube Moral... Clube Ético... Clube Exêmplo... Clube Sustentável...
"Tem que ser muito otário mesmo... prá torcer prá este clube !!!"
É GRAVE A CRISE NO PT
Por Carlos Chagas
A dúvida limita-se à verdadeira causa de o ex-presidente Lula, estando em Brasília na última sexta-feira, haver voltado repentinamente para São Paulo sem comparecer à reunião do Diretório Nacional do PT. Mandou-se por discordar da escolha de Rui Falcão para a presidência do partido ou por conta do reingresso em suas fileiras de Delúbio Soares, expulso anos atrás como um dos chefes do mensalão?
Tanto faz, porque o Lula e o PT encontram-se em rota de colisão. E o ex-presidente não está sozinho. Com ele encontra-se a sucessora, Dilma Rousseff, que também não compareceu à reunião dos companheiros e nem recebeu Rui Falcão no palácio do Planalto.
Não adianta tapar o sol com a peneira porque é grave a situação. A escolha do novo presidente do partido à revelia e até contra a decisão de Dilma e Lula reflete a insatisfação da maioria dos companheiros diante do governo. A presidente e o antecessor preferiam Humberto Costa para dirigir o PT, estavam comprometidos com ele e viram-se atropelados pela maioria do Diretório Nacional. Lula foi embora, Dilma trancou-se.
E agora? Agora, mesmo com panos quentes já mobilizados e por mobilizar, fica claro que a fonte secou para o PT. Estão suspensas as nomeações de mais companheiros para o segundo escalão do governo, ou, pelo menos, para os que lideraram a rebelião.
GRIPE GENERALIZADA.
Nem o palácio do Planalto escapou. A gripe que tomou conta de Brasília atingiu a presidente Dilma Rousseff e a quase totalidade dos ministros e funcionários com gabinete na sede do governo. E como os germes chegaram antes da vacina, não adiantou submeterem-se todos à incômoda injeção preventiva. Estarão garantidos, no máximo, para o próximo surto.
Essa gripe começa pelos ouvidos e vai descendo para o nariz, a garganta e a traquéia, quando não para os pulmões. Leva mais de uma semana para sumir, mas não é preocupante. Apenas chata e barulhenta, não havendo quem escape da profusão de espirros e da tosse. Se todos são iguais perante a lei, por que não seriam diante da gripe?
A FALTA QUE FAZ UM JURISTA.
Por mais de um mês, no Senado, a Comissão Especial da Reforma Política debateu sugestões variadas, fixando-se em algumas, a começar pela supressão do direito de o eleitor escolher seu candidato a deputado, obrigando-se a votar apenas na legenda. Seria uma forma de prestigiar os partidos, cujos caciques iriam elaborar as listas de pretendentes. Nenhum senador, mesmo os advogados, percebeu o que agora acaba de denunciar o jurista Ives Gandra: a proposta é inconstitucional. Nossa Constituição estabelece que nenhuma lei poderá ser aprovada se revogar o voto direto e secreto. Votar nos partidos sem saber para quem irá o voto está proibido...
PRESSÃO NECESSÁRIA.
A maioria dos onze ministros do Supremo Tribunal sente-se incomodada pela demora como tramita o processo contra os quarenta mensaleiros. Nenhuma crítica fazem ao relator, Joaquim Barbosa, cientes dos meandros processuais que levam os respectivos advogados a tentar livrar os réus seus clientes. Só que começa a prevalecer na mais alta corte nacional de justiça aquele fator tão discutido quanto poderoso: o clamor das ruas. Não há quem deixe de se espantar pela sombra da impunidade que paira sobre o julgamento. Ou os réus não formaram uma quadrilha empenhada em disseminar a corrupção?
DO FUNDO DA MEMÓRIA V
Por Carlos Chagas
O melhor porque outros foram piores.Não houve, nos artigos anteriores sobre os mais de quarenta anos do movimento militar de 1964, qualquer intuito megalômano de fazer história. Outro autor bem mais competente, além de mil vezes duplicado o espaço aqui perdido, talvez venha a suprir as necessidades de uma tarefa que apenas o futuro promoverá com isenção. Sem as paixões e os condicionamentos daqueles que viveram a deflagração e o desenrolar de um regime ates de tudo ditatorial, truculento e cruel.
Mas um regime não apenas marcado por essas características. Foi, também, um período em que o Brasil conseguiu garantir sua soberania, garantir a maior parte de seus interesses, crescer, afirmar-se como nação e resistir ao assalto infelizmente responsável, hoje, por nossa transformação em apêndice desimportante da quadrilha neoliberal que nos domina.
Existiu um propósito encoberto neste despretensioso mergulho no passado: a apresentação dos contrários quem sabe contribuirá para a óbvia conclusão de que o Brasil só sairá do sufoco através da superação de seus ressentimentos internou.
Ninguém foi, como ninguém é, completamente mocinho. Nem bandido. Durante os 21 anos em que governaram, os militares erraram e acertaram. Imaginaram-se detentores das verdades absolutas, substituindo o povo quando se tratou de promover as sucessivas trocas de guarda. Mesmo assim, importa registrar que nem eles, podendo tudo, tiveram coragem de impor a reeleição. Muito menos de entregar o patrimônio nacional aos estrangeiros ou de escancarar nossas nossas portas à especulação financeira predatória.
Castelo Branco aceitou a prorrogação de seu mandato por um ano, mas fez questão de acrescentar à mão, no texto de um dos atos institucionais, que ficava inelegível para o próximo mandato. Hoje, é unanimemente referido como o mais democrata dos generais-presidentes. Talvez tenha sido o menos ditatorial, na medida em que mandou investigar denuncias de tortura, aliás mal investigadas, e não admitiu a censura à imprensa. Esta, é claro, auto-censurou-se.
O presidente recebia jornalistas, para conversar informalmente. Abordava todos os temas, exceção de uma tarde de Sábado, quando, no Rio, convocou os repórteres políticos dos principais jornais. O Secretário de Imprensa avisou que aquele encontro seria diferente. O presidente estava constrangido e tinha um único assunto a esclarecer. Ele desceu as escadas do segundo andar do palácio Laranjeiras de cenho carregado. E nos pediu que encontrássemos uma forma de divulgar, quem sabe nas colunas sociais, não no noticiário político, que o casamento era uma página virada em sua vida. Viúvo, venerando e adornado a lembrança da mulher falecida há pouco, não pensava em outra união. Conseguimos esclarecer as coisas: Castelo ressentia-se de notas publicadas nas colunas sociais a respeito de seu possível casamento com Sandra Cavalcanti, deputada e então presidente do Banco Nacional de Habitação. Não queria magoar a colaboradora, que admirava muito e jamais foi responsável por aquela fofoca.
Durante seu período de governo mandatos foram cassados, prisões ilegais consumadas e torturas praticadas. Até direitos sociais se viram suprimidos, como a estabilidade no emprego. O Congresso ficou fechado alguns dias, depois da invasão armada da Câmara dos Deputados, com direito a tanques, metralhadoras e tudo o mais.
No reverso da medalha, Castelo Branco refez estruturas econômicas arcaicas, atacou como ninguém a corrupção, propôs ao Congresso o voto do analfabeto e uma reforma agrária que, caso executada, não existiria hoje o MST.
Costa e Silva passaria à crônica política como o mais injustiçado dos presidentes militares, autor do Ato Institucional número 5, o pior de todos, não fosse a revelação de haver empenhado a saúde e a vida na tentativa de dar a volta por cima e acabar com aquele instrumento de opróbio. Castelo não o queria como sucessor, fez tudo para evitá-lo, mas Costa e Silva, ministro do Exército, tinha mais tanques e soldados.
Empossado, tentou governar com a nova Constituição, sem a legislação excepcional então revogada. Não conseguiu, pressionado pelos generais radicais que o cercavam e não admitiam estudantes e povo na rua protestando contra a ditadura. Cedeu, menos de dois anos depois de feito presidente, quando resistir à truculência institucional. Cada general, cada coronel, cada cabo corneteiro julgava-se detentor do poder revolucionário, podendo praticar as arbitrariedades que bem entendesse. Prisões em massa, tortura e censura à imprensa aconteciam por iniciativa de certos chefes militares. Mas era ele o responsável.
Ajudado pelo vice-presidente Pedro Aleixo, Costa e Silva preparou a revogação do AI-5. Faltava uma semana para a solenidade, que também reabriria o Congresso, quando se viu acometido pela trombose cerebral. Ainda tentou, sem voz e sem movimentos do lado esquerdo do corpo, assinar com a mão direita o fim da exceção. O comando do cérebro já não chegava à caneta. Entrou em choro convulsivo e saiu da História.
Foi durante seu governo que o país começou a crescer. Não havia dívida externa impagável, nem crise do petróleo, nem desemprego. Investimentos maciços se fizeram em telecomunicações, petroquímica, industria naval e obras de infra-estrutura, entre elas a Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói e os metrôs do Rio e São Paulo.
Mas um regime não apenas marcado por essas características. Foi, também, um período em que o Brasil conseguiu garantir sua soberania, garantir a maior parte de seus interesses, crescer, afirmar-se como nação e resistir ao assalto infelizmente responsável, hoje, por nossa transformação em apêndice desimportante da quadrilha neoliberal que nos domina.
Existiu um propósito encoberto neste despretensioso mergulho no passado: a apresentação dos contrários quem sabe contribuirá para a óbvia conclusão de que o Brasil só sairá do sufoco através da superação de seus ressentimentos internou.
Ninguém foi, como ninguém é, completamente mocinho. Nem bandido. Durante os 21 anos em que governaram, os militares erraram e acertaram. Imaginaram-se detentores das verdades absolutas, substituindo o povo quando se tratou de promover as sucessivas trocas de guarda. Mesmo assim, importa registrar que nem eles, podendo tudo, tiveram coragem de impor a reeleição. Muito menos de entregar o patrimônio nacional aos estrangeiros ou de escancarar nossas nossas portas à especulação financeira predatória.
Castelo Branco aceitou a prorrogação de seu mandato por um ano, mas fez questão de acrescentar à mão, no texto de um dos atos institucionais, que ficava inelegível para o próximo mandato. Hoje, é unanimemente referido como o mais democrata dos generais-presidentes. Talvez tenha sido o menos ditatorial, na medida em que mandou investigar denuncias de tortura, aliás mal investigadas, e não admitiu a censura à imprensa. Esta, é claro, auto-censurou-se.
O presidente recebia jornalistas, para conversar informalmente. Abordava todos os temas, exceção de uma tarde de Sábado, quando, no Rio, convocou os repórteres políticos dos principais jornais. O Secretário de Imprensa avisou que aquele encontro seria diferente. O presidente estava constrangido e tinha um único assunto a esclarecer. Ele desceu as escadas do segundo andar do palácio Laranjeiras de cenho carregado. E nos pediu que encontrássemos uma forma de divulgar, quem sabe nas colunas sociais, não no noticiário político, que o casamento era uma página virada em sua vida. Viúvo, venerando e adornado a lembrança da mulher falecida há pouco, não pensava em outra união. Conseguimos esclarecer as coisas: Castelo ressentia-se de notas publicadas nas colunas sociais a respeito de seu possível casamento com Sandra Cavalcanti, deputada e então presidente do Banco Nacional de Habitação. Não queria magoar a colaboradora, que admirava muito e jamais foi responsável por aquela fofoca.
Durante seu período de governo mandatos foram cassados, prisões ilegais consumadas e torturas praticadas. Até direitos sociais se viram suprimidos, como a estabilidade no emprego. O Congresso ficou fechado alguns dias, depois da invasão armada da Câmara dos Deputados, com direito a tanques, metralhadoras e tudo o mais.
No reverso da medalha, Castelo Branco refez estruturas econômicas arcaicas, atacou como ninguém a corrupção, propôs ao Congresso o voto do analfabeto e uma reforma agrária que, caso executada, não existiria hoje o MST.
Costa e Silva passaria à crônica política como o mais injustiçado dos presidentes militares, autor do Ato Institucional número 5, o pior de todos, não fosse a revelação de haver empenhado a saúde e a vida na tentativa de dar a volta por cima e acabar com aquele instrumento de opróbio. Castelo não o queria como sucessor, fez tudo para evitá-lo, mas Costa e Silva, ministro do Exército, tinha mais tanques e soldados.
Empossado, tentou governar com a nova Constituição, sem a legislação excepcional então revogada. Não conseguiu, pressionado pelos generais radicais que o cercavam e não admitiam estudantes e povo na rua protestando contra a ditadura. Cedeu, menos de dois anos depois de feito presidente, quando resistir à truculência institucional. Cada general, cada coronel, cada cabo corneteiro julgava-se detentor do poder revolucionário, podendo praticar as arbitrariedades que bem entendesse. Prisões em massa, tortura e censura à imprensa aconteciam por iniciativa de certos chefes militares. Mas era ele o responsável.
Ajudado pelo vice-presidente Pedro Aleixo, Costa e Silva preparou a revogação do AI-5. Faltava uma semana para a solenidade, que também reabriria o Congresso, quando se viu acometido pela trombose cerebral. Ainda tentou, sem voz e sem movimentos do lado esquerdo do corpo, assinar com a mão direita o fim da exceção. O comando do cérebro já não chegava à caneta. Entrou em choro convulsivo e saiu da História.
Foi durante seu governo que o país começou a crescer. Não havia dívida externa impagável, nem crise do petróleo, nem desemprego. Investimentos maciços se fizeram em telecomunicações, petroquímica, industria naval e obras de infra-estrutura, entre elas a Transamazônica, a Ponte Rio-Niterói e os metrôs do Rio e São Paulo.
Nova identidade pode custar R$ 40,00.
O governo brasileiro decidiu que a população terá que pagar pelo Registro de Identidade Civil (RIC), documento que substituirá o RG a partir de julho deste ano. Inicialmente orçado em R$ 40, o RIC ainda pode ter o valor reduzido para R$ 15. Segundo o governo, o alto custo é devido ao fato de ele ser um cartão magnético com chip e certificação digital, o que permitirá usá-lo em operações na internet. Atualmente, não há lei que defina a cobrança pela emissão do RG. Os estados são responsáveis por confeccionar os documentos, determinar valores e administrar os recursos arrecadados. Em 11 estados o RG é oferecido de graça. Informações da Folha de SP.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
O DEMOCRATAS ACUSA O PALÁCIO DO PLANALTO DE ARTICULAR O PSD
Por Carlos Chagas.
Grave denúncia foi formulada pelo presidente do Democratas, senador José Agripino. Para ele, vem sendo articulada no palácio do Planalto a criação do novo partido liderado pelo prefeito Gilberto Kassab. A intenção do governo seria desconstruir a oposição, atingindo o seu partido e, também, o PSDB. Como reação, o senador pelo Rio Grande do Norte passou a admitir a hipótese da fusão do DEM com os tucanos, ainda que com a ressalva da necessidade de consultas prolongadas às bases de ambos.
Falar em palácio do Planalto e em governo constitui um eufemismo para designar Dilma Rousseff. Porque se verdadeira a denúncia, não há como argumentar que ela não sabia de nada e que tudo se passa sem o seu conhecimento.
Vem então a pergunta: para que a presidente da República se empenharia em enfraquecer ainda mais uma oposição debilitada? Ou, no reverso da medalha: de que adiantaria ao governo dispor de mais alguns deputados e senadores na base oficial, se há número mais do que suficiente para não sofrer derrotas no Congresso?
José Agripino chama de trânsfugas seus ex-companheiros do DEM já de malas prontas para o PDS. Reconhece o impacto que está sendo a debandada de perto de 30 deputados, sem esquecer o governador de Santa Catarina e provavelmente dois senadores. Daí o contra-ataque que seria a união com o PSDB, tanto faz se denominada de fusão ou de incorporação. Significativa foi a adesão do ex-presidente Fernando Henrique ao casamento das duas legendas, ainda que a maioria dos tucanos rejeite qualquer mudança de sigla.
DO FUNDO DA MEMÓRIA IV
Por Carlos Chagas.
Resistência não houve ao movimento de 1964, logo depois de sua eclosão. O governo deposto e seus aliados buscaram refúgio no exterior, no anonimato e no silêncio, quando não em traições e falsas adesões. Só mais tarde, aos poucos, sobreveio a inexorável reação nacional ao arbítrio e à truculência.
João Goulart exilou-se no Uruguai, seguido quinze dias depois por Leonel Brizola, frustrado pela impossibilidade de repetir 1961. Ministros pedindo asilo em embaixadas, líderes políticos, sindicais e estudantis perseguidos, intelectuais obrigados à clandestinidade. Do outro lado, desenfreada euforia nas elites, celebrações na maior parte da classe média, passeatas monumentais de dondocas de salto alto, marchas “da Família com Deus e pela Liberdade”. E o telegrama de congratulações passado pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson.
Não faltou a frenética busca de heróis para exaltar, por parte de uma imprensa há muito posta a serviço do golpe. Foi um golpe, aliás, para a mídia pressurosa em bajular os novos donos do poder, quando o general Mourão Filho resolveu conceder uma entrevista. Triste por haver sido marginalizado com sua nomeação para presidente da Petrobrás, ele surpreendeu os jornalistas definindo-se como “uma vaca fardada”.
Os generais tomaram a chefia do movimento, isolando políticos espertos que imaginavam ocupar o palácio do Planalto através do eterno substituto, Raniéri Mazzilli, presidente da Câmara. No Rio, formou-se uma Junta Militar, denominada Comando Supremo da Revolução, com o general Costa e Silva, o almirante Augusto Rademaker e brigadeiro Francisco de Assis Correia de Mello. Frustrou-se a tentativa deles permanecerem indefinidamente no comando da nação, mesmo depois que buscaram legitimar-se através de um instrumento de exceção, o Ato Institucional que não tinha número, pois se presumia fosse único. O autor? O mesmo da Constituição fascista de 1937, o jurista Francisco Campos, aliás, “Chico Ciência”.
O sentimento então predominante nas Forças Armadas, impulsionado pelas críticas generalizadas do mundo democrático, acabou levando um Congresso desmoralizado, sem representatividade por conta de dezenas de cassações, a eleger o marechal Castello Branco para completar o malfadado mandato antes pertencente a Jânio Quadros e depois a João Goulart.
Quarenta anos depois, importa reunir os argumentos e o sentimento verificados entre os militares de hoje, a respeito da intervenção de seus antecessores. A versão deles, os atuais e os que restaram daqueles idos, beira também a cobrança e insurge-se contra a interpretação feita pelos adversários.
Em primeiro lugar, dizem, só saíram dos quartéis quando estimulados pela opinião pública. Poderia ter sido a opinião publicada, mas tanto faz. Caso João Goulart não fosse levado à ilusão de quebrar a hierarquia castrense, é possível que permanecessem apenas na resistência ao que imaginavam a tentativa de decretação da República Sindicalista do Brasil. O planeta encontrava-se dividido em duas ideologias distintas e, sem a menor dúvida, por formação e indução, as Forças Armadas integravam o bloco liderado pelos Estados Unidos. Era inadmissível para eles cair nos braços da outra superpotência, a União Soviética.
Não dispunham de plano ou programa de governo. O poder caiu-lhes nos ombros sem estar preparados para ele. Concordam, os de hoje, com o diagnóstico feito na época pelo então deputado Pedro Aleixo: não se tratava de uma revolução, mas de uma contra-revolução.
Os generais de agora eram aspirantes ou tenentes, em 1964. Cumpriam ordens, tomavam conhecimento dos fatos pelos jornais, mas mantém lealdade e respeito diante da ação dos antecessores. Apesar disso, reconhecem o erro que foi não ter sido devolvido o poder aos civis, depois de Castello Branco.
Recusam o rótulo de torturadores para os chefes de antanho, ainda que não neguem as torturas praticadas. Era uma guerra, acentuam, com o outro lado assaltando, matando, sequestrando e intranquilizando – o que é verdade. Muitos militares foram sacrificados naquela absurda luta entre brasileiros. Discordam, é evidente, dos métodos ainda recentemente expostos em livro pelo jornalista Elio Gaspari, autor da triste revelação de que o general Ernesto Geisel concordava com a eliminação física de guerrilheiros e terroristas.
Sustentam os militares de hoje que apesar da ojeriza às esquerdas e ao comunismo, mesmo sendo mais generais do que presidentes, os cinco generais-presidentes souberam manter firmes as estruturas da soberania nacional e a presença do Estado nas atividades fundamentais da nação. Não passou pela cabeça de nenhum deles privatizar a Petrobrás, a Vale do Rio Doce, a siderurgia, a navegação de cabotagem, o sistema de geração de energia elétrica e, em especial, o sistema de telecomunicações, que implantaram. Antes dos governos militares, o Brasil se comunicava com o Brasil pelas linhas telefônicas e por um precário sistema de rádio. A rede de micro-ondas havia sido iniciada por Juscelino Kubitschek, mas foi a partir de 1964 que passou a integrar nossas diversas regiões, depois interligadas pelos satélites, nos quais se investiu para valer. Nosso ingresso na energia nuclear também aconteceu naquele período, enquanto se construíram usinas hidrelétricas do porte de Itaipu. Até a industria bélica se afirmou, com a produção de tanques, carros de combate e armamento sofisticado, que exportamos por vários anos, antes de sua destruição por obra de manobras estrangeiras. Para não citar a indústria aeronáutica, sobrevivendo até agora.
A defesa da Amazônia tornou-se uma obsessão através do mote “integrar para não entregar”. Chegamos a romper o acordo militar com os Estados Unidos.
Uma constatação também feita pelos militares de hoje é de que durante a vigência do regime de 1964 a política econômica, mesmo alinhada ao mundo ocidental, jamais favoreceu a especulação financeira desmedida ou serviu para sufocar a indústria nacional. Muito menos a dívida externa tornou-se impagável. Nem o desemprego, a indigência, a fome, a miséria e a violência urbana nos assolavam tanto quanto neste início de novo século. Se havia inflação, havia reposição salarial.
Em suma, quarenta anos depois, os militares continuam rejeitando a análise de que o movimento de 1964 se resume aos excessos praticados, que reconhecem.
João Goulart exilou-se no Uruguai, seguido quinze dias depois por Leonel Brizola, frustrado pela impossibilidade de repetir 1961. Ministros pedindo asilo em embaixadas, líderes políticos, sindicais e estudantis perseguidos, intelectuais obrigados à clandestinidade. Do outro lado, desenfreada euforia nas elites, celebrações na maior parte da classe média, passeatas monumentais de dondocas de salto alto, marchas “da Família com Deus e pela Liberdade”. E o telegrama de congratulações passado pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson.
Não faltou a frenética busca de heróis para exaltar, por parte de uma imprensa há muito posta a serviço do golpe. Foi um golpe, aliás, para a mídia pressurosa em bajular os novos donos do poder, quando o general Mourão Filho resolveu conceder uma entrevista. Triste por haver sido marginalizado com sua nomeação para presidente da Petrobrás, ele surpreendeu os jornalistas definindo-se como “uma vaca fardada”.
Os generais tomaram a chefia do movimento, isolando políticos espertos que imaginavam ocupar o palácio do Planalto através do eterno substituto, Raniéri Mazzilli, presidente da Câmara. No Rio, formou-se uma Junta Militar, denominada Comando Supremo da Revolução, com o general Costa e Silva, o almirante Augusto Rademaker e brigadeiro Francisco de Assis Correia de Mello. Frustrou-se a tentativa deles permanecerem indefinidamente no comando da nação, mesmo depois que buscaram legitimar-se através de um instrumento de exceção, o Ato Institucional que não tinha número, pois se presumia fosse único. O autor? O mesmo da Constituição fascista de 1937, o jurista Francisco Campos, aliás, “Chico Ciência”.
O sentimento então predominante nas Forças Armadas, impulsionado pelas críticas generalizadas do mundo democrático, acabou levando um Congresso desmoralizado, sem representatividade por conta de dezenas de cassações, a eleger o marechal Castello Branco para completar o malfadado mandato antes pertencente a Jânio Quadros e depois a João Goulart.
Quarenta anos depois, importa reunir os argumentos e o sentimento verificados entre os militares de hoje, a respeito da intervenção de seus antecessores. A versão deles, os atuais e os que restaram daqueles idos, beira também a cobrança e insurge-se contra a interpretação feita pelos adversários.
Em primeiro lugar, dizem, só saíram dos quartéis quando estimulados pela opinião pública. Poderia ter sido a opinião publicada, mas tanto faz. Caso João Goulart não fosse levado à ilusão de quebrar a hierarquia castrense, é possível que permanecessem apenas na resistência ao que imaginavam a tentativa de decretação da República Sindicalista do Brasil. O planeta encontrava-se dividido em duas ideologias distintas e, sem a menor dúvida, por formação e indução, as Forças Armadas integravam o bloco liderado pelos Estados Unidos. Era inadmissível para eles cair nos braços da outra superpotência, a União Soviética.
Não dispunham de plano ou programa de governo. O poder caiu-lhes nos ombros sem estar preparados para ele. Concordam, os de hoje, com o diagnóstico feito na época pelo então deputado Pedro Aleixo: não se tratava de uma revolução, mas de uma contra-revolução.
Os generais de agora eram aspirantes ou tenentes, em 1964. Cumpriam ordens, tomavam conhecimento dos fatos pelos jornais, mas mantém lealdade e respeito diante da ação dos antecessores. Apesar disso, reconhecem o erro que foi não ter sido devolvido o poder aos civis, depois de Castello Branco.
Recusam o rótulo de torturadores para os chefes de antanho, ainda que não neguem as torturas praticadas. Era uma guerra, acentuam, com o outro lado assaltando, matando, sequestrando e intranquilizando – o que é verdade. Muitos militares foram sacrificados naquela absurda luta entre brasileiros. Discordam, é evidente, dos métodos ainda recentemente expostos em livro pelo jornalista Elio Gaspari, autor da triste revelação de que o general Ernesto Geisel concordava com a eliminação física de guerrilheiros e terroristas.
Sustentam os militares de hoje que apesar da ojeriza às esquerdas e ao comunismo, mesmo sendo mais generais do que presidentes, os cinco generais-presidentes souberam manter firmes as estruturas da soberania nacional e a presença do Estado nas atividades fundamentais da nação. Não passou pela cabeça de nenhum deles privatizar a Petrobrás, a Vale do Rio Doce, a siderurgia, a navegação de cabotagem, o sistema de geração de energia elétrica e, em especial, o sistema de telecomunicações, que implantaram. Antes dos governos militares, o Brasil se comunicava com o Brasil pelas linhas telefônicas e por um precário sistema de rádio. A rede de micro-ondas havia sido iniciada por Juscelino Kubitschek, mas foi a partir de 1964 que passou a integrar nossas diversas regiões, depois interligadas pelos satélites, nos quais se investiu para valer. Nosso ingresso na energia nuclear também aconteceu naquele período, enquanto se construíram usinas hidrelétricas do porte de Itaipu. Até a industria bélica se afirmou, com a produção de tanques, carros de combate e armamento sofisticado, que exportamos por vários anos, antes de sua destruição por obra de manobras estrangeiras. Para não citar a indústria aeronáutica, sobrevivendo até agora.
A defesa da Amazônia tornou-se uma obsessão através do mote “integrar para não entregar”. Chegamos a romper o acordo militar com os Estados Unidos.
Uma constatação também feita pelos militares de hoje é de que durante a vigência do regime de 1964 a política econômica, mesmo alinhada ao mundo ocidental, jamais favoreceu a especulação financeira desmedida ou serviu para sufocar a indústria nacional. Muito menos a dívida externa tornou-se impagável. Nem o desemprego, a indigência, a fome, a miséria e a violência urbana nos assolavam tanto quanto neste início de novo século. Se havia inflação, havia reposição salarial.
Em suma, quarenta anos depois, os militares continuam rejeitando a análise de que o movimento de 1964 se resume aos excessos praticados, que reconhecem.
SUSPICIOUS MINDS - ELVIS PRESLEY
Bom, vamos ver se a história melhora “a cena” para que se adeque à música.
O tema tocou mais algumas vezes durante esta semana.
Assista inteiro porque vale a pena ver a performance do cara.
Ele era bom no que fazia.
SÃO PAULO INDY 300
Show de Sato e Simona na vitória de Power na SP Indy 300.
Por Marcio Arruda, no Cockpit - JORNAL DO BRASIL.
E a edição 2011 da São Paulo Indy 300 finalmente teve a quadriculada agitada. Quase 22 horas depois da primeira largada, Will Power venceu no molhado circuito do Anhembi. Depois de largar na pole-position, o australiano mostrou que é bom no molhado também. Adotou uma estratégia cautelosa e deu o bote na parte final da prova. Esta foi a segunda vitória de Power em 2011(a segunda em São Paulo), que assumiu a liderança da competição.
Depois do adiamento da etapa brasileira por causa da forte chuva que caiu na capital paulista no domingo, pilotos e equipes agitaram a manhã da fria segunda-feira em São Paulo. Como era previsto, a chuva voltou a cair na área do circuito. Porém, a água não teve a força de ontem e os competidores puderam fazer a relargada a partir da volta 14 – momento em que houve a suspensão na tarde do domingo.
A vitória de Power quase chega a ser óbvia por seu talento de guiar em circuito misto, de rua e, por que não, no molhado e pelo seu atual momento. Mas a sensação da caótica etapa brasileira foi Takuma Sato. O japonês da KV assumiu a ponta logo no início da corrida de hoje, deixando Power (que chegou a dar um ‘selinho’ no muro na volta anterior) para trás no final da reta.
A vitória de Power quase chega a ser óbvia por seu talento de guiar em circuito misto, de rua e, por que não, no molhado e pelo seu atual momento. Mas a sensação da caótica etapa brasileira foi Takuma Sato. O japonês da KV assumiu a ponta logo no início da corrida de hoje, deixando Power (que chegou a dar um ‘selinho’ no muro na volta anterior) para trás no final da reta.
O ex-F1 virava rápido e liderou boa parte da corrida; deve ter levado o bairro da Liberdade à loucura! Pena que Takuma foi traído por uma melhor estratégia da equipe e no finalzinho foi obrigado a fazer um pit e deixar a vitória da São Paulo Indy 300 no colo de Will Power.
Piloto da HVM, Simona de Silvestro andou muito bem no piso encharcado do Anhembi. Prejudicada por causa do acidente que se envolvem com Helio Castroneves e Danica Patrick na primeira volta de domingo, a suíça fez a melhor volta da prova e andou na segunda metade da corrida desta segunda-feira no mesmo tempo do então líder Sato. Tanto que ela tirou uma volta de desvantagem na pista, ao passar todo pelotão, inclusive o piloto nipônico, que ocupava a ponta no dado momento. Com tanta sede, Simona cravou a melhor volta do circuito e levou um troféu para casa pelo feito. Neste fim de semana, tive a oportunidade de conversar com Simona na garagem da HVM. Não tenho dúvida de que essa suíça vai dar muito trabalho na Indy num futuro bem próximo.
Piloto da HVM, Simona de Silvestro andou muito bem no piso encharcado do Anhembi. Prejudicada por causa do acidente que se envolvem com Helio Castroneves e Danica Patrick na primeira volta de domingo, a suíça fez a melhor volta da prova e andou na segunda metade da corrida desta segunda-feira no mesmo tempo do então líder Sato. Tanto que ela tirou uma volta de desvantagem na pista, ao passar todo pelotão, inclusive o piloto nipônico, que ocupava a ponta no dado momento. Com tanta sede, Simona cravou a melhor volta do circuito e levou um troféu para casa pelo feito. Neste fim de semana, tive a oportunidade de conversar com Simona na garagem da HVM. Não tenho dúvida de que essa suíça vai dar muito trabalho na Indy num futuro bem próximo.
O pódio da etapa brasileira da F-Indy teve, ainda, o surpreendente Graham Rahal, que terminou em segundo, e Ryan Briscoe. Os brasileiros não foram bem: por causa dos acidentes de ontem, Helio Castroneves e Tony Kanaan concluíram a prova na 21° e 22° lugares, respectivamente. Vitor Meira foi o melhor, terminando na 17ª colocação. Já Bia Figueiredo e Raphael Matos abandonaram.
A confusão foi tanta na São Paulo Indy 300 que até as equipes se enrolaram: depois de rodar e danificar sua asa traseira, Ryan Hunter-Reay foi no pit fazer a troca da peça; o time colocou a asa de Mike Conway, com o número que o inglês usa no campeonato. Isso é que é improviso! Que coisa, heim?!
Sou 100% favorável a corridas internacional aqui no Brasil. Acho que temos condições de organizar provas deste porte, mas o que aconteceu em São Paulo precisa ser revisto. Por falar em dever de casa, o que era aquela área de escape no ‘S’ no final da reta? Na chuva, parecia que passaram sabão ali.
A confusão foi tanta na São Paulo Indy 300 que até as equipes se enrolaram: depois de rodar e danificar sua asa traseira, Ryan Hunter-Reay foi no pit fazer a troca da peça; o time colocou a asa de Mike Conway, com o número que o inglês usa no campeonato. Isso é que é improviso! Que coisa, heim?!
Sou 100% favorável a corridas internacional aqui no Brasil. Acho que temos condições de organizar provas deste porte, mas o que aconteceu em São Paulo precisa ser revisto. Por falar em dever de casa, o que era aquela área de escape no ‘S’ no final da reta? Na chuva, parecia que passaram sabão ali.
O FUTEBOL E SEUS PEGADOS
Paulo Panossian, no Jornal do Brasil
Como é possível ter um produto de grande potencial de mercado, como o futebol, e seus clientes, os torcedores, serem humilhados até para adquirir ingressos, sendo alojados em estádios obsoletos, sem segurança, sanitários decentes, garantias de assentos reservados, estacionamento, etc?
Com a chegada da Copa de 2014, espera-se que as possíveis construções de 10 arenas modernas amenizem a situação vexatória. Hoje, apenas quatro estádios no país podem ser considerados de bom nível: Fonte Luminosa e Barueri (SP), a Arena da Baixada (PR) e Engenhão (RJ), apesar de inadequada infraestrutura em seu entorno. Ou seja, há seis décadas aguardamos investimentos em palcos que acomodem torcedores confortavelmente.
E não por outra razão, a média de público é baixa, arrecadação insuficiente, e os clubes de futebol no Brasil tecnicamente falidos. Consequência da retrógrada visão de dirigentes, que prometem o que não podem, gastam mal e exageradamente, e pouco entendem de administração e marketing.
Enquanto isso, na Europa, Ásia, etc a maioria dos estádios pertencem a empresas. No Brasil, finalmente o Palmeiras cede a investidores a responsabilidade da construção e exploração de um estádio multiuso, e de moderníssima concepção, com provável entrega em 2012.
Quando o produto é bom, e o cliente é respeitado, jamais faltará consumidor. Vejam o caso dos eventos culturais! Em São Paulo, principalmente, grandes empresas criaram suas próprias casas de espetáculos e oferecem shows grandiosos, antes só vistos em Nova York, ou Londres. E público não tem faltado. Ao contrário, ingressos somente se garantem com muita antecedência, ficando em cartaz por tempo mais do que suficiente para viabilizar os investimentos. Ou seja, tudo muito bem organizado, dentro das regras clássicas do bom e velho mercado.
Outra questão que abordo é quanto a produtividade e qualidade do nosso futebol. Além da falta de datas no calendário, para as necessárias pré-temporadas, nossos dirigentes sofrem de esquizofrenia crônica, com relação a respeitar vigência de contratos da comissão técnica.
Recentemente, o técnico Geninho, que tinha 83% de aproveitamento nos pontos disputados pelo Atlético Paranaense, foi dispensado! É irracional...
E o Santos, que mesmo com Neymar, Ganso e outros importantes atletas, nestes últimos 12 meses acumula a troca de três técnicos com a chegada do Muricy. E no fraco Campeonato Paulista, com o elenco de alto nível, se classificou com dificuldades, em quarto lugar, pouco acima da Ponte Preta...
Já imaginaram como seria a produtividade de uma empresa que dispensa chefes ou gerentes a cada 90 ou 120 dias?! Falência na certa...
Infelizmente, esta é a triste situação do futebol tupiniquim, que emprega no país mais de um milhão de pessoas, e que não respeita o seu principal cliente: o torcedor.
AGENDA SILENCIOSA DE DILMA
Passados os primeiros cem dias de mandato, presidenta Dilma Rousseff começa a impor uma agenda própria disposta a aproveitar maioria política e fragilidade de adversários para enfrentar alguns interesses empresariais que estariam atrapalhando o desenvolvimento e o interesse nacional. Bancos e telefônicas já sofrem com os planos governistas. Dilma quer derrubar preço das tarifas telefônicas, considerado muito alto, e aumentar a oferta de microcrédito para os setores mais pobres da população.
André Barrocal, na Carta Maior.
André Barrocal, na Carta Maior.
O principal assunto dos cem primeiros dias da gestão Dilma Rousseff, a consumir a energia presidencial, foi o combate da inflação. A pressão sobre os preços é anterior à posse de Dilma e, na avaliação do Palácio do Planalto, parece sob controle, graças a uma combinação de ações do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Com isso, aos poucos, o governo começará a impor sua própria agenda. Foi o que fez ao lançar, dia 28 de abril, programa para incentivar o ensino em escolas técnicas, o Pronatec. Em maio, anunciará plano contra a pobreza, principal bandeira da atual administração.
São iniciativas que o governo faz questão de divulgar com pompa, em solenidades com a presidenta. Mas há também uma agenda silenciosa, sobre a qual se fala de forma mais discreta, em gabinetes e corredores. Aproveitar a folgada maioria no Congresso e a fragilidade dos adversários para, mesmo fora do ambiente parlamentar, enfrentar e contrariar interesses empresariais que atrapalhariam o desenvolvimento e o interesse nacional.
No mesmo dia em que anunciou o Pronatec, por exemplo, Dilma assinou medida provisória (MP) que permite aos Correios montar um banco e atuar como operadora de telefone celular. A intenção é botar a estatal para acossar o sistema financeiro e as telefônicas e derrubar o preço das tarifas cobradas da população nas duas áreas.
O ministério das Comunicações, a quem os Correios se subordinam, tem orientação "incisiva" de Dilma, de acordo com o ministro Paulo Bernardo, para tocar o Plano Nacional da Banda Larga (PNBL) a todo o vapor. É um projeto que também bate de frente com as telefônicas, que praticam preços que o governo considera altos demais e agora, vêem a rediviva Telebrás no seu encalço.
Dias antes de assinar a MP dos Correios, Dilma havia convocado à sua sala o presidente de quatro bancos públicos – Banco do Brasil, do Nordeste, da Amazônia e Caixa Econômica Federal – para cobrar que façam mais empréstimos do tipo “microcrédito”. É uma modalidade de crédito criada no governo Lula para pessoas pobres pegarem dinheiro a juros mais baixos, mas que o sistema financeiro boicota, por falta de interesse (lucro).
Ainda em abril, o governo viu sacramentar a troca no comando na Companhia Vale do Rio Doce, cujo ex-presidente, Roger Agnelli, tinha uma filosofia que desagradava o Palácio do Planalto desde a gestão Lula. A mudança resultou de uma operação liderada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, com respaldo de Dilma. O governo acredita que, com o novo presidente, Murilo Ferreira, conseguirá influenciar a Vale a ter uma postura mais favorável ao que entende ser do interesse nacional. Exemplo: finalmente tirar do papel a construção de siderúrgicas no Brasil, em vez de só exportar minério de ferro.
A troca da direção da Vale é um caso ilustrativo de como o governo tira proveito político da fragilidade atual dos adversários. Se a oposição não estivesse reduzida e desarticulada, aposta-se que Agnelli teria mais chance de resistir no cargo. Ele apelaria a aliados no PSDB e no DEM para acertar alguma forma de reação no Congresso ou junto à opinião pública que poderia ter feito o governo abandonar a pressão.
Bancos, alvos preferenciais.
O governo prepara-se ainda para instituir um fundo de pensão exclusivo para funcionários públicos, a fim de utilizá-lo como arma de captação de recursos e, com isso, também “contrariar interesses”. É possível criá-lo desde 2003, quando o Congresso alterou a Constituição para servidor público pagar contribuição previdenciária a um fundo específico. Mas não nasceu até hoje porque depende de lei. É um projeto com tal proposta de lei que o governo finalizará em breve.
O Palácio do Planalto calcula que, com a contratação federal média de 20 a 25 mil servidores por ano, o fundo tem potencial para ser tão poderoso quanto a Previ, dos trabalhadores da Petrobras, o maior da América Latina, com patrimônio superior a R$ 150 bilhões.
No controle do fundo, que por um tempo apenas coletará dinheiro, sem ter de pagar aposentadorias, o governo escolherá onde investir. Poderá usá-lo, por exemplo, para rolar a própria dívida pública, a juros menores, contrariariando o “mercado” de novo. Fundos de pensão detém hoje 15% da trilionária dívida federal, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, que tem feito reuniões com gestores de fundos para incentivá-los a comprar mais títulos públicos.
Os banqueiros, aliás, serão alvos preferenciais da disposição presidencial de “contrariar interesses”. Como ela disse em viagem recente à China, o país tem “o grande desafio” que “vai ter de enfrentar, pelo menos desta vez”, de derrubar a taxa real de juros, a maior do planeta. A equipe econômica recebeu a orientação de Dilma de estudar como fazer para diminuir os chamados spreads bancários, pedaço das taxas de juros que se reverte em lucros bancários. “O mercado será um foco de tensão permanente com o governo”, afirma um assessor do Palácio do Planalto.
Mesmo no processo de domar a inflação, agenda herdada de 2010, o governo já enfrenta o “mercado” e os bancos. A presidenta dá apoio total para que a área econômica enfatize o uso de medidas alternativas ao juro do BC contra o aumento dos preços. Ela acredita que, quanto menos a taxa do Banco Central subir agora, menor será o patamar a partir do qual o governo terá de forçar sua redução até níveis "compatíveis com as taxas internacionais", como diz Dilma.
Ao montar a cúpula do BC, a presidenta já havia sinalizado suas intenções. Dos sete diretores, cinco são funcionários de carreira do banco, sem passagens pelo “mercado” - portanto, menos suscetíveis às influências do pensamento no setor.
São iniciativas que o governo faz questão de divulgar com pompa, em solenidades com a presidenta. Mas há também uma agenda silenciosa, sobre a qual se fala de forma mais discreta, em gabinetes e corredores. Aproveitar a folgada maioria no Congresso e a fragilidade dos adversários para, mesmo fora do ambiente parlamentar, enfrentar e contrariar interesses empresariais que atrapalhariam o desenvolvimento e o interesse nacional.
No mesmo dia em que anunciou o Pronatec, por exemplo, Dilma assinou medida provisória (MP) que permite aos Correios montar um banco e atuar como operadora de telefone celular. A intenção é botar a estatal para acossar o sistema financeiro e as telefônicas e derrubar o preço das tarifas cobradas da população nas duas áreas.
O ministério das Comunicações, a quem os Correios se subordinam, tem orientação "incisiva" de Dilma, de acordo com o ministro Paulo Bernardo, para tocar o Plano Nacional da Banda Larga (PNBL) a todo o vapor. É um projeto que também bate de frente com as telefônicas, que praticam preços que o governo considera altos demais e agora, vêem a rediviva Telebrás no seu encalço.
Dias antes de assinar a MP dos Correios, Dilma havia convocado à sua sala o presidente de quatro bancos públicos – Banco do Brasil, do Nordeste, da Amazônia e Caixa Econômica Federal – para cobrar que façam mais empréstimos do tipo “microcrédito”. É uma modalidade de crédito criada no governo Lula para pessoas pobres pegarem dinheiro a juros mais baixos, mas que o sistema financeiro boicota, por falta de interesse (lucro).
Ainda em abril, o governo viu sacramentar a troca no comando na Companhia Vale do Rio Doce, cujo ex-presidente, Roger Agnelli, tinha uma filosofia que desagradava o Palácio do Planalto desde a gestão Lula. A mudança resultou de uma operação liderada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, com respaldo de Dilma. O governo acredita que, com o novo presidente, Murilo Ferreira, conseguirá influenciar a Vale a ter uma postura mais favorável ao que entende ser do interesse nacional. Exemplo: finalmente tirar do papel a construção de siderúrgicas no Brasil, em vez de só exportar minério de ferro.
A troca da direção da Vale é um caso ilustrativo de como o governo tira proveito político da fragilidade atual dos adversários. Se a oposição não estivesse reduzida e desarticulada, aposta-se que Agnelli teria mais chance de resistir no cargo. Ele apelaria a aliados no PSDB e no DEM para acertar alguma forma de reação no Congresso ou junto à opinião pública que poderia ter feito o governo abandonar a pressão.
Bancos, alvos preferenciais.
O governo prepara-se ainda para instituir um fundo de pensão exclusivo para funcionários públicos, a fim de utilizá-lo como arma de captação de recursos e, com isso, também “contrariar interesses”. É possível criá-lo desde 2003, quando o Congresso alterou a Constituição para servidor público pagar contribuição previdenciária a um fundo específico. Mas não nasceu até hoje porque depende de lei. É um projeto com tal proposta de lei que o governo finalizará em breve.
O Palácio do Planalto calcula que, com a contratação federal média de 20 a 25 mil servidores por ano, o fundo tem potencial para ser tão poderoso quanto a Previ, dos trabalhadores da Petrobras, o maior da América Latina, com patrimônio superior a R$ 150 bilhões.
No controle do fundo, que por um tempo apenas coletará dinheiro, sem ter de pagar aposentadorias, o governo escolherá onde investir. Poderá usá-lo, por exemplo, para rolar a própria dívida pública, a juros menores, contrariariando o “mercado” de novo. Fundos de pensão detém hoje 15% da trilionária dívida federal, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, que tem feito reuniões com gestores de fundos para incentivá-los a comprar mais títulos públicos.
Os banqueiros, aliás, serão alvos preferenciais da disposição presidencial de “contrariar interesses”. Como ela disse em viagem recente à China, o país tem “o grande desafio” que “vai ter de enfrentar, pelo menos desta vez”, de derrubar a taxa real de juros, a maior do planeta. A equipe econômica recebeu a orientação de Dilma de estudar como fazer para diminuir os chamados spreads bancários, pedaço das taxas de juros que se reverte em lucros bancários. “O mercado será um foco de tensão permanente com o governo”, afirma um assessor do Palácio do Planalto.
Mesmo no processo de domar a inflação, agenda herdada de 2010, o governo já enfrenta o “mercado” e os bancos. A presidenta dá apoio total para que a área econômica enfatize o uso de medidas alternativas ao juro do BC contra o aumento dos preços. Ela acredita que, quanto menos a taxa do Banco Central subir agora, menor será o patamar a partir do qual o governo terá de forçar sua redução até níveis "compatíveis com as taxas internacionais", como diz Dilma.
Ao montar a cúpula do BC, a presidenta já havia sinalizado suas intenções. Dos sete diretores, cinco são funcionários de carreira do banco, sem passagens pelo “mercado” - portanto, menos suscetíveis às influências do pensamento no setor.
GOVERNADOR DE SC DEIXA O DEMO
DIREITA EM PESO ADERE AO PSD DE SERRA E KASSAB - O dia 1º de Maio trouxe um presente simbólico aos trabalhadores brasileiros: o partido dos DEMOS, a velha cepa da ARENA e do PFL , desmilinguiu de vez com o anúncio da saída do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, para ingressar no PSD. Liderado nominalmente pelo prefeito de SP, Gilberto Kassab, o PSD é o novo polo do conservadorismo brasileiro. Mas é, sobretudo, um torniquete a serviço de José Serra que pretende usá-lo para asfixiar as alas rivais do PSDB, deixando-lhes duas opções: apoiá-lo incondicionalmente como o candidato de 2014, em aliança com o PSD, ou morrer de inanição por sucessivas deserções em suas fileiras, até culminar com a do próprio Serra, que seria ungido, então, pelo novo bonde conservador. Entende-se agora a 'radicalização' do governador Aécio Neves que fez duras críticas ao governo no 1º de Maio. Está em jogo a cabeça de chapa do conservadorismo em 2014: Aécio e Serra anteciparam a temporada de caça às credenciais. Vale tudo e vai jorrar sangue. (Carta Maior; 2º feira, 02/05/ 2011)
O PT precisa urgentemente se dar conta que o país andou, que Lula transformou o Brasil num país do futuro. O risco que corremos é de termos um país que o PT não consiga entender e perca a possibilidade, que ainda existe, de ser o partido que forneça os quadros necessários para o avanço da democracia.
Existe um divorcio entre o país e o PT, enquanto o país cresceu, se desenvolveu e sob alguns aspectos até se modernizou, o partido estagnou e em alguns casos até regrediu. Creio que consultando o TSE vamos concluir que o voto de legenda, que antigamente era saudado, hoje deve ser inespressivo.
É o reflexo dos tempos que cobra do PT uma concreta participação na vida política do país.
Espero que esses intelectuais utilizem a teoria como "praxis" e não isolados da pratica. Espero que o PT, poltize a academia e ideologize os movimentos sociais. Espero que os petistas, realmente militem, disputando espaços politicos pelas ideias e não meramente ocupação fisica. Espero e trabalho como militante, para que representemos cada vez mais de maneira participativa nosso papel do maior partido de esquerda nacional e um dos mais importantes ao nível mundial.
É isso que se espera do Rui Falcão.
domingo, 1 de maio de 2011
A HORA É ESSA !? !?
Elogio dos trabalhadores.
Por Emir Sader, na Carta Maior.O homem se diferencia dos outros animais por vários aspectos, mas o essencial é a capacidade de trabalho. Os outros animais recolhem o que encontram na natureza, enquanto o homem tem a capacidade de transformar a natureza. Para produzir as condições da sua sobrevivência, o homem transforma o meio em que vive, pela sua capacidade de trabalho, gerando a dialética mediante a qual ele modifica o mundo e ao mesmo tempo se modifica, intermediado pela natureza.
Ao longo do tempo, a constante das sociedades humanas é a presença dos trabalhadores, sob distintas formas – escravos, servos, operários -, responsáveis pela produção dos bens da sociedade. A forma de exploração da força de trabalho é que variou, definindo o caráter diferenciado de cada sociedade.
Porém, a exploração do trabalho por outras classes sociais fez com que o trabalhador não controlasse sua força de trabalho, produzindo para a acumulação de riquezas dos outros. O trabalho foi sempre um trabalho alienado, em que os trabalhadores produzem, mas não são donos do produto do seu trabalho, nem decidem o que produzir, como produzir, para quem produzir, a que preço vender o que produzem. E tampouco são remunerados pela riqueza que produzem, recebendo apenas o indispensável para a reprodução da sua força de trabalho. Quem se apropria do fundamental da riqueza produzida é o capital, que assim acumula, se expande, se reproduz, enquanto os trabalhadores apenas sobrevivem.
Um dos fenômenos centrais para a instauração do capitalismo foi o término da servidão feudal, com os trabalhadores ficando disponíveis para vender sua força de trabalho para quem possui capital. Estes vivem do capital e da exploração da força de trabalho dos trabalhadores, enquanto estes, dispondo apenas dessa força tem que vendê-la, para poder acoplá-la a meios de produção, nas mãos dos capitalistas.
Essa imensa massa de trabalhadores que passou a produzir toda a riqueza das sociedades contemporâneas foi objeto de um processo de intensa exploração do seu trabalho, com condições brutais de trabalho, jornadas longas – de 14 ou até 16 horas. Na resistência a essas condições de exploração foi se organizando o movimento operário, tanto em sindicatos, como em partidos políticos, gerando um protagonista essencial na democratização das nossas sociedades.
A direita não perdoa os sindicatos. Na ultima campanha eleitoral brasileira e na velha mídia, os dirigentes sindicais não são tratados como representantes democráticos e legítimos dos trabalhadores, mas quase como gangsters, que se infiltram no governo para defender seus interesses contra os interesses da maioria. Faz parte do ódio que as velhas elites têm do povo brasileiro, que é trabalhador, que produz as riquezas do Brasil, que trabalha jornadas longuíssimas, é explorado pelas grandes empresas, mas não teve, até recentemente, possibilidade de fazer ouvir sua voz no país e no Estado.
Neste Primeiro de Maio, Dia dos Trabalhadores (e não do Trabalho, como insiste a velha mídia), é preciso recordar que a data vem de uma grande manifestação realizada em Chicago em 1886, pela diminuição da jornada de trabalho para 8 horas, duramente reprimida pela polícia, com a morte de vários trabalhadores.
Que a jornada é praticamente a mesma, embora as condições tecnológicas para explorá-la tenha avançado gigantescamente e, com ela, os lucros das grandes empresas que exploram os trabalhadores. Um momento propício para avançar no projeto de redução da jornada de trabalho, para fazer um mínimo de justiça ao esforço heróico e anônimo dos milhões de trabalhadores que constroem o progresso do Brasil.
Ao longo do tempo, a constante das sociedades humanas é a presença dos trabalhadores, sob distintas formas – escravos, servos, operários -, responsáveis pela produção dos bens da sociedade. A forma de exploração da força de trabalho é que variou, definindo o caráter diferenciado de cada sociedade.
Porém, a exploração do trabalho por outras classes sociais fez com que o trabalhador não controlasse sua força de trabalho, produzindo para a acumulação de riquezas dos outros. O trabalho foi sempre um trabalho alienado, em que os trabalhadores produzem, mas não são donos do produto do seu trabalho, nem decidem o que produzir, como produzir, para quem produzir, a que preço vender o que produzem. E tampouco são remunerados pela riqueza que produzem, recebendo apenas o indispensável para a reprodução da sua força de trabalho. Quem se apropria do fundamental da riqueza produzida é o capital, que assim acumula, se expande, se reproduz, enquanto os trabalhadores apenas sobrevivem.
Um dos fenômenos centrais para a instauração do capitalismo foi o término da servidão feudal, com os trabalhadores ficando disponíveis para vender sua força de trabalho para quem possui capital. Estes vivem do capital e da exploração da força de trabalho dos trabalhadores, enquanto estes, dispondo apenas dessa força tem que vendê-la, para poder acoplá-la a meios de produção, nas mãos dos capitalistas.
Essa imensa massa de trabalhadores que passou a produzir toda a riqueza das sociedades contemporâneas foi objeto de um processo de intensa exploração do seu trabalho, com condições brutais de trabalho, jornadas longas – de 14 ou até 16 horas. Na resistência a essas condições de exploração foi se organizando o movimento operário, tanto em sindicatos, como em partidos políticos, gerando um protagonista essencial na democratização das nossas sociedades.
A direita não perdoa os sindicatos. Na ultima campanha eleitoral brasileira e na velha mídia, os dirigentes sindicais não são tratados como representantes democráticos e legítimos dos trabalhadores, mas quase como gangsters, que se infiltram no governo para defender seus interesses contra os interesses da maioria. Faz parte do ódio que as velhas elites têm do povo brasileiro, que é trabalhador, que produz as riquezas do Brasil, que trabalha jornadas longuíssimas, é explorado pelas grandes empresas, mas não teve, até recentemente, possibilidade de fazer ouvir sua voz no país e no Estado.
Neste Primeiro de Maio, Dia dos Trabalhadores (e não do Trabalho, como insiste a velha mídia), é preciso recordar que a data vem de uma grande manifestação realizada em Chicago em 1886, pela diminuição da jornada de trabalho para 8 horas, duramente reprimida pela polícia, com a morte de vários trabalhadores.
Que a jornada é praticamente a mesma, embora as condições tecnológicas para explorá-la tenha avançado gigantescamente e, com ela, os lucros das grandes empresas que exploram os trabalhadores. Um momento propício para avançar no projeto de redução da jornada de trabalho, para fazer um mínimo de justiça ao esforço heróico e anônimo dos milhões de trabalhadores que constroem o progresso do Brasil.
Assinar:
Postagens (Atom)