Por Carlos Chagas.
Grave denúncia foi formulada pelo presidente do Democratas, senador José Agripino. Para ele, vem sendo articulada no palácio do Planalto a criação do novo partido liderado pelo prefeito Gilberto Kassab. A intenção do governo seria desconstruir a oposição, atingindo o seu partido e, também, o PSDB. Como reação, o senador pelo Rio Grande do Norte passou a admitir a hipótese da fusão do DEM com os tucanos, ainda que com a ressalva da necessidade de consultas prolongadas às bases de ambos.
Falar em palácio do Planalto e em governo constitui um eufemismo para designar Dilma Rousseff. Porque se verdadeira a denúncia, não há como argumentar que ela não sabia de nada e que tudo se passa sem o seu conhecimento.
Vem então a pergunta: para que a presidente da República se empenharia em enfraquecer ainda mais uma oposição debilitada? Ou, no reverso da medalha: de que adiantaria ao governo dispor de mais alguns deputados e senadores na base oficial, se há número mais do que suficiente para não sofrer derrotas no Congresso?
José Agripino chama de trânsfugas seus ex-companheiros do DEM já de malas prontas para o PDS. Reconhece o impacto que está sendo a debandada de perto de 30 deputados, sem esquecer o governador de Santa Catarina e provavelmente dois senadores. Daí o contra-ataque que seria a união com o PSDB, tanto faz se denominada de fusão ou de incorporação. Significativa foi a adesão do ex-presidente Fernando Henrique ao casamento das duas legendas, ainda que a maioria dos tucanos rejeite qualquer mudança de sigla.
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