sábado, 18 de junho de 2011

OBRAS DA COPA

VIAGEM CLASSES D . . .

Pesquisa do Ministério do Turismo mostra que a Classe D nunca pensou tanto em viajar como agora. A intenção dos brasileiros com renda de até R$ 2,1 mil cresceu 25,5% em maio de 2011, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2010, entre aqueles da classe D que pretendiam viajar, 7,6% optavam pelo exterior.
O turismo brasileiro, segundo o estudo ministerial, também está embalando: as intenções positivas de viagem entre todas as classes econômicas registraram 30,8% em maio – no mesmo mês de 2010, o índice ficou em 22,4%.

TRIBUNAL DE CONTAS

SEMPRE ELA


A falsa notícia da Folha sobre as contas na Copa.

Por Jotavê.
Tudo indica que a Folha de São Paulo comeu barriga. Ontem, noticiaram que o Executivo teria enviado um ofício ao TCU dizendo que ficaria a critério do executivo tornar públicas informações a respeito de obras novas avaliadas em mais de 10 milhões. Textualmente
Em ofício enviado ao Tribunal de Contas da União, o Ministério do Esporte avisou que a prestação de contas de novos contratos de valor estimado em R$ 10 bilhões vai depender da "conveniência do Poder Executivo".
Ao que tudo indica, essa notícia é falsa. O ofício do Ministério não dizia nada disso, e nem sequer se referia a "prestações de contas". Segundo o Portal G1, esse ofício dizia respeito aos critérios que serão adotados para introduzir mudanças na "matriz de responsabilidades", ou seja, na distribuição das responsabilidades dos municípios, estados e União em relação às obras. O ministério chama para si a responsabilidade de incluir novas obras, impedindo que estados e municípios possam tomar essa decisão sozinhos. Não há (sempre segundo o portal G1) nenhuma menção no documento a valores, nem muito menos às prestações de contas. O ofício fala de uma outra coisa. Aparentemente, a Folha cometeu um erro. 
Para provar o contrário bastaria que ela fizesse o quê? Uma coisa muito simples: publicar o ofício. Durante a entrevista que deu para esclarecer a questão, o ministro distribuiu cópias desse ofício. Bastaria publicar o documento, ou pelo menos disponibilizá-lo na Internet, para que os leitores verifiquem se é verdade o que o jornal disse a seus leitores, ou seja (sempre é bom repetir), que a prestação de contas de novos contratos de valor estimado em R$ 10 bilhões vai depender da "conveniência do Poder Executivo"
Se isso for mentira (e tudo indica que é, mesmo), bastaria publicar uma nota dizendo aquela palavrinha mágica: "erramos". Não seria muito mais transparente? 
Câmara dos Deputados aprovou uma medida provisória que prevê o sigilo sobre o orçamento de algumas obras, o que foi criticado por entidades e pela oposição .
"Não há vedação à publicação de orçamentos. Não há nehuma restrição. Serão todos dados publicados. O que há é que, durante o processo de licitação, os concorrentes, as empresas interessadas, elas não terão dados de orçamento. Mas a própria proposta de lei prevê que os órgãos de controle interno e externo terão acesso a essas informações. O objetivo é pôr fim à combinação de preços por parte das empresas", disse o ministro em entrevista no ministério.
Orlando Silva afirmou que o governo pretende promover "competitividade no mercado". "Será publicado [o orçamento] somente após o encerramento da licitação. É um instrumento de defesa. Queremos reduzir o custo."
Na noite desta sexta-feira, o ministério do Esporte divulgou uma nota de esclarecimento sobre o assunto. Segundo o texto, a MP assegura transparência aos processos de licitação.
Ele disse que "a orientação explícita da presidenta Dilma é que todo o processo de preparação para a Copa do Mundo de 2014, assim como [para] os Jogos Olímpicos de 2016, têm que ter a máxima transparência".
Segundo o ministro, a divulgação prévia dos dados de orçamento da obra favorece a combinação de preços, conforme o governo já havia dito em nota divulgada na quinta .
"O temor das pessoas é que elas não tenham instrumento para fazer acordo, para fazer combinação de preço. Ela [a empresa] vai ter que elaborar uma proposta baseada em critérios técnicos", disse o ministro.
Nota ao TCU.
Silva comentou ainda reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", que  cita documento do governo enviado ao Tribunal de Contas da União. O jornal diz que, conforme o ofício, no caso de novos contratos com valor acima de R$ 10 bilhões, a prestação de contas vai depender da "conveniência do Poder Executivo".
O TCU informou que a reportagem da Folha mencionava pedido de informações feito pelo tribunal ao ministro sobre o andamento das obras e sobre a definição da responsabilidade de cada esfera governamental nas obras.
Na entrevista, o ministro disse não saber do que se trata o valor citado pela "Folha" e afirmou que, quando o documento se refere à "conveniência do Poder Executivo" trata sobre as responsabilidades dos municípios, estados e União em relação às obras. Ele diz que é "conveniência do Poder Executivo" definir quais obras são voltadas ao mundial e quais não são.
"Na nota técnica há quatro critérios pra definir mudanças na matriz de responsabilidade. Um dos critérios é 'conveniência do Poder Executivo em firmar tais anexos temáticos', porque nós não vamos tolerar que digam que é um projeto para a Copa, sem ser necessário para a Copa", afirmou o ministro.
"O TCU nos solicitou a informação sobre matriz de responsabilidades, que é um pacto entre os três níveis de governo, que estabelece as responsabilidades. O tribunal quis saber quando e que outros temas serão incorporados a essa matriz de responsabilidades. Nós respondemos que vamos fazer aditivos a essa matriz, à medida em que consolidemos os vários temas", explicou Silva.
O ministério distribui uma cópia da nota enviada ao TCU, mas o documento não faz menção a valores e nem à prestação de contas sobre obras.
Fifa.
Sobre possíveis intervenções da Fifa nas obras dos estados, o ministro afirmou que a lei de licitações brasileira prevê a possibilidade de alterações no projeto. “ [A lei] permite que uma prefeitura, o governo do estado, o governo federal faça, desde que fundamentada a necessidade de uma alteração, uma alteração no contrato com valor superior ao que está estabelecido na lei.
Segundo o ministro, a Fifa pode sugerir alterações, mas como as especificações para os estádios já foram publicadas, deve acontecer apenas “um ou outro ajuste técnico”.
A Fifa não pode se converter na muleta, no ponto de apoio, para justificar a incompetência de quem quer que seja que não tenha conseguido cumprir com os cronogramas, os compromissos firmados com a Fifa”, disse.
Atrasos.
Quando perguntado se haveria um limite para as cidades mais atrasadas, como Natal e São Paulo, demonstrarem que as obras ficarão prontas a tempo, o ministro afirmou que a Fifa virá ao Brasil no final de julho.
O comitê deve fazer um exame sobre a preparação do mundial no Brasil e sobre a situação de cada uma das cidades. O que eu percebo é um empenho redobrado. Existe um esforço mais ativo do governo desses estados”, afirmou. 
No dia 30 de julho, segundo a assessoria do Ministério do Esporte, a Fifa estará no Rio de Janeiro para sortear as eliminatórias da Copa do Mundo.
Medida provisória.
A MP aprovada simplifica o processo de licitação para obras da Copa e das Olimpíadas no Brasil. Dentro da MP, há a possibilidade de que alguns valores sobre obras não sejam divulgados.
A Secretaria de Relações Institucionais diz que a medida é inspirada em experiência internacional e tem como objetivo ampliar a competitividade entre empresas e evitar combinações de preços.
No próximo dia 18, a oposição ainda votará destaques ao texto-base da MP e, portanto, as regras sobre licitações podem ser alteradas.
Promessa de Lula. 
Durante cerimônia de apresentação da logomarca da Copa do Mundo de 2014 na África do Sul, realizada em julho do ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu "máxima transparência" em relação aos gastos com o evento.
"Já aprovamos os planos para as 12 cidades-sede do Mundial. A preparação do evento terá máxima transparência. Todos os gastos públicos serão divulgados na internet e acompanhados em tempo real por qualquer cidadão do mundo", declarou Lula na ocasião. 
O ministro do Esporte, Orlando Silva, negou nesta sexta-feira (17) que o governo promova "vedação à publicação de orçamentos" de obras para a Copa do Mundo de 2014. Na noite de quarta (14), a

SANTAS . . .


AUMENTO DO CONSUMO

Protesto ‘marcha das vagabundas’ chega ao Brasil neste sábado.
Comentário de policial no Canadá inicou movimento contra machismo.
Convocado pelo Facebook, evento em SP tem mais de 5 mil adesões.
Um protesto que começou no Canadá e vem ganhando as ruas de vários países do mundo chega ao Brasil neste fim de semana. Conhecido como ‘SlutWalk’, a primeira marcha das vagabundas (ou das vadias, como vem sendo traduzido) deve acontecer na Avenida Paulista, neste sábado, a partir de 14h.
O movimento ‘SlutWalk’ começou no mês passado em Toronto, no Canadá, quando alunos de uma universidade resolveram protestar depois que um policial sugeriu que as estudantes do sexo feminino deveriam evitar se vestir como “vagabundas” para não serem vítimas de abuso sexual ou estupro.
“Quando ouvimos pela primeira vez sobre a Polícia de Toronto rotular as mulheres e pessoas com maior risco de abuso sexual de "vagabundas", pensamos em fazer barulho e exigir mais do que um pedido de desculpas. Temos o direito constitucional de liberdade de expressão e decidimos usá-lo”, diz o site do grupo (http://www.slutwalktoronto.com/).
A primeira marcha reuniu cerca de 3 mil participantes vestidas de forma provocativa ou comportada para chamar a atenção para a cultura de responsabilizar as vítimas de estupro. Foi o estopim para que outros eventos semelhantes se espalhassem por várias cidades dos Estados Unidos e Europa.
No Brasil, onde foi convocado por meio do Facebook, o evento já tinha a adesão de mais de 5 mil pessoas até a tarde desta quinta . “Fiquei até meio assustada com a quantidade de pessoas [que aderiram]. Se vai ter número maior ou menor, não importa, o importante é fazer o barulho que a gente quer fazer”, diz uma das organizadoras da marcha, a publicitária Madô Lopes, 29.
Segundo ela, que disse ter compartilhado com amigos a necessidade de fazer um evento semelhante no Brasil, a vestimenta é livre para participar do evento, em que homens também são bem vindos.
Cada um vai vestido como quer. Tem garotas que vão vestidas como vagabundas, tem quem goste de saia justa, tem quem não goste. Não é um baile de fantasia. Mas quem quiser ir ludicamente vestido, pode ir. Todo mundo vai estar lá pela mesma causa que é o respeito à mulher”, afirma.
Já no calendário de eventos do site oficial, a marcha paulistana ocorre no mesmo dia das de Los Angeles e Chicago (nos EUA), Edmonton (Canadá), Edinburgo (Escócia), Estocolmo (Suécia), Amsterdã (Holanda), Copenhagen (Dinamarca) e Camberra (Austrália).
Belo Horizonte.
Com inspiração na marcha paulistana, um segundo evento brasileiro, em Belo Horizonte. Com menos adesões até agora –os participantes no Facebook somavam mais de 800 até esta quinta- a marcha mineira vem ganhando o apoio de grupos feministas e de questões de gênero e até da associação dos profissionais do sexo local.
Muitas pessoas reagiram ao convite perguntando: ‘Por que me convidaram para esse evento? Eu não sou vagabunda!’ O propósito é discutir um assunto ainda polêmico. Hoje quase não se discute as questões de gênero, é como se tivessem sido resolvidas. A forma como algumas pessoas têm reagido já é indício de como a questão é delicada”, diz a atriz e diretora de teatro Débora Vieira, 29, uma das organizadoras.
Articulada com grupos feministas, ela lembra o episódio da estudante Geisy Arruda, que foi expulsa de uma universidade de São Paulo após ter sido hostilizada por alunos por usar um vestido curto, como exemplo do atraso do país nas discussões de gênero.
“Quando aconteceu o episódio da Geizy Arruda, a reação na mídia de fora foi bem curiosa. ‘Como o país das bundas e do carnaval reage com tamanha agressividade a uma roupa curta?’ Quando é a própria mulher que toma atitude de se exibir, botar roupa curta ou falar de sexo, é chamada de vadia, de vagabunda. Belo Horizonte não está longe disso. Aqui, enfrentamos o mesmo problema da maioria das cidades brasileiras, em que as mulheres têm que ser educadas para evitar que o estupro aconteça.”

LULA AGRADECE A BLOGOSFERA

Sei o bem que vocês fizeram ao povo
Por André Cintra, no Vermelho.
Sete meses depois de ter concedido a primeira entrevista coletiva de um presidente da República a blogueiros e tuiteiros, Luiz Inácio Lula da Silva voltou, na noite desta sexta-feira (17), para os braços da blogosfera. Ovacionado por um público que não parava de aplaudi-lo e entoar palavras de ordem como “Lula / guerreiro / do povo brasileiro”, o ex-presidente roubou a cena na abertura do 2º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas, em Brasília (DF). Embora já tivesse escrito seu discurso, Lula, na hora H, improvisou — mas cumpriu a promessa de fazer uma exposição breve, de menos de 15 minutos. Foi tempo suficiente para ele disparar uma série de críticas à grande mídia e à direita brasileira. E tempo, sobretudo, para retribuir o apoio que recebeu nos oito anos de seu governo, particularmente em 2010, durante as acirradas eleições presidenciais.
Lula ao Vermelho: “Quero lançar o blog sem estardalhaço”“Como ex-presidente, sei o bem que vocês fizeram ao povo deste país e à democracia”, afirmou Lula, referindo-se à disputa eleitoral entre Dilma Rousseff e José Serra. “Não vou esquecer o papel que vocês tiveram na defesa da liberdade de imprensa. Vocês evitaram que a sociedade fosse manipulada pelos falsos formadores de opinião — que já não formam opinião nem na casa deles.
Segundo Lula, os abusos da mídia hegemônica não ocorrem apenas no Brasil. “Já visitei 16 países desde que deixei a Presidência e sei que, em todo lugar, a imprensa confunde críticas com mentiras. Não me incomodo de ser criticado por nenhum jornalista, mas não suporto as mentiras que eles dizem.
O ex-presidente deu ainda mais ênfase às críticas ao tucano José Serra, a quem acusou de ter inventado um “meteorito de papel” em evento de campanha no Rio de Janeiro. Para Lula, “não é admissível que alguém que queira ser presidente faça uma farsa como aquela. O estrago não foi na cabeça — foi nas urnas”.
De acordo com o ex-presidente, Serra também estimulou o ódio contra a então candidata Dilma. “Nunca vi tanto preconceito — e olha que sofri demais com isso nas cinco eleições presidenciais que disputei. Foi o único momento da história em que um candidato a presidente saiu da disputa mais fraco do que entrou.
Banda larga.
Mesmo diante da presença do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Lula cobrou avanços no Plano Nacional de Banda Larga, ressalvando que Dilma honrará o compromisso de espalhar a internet popular Brasil afora. “Hoje, temos menos computador nas casas do que devemos ter, menos gente na internet do que devemos ter, menos blogueiros do que devemos ter. É preciso coragem para fazer da banda larga um direito de todos”, disse o ex-presidente.
Ele também ponderou que qualquer mudança nas comunicações “mexe com grandes interesses”. Como exemplo, evocou o ex-ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Franklin Martins, também presente ao evento. “Vocês sabem o quanto o Franklin apanhou só por dizer que era preciso um novo marco regulatório, já que o nosso é de 1962.
Aos blogueiros, Lula pediu “seriedade” na luta. “A direita não brinca em serviço. Quanto mais te atacarem, mais você deve ter seriedade”, recomendou, para depois retomar os elogios. “Vocês são uma alternativa, uma possibilidade para que a sociedade possa formar a sua própria opinião. Valeu a pena vocês existirem. Tomara que ainda valha muito mais.”
Ao Vermelho, minutos depois de sua exposição, Lula garantiu que abrirá um blog, mas disse que não dará detalhes da iniciativa. O iminente blogueiro já terá, assim, mais uma motivação para participar dos próximos encontros da blogosfera progressista.

A DISPUTA NAS RUAS DO MUNDO

BENS PÚBLICOS X PRIVATIZAÇÃO - Dezenas de milhares de estudantes, professores e funcionários de escolas saíram às ruas esta semana no Chile para protestar contra a crescente privatização da educação no país. Na Europa, outras dezenas de milhares de jovens, trabalhadores de diversos setores e desempregados estão nas ruas na Grécia, na Espanha, na República Tcheca e em outros países contra os planos de austeridade do FMI e do Banco Central europeu que representam maior arrocho para os assalariados, privatização de empresas e serviços públicos e impunidade para os responsáveis pela crise. Por todo o mundo, cresce a resistência à ofensiva do grande capital que quer resolver a crise econômico-financeira iniciada em 2008, transferindo os custos, mais uma vez, para os bolsos de quem vive do trabalho. A Carta Maior destaca essa situação neste fim de semana, sugerindo a leitura de alguns artigos e reportagens de dois Especiais, Desordem Financeira e As Ruas do Mundo, que ajudam a entender o atual cenário internacional e seus possíveis impactos na América Latina e no Brasil. (Carta Maior; Sábado,18/06/ 2011)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

PODE APERTAR . . .

A CHANCE DE CORTAR A RAÇÃO RENTISTA

O agravamento da crise internacional é um dos argumentos utilizados pelo BC brasileiro, bem como pelos rentistas para justificar a alta dos juros no país. O argumento transpira um certo bodum de  oportunismo  amanhecido. O que se sugere é que haveria dificuldade de financiar a dívida interna dadas as incertezas nos mercados financeiros e a consequente má vontade dos investidores em aplicar seus fundos aqui.O juro alto seria a única forma de cevá-los a bater o ponto no caixa nativo. O que se observa nos últimos meses sugere o oposto. O Brasil tem tido dificuldades para conter massas de capitais que afluem em ondas tsunâmicas atraídos por níveis de rentabilidade indisponíveis em boa parte do planeta. A alavanca que move esse moinho, e seus estragos sabidos numa estrutura industrial afogada em importações, é uma taxa de juro real da ordem de 7%. Para se ter uma idéia do colosso basta lembrar que a Grécia --dissolvente e conflagrada--  paga 10% reais para colocar seus títulos no mercado (14% de face, menos 4% de inflação). Apenas 3 pontos acima do brasileiro sendo que a a economia grega dificilmente escapará de aplicar um sonoro calote nos detentores de seus esvoaçantes papéis. Mais ainda: a dívida pública grega é de  139% do PIB, contra 39% no caso brasileiro. O déficit público  está em 10,5% do PIB. O déficit nominal no Brasil, isto é, o buraco do caixa depois de deslocada generosa  fatia de receita pública para pagar juros, é de 2,4%. Em resumo, exceto casos comatosos de economias que dificilmente poderão honrar o valor de face de seus títulos, o Brasil é líder inconteste na arte de apascentar rentistas urbi et orbi. Ainda que reduzisse a ração à metade, em que outro lugar do planeta os capitais teriam um abrigo de tal qualidade, feito de juros robustos e condições econômicas e políticas de reconhecida solidez? Os rentistas sabem que o país está montado numa poupança real da ordem de alguns trilhões de dólares guardada nas reservas do pré-sal, o que afasta qualquer risco de insolvência para as próximas décadas. O que falta então para romper o torniquete ortodoxo que sempre terá um argumento 'técnico' para garrotear a nação e seu crescimento? Talvez falte justamente chamar os senhores da guerra rentista e oferecer-lhes um plano de repactuação em bases menos leoninas, tendo como referência o privilegiado horizonte de liquidez da economia nacional. Em tempo: 80% dos vencimentos da dívida pública indexada aos juros da Selic ocorrerão entre 2011 e 2014. Num cenário mundial  em que os rentistas clamam por segurança, a Presidenta Dilma tem a preciosa oportunidade de, no curso de seu mandato, dizer-lhes: 'o Brasil do pré-sal e da estabilidade política pode pagar-lhes 4% reais ao ano, não mais 7%. É pouco? Então vão investir na Grécia'. (Carta Maior; 6º feira, 17/06/ 2011)

FOME PARA ACABAR COM JEJUM



Ontem completou 25 anos
BLOG DO DENI MENESES - O repórter de oito copas do Mundo.
A história conta que o Botafogo é o clube das superstições. Esta semana, o futebol do clube está apegado ao tabu de onze anos sem vitória sobre o Flamengo no Campeonato Brasileiro. A última vai completar os onze anos dia 7 de outubro (Botafogo 3 x 1 Flamengo).
O retrospecto é amplamente favorável ao Flamengo, que em dezesseis jogos ganhou a metade e empatou os outros oito, impondo-se ao Botafogo em três das quatro últimas decisões do Campeonato Carioca.
Alheio ao tema, até porque é estreante, o baiano Elkeson – destaque do time na vitória (3 a 1) sobre o Coritiba – disse que é impossível esconder a ansiedade pelo primeiro clássico com adversário tão importante: “Só joguei uma vez contra o Flamengo e evitei nos minutos finais, com o gol que fiz, que o Vitória perdesse. O jogo foi 1 a 1 em Salvador”.
Outro ansioso é Maicosuel, que ontem ganhou festa do clube pelos 25 anos, mas quer ajudar na vitória domingo como melhor presente de aniversário: “Não importa que seja depois do dia. O que interessa é ganhar o presente”. Maicosuel enfrentou o Flamengo pela última vez no primeiro jogo da final do Campeonato Carioca de 2009 quando teve o problema no joelho.
Alessandro é o que mais jogou no Engenhão. Ele completará 101 jogos e já marcou 11 gols: “Quero sentir o sabor de ganhar pela primeira vez do Flamengo”. Será o sexto jogo dele com o Flamengo, com duas derrotas e três empates.
Herrera mostrou mais ânimo no treino de finalização ontem à tarde no Engenhão, só aberto aos jornalistas no final. O atacante argentino teve a pena reduzida, ontem, no novo julgamento, para dois jogos, já cumpridos e está livre, depois de atuar sob efeito suspensivo.
Jeferson disse ontem que quer dar um até logo aos companheiros e aos torcedores, ajudando o Botafogo a vencer. O goleiro se apresenta segunda-feira à seleção e no dia seguinte seguinte viaja para a Copa America (1 a 24 de julho na Argentina).

ARBRITAGEM - BASTIDOR

BLOG DO DENI MENEZES - O Repórter de oito copas do mundo.
Alício Pena Júnior, da Federação Mineira, apitará Fluminense x Bahia, amanhã, às 18h30m, no Engenhão.
André Luis Castro, da Federação Goiana, apitará Grêmio x Vasco, domingo, às 16 horas, no Estádio Olímpico.
Felipe Gomes da Silva, da Federação do Rio, apitará Flamengo x Botafogo, domingo, às 16 horas, no Engenhão.
Ricardo Ribeiro, da Federação Mineira, apitará Duque de Caxias x Ponte Preta, amanhã, pela Série B.
Ganso voltará ao time do Santos, quarta-feira, na final da Copa Libertadores, com a lotação do Pacaembu esgotada.
Olivera, artilheiro do Peñarol, imobilizou o ombro, mas garante que joga a decisão com o Santos.
Rodolfo e Miranda, zagueiros, e o atacante Fernandinho desfalcam o líder São Paulo no jogo de amanhã com o Ceará.
Zinho, cinco vezes campeão brasileiro e campeão mundial em 94, comemora hoje 44 anos. Festa em Nova Iguaçu.
Cirilo Reis, rubro-negro, comunicador da Rádio Nacional, festeja hoje mais um aniversário.
César, ex-atacante do America, Grêmio e Benfica participa da festa, hoje, dos 161 anos da sua querida São João da Barra.
Luiz Ribeiro comanda o Painel Tupi FC, hoje, às 21 horas, no AM 1280 e no FM 96,5 da Super Rádio Tupi.

CLÁSSICO SERÁ UM GRANDE TESTE




Caio Júnior considera que o primeiro clássico será um grande teste para o Botafogo. O técnico analisa o jogo de domingo com o Flamengo como prova que seu time terá para mostrar a evolução no Campeonato Brasileiro: “É o adversário mais difícil que vamos enfrentar. Não só pela qualidade individual e pelo título carioca, mas o Flamengo é um dos melhores times” - frisou.
O técnico vem tentando alternativas, não só para domingo, mas para o restante da temporada em que sabe que os jogos exigem variações. Ontem, por exemplo, ele não contou com Maicosuel, que só fez trabalho de musculação porque precisou de uma visita ao dentista pela manhã e, por conta disso, também não participou do treino técnico da tarde. Caio Júnior testou Elkeson, Herrera e Everton, com boa movimentação.
A motivação toma conta de Maicosuel na semana do grande jogo. Em franca recuperação, após o longo tempo de inatividade, devido á cirurgia no joelho, ele está ganhando confiança a cada rodada, depois de reinício cauteloso em que precisou de readaptação mais lenta: “Foi preciso paciência e compreensão para superar o problema, mas agora está tudo caminhando bem, felizmente” – diz o jogador.
Foi precisamente quando enfrentou o Flamengo na fase final do Campeonato Carioca que Maicosuel teve o problema no joelho. Agora, novamente frente a frente com o tradicional adversário, tudo o que ele espera é jogar bem e ajudar o Botafogo a sair com a vitória: “É jogo para aumentar a motivação se sairmos com a vitória. Ganhar do Flamengo vai nos valorizar muito” - destacou ele.
Outro que se sente empolgado é Everton, que vai reencontrar o adversário em momento em que o Flamengo quer melhorar e o Botafogo subir ainda mais na classificação: “É clássico de muita rivalidade e equilíbrio. O Flamengo não ganha há três jogos e com certeza quer voltar a vencer, mas o Botafogo está vindo de uma boa virada sobre o Coritiba e quer subir mais” - disse o meio-campo.
Jeferson joga domingo e segunda se apresenta à seleção que viaja para a Argentina: “Quero o meu espaço não só na Copa America, mas depois na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Tenho 28 anos, fui convocado aos 45 do segundo tempo e desde a minha primeira participação, de 2003 a 2005, o objetivo é sempre a seleção” - comentou o goleiro, que disse não pensar em sair do Botafogo: “Eu me sinto bem e sou feliz no clube”.
Quatro jogos abrem hoje às 21 horas a sexta rodada do Campeonato Brasileiro da Série B em que o Duque de Caxias FC, único time do Rio de Janeiro, ainda está tentando a primeira vitória, depois de dois empates e três derrotas.
Os jogos de hoje: Portuguesa x Bragantino, Grêmio Barueri x Asa, Criciúma x Ituiutaba e Icasa x São Caetano. O Duque de Caxias receberá amanhã, às 16h20m, a Ponte Preta, no estádio de São Januário.
Outros quatro jogos serão realizados no mesmo horário: Guarani x Americana, Salgueiro x Goiás, Vitória x Sport Club Recife e Nautico x Paraná. A rodada será concluída às 21 horas com Vila Nova x ABC de Natal, no estádio Serra Dourada.

UM ESCÂNDALO MONUMENTAL

Por Carlos Chagas.
É preciso   denunciar  uma das maiores bandalheiras dos últimos tempos, iniciadas durante o governo  José  Sarney, continuadas no governo Fernando Collor, não interrompidas no governo Itamar Franco, ampliadas no governo Fernando Henrique, super-dimensionadas no governo Lula e  continuadas no governo Dilma Rousseff.   Trata-se das famigeradas ONGs, rotuladas como Organizações Não Governamentais, mas que,  com raras exceções, vivem grudadas nas tetas do  poder público, sugando recursos do Estado como  quadrilhas dignas dos tempos de Al Capone.
De início, é  bom esclarecer: existem ONGs maravilhosas, daquelas que só contribuem para o aprimoramento social, político, ambiental, cultural, esportivo  e quantas outras atividades existam.
O problema é que  essas e outras    legiões muito maiores  de quadrilhas formadas  à sombra da sociedade organizada,  intitulam-se   “não  governamentais”. Por que, então, para subsistir  enriquecer seus dirigentes, dependem de recursos públicos? Que vão buscar sua  sobrevivência fora do  governo, nas entidades privadas. O diabo é que,  de acordo com os grupos que dominam os  governos, assaltam os cofres públicos e comportam-se como Ali Babá abrindo a caverna.
Apareceram agora as tais OSCIPS,  organizações de interesse público. Podres, na maioria dos casos,  daquelas que nem sede dispõem, ficticiamente funcionando em restaurantes, garagens e estrebarias, se essas  anda existissem.  Dizem que carecem de fins lucrativos,   que existem para   servir à sociedade. Mentira. Como estamos no  ciclo dos companheiros, seria bom o ministério da Justiça verificar quantas delas vivem de recursos sugados do  tesouro nacional.  Quantas pertencem a companheiros do PT, já  que nenhuma delas tem obrigação de prestar contas  de suas atividades?  São contratadas pelo governo para prestar serviços públicos...
Existem 5.840 OSCIPS em todo o país. Caso o secretário-executivo do ministério da Justiça, Luís Paulo Barreto, decidisse investigar todas,  verificaria que o governo gasta com elas duas vezes mais do que gasta com o  bolsa-família. Trata-se de um  escândalo monumental, mas  acobertado pelo poder público, tanto faz quem  o detenha  no momento.
NEGOCIATA À VISTA.
Vem aí  para a escolha do consorcio que abocanhará a implantação do trem-bala. Haverá um leilão. Alguém imagina que as principais empreiteiras já não tenham entrado em  conluio para transformar os 33 bilhões  de reais previstos para implantar a obra não se tenham transformado em  66 bilhões ou mais?
Esses recursos, se utilizados na recuperação da malha ferroviária  nacional bastariam para unir Norte-Sul, Leste-Oeste do território nacional através de  estradas de ferro. Como seria prejudicial ao rodoviarismo e à indústria do  petróleo, melhor convencer os donos do poder que o trem-bala nos elevará  ao patamar de nação rica e desenvolvida.  Engana-se quem supuser que Rio e São Paulo serão unidos em duas horas. Para acelerar, o trem-bala levará vinte minutos. Para  desacelerar, mais vinte.  Contando com as paradas  previstas, não se chegará de uma cidade  a outra em  menos  do que cinco horas. O  diabo é que de avião a lambança é maior.  Quantas horas no  aeroporto,  para embarcar?  E quantas para desembaraçar a bagagem?
ME ENGANA, QUE EU  GOSTO.
Vai ficando claro que o presidente Obama veio ao Brasil para  nada. Prometeu  que pelo  menos  aliviaria as barreiras alfandegárias para a  entrada do etanol brasileiros  em seu  território. Seria bom para eles, aliviando a carga de poluição do  petróleo, e bom  para nós, pelo aumento da produção e da exportação. Pois vem agora  o Senado dos Estados Unidos e nega a redução de dificuldades para entramos em seu mercado.  Me engana, que eu gosto...
COM AS UNHAS DE FORA.
Foi lamentável  o primeiro encontro   da ministra Ideli Salvatti com os líderes dos partidos da base aliada, esta semana. Porque PMDB, PT e penduricalhos   exigiram da ministra da Coordenação Política um mínimo da liberação de 50% dos recursos orçamentários para as emendas parlamentares individuais.  Que dizer, se não obtiverem a metade do  que pleiteiam, estarão descompromissados para votar com o governo em projetos.

COMUNIDADE EUROPEIA! ! !

MERCADOS

DIAS DE FÚRIA, NOITES DE ASSOMBRAÇÃO - Não é apenas o calote  da Grécia que assombra os mercados mundiais. A incerteza sopra também na esquina do mundo que deveria ser o ponto de encontro entre capitais ariscos e a segurança, em última instância, para a desordem financeira por eles engendrada : ou seja, a economia norte-americana. Se as ruas da Grécia e da Espanha ardem em protestos pelo custo de uma convalescência que, ao final e ao cabo, materializa-se na supressão de direitos e deslocamento de riquezas das nações para os credores, a verdade é que o bunker norte-americano não inspira mais a confiança absoluta que dele se espera. Os investidores que se deslocavam ontem em busca de um porto seguro para assistir de longe ao incêndio grego, colidiram com o tráfego em sentido contrário de más notícias vindas dos EUA. O que as buzinas anunciavam era o fantasma da estagflação: a inflação americana foi além do que se previa; a economia ficou aquém do que precisava crescer para acalmar os espíritos da incerteza e da obsessão mórbida pela liquidez, como diria Keynes. A variação dos preços na meca capitalista atingiu 3,6% nos últimos 12 meses. É o maior nível desde outubro de 2008. O problema se agrava no contraste com a curva do crescimento, que desliza para baixo. O indicador da produção industrial da região de Nova York, em junho, está negativo em 7,79. Sugere uma ruptura na já lenta, frágil, recuperação esboçada desde o final de 2010. Esses são os fundamentos da notícia comemorada ontem no Brasil, de que o risco-país, pela primeira vez na história, ficou abaixo daquele atribuído à principal cidadela capitalista do planeta. Por fim, cresce a percepção de que corda política da crise esticou ao máximo. De agora em diante será cada vez mais difícil descarregar o ônus da convalescência nas costas de povos e nações endividados. O cenário é de um corner, com janelas que se fecham e pontos de fuga que se estreitam. Um dado resume todos os demais: o PIB mundial é da ordem de US$ 60 tri; o volume de capitais em busca de refúgio --capitais fictícios em grande parte (leia textos inéditos de Luiz Gonzaga Belluzzo nesta pág), ultrapassa US$ 900 tri. Essa espuma busca desesperadamente uma contrapartida (inexistente) na riqueza real que se estreita por conta da recessão e dos calotes em marcha . É a partir dessa dança das cadeiras que o Brasil deve analisar o passo seguinte do seu crescimento e a estratégia diante da invasão de fluxos especulativos na economia. Em artigo recente nesta pág , 'Nuvens Negras no Horizonte'  (leia o especial "Desordem Financeira"), o economista da FGV, Amir Khair advertia: 'O melhor para o Brasil é apostar as fichas da saúde econômica e financeira naquilo em que somos bons: alto potencial de mercado interno inexplorado. É bom repensar as políticas do pé no freio, que podem fragilizar o País aos trancos de fora' (Carta Maior; 6º feira,17/06/ 2011)

DE COMO NOS LIVRAMOS DE UM DITADOR CIVIL

Por Carlos Chagas
De vez em quando é preciso mergulhar no  passado, na  tentativa de iluminar o presente, mesmo sem a pretensão de desvendar o futuro. Porque o passado,  alguém já escreveu, não costuma mostrar o que fazer, mas aponta sempre o que devemos evitar.Cinqüenta anos atrás o então presidente Jânio Quadros empolgava o país com iniciativas de toda ordem. Inaugurara uma política externa dita independente, desvinculando o Brasil do alinhamento automático com as diretrizes dos Estados Unidos. Rejeitara qualquer sanção  contra Cuba, tendo até visitado Havana durante a  campanha, prometendo a Fidel Castro  manter a promessa de  jamais admitir interferência nos negócios internos de outros  países. Dera um susto em Portugal determinando  que a partir de sua posse reservávamos o  direito de não votar, nas Nações Unidas, favoravelmente à colonização de Angola e Moçambique. Restabelecera relações diplomáticas com a União Soviética, cortadas desde 1946,  e inserira o Brasil no Terceiro Mundo, apoiando as ações de  Tito, na Iugoslávia, Nehru, na Índia, e Nasser, no Egito.No plano interno, adotara uma política econômica recessiva, desvalorizando o cruzeiro diante do dólar, favorecendo as multinacionais e cortando fundo no  orçamento.  Interrompeu  a estratégia desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. Também proibiu  desfiles de maiôs, nas disputas de Miss Brasil, brigas de galo, em todo o território nacional,   e corridas de cavalo durante a semana. Exigiu  do funcionalismo público que trabalhasse em dois horários diários, e suspendeu por três dias as transmissões da Rádio Jornal do Brasil. Fulminou seus ministros com  bilhetinhos que tornaram a “Hora do Brasil” o programa  mais ouvido no rádio, impondo comissões de inquérito para investigar montes de denuncias de corrupção. Botou  o  Exército na rua, em  Recife, com tanques e tropa  embalada para  reprimir estudantes revoltados com a proibição, pelo reitor da  Universidade de Pernambuco, de permitir palestra da mãe de Che Guevara em suas instalações.Em suma, era uma salada mista onde o presidente ora  voltava-se para um lado, ora para outro. No Congresso,  desprezava os grandes partidos,  como   PSD, UDN e PTB.  Recebeu um aviso do Senado, que deixou de aprovar a indicação de José Ermírio de Moraes para embaixador do  Brasil em Bonn, ainda que insistisse em nomear embaixadores fora  da carreira.  Rubem Braga para o Marrocos, por exemplo. Quando  vagou a embaixada na Nigéria, indicou um oficial de seu gabinete, Raimundo Souza  Dantas,  jornalista de cor negra, levando Carlos Lacerda a indagar se nomearia um lourinho  para a Suécia, quando vagasse a embaixada naquele   país.Em vez de ganhar o apoio de cada segmento ou categoria,  por  atender suas inclinações, Jânio obtinha o resultado oposto:   os setores contrariados uniam-se contra ele. Talvez já   tivesse a estratégia definida antes mesmo de assumir, pois como candidato renunciara uma vez, gerando a substituição  de seu candidato a vice-presidente.  Quando governador de São  Paulo, duas vezes também renunciara, sendo contido por auxiliares. Admirador de Fidel Castro e de Gamal Abdel  Nasser, prestara  atenção na renúncia  de ambos aos governos de Cuba e do  Egito, meros golpes para   retornarem logo depois nos braços do  povo  e como  ditadores.Assim, e diante de resistências parlamentares frágeis e de uma imprensa que o adulava quando conservador e o criticava quando voltado para a esquerda, imaginou passar o  apagador no quadro negro e inaugurar um novo regime político,   onde o Congresso não o incomodasse e  a Constituição não o  contivesse.  Uma falsa renúncia, pensou, levaria ao paroxismo as massas e a classe média que o haviam elegido por seis milhões de votos, fazendo-o retornar em seguida com   poderes especiais. Traduzindo,  como  ditador. Dera  certo  em Havana, dera  certo  no  Cairo, por que não em Brasília?  Para ele, tão embriagado com a vitória  eleitoral, as forças populares se movimentariam espontaneamente, em especial  se alegasse a pressão de forças ocultas e  terríveis, ligadas ao capital internacional. O problema é  que depois se verificou terem nomes,  essas forças: Black and White, Johnny Walker e  Queen Anne...Mas Jânio  programou o golpe em detalhes.  Obrigou  o vice-presidente João Goulart a transformar em oficial  uma viagem particular à China Comunista, onde conforme o mundo ocidental se comiam criancinhas no café da manhã e velhinhas no jantar. Deixou para anunciar sua renúncia a 25 de agosto de 1961, Dia do Soldado,  quando Jango partia  de Cantão para Cingapura. Uma sexta-feira, impossível de localizar o substituto e, mais ainda, dia em que até  hoje fica difícil encontrar deputados e senadores em Brasília. A renúncia, entregue ao  Congresso depois das três  da tarde, geraria o caos no país  inteiro, dando tempo  a que as forças populares, até segunda-feira,  o  reinvestissem no governo com poderes absolutos. Imaginou que essas coisas acontecessem de graça, sem  preparação, tanto que recusou a proposta   dos ministros militares, na manhã da renúncia, de fecharem o Congresso e o confirmarem no   poder. Não queria dever nada a ninguém, para não ser tutelado,  como teria sido  naquela hipótese.O resultado foi que naqueles dias os deuses estavam simpáticos ao  Brasil, e boa parte dos parlamentares encontrava-se  em Brasília, mesmo numa  sexta-feira.   Circulavam rumores de um golpe  de estado, já que essas coisas jamais constituem segredo. Ainda mais porque o  presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, era adversário de Jânio e mandou fechar o aeroporto da  capital federal. Ninguém sairia, deputados e senadores ouviram pelos alto-falantes que  deveriam retornar ao Congresso.  Quando anunciada a renuncia, que Jânio imaginava só  ser apreciada na segunda-feira, ficou claro que o  golpista havia sido    péssimo  aluno na Faculdade de Direito de São Paulo. Porque a renúncia é um ato unilateral  que produz  efeito assim que  formalizada. Não tem que ser votada. Apenas conhecida.Resultado, enquanto  voava para São Paulo, ou lá se instalara na Base Aérea  de Cumbica, para aguardar o caos e o seu retorno, Jânio  ouviu  pelo rádio que o Congresso havia tomado conhecimento de seu gesto e empossado o presidente da Câmara,  Ranieri Mazzilli,  na presidência da República, tendo em vista a viagem do vice-presidente João Goulart ao  exterior.O  resto fica para outro dia, nessas lembranças do  que aconteceu 50  anos atrás, e que deveríamos  lembrar,  no mínimo para  que  não se repita,  50 anos depois.   Para quem pensa que o mundo mudou, vale lembrar a máxima   popular  de nada de novo acontece sob o sol...

BANÂNIA EM FESTA


Doutores magistrados do STF, que beleza!!! O país da Banânia está em festa, é um fumacê geral!!! Agora está liberada a marcha da maconha ... maravilha!!! Porque não a marcha da cocaína, do crack, da heroína, do LSD? Até os senhores e senhoras perderam a vergonha, uma atrás da outra. Abriram para o casório gay, liberaram as marchas sobre as drogas, ainda não julgaram os mensaleiros (já sabemos de antemão que serão liberados). É nosso país está indo para o buraco em velocidade galopante, perdeu-se a vergonha. Está difícil criar filhos e netos na retidão da vida mas faço votos que filhos ou netos desses magistrados não pagam o preço dos erros de seus pais ou avós.

SIGILO EM LICITAÇÃO !?

O Governo não pertence a duas ou três empresas brasileiras. O Governo é de todos os empresários. Fora disso, rasgue-se a lei, o Código Civil, a Constituição Federal e todas as regras nacionais. Roube-se à vontade e fo@#*a-se o Brasil e seu povo. Desperte, Presidenta Dilma Rousseff! Querem mesmo bagunçar o seu Governo. Forças estranhas, ou, quiçá, conhecidas, deram-lhe apoio, se me parece, para fazerem do seu governo um instrumento de enriquecimento pessoal maior do que o promovido no governo que lhe antecedeu. Não merecemos um deputado desse. Não merecemos uma idéia pilantra como a que esse deputado defende. Ou a Sra. concorda com isso? Manisfeste-se perante a sociedade. Agora confirmo o que já disse aqui em algum momento. O atraso nas obras tem sido proposital, pra criar emergências e conduzir os investimentos para Copa, Olimpiadas, etc, do jeito que os corruptos do Brasil pretendem. Cuidado, Presidenta Dilma, afaste os cálices envenados do seu Governo.
Sigilo em licitação?

Igualdade em todos os sentidos.

Uma Constituição igual para todos,não garantindo direitos a uns tirados dos míseros trocados de milhões de Trabalhadores. Igualdade nas votação do Congresso, onde assistimos recentemente,a votação de salários próprios sendo votados nas duas casas em menos de 4 horas, sem leitura de matéria, sema acordo de líderes, e as matérias dos Projetos dos Aposentados, rondam os dez anos entre as duas casas, PL 3299/08, PL 0001/07 e PL 4434/08, apenas igualdade, não podemos ter classes melhores que outras, direitos melhores para uns e outros sendo alijados deste Brasil que dizem aitngir números impressionantes perante a economia mundial, mas que é paupérrimo dentor de seu próprio lar, com sua própria gente. O Brasil, é o único país que direitos, são para alguns, alguns são melhores do que outros, pesquisando chegaremos à verdade. Nossa Previdência, está por vez desmistificada, Fim do Fator Previdenciário,assalto constitucional ao Trabalhador Brasileiro.

COPA DO MUNDO DA CORRUPÇÃO

Ainda vamos ver muita coisa a respeito da tal Copa do Mundo; É simplesmente imoral pretender que os superfaturadores das obras seja isentas de INSS. Os governos apregoam que a Previdencia Social está falida e portanto não pedem reajustar proventos de aposentadorais e pensãoes. Agora vêm com essa, só queria entender..

TUDO RESOLVIDO

O Juiz e o delegado conseguiram seus espaços na mídia, os policiais deram um passeio até São Paulo, ganhando diárias e o Edmundo já está solto.
Qual é o problema?
Tá tudo resolvido.
Palhaçada.

Futebol dos clubes é coisa privada

Lamentavel o proselitismo de alguns parlamentares, batendo em cima dessa questão de CBF e futebol. Futebol, em relação a entidades e clubes, é coisa privada, particular. A CBF não cansa de dizer que não recebe aportes de verbas publicas. Deputados chegam a falar tolices, como normear interventor na CBF. Absurdo juridico total. Homens publicos, vamos ver o bem estar do povo e não coisas de clubes e entidades de futebol, que compete aos vinculados tomar providencias. Agora, quando se fala em gastar dinheiro publico com estadios, a situação muda. Aliás, a Grecia promvoeu uma Olimpiada e hoje está falida, o que quer dizer que esses eventos não trazem qualquer vantagem futura.

Alerta

Soube, oficiosamente, que rádio do sul do Pará está conclamando os habitantes de fora a transferirem seus títulos eleitorais para o Pará. Os abestados o farão, afinal, os canalhas separatistas estão fazendo guerra pra valer. Quero ver se os paraenses de verdade não vão reagir.

A ROUBALHEIRA CONTINUA

A não divulgação dos gastos com obras e serviços para a Copa de 2014, estendida para as Olimpíadas de 2016, só servirá para mais roubalheira. É uma vergonha. Nosso país é o mais corrupto do mundo. Só tem ladrões e trouxas. Se você que está lendo este comentário não estiver entre os ladrões locupletadores é simplesmente um trouxa, como eu. Este Regime Diferenciado de Contratações (RDC) é uma aberração. No portal da presidência há a seguinte frase: "Transparência em 1° lugar". Somos ou não somos tolos? Até quando permitiremos essas bandalheiras? Enquanto roubam e saqueiam, nossos hospitais estão um lixo, nossas escolas um trapo, etc.
Acorda, Brasil.

Sigilo em licitação é golpe do Executivo.

Dilma Rousseff está ciente de tudo o que está acontecendo no Congresso e no Brasil. Se não toma uma atitude contra as ilegalidades "legalizadas" pelos marginais da Câmara é porque está em conluio com eles. O PNDH 3 está sendo implementado aos pouquinhos como quem cozinha um galo em água fria e aos poucos vai esquentando sem que ele sinta e termina por ser cozinhado sem perceber. Se isso está sendo feito, é porque ela consente. No caso das licitações sob sigilo é a mesma coisa. Ela sabe de tudo e isto só acontece porque foi dada a autorização para que se concretizasse. Que interesse tem o Legislativo em leis desse tipo? Quem se beneficia com esse tipo maracutaia é o Executivo que toca as obras Brasil afora.
Esta é a verdade: Dilma consentiu.

FRASE DE GURGEL

A frase do Procurador Geral, Dr. Roberto Gurgel é de uma inteligência que deixa a população brasileira orgulhosa. A mim, particularmente, só me dá a certeza de que não haverá Copa nenhuma por aqui, simplesmente porque os aproveitadores de plantão e alguns políticos de sempre estão ávidos nessa dinheirama toda. A FIFA deve estar de olhos bem abertos, porque sabe que o Brasil não é um País feito de políticos sérios e os poucos que existem, não tem força, são minoria. É muita sujeira, é revoltante e precisamos fazer algo, ir para a rua, protestar através da imprensa, se bem que eles, os safados, acham que imprensa não tem razão.

PIADA NACIONAL

Esse caso do Edmundo é uma piada nacional. Com condenação ratificada por Camara Criminal e pelo STJ, há varios anos, a propria Justiça está dando uma rasteira em si mesmo e se desmoralizando. Como explicar isso ao povo ? Aliás, a desembargaora do TJRJ que concedeu liminar ao jogador, é a mesma que agiu com severidade ao extremo, ao poibir que uma Procuradora de Justiça aposentada, idosa, respondesse a um processo em liberdade ou recorresse em liberdade, pelas agressões que perpetrou contra uma criança sob sua Guarda. Pelo menos Edmundo está sofrende a pena de ser depauperado em seu patrimonio, pois os advogados famosos que tem devem ter serviços na faixa dos milhões.
O jogador, com o que acumulou quando jogava e com o que ganha comocomentarista, não é nenhum ricaço.

ARQUIVE-SE

DEM/PSD

Os politicos partidários conservadores falam tão mal do PT,mas são piores,não tem moral,a ultima do Prefeito do DEM de São Paulo, querendo fundar o PSD, foi filiar politicos fichas sujas de alguns estados como Alagoas e agora já está filiando ao seu PSD de araque até pessoas falecidas como aconteceu em uma cidade do interior de Santa Catarina. Kassab do DEM, ex-PP, afilhado do pilantra Paulo Maluf e Pita do PP, que saquearam mais de 800 milhões de Reais dos cofres publicos paulistanos, pensa que engana a quem, 2012 está chegando e a mioria do eleitorado paulistano vai dá um chega pra lá a estes adesistas oportunistas reaceonários.
PT neles.

Marina, cara de pau, está quase fora do PV

Por pouco, muito pouco mesmo, Marina do mogno e das ONGs estrangeiras não está fora do PV, e não por falta de adeus. Quando os políticos se aperceberam que a intenção dela era se apossar do partido deram-lhe a opção de sair no momento que quiser. Ela está mais foram do que umbigo de vedete. Deram corda demais a essa cidadã, agora, ela pensa que é dona do pedaço.
 
Com Banco do Brasil, 'Minha Casa' tenta cortar déficit pela metade.Lei do Minha Casa Minha Vida 2 é sancionada com meta oficial de construção de 2 milhões de unidades e proposta verbal de Dilma Rousseff de 600 mil imóveis extras. Primeira fase do programa, lançado quando déficit habitacional era estimado em 7 milhões de unidades, tinha meta de 1 milhão. Para evitar sobrecarregar Caixa Econômica Federal e evitar atropelos na assinatura de contratos, Dilma libera Banco do Brasil para trabalhar com baixa renda.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

TÔ CONTIGO

Para o corinthiano pensar quando estiver parado no trânsito
Por Marcelo Bechler, Radio Globo.
Quando se fala em São Paulo é difícil esquecer o trânsito. Quem precisa ir à cidade ou pensa em morar na maior metrópole do país sempre pondera o que terá de encarar para se locomover. No final de maio os funcionários do metrô entraram em greve, reivindicando melhores salários. São Paulo travou. Os metroviários tinham o salário-base de 1.067 reais e depois de negociações e paralisação passam a receber 1.154,27. Aumento de 85 reais.
Enquanto isso, o estádio do Corinthians (não é Fielzão ou Itaquerão – uma empresa pagará pelos naming rights. Popularizando-se outro nome, desvaloriza-se a marca e o próprio clube ganha menos) poderá ter desconto – não previsto por lei – de 420 milhões em IPTU e ISS.
O metrô e o estádio parecem não ter relação nenhuma, mas quem paga os funcionários do transporte é o contribuinte, via impostos. Quem paga IPTU para morar na cidade também é o contribuinte. Com 420 milhões, é possível pagar aos 8.600 metroviários o salário de 1.154 reais por 42 meses, ou três anos e meio.
Os funcionários já tiveram o aumento (de 8% e não de 10% como reivindicavam), por tanto os 420 milhões poderiam ser usados de forma diferente. São Paulo tem hoje 70 km de linhas de metrô e o dinheiro seria suficiente para construir mais 7 km. Aumento de 10%.
Quando você, corinthiano, estiver preso no trânsito, nas plataformas lotadas do metrô, ou tomando chuva em um ponto de ônibus e sem ter o que fazer, pense no quanto quase meio bilhão de reais poderia ajudar a resolver o problema seu e de todos que estão ao seu lado.
Se o tempo conta para a arte, um dos aspectos a serem considerados pelo futuro, será certamente a convicção de setores da vanguarda, (cercada de todo o aparato ideológico de que os séculos XX e XXI são pródigos), de que qualquer objeto artístico é, antes de tudo, um produto, não mais que um produto. Trata-se, sem rebuços, da cultura da iconoclastia erigida em teoria estética. Foi por tê-la, alegadamente, como princípio, que a gerência do SESC-Itaquera houve por bem destruir um painel de 118 metros quadrados, criado para comemorar os 450 anos de São Paulo. Ninguém avisou o artista da "transitoriedade" da sua obra quando ela lhe foi encomendada, - nem ele, nem as 100 pessoas que se dispuseram a ser carimbadas no painel. E ao qual - justamente na contramão do perecimento suposta da obra, - foi aduzido uma das mais resistentes peças artísticas já inventadas pelos homens, que é o vitral. Desde que deixado ao ar livre, sem a picareta de um vândalo, um vitral (feito a fogo, exatamente como se procedia na cobertura das ogivas das igrejas medievais) pode durar mil anos. No entanto, tanto o vitral que representava a figura do Santo São Paulo, quanto painel - que contava a saga do santo, - "assistido" por 100 impressões corporais, principalmente do povo de Itaquera, - foram devidamente destruídos há pouco pelo SESC Itaquera. Justificativa? A obra já teria cumprido a sua função.
Qualquer semelhança com o papel higiênico usado pode espantar na crueza da comparação, mas é isso mesmo. A história do painel e dos antecedentes que a fizeram, talvez devam de ser rememorados. Para construí-lo, o artista, contratado pelo SESC-Itaquera, pediu à instituição que montasse um grande suporte de madeira naval - a mais resistente às intempéries. Como todo o painel ficaria debaixo de uma marquise, o artista primeiro o cobriu de resina sintética - a obra teria de durar tanto quanto possível, não era isso? A seguir, iniciou a pintura: uma sucessão de representação de templos, do antigo Egito, passando pela Grécia, Idade Média, Renascença, à capelinha jesuítica barroca, (que teria sido a pedra inaugural da São Paulo), até a metrópole de hoje: este o pano de fundo do painel. Procedeu-se, então, a impressão dos corpos. As pessoas - homens, mulheres, crianças - iam para detrás de um biombo, despiam-se, tinham seus corpos pintados de diversas cores - e eram, ato contínuo, comprimidas contra o painel, de costas - o que sugeria nos corpos devidamente impressos, que olhavam para os muitos séculos da gênese, do início do cristianismo.
Paulo de Tarso, ou o homem santificado pela Igreja, que deu origem à cidade de São Paulo, foi o criador do catolicismo. Ao batizar a comunidade religiosa nascente como sendo "católikos" (do grego, que quer dizer "universal"), ele teria literalmente, instaurado o cristianismo, algo que, pela proposta, teria necessariamente de ser "perene". Não parecerá difícil imaginar a simbiose pensada pelo artista: no "empréstimo"dos corpos das pessoas, o painel se faria à imagem e semelhança da igreja e da cidade que, bem ou mal, foi obra dela - já que foram os jesuítas que batizaram São Paulo, com o nome que ela tem. A obra levou seis meses até ser completada. Para celebrá-la, enfim, foi encomendada ao compositor Willy Correa de Oliveira, uma peça - executada na noite oficial da sua inauguração - justamente com uma apresentação de 40 bailarinos, sob a direção do coreógrafo Ricardo Iazetta, o Zeta.
Ao contrário, porém, da sentença com que a Igreja consagra seus sacerdotes -que seria "Ad Aeternum, secum Meslquisedec" "Tu és eterno, segundo Melquizedec" - o SESC só admitiu a pretendida "eternidade" da obra, até a mudança de gerência da unidade. Ao suceder o gerente anterior, a nova administração, ao que se comenta, "inimiga figadal " da que tinha encomendado a obra, iniciou gestões para que o painel fosse explicitamente "retirado". A razão alegada - derrisória e simplória, para ser simpático- era de que o lugar precisava de uma porta, para dar lugar a um banheiro(??). Coisas do arquiteto, dizia o novo gerente.
Até então, a "concepção contemporânea, da transitoriedade da obra - digamos que isso exista - não entrara em questão. Às possíveis razões da esteticidade da vanguarda, opunham-se as necessidades "fisiológicas": urgia que se fizesse "um banheiro" (sic) no meio do painel. Esse o comunicado feito ao artista em meados do ano retrasado: ele que arrumasse um local para o painel na cidade, algures. O SESC até se encarregaria de desmontá-lo e colocá-lo numa nova localidade "proposta pelo artista."
Era uma idéia estapafúrdia: onde arrumar, em São Paulo, um prédio para abrigar um painel de 118 m2? O artista, naturalmente, rejeitou a proposta. A partir daí aconteceram dois fatos notáveis: o primeiro deu-se quando o gerente soube que o artista seria entrevistado pela rádio CBN. Ele ligou ao pintor prometendo que a obra continuaria incólume, mas que ele, "por favor" não desse entrevista alguma. O artista, apesar de tentar suspendê-la, acabou concedendo uma entrevista ao jornalista Milton Yung - mas ressalvou que já então havia a promessa, de parte do SESC de que a obra seria preservada. O segundo fato, porém, talvez seja mais significativo: um conhecido político, amigo do artista, hoje ministro de Estado do governo Dilma Rousseff, ligou para a diretor geral do SESC- São Paulo, Danilo Miranda. Ele que explicasse como é que o SESC, mentor das artes em São Paulo, podia tomar a iniciativa de destruir um painel que ele mesmo encomendara? O Diretor Geral disse então não só ao político, mas ao artista, que havia um mal entendido: nunca o SESC cogitara de retirar a obra do local em que estava. E que, se o fizesse, o primeiro a saber - como o marido da história - seria o artista. Não aconteceu.
Num fim de semana qualquer deste ano- não se sabe a data, precisamente - a obra foi desmontada, ou melhor, destruída. Não havia como pôr um pé de cabra no madeirame sem danificar seriamente o acrílico da pintura. Quanto ao vitral, de mais de cinco metros de altura, com a figura do santo - esse igualmente desapareceu: teria sido espatifado pelas proficientes picaretas do SESC?
A história toda, enfim, dá o que pensar. Compreensivelmente, quando o artista soube, por terceiros - freqüentadores do SESC - que a peça tinha sido desmontada ( com seu "ar encanado"como reclamava um poema de Drummond sobre uma casa antiga demolida ) fez o escarcéu previsível. Então sobrevieram as alegações de ordem, digamos, "ideológicas". A obra que ficou até 2010, já teria cumprido o seu ciclo. Não foi dito que o mecenato do SESC tem prazo de validade, nem que destruir obras que o mesmo SESC encomenda, não são recomendáveis para o nome de uma instituição, que até prova em contrário, como ocorreu, não tem por finalidade destruir peças de arte, sejam quais forem, mesmo as que ela própria não encomendou. No mais, houve a impressão corporal de mais de cem pessoas. Eles não importam para o futuro?
Talvez não seja por um mero acaso, enfim, que a destruição da obra se tenha dado com a posse do novo governo. Seria a forma de deixar bem claro que ao SESC, embora uma empresa paraestatal, pouco se lhe dá que ministros de governos progressistas reclamem que obras de arte devam ser respeitadas - embora, não em teoria, mas de fato, pertençam antes à comunidade do que às idiossincrasias de seus dirigentes. Restam, contudo, questões que não têm resolutamente nada a ver com os artistas, suas obras, ou com os seus direitos - mas com a sanha vandálica, mais precisamente, com estupidez fascista de uma instituição que há muito deveria estar sob o controle público, já que é do dinheiro que o Estado deixa de arrecadar, que ela se nutre e se faz de mecenas. E que nada justifica essa caixa preta a baixar seus diktats insolentes e desprezíveis por contar da impunidade que lhe garante sua condição de paraestatal regida pelo patronato brasileiro - como se essa situação lhe desse o direito a todos os cometimentos contra a cultura, e exatamente, por ter parte da imprensa e dos artistas nas mãos.
Em suma, como já foi dito, dá o que pensar. Inclusive o quanto convém a uma entidade como o SESC ter como álibi, a tal vanguarda desses tempos tão estranhos quanto os que estamos vivendo - não só no Brasil.
P.S. Escusado dizer que o pintor a que me refiro sou eu mesmo. Achei melhor escrever o texto na terceira pessoa, para poupar os leitores para o que poderia soar como uma queixa ou uma defesa. Prefiro que me considerem um acusador.