quinta-feira, 16 de junho de 2011

CALOTE GREGO ASSUSTA MERCADOS

MANIFESTANTES CERCAM PARLAMENTOS PARA IMPEDIR VOTAÇÃO DE MAIS ARROCHO - "Sem-vergonhas! Vocês não nos representam!" Com esses gritos de milhares de manifestantes entrincheirados em barricadas diante do Parlamento catalão, nesta quarta-feira, tentaram impedir a votação do novo orçamento regional com cortes de 10%  nos gastos públicos.  Simultaneamente, em Atenas, 25 mil pessoas cercavam o Parlamento grego entrando em confrontos com a política, nos acidentes mais violentos dos últimos meses, com saldo de mais de 60 feridos. O governo Papandreou esfarela. Pressões dos credores por um up grade no arrocho fiscal deflagraram cisões dentro do próprio partido socialista. O espectro do calote iminente assombra os mercados.  Sobretudo, porém, avulta a consciência de que a corda esticou até o limite. O ajuste ortodoxo serviu para arrebentar as derradeiras resistências do organismo doente e facilitar o seu escalpo. Não era para resolver. Mas para dilapidar. A percepção  de que essa lógica bateu no teto deflagrou a fuga preventiva de capitais de bancos credores da Grécia, bem como de outras nações  fragilizadas, Espanha e Portugal  à frente.  A lógica do Estado mínimo para a população, com atendimento máximo dos rentistas, foi captada pelo senso popular e acendeu um rastilho de revolta contra instituições e partidos que agem como  aplicativos do FMI.  Parece 1789, mas é a Europa do século 21. (Carta Maior; 5º feira,16/06/ 2011)

Nenhum comentário: