Por Carlos Chagas
Boas intenções, promessas de entendimento amplo, abraços e beijinhos marcaram os discursos na cerimônia de posse de Ideli Salvatti no ministério da Coordenação Política, dito de Relações Institucionais. Uma festa que se estenderá até a primeira votação de importância para o governo, no Congresso. Pode ser este mês, pode ser depois do recesso de julho. Nessa hora veremos se PT e PMDB, por não terem sido atendidos em suas reivindicações fisiológicas, mostrarão presas e garras para o palácio do Planalto. Ao que parece, dispostos a morder. Vem por aí a apreciação, pelo Senado, do novo Código Florestal. Como, na Câmara, as limitações para o Executivo baixar medidas provisórias. E mais uma série de projetos capazes de sair das gavetas apenas para testar a presidente Dilma Rousseff.
A nova ministra deu entrevistas, no fim de semana, demonstrando a disposição de colaborar com a base parlamentar do governo. Distribuiu flores, em seu pronunciamento de ontem. Mas mesmo se quisesse, e não quer, abrir a caixa de bondades e de benesses para os políticos, encontraria a resistência férrea da chefe que a nomeou. Dilma caracterizou os primeiros seis meses de seu mandato demonstrando-se contrária a concessões pouco éticas e nada eficientes. Dispensou dois ministros para permanecer firme na disposição de não entregar a administração federal à sanha de companheiros e peemedebistas. Não seria agora que mudaria de postura e de perfil.
Em suma, haverá que aguardar o desfecho do cabo de guerra. Os caciques do PMDB e do PT até que se inclinam por recomendar tolerância e cautela, mas os índios encontram-se em pé de guerra. Darão o troco à resistência da presidente. Depois, veremos quem ganhou.
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