Para o corinthiano pensar quando estiver parado no trânsito
Por Marcelo Bechler, Radio Globo.
Quando se fala em São Paulo é difícil esquecer o trânsito. Quem precisa ir à cidade ou pensa em morar na maior metrópole do país sempre pondera o que terá de encarar para se locomover. No final de maio os funcionários do metrô entraram em greve, reivindicando melhores salários. São Paulo travou. Os metroviários tinham o salário-base de 1.067 reais e depois de negociações e paralisação passam a receber 1.154,27. Aumento de 85 reais.
Enquanto isso, o estádio do Corinthians (não é Fielzão ou Itaquerão – uma empresa pagará pelos naming rights. Popularizando-se outro nome, desvaloriza-se a marca e o próprio clube ganha menos) poderá ter desconto – não previsto por lei – de 420 milhões em IPTU e ISS.
O metrô e o estádio parecem não ter relação nenhuma, mas quem paga os funcionários do transporte é o contribuinte, via impostos. Quem paga IPTU para morar na cidade também é o contribuinte. Com 420 milhões, é possível pagar aos 8.600 metroviários o salário de 1.154 reais por 42 meses, ou três anos e meio.
Os funcionários já tiveram o aumento (de 8% e não de 10% como reivindicavam), por tanto os 420 milhões poderiam ser usados de forma diferente. São Paulo tem hoje 70 km de linhas de metrô e o dinheiro seria suficiente para construir mais 7 km. Aumento de 10%.
Quando você, corinthiano, estiver preso no trânsito, nas plataformas lotadas do metrô, ou tomando chuva em um ponto de ônibus e sem ter o que fazer, pense no quanto quase meio bilhão de reais poderia ajudar a resolver o problema seu e de todos que estão ao seu lado.
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