sábado, 6 de novembro de 2010
É PRECISO TOMAR CUIDADO
Por Carlos Chagas.Quando o presidente Lula assumiu, uma de suas metas era elevar o salário mínimo para o equivalente a 100 dólares. Naqueles idos, valia 60 dólares. Agora, no final do segundo mandato, encosta nos 300 dólares.
Um milagre? Nem tanto, apesar dos inegáveis esforços e realizações do governo que agora termina seu mandato. A conquista coincide com a manobra dos Estados Unidos de deixar sua moeda em baixos patamares internacionais, forma de recuperar-se dos efeitos da crise recente. Por conta disso, é bom prestar atenção e tomar cuidado. Washington pretende multiplicar suas exportações às custas do aumento de nossas importações, pela baixa do dólar. Daqui a pouco o cachorro-quente vindo de lá custará menos do que o preparado aqui. E talvez de melhor qualidade...
O PRIMEIRO EMBATE
Por Carlos Chagas
Dilma Rousseff embarca segunda-feira à noite para Seul, com passagem por Frankfurt. Com dois ou três assessores, viaja em avião de carreira, aliás, uma boa sugestão para o futuro, depois que o Aerolula virar Aerodilma. Fica muito mais barato.
Na capital da Coréia do Sul, pela reunião do G-20, a presidente eleita será apresentada a um monte de chefes de estado, mas deve estar-se preparando para usar novamente o cenho fechado, áspero e inflexível. Porque estará logo atrás do Lula, balançando a cabeça em sinal de concordância quando nosso presidente formular duras críticas contra os Estados Unidos e a China, empenhados numa batalha cambial que só prejudica os países em desenvolvimento.
A imprensa estrangeira não perderá a oportunidade de provocar Dilma, mas, também, de apresentá-la como uma das mulheres mais influentes do planeta, a partir do primeiro dia de janeiro.
NEM ESPERARAM A POSSE
Por Carlos Chagas.
Não propriamente surpreenderam, os governadores eleitos ou reeleitos. Todo mundo sabia serem muito capazes. Aliás, capazes de tudo. Já se organizaram acima das divergências partidárias para participar da encenação liderada pelo presidente Lula e por sua sucessora, com vistas a dotar o governo de mais alguns bilhões, fazendo ressuscitar o imposto sobre o cheque. A sigla poderá ser outra que a CPMF, mas o objetivo é o mesmo de avançar no bolso do cidadão comum.
Os governadores terão aumentada a arrecadação em seus estados. A presidente Dilma Rousseff terá caído nas boas graças dos governadores, além de um razoável faturamento extra. E o presidente Lula se terá vingado dos senadores de oposição que derrubaram a CPMF.
Excepcional resultado para todos, menos, é claro, para o contribuinte, mas ele é apenas um detalhe. Os governadores valeram-se do voto popular. Venceriam as eleições se tivessem anunciado em praça pública que sua primeira iniciativa seria aumentar impostos? Por isso calaram durante as campanhas. Agora, com pelo menos mais quatro anos de poder garantidos, deixaram cair a máscara. Nem Antônio Anastásia nem Geraldo Alckmin ficaram de fora. Só falta mesmo um deles sugerir que além de um percentual sobre cada cheque passado, a nova CPMF venha a atingir todas as operações praticadas com cartões de crédito ou pela Internet...
LULA NA PRESIDÊNCIA DO PT
Por Carlos Chagas
Há quem se dedique a somar dois e dois e verificar que dá quatro. Feito o preâmbulo, vale registrar o óbvio: o Lula ficará sem mandato a partir do primeiro dia de janeiro, mas anunciou estar disposto a lutar feito um leão para, ano que vem, ser aprovada no Congresso a reforma política. Como lutará? Na condição apenas de ex-presidente fica difícil, Fernando Henrique Cardoso poderá imaginar-se no mesmo patamar. Como ex-deputado poderá freqüentar o plenário da Câmara, mas sem direito à palavra e ao voto irá configurar um, corpo estranho.
Resta uma saída para dar ao Lula não a legitimidade, que ele já possui de sobra, mas a liturgia para reunir-se em pé de igualdade formal com líderes partidários: assumir a presidência do PT.
Não haverá quem lhe tire esse direito, fundador e primeiro presidente que foi, além de chefe inconteste do PT durante os últimos oito anos. Basta uma reunião do Diretório Nacional ou uma convenção extraordinária dos companheiros para, por aclamação, em quinze minutos, assumir de direito o que detém de fato. Assim, estaria armado para os embates de toda ordem, ainda mais reforçado pelo apoio incondicional do governo Dilma Rousseff.
Numa palavra, por enquanto taticamente mantida em cone de sombra: o Lula assumirá a presidência do PT, deixando o caminho livre para José Eduardo Dutra ocupar um ministério ou sentar-se numa cadeira no Senado, primeiro suplente que é de Antônio Carlos Valadares, outro candidato a ministro.
Dois e dois continuam dando quatro, apesar de pouca gente ter-se dedicado nos últimos dias a exercitar a aritmética política.
PAULISTÂNIAS
Por Flávio Gomes.
SÃO PAULO (18 graus, 20 no asfalto) – Bem, estando no autódromo, é evidente que não vejo, nem escuto, a transmissão de F-1 da Globo. Mas muitos blogueiros e tuiteiros peceberam e espalharam a notícia de que Galvão Bueno parou com aquela bobagem, que não é iniciativa sua, diga-se desde já, nem de ninguém que coloca a cara para bater na TV, de chamar a Red Bull de RBR, a Toro Rosso de STR e Virgin de VRT.
Eles seguem ordens. Essa sopa de letrinhas é uma questão comercial da emissora, que acha que não pode fazer propaganda de ninguém de graça, mesmo se o nome oficial da equipe for uma marca de um produto qualquer. Que se dane. A Globo simplesmente distorce a realidade ao sabor de seus interesses e princípios. Isso acontece há anos no vôlei e no basquete, por exemplo. Os times batizados por seus patrocinadores/financiadores são chamados pelos nomes de suas cidades. O Rexona vira Rio de Janeiro. A Pirelli vira Santo André. O BCN vira Osasco. É até meio ridículo.
E tem mais. No futebol, os pobres dos cinegrafistas são obrigados a fechar a câmera na cara dos jogadores e técnicos em closes obscenos, para não mostrarem as marcas estampadas nos painéis publicitários que ficam de fundo em entrevistas coletivas. Há até casos, muitos, em que apagam imagens com recursos de computador para que um logotipo não apareça. Lembro de uma exclusiva do Zidane à Globo — pô, o Zidane! — que teve o emblema da adidas na sua camiseta borrado eletronicamente.
Na F-1, a Red Bull nunca foi Red Bull na Globo. O argumento que sempre ouvi: Red Bull não é uma marca ligada a automóveis, como Honda, Toyota, Renault. OK, mas e a Benetton? Fazia carro ou camiseta? Argumento furado, pois. A questão era outra. E a patuscada se estendeu à pobre da Toro Rosso. E, depois, à Virgin. VRT? Putz, de onde tiraram esse T?
Aí, de uma hora para outra, acaba o veto. Ou será que Galvão se distraiu? Será que os repórteres também podem, finalmente, chamar as equipes pelos nomes que elas têm? O que teria levado a Globo a suspender sua farra de siglas para, finalmente, dar nome aos bois? Ou aos touros, no caso…
É claro que a Globo não tem obrigação nenhuma de expor em público suas opções comerciais. Mas, nesse caso, seus milhões de telespectadores merecem uma explicação. Aqueles que desde 2005 escutam na TV que o RBR de um é rápido e que o STR de outro é lerdo, precisam entender por que de um dia para o outro tais equipes desapareceram do mapa global. Uai, o Webber não era da RBR? Agora foi para a Red Bull? Que equipe é essa Toro Rosso? Virgin? Virgem Maria!
Eu tenho cá minhas desconfianças. A Red Bull do Brasil, por exemplo, ameaçou deixar a Stock Car depois da desclassificação de seus dois pilotos numa corrida em Campo Grande. Se sair, será um baque numa categoria que tem a Globo como parceira. A Sky, operadora de TV por assinatura que tem a Globo como uma de suas sócias, está anunciando nos carros de Webber e Vettel em Interlagos. A Red Bull é forte. E é claro que ninguém na empresa dos energéticos gosta de ser chamado de RBR. Ou de STR.
Enfim, o que motivou esse, digamos, “agrado” no GP do Brasil? Vai ser só neste fim de semana?
É, no mínimo, uma curiosidade legítima. Como eu disse, a Globo não precisa dar satisfações a ninguém sobre seus negócios. Mas quando eles interferem naquilo que seus telespectadores veem e ouvem, acho que seria de bom tom, sim.
CARROÇA ADIANTE DOS BOIS
Por Carlos Chagas.
Vale não apenas para caracterizar a cautela de Dilma Rousseff a resposta dada por ela à indagação sobre considerar-se candidata à reeleição. Em suas palavras, trata-se de colocar a carroça, os carros, caminhões, ônibus e locomotivas adiante dos bois.
Vale não apenas para caracterizar a cautela de Dilma Rousseff a resposta dada por ela à indagação sobre considerar-se candidata à reeleição. Em suas palavras, trata-se de colocar a carroça, os carros, caminhões, ônibus e locomotivas adiante dos bois.
O Senado acaba de dar um exemplo dessa inversão precipitada. A Comissão de Constituição e Justiça aprovou projeto de emenda constitucional suprimindo prerrogativas fundamentais dos vice-presidentes da República.
Porque pelo artigo 79, cabe ao vice-presidente substituir o presidente, no caso de impedimento, ou sucedê-lo, na hipótese de vaga. Vagando os dois cargos é que se fará eleição direta 90 dias depois de aberta a última vaga. Se a vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita pelo Congresso, 30 dias depois. Traduzindo: se não estiver impedido, o vice-presidente assume e completa o mandato do presidente. Foi o que aconteceu com Itamar Franco depois da renúncia de Fernando Collor.
Pela proposta aprovada na CCJ o processo muda de figura: aberta a vaga de presidente da República, o vice assume apenas para em 90 dias convocar eleições diretas ou, se o país estiver a menos de 15 meses do término do mandato presidencial, pelo Congresso, em 30 dias.
A mudança significa que o vice-presidente substitui, mas não sucede o presidente que tiver sido impedido, renunciar, morrer ou sofrer de doença grave. Não seria melhor para o Senado aguardar a tão ansiada reforma política para incluir nela essa mudança fundamental? Mais do que a carroça está sendo colocada na frente dos bois.
A VOZ DA MASSA
Porém tem algo que, ao analisarmos os mapas, não foi dito e que considero de suma importância: não é o Brasil quem está dividido, mas sim o SE e, para horror dos tucanos que devem estar aliviados de não terem lido tal análise, em SP!
Ora, um dos motivos que levaram o zé (bolinha de papel) Serra à derrota, além da surra que levou em MG e RJ, foi a pouca diferença que ele conseguiu ter em relação à presidente eleita no seu próprio estado, zona suposta segura para os tucanos. Oito pontos de vantagem em um estado que é sua base eleitoral é muito pouco.
Outro ponto importante e que mostra que as cabeças de SP podem estar mudando: eu imaginava que Alckmim fosse ganhar no primeiro turno – até porque ele é muito forte no interior do estado – mas sempre alertei que era necessário avaliar a diferença dele pra Mercadante para que pudéssemos ter uma noção de qual seria sua força política no que tange ao apoio popular.
Eu imaginava, na real, algo em torno de dez pontos de diferença e torcia demais para que fosse em torno de oito a cinco pontos. Mas vejam só: por 0,8% não tivemos segundo turno em SP! Houvesse o segundo turno, Mercadante teria espaço para crescer e conseguir uma arrancada heróica (embora pessoalmente eu duvido que isso aconteceria).
Acredito que está esta situação é a que mais se aproxima da realidade eleitoral.
DESMONTANDO A VISÃO SECESSIONISTA
Por Alexandre Porto, Blog do Alê.
Dividir eleitoralmente o Brasil entre Norte e Sul é não entender o recado das urnas.
Criei esse mapa sob demanda da jornalista historiadora e blogueira Conceição de Oliveira (@maria_fro), para mostrar como são falsas as interpretações de que o Brasil estaria dividido entre pobres e ricos, Sul e Norte. Esse falso contencioso tem gerado uma série de manifestações xenófobas, principalmente difundidas nas redes sociais. Criei com uma graduação de cores baseado nas diferenças de votos em cada estado. Vermelho e azul mais fortes, representam grandes diferenças, as cores mais suaves, ao contrário, pequenas diferenças.
Já foi bastante comentado pela imprensa o fato de que mesmo na absurda hipótese de não se computar os votos das regiões Norte Nordeste, Dilma venceria, mesmo que por pequena margem.
Repare que as duas maiores vitórias de Serra foram exatamente em estados da região Norte, Acre e Roraima. Estados com pequena população e que têm uma forte pressão entre o setor agrícola e ambiental. No Sul, sudeste e Centro-Oeste, ele vence sempre por pequena margem de votos. Em quatro deles, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Espírito Santo por diferenças menores que 3% dos votos válidos. Uma margem ligeiramente maior, Serra obteve em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Sua maior vitória, pasmem, foi em Santa Catarina local de recente polêmica a cerca de mudanças no Código Florestal, onde o tucano conquistou pouco mais de 56% dos votos válidos.
As vitórias de Serra, incluindo aí toda a região centro-sul do Pará, o chamado "Arco de Fogo", foram em regiões com predomínio da economia agrária. Podemos avaliar que foi em parte pelo conservadorismo dos produtores rurais e o "fantasma do MST", mas também pela forte campanha realizada nessas regiões e sobre o fator câmbio, que de fato tem prejudicado a economia desses estados, nos últimos dois anos. A verdadeira revolução no crédito rural, levada a cabo por Lula, não foi ainda capaz de vencer essa resistência contra uma candidatura de esquerda.
Ao contrário, Dilma além de ter vencido em mais estados (16 a 11), obteve vitórias bem mais contundentes, em praticamente toda a região Nordeste e no estado do Amazonas. Em três deles, Pernambuco, Maranhão e Amazonas, Dilma venceu em todos os municípios. No Ceará perdeu em apenas um; Na Bahia em 8, sendo que apenas um de médio porte, Vitória da Conquista.
Mas mesmo com todas as dificuldades, a candidata petista praticamente obteve "empate técnico" em várias regiões. Incluindo aí o já citado Pará, onde ela venceu por apenas 53,2% dos votos, sua vitória mais apertada.
O Brasil não está dividido entre norte e Sul. E o que teve de atrito, se deve mais ao nível da campanha eleitoral que às diferenças econômico e sociais. Dilma terá que governar para todos. Precisa melhorar a infraestrutura da produção agrícola, que já vai levar um choque com a inauguração de algumas obras importantes, como as ferrovias Norte-Sul e Transnordestina, a Integração das Bacias do São Francisco e mesmo as hidrelétricas do rio Madeira. São obras, acima de tudo, de integração nacional.
Para além das prioridades na saúde, educação e diminuir o abismo social, governar um país continental, com tantas realidades regionais diferentes, é sempre um exercício de acomodação política e coragem para avançar sobre os desafios, que são gigantescos. O Brasil está ao seu lado Dilma.
Nesse momento no qual o Brasil resvala na xenofobia, que tal ouvir "O Mundo" com Ney Matogrosso, Pedro Luis e a Parede?
É MELHOR CONTINUARMOS COMO AZARÕES
É o que diz, com uma ponta de ironia, sorriso no canto da boca, o técnico Joel Santana, recordando que no Campeonato Carioca o Botafogo entrou como azarão, desacreditado, tido como o último dos grandes.
” É melhor continuarmos como azarões. O Botafogo chegou a ser ameaçado entre os quatro do rebaixamento, conseguiu subir e hoje está com muita modéstia entre os quatro primeiros. Vamos ver o que acontece no final.”não citou a semelhança da campanha do time no turno e no returno, em que o Botafogo ficou oito jogos sem vencer e depois conseguiu cinco vitórias consecutivas até chegar ao quarto lugar, a quatro pontos do líder, mas deu a entender.
Joel Santana
” Todos nós do Botafogo – dirigentes, comissão técnica e jogadores – encaramos tudo com muita responsabilidade e o íntimo de cada um diz muita coisa. O Botafogo é realmente um clube diferente e surpreendente. Quando menos se espera…”está desde ontem em Florianópolis para o jogo com o Avaí. Marcelo Cordeiro, Marcio Rosario e Somália – todos com problema muscular – não deverão participar do treino de hoje, mas devem jogar amanhã.
O Botafogo
Embora querido e apoiado por todos no clube, Lucio Flavio não esconde o desapontamento pelo tratamento hostil que vem recebendo dos torcedores – com exceção do último jogo em que saiu aplaudido – e pode deixar o Botafogo. Há um clube sul-coreano interessado nele.
BOTAFOGO AUMENTA O ÂNIMO
Com a terceira vitória consecutiva e a quatro pontos do líder, o Botafogo está de ânimo aumentado para o jogo de domingo com o Avaí – antepenúltimo colocado, 33 pontos -, ainda abalado com a goleada (4 a 0) que levou quarta-feira do Corinthians e com a queda para a zona de rebaixamento depois de um bom início de campeonato. Joel Santana disse que o time sabe das dificuldades nos dois próximos jogos fora de casa – após o Avaí, o Ceará -, mas garante que o Botafogo está bem seguro e mentalizado.
” O mais difícil não é subir, é saber se manter no alto e o time tem consciência disso. O grupo está bem preparado.”
Loco Abreu, que fez o gol da vitória (3 a 2) sobre o Atletico Goianiense, disse na reapresentação que o Botafogo tem consciência de sua força e está unido para continuar na caminhada rumo ao título: ” Claro que a vantagem está com o Fluminense, mas a diferença pode ser alcançada porque ainda faltam 15 pontos. Muita coisa vai acontecer.”
Lucio Flavio, aplaudido ao ser substituído no jogo de quarta-feira, está reconfortado com o carinho dos torcedores: ” Claro que assim é melhor, por mim e pelo time todo. Vamos aumentar o ânimo porque o Botafogo merece muito mais.”
NÃO EXISTE MAIS UM CENTRO DE GRAVIDADE?
"...isolamos cinco novos eixos do pensamento: o impulso ao individualismo, o retorno das religiões, o nascimento de uma consciência ecológica, a importância da pesquisa científica e a revolução das comunicações digitais. Mas é o próprio modo de refletir que hoje mudou. Nesse período, houve como que uma atomização do pensamento. Não existe mais um centro de gravidade. É uma afirmação um pouco esquemática, mas Debray não está equivocado. A hegemonia da ideologia ou do pensamento foi substituída pela da tecnologia (...) completou-se a dissociação definitiva entre o intelectual como figura social e ator político, e aquele que produz ideias e conhecimento. O motivo é simples. Falharam os fios de transmissão entre esses dois mundos, ou seja, os partidos e a escola". (Pierre Nora, historiador, diretor da editora Gallimard; em La República/IHU. LEIA MAIS AKI)(Carta Maior 06/11)
TÁ COM MEDO, BEBÊ
É domingo….Vai guardando a vaga da Libertadores para nós…. e cuidado que 8 pontos para o título podem ser tirados.
MORRAM ABRAÇADOS
Nos últimos confrontos o Vasco foi uma pedra no Caminho do Flu.
Tricolor quer o título do Campeonato Brasileiro, mas terá pela frente nada menos que o algoz Vasco, o seu verdadeiro estraga-prazeres.
LANCEPRESS!
Os mais antigos já diziam: Fluminense x Vasco, até o fim da década de 80, era uma verdadeira barbada para o Tricolor. Porém, a partir da década de 90 essa história mudou. Por isso, para o clube das Laranjeiras se aproximar do título brasileiro terá de, amanhã, no Engenhão, romper a escrita de mais de dois anos e meio sem vencer o rival carioca.
Tudo bem que destes sete jogos que se sucederam após a última vitória tricolor (2 a 1, em 23 de março de 2008, pelo Brasileiro), houve cinco empates. Entretanto, até mesmo a igualdade no marcador poderá ser fatal na reta final da competição.
Com chances remotas de classificação à Libertadores, os vascaínos preferem, primeiramente, espantar de vez o fantasma do rebaixamento.
- Espero que a reta final seja melhor para o Vasco. Ainda não estou completamente seguro em relação ao rebaixamento. Temos de somar pontos para ficarmos em situação mais confortável e honrosa. O Vasco merece algo melhor na competição - declarou o apoiador Felipe, jogador mais experiente do grupo vascaíno.
Sempre firme em suas palavras, o técnico Muricy Ramalho, do Fluminense, não é de ligar muito para escritas e números. Em sua opinião, o que vale é o momento atual, sem consultas ao passado.
- Não posso olhar em 1902, quando o Fluminense não pontuou, e me basear nisso. Quero pensar no hoje e não em coisas que passaram e não vão me ajudar no presente - declarou o treinador, que complementou:
- Clássico não tem momento, todos querem jogar e ganhar. Não tem momento bom ou ruim, todos querem ganhar e se dedicam muito para vencer - disse.
Apesar da vitória na última rodada, diante do Grêmio Prudente, por 2 a 1, o Vasco ainda busca o equilíbrio que não obteve em toda a competição. Por isso, na opinião de Felipe, nada como vencer o atual freguês para emplacar uma série de vitórias nesta reta final do Brasileirão.
- Vencer clássicos é muito importante para toda a equipe. Sabemos das dificuldades que enfrentaremos contra o Fluminense, mas temos de brigar de igual para igual com eles - declarou o camisa 6, com vários jogos contra o rival no currículo.
Tudo bem que destes sete jogos que se sucederam após a última vitória tricolor (2 a 1, em 23 de março de 2008, pelo Brasileiro), houve cinco empates. Entretanto, até mesmo a igualdade no marcador poderá ser fatal na reta final da competição.
Com chances remotas de classificação à Libertadores, os vascaínos preferem, primeiramente, espantar de vez o fantasma do rebaixamento.
- Espero que a reta final seja melhor para o Vasco. Ainda não estou completamente seguro em relação ao rebaixamento. Temos de somar pontos para ficarmos em situação mais confortável e honrosa. O Vasco merece algo melhor na competição - declarou o apoiador Felipe, jogador mais experiente do grupo vascaíno.
Sempre firme em suas palavras, o técnico Muricy Ramalho, do Fluminense, não é de ligar muito para escritas e números. Em sua opinião, o que vale é o momento atual, sem consultas ao passado.
- Não posso olhar em 1902, quando o Fluminense não pontuou, e me basear nisso. Quero pensar no hoje e não em coisas que passaram e não vão me ajudar no presente - declarou o treinador, que complementou:
- Clássico não tem momento, todos querem jogar e ganhar. Não tem momento bom ou ruim, todos querem ganhar e se dedicam muito para vencer - disse.
Apesar da vitória na última rodada, diante do Grêmio Prudente, por 2 a 1, o Vasco ainda busca o equilíbrio que não obteve em toda a competição. Por isso, na opinião de Felipe, nada como vencer o atual freguês para emplacar uma série de vitórias nesta reta final do Brasileirão.
- Vencer clássicos é muito importante para toda a equipe. Sabemos das dificuldades que enfrentaremos contra o Fluminense, mas temos de brigar de igual para igual com eles - declarou o camisa 6, com vários jogos contra o rival no currículo.
O JEJUM TRICOLOR DIANTE DO VASCO.
A última vitória do Flu aconteceu em março de 2008: 2 a 1, pelo Estadual. De lá para cá, Vasco tem mandado.12 ABR 2008 - Vasco 1 x 1 Fluminense » Campeonato Carioca
23 JUL 2008 - Vasco 3 x 3 Fluminense » Campeonato Brasileiro
2 NOV 2008 - Fluminense 0 x 1 Vasco » Campeonato Brasileiro
8 FEV 2009 - Fluminense 0 x 0 Vasco » Campeonato Carioca
13 FEV 2010 - Vasco 0 x 0 Fluminense » Campeonato Carioca
28 MAR 2010 - Vasco 3 x 0 Fluminense » Campeonato Carioca
22 AGO 2010 - Vasco 2 x 2 Fluminense » Campeonato Brasileiro,
A última vitória do Flu aconteceu em março de 2008: 2 a 1, pelo Estadual. De lá para cá, Vasco tem mandado.12 ABR 2008 - Vasco 1 x 1 Fluminense » Campeonato Carioca
23 JUL 2008 - Vasco 3 x 3 Fluminense » Campeonato Brasileiro
2 NOV 2008 - Fluminense 0 x 1 Vasco » Campeonato Brasileiro
8 FEV 2009 - Fluminense 0 x 0 Vasco » Campeonato Carioca
13 FEV 2010 - Vasco 0 x 0 Fluminense » Campeonato Carioca
28 MAR 2010 - Vasco 3 x 0 Fluminense » Campeonato Carioca
22 AGO 2010 - Vasco 2 x 2 Fluminense » Campeonato Brasileiro,
- Ontem, APÓS as eleições, a SABESP informou que PROVAVELMENTE até 2018, todo o Estado de São Paulo terá esgoto e água tratada...
- Não era o zé (bolinha de papel) Serra que iria levar, nos próximos QUATRO anos, esgoto e água tratada para TODO o Brasil!!!
- Como conseguiria essa façanha??
- Ele foi governador do estado MAIS rico do país por QUATRO anos, o seu grupo por MAIS DOZE, e ainda vai levar OITO anos...
- Como executaria este projeto para o Brasil INTEIRO em QUATRO anos???
- A sociedade foi sábia...
Veja as manchetes dos principais jornais neste sábado
* Jornais nacionais.
Folha de S.Paulo
Receita cresceu 2 CPMFs, mas verba não foi para saúde
Receita cresceu 2 CPMFs, mas verba não foi para saúde
Agora S.Paulo
Aposentado pode ter aumento maior até 2023
Aposentado pode ter aumento maior até 2023
O Estado de S.Paulo
China fala em 'muralha de fogo' para barrar dólar
China fala em 'muralha de fogo' para barrar dólar
Jornal do Brasil
13º salário joga R$ 102 bilhões na economia
13º salário joga R$ 102 bilhões na economia
O Globo
Ministro: ordem é conter gastos para ajudar Dilma
Ministro: ordem é conter gastos para ajudar Dilma
Correio Braziliense
CPMF nem começou e juros aumentam
CPMF nem começou e juros aumentam
Estado de Minas
Mensalidade em escolas de BH sobe acima da inflação
Mensalidade em escolas de BH sobe acima da inflação
Diário do Nordeste
Estudante morto dentro de casa
Estudante morto dentro de casa
Extra
Preso traficante que fornecia material para invasões em morros
Preso traficante que fornecia material para invasões em morros
Zero Hora
Congresso pode recriar a CPMF, admite Sarney
Congresso pode recriar a CPMF, admite Sarney
* Jornais internacionais.
The New York Times (EUA)
Informações sobre empregos destacam os desafios para Washington
Informações sobre empregos destacam os desafios para Washington
The Times (Reino Unido)
Website extremista convoca muçulmanos a caçar membros do Parlamento
Website extremista convoca muçulmanos a caçar membros do Parlamento
Le Monde (França)
Mobilização contra a reforma da previdência sofre mudanças
Mobilização contra a reforma da previdência sofre mudanças
China Daily (China)
"Muralha de fogo necessária" para prevenir entrada de capital
"Muralha de fogo necessária" para prevenir entrada de capital
El País (Espanha)
Mais de 10 mil mortos pelo narcotráfico no México em 2010
Mais de 10 mil mortos pelo narcotráfico no México em 2010
Clarín (Argentina)
Caos em Ezeiza no primeiro dia sem aeroporto.
Caos em Ezeiza no primeiro dia sem aeroporto.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
TEMERIDADES
Por Carlos Chagas.
Como rescaldo da dupla entrevista coletiva dos presidentes atual e futuro, quarta-feira, fica para ser examinada no futuro a afirmação do Lula de que voltar ao poder em 2014 é uma temeridade. Mais ainda, de que Dilma tem todo o direito de ser candidata outra vez daqui a quatro anos. Sem esquecer haver arrematado com um “tenho que dar o fora”.
Não se trata de uma questão de desacreditar nas declarações presidenciais. Ele terá sido sincero, além de educado. Mas quem garantirá que não venha a ser levado a candidatar-se, até por decisão da sucessora? As tais bolinhas de papel que o Lula pretende evitar venham a ser jogadas sobre sua cabeça, numa campanha futura, poderão muito bem constituir-se em pétalas de rosas. Ou em votos.
Acresce que tem hora para ser temerário. Às vezes torna-se uma necessidade, como no caso daqueles antigos reis da França, chamados Carlos ou Luiz.
PESSOAS SEM PROBLEMAS
Declarou Dilma Rousseff, antes de viajar para curto descanso à beira-mar, que não está maduro o processo de discussão a respeito do futuro ministério. Repetiu a importância de competência técnica, para os escolhidos, mais critérios político-partidários, mas acrescentou uma terceira condição: um histórico de pessoas sem problemas de nenhuma ordem.
Aqui muitos candidatos poderão ir atrás da vaca, quer dizer, para o brejo. Seria falta de caridade alinhar os problemas que cercam alguns nomes especulados até agora. Até porque, existirão problemas ainda não detectados. Uma espécie de lei ficha-limpa informal acaba de ser decretada pela presidente eleita.
A pergunta que se faz é sobre quem ou que instituição passará o pente fino da relação de possíveis ministros. Dilma, é claro, dará a última palavra, mas seriam mobilizadas a Abin, a Polícia Federal e a Justiça? Ou o núcleo mais próximo da nova presidente, mesmo sob o risco daquela dúvida universal a respeito da necessidade de os juízes serem julgados?
VELÓRIO OU FESTA DE BATIZADO?
Por Carlos Chagas
Durou pouco a última reunião do ministério do presidente Lula, ontem pela manhã. Nenhuma decisão a tomar, nenhum projeto a ser aprovado. Sequer uma prestação de contas. Simplesmente uma despedida, com os ministros agradecendo ao presidente Lula a oportunidade de ter trabalhado com ele. E uma exortação do próprio para que continuem trabalhando até 31 de dezembro.
Essa foi a embalagem do encontro, tornando-se necessário perscrutar o conteúdo. A reunião deu a impressão de um misto de velório e de festa de batizado, se a imagem não for irreverente. Porque lá estavam ministros com certeza de que não continuarão no governo Dilma Rousseff e ministros senão já confirmados, ao menos com todas as chances de permanecer na nova equipe. Uns tristonhos, outros eufóricos.
Seria maldade e precipitação alinhar nomes, até porque garantir, ninguém garante a respeito dos integrantes dos dois grupos. Quem sabe estavam presentes ontem ministros desesperançados de continuar, mas que daqui a alguns semanas se surpreenderão com convites para permanecer? E vice-versa, ou seja, ministros certos da permanência capazes de ver esfumaçadas suas esperanças?
Tanto o defunto poderá ressuscitar quanto o bebê ser sufocado na pia batismal. Tudo dependerá da presidente eleita. E alguém duvida, apesar dos desmentidos, que tudo também dependerá do atual presidente?
O MESMO DE SEMPRE
Quem não se emenda é o sociólogo. Levou dois dias, apenas, para destilar sua mágoa por haver sido esquecido na maior parte da campanha de José Serra. Em nova entrevista, criticou a política de comunicação do então candidato, ou seja, o próprio, deixando claro que em 2012 um novo tucano precisará estar indicado para disputar as eleições de 2014. Não poupou o PSDB dito “serrista”, até ameaçando ficar de fora do partido se não forem seguidos seus conselhos e encontrada nova estratégia de ação.
Fernando Henrique Cardoso terá 82 anos quando, conforme sua sugestão, o PSDB terá escolhido o candidato à sucessão de Dilma Rousseff. E 84 no ano da nova eleição. Consta que em seu gabinete de trabalho ocupa lugar de honra uma fotografia de Konrad Adenauer...
PISOU NO TOMATE
Por Carlos Chagas
Quem pisou no tomate foi o deputado Henrique Eduardo Alves, ao declarar que o PMDB não abre mão de um milímetro de suas prerrogativas de integrar o novo governo. Tratou-se de uma provocação desnecessária e a pergunta que se faz é se o vice-presidente da República e presidente do partido sabia da declaração de seu principal auxiliar. Foi combinada a intervenção? De qualquer forma, coincidiu com a nota oficial da presidente eleita corrigindo a composição da equipe de transição política e designando Michel Temer para integrá-la, ele que havia sido esquecido na véspera, como de resto foi durante quase toda a campanha.
Quem pisou no tomate foi o deputado Henrique Eduardo Alves, ao declarar que o PMDB não abre mão de um milímetro de suas prerrogativas de integrar o novo governo. Tratou-se de uma provocação desnecessária e a pergunta que se faz é se o vice-presidente da República e presidente do partido sabia da declaração de seu principal auxiliar. Foi combinada a intervenção? De qualquer forma, coincidiu com a nota oficial da presidente eleita corrigindo a composição da equipe de transição política e designando Michel Temer para integrá-la, ele que havia sido esquecido na véspera, como de resto foi durante quase toda a campanha.
Ou Temer contém a sua tropa de choque ou logo novos desencontros estarão marcando o início de uma convivência arriscada e amarga.
TRANSIÇÃO DESNESSÁRIA
Por Carlos Chagas.
Na República Velha os presidentes eram eleitos no primeiro dia de março e só tomavam posse a 15 de novembro. Um interregno desnecessário onde o país convivia com dois chefes de governo, o que saía e o que entrava.
O tempo passou, os períodos dessa constrangedora convivência foram encurtados mas, mesmo assim, nossas instituições seriam aprimoradas se apenas uma semana separasse a eleição da posse.
No caso atual, acresce estar sendo encenada uma fantasia. Para que equipe de transição entre os governos Lula e Dilma, se com as correções necessárias, a equipe é a mesma? Antônio Palocci de um lado, Paulo Bernardo de outro, quando ambos tem todas as chances de integrar o novo ministério?
Cinqüenta funcionários do Lula prontos para informar a turma da Dilma, que é a mesma, ou quase isso?
Mas tem mais: quem estará melhor preparado para saber das realizações, carências e objetivos do governo atual senão a própria Dilma, que por tantos anos comandou a coordenação administrativa? A impressão é de que essa tal equipe de transição funcionará apenas para preencher o vácuo de dois meses entre os dois governos.
INTOLERÂNCIA DIANTE DA IMPUNIDADE
Por Carlos Chagas.
Da cascata de entrevistas nas telinhas a Dilma resolveu conceder a entrevista na manhã de ontem, Dilma Rousseff avançou significativa definição a respeito de eventuais desvios e atos de corrupção porventura praticados pela sua equipe de governo: não haverá tolerância de espécie alguma. Ao primeiro sinal de irregularidades evidentes o cidadão será afastado do cargo, não apenas para defender-se. Para ser punido, se comprovada sua culpa. Ela espera que a justiça cumpra o seu papel.
Da cascata de entrevistas nas telinhas a Dilma resolveu conceder a entrevista na manhã de ontem, Dilma Rousseff avançou significativa definição a respeito de eventuais desvios e atos de corrupção porventura praticados pela sua equipe de governo: não haverá tolerância de espécie alguma. Ao primeiro sinal de irregularidades evidentes o cidadão será afastado do cargo, não apenas para defender-se. Para ser punido, se comprovada sua culpa. Ela espera que a justiça cumpra o seu papel.
O aspecto central do raciocínio da presidente eleita deve estar elevando Pedro Simon ao reino dos céus: com todas as letras, ela disse que “impunidade, não!” Precisamente o que o senador gaúcho vem pregando há décadas.
Tomara que à teoria siga-se a prática inflexível. Porque mal-feitos são inerentes à natureza humana. Tentações, também. Fatalmente, no próximo mandato, acontecerão atos de corrupção maiores ou menores. A cena inicial marcará o ritmo da peça. A reação da nova presidente diante da primeira denúncia será o espelho de toda a sua gestão. E se quiser buscar um exemplo no passado recente, Dilma deveria chamar Itamar Franco para um cafezinho. Mesmo senador da oposição, o ex-presidente tem experiências a relata
Sarney barra projeto que limita o papel do vice
O presidente do Senado, José Sarney, tranqüilizou o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB): não vai a votação no plenário, e, se for, nem sequer teria chance de aprovação, a Proposta de Emenda Constitucional que reduz o vice a substituto temporário do presidente, excluindo a possibilidade de assumir em definitivo. A PEC foi aprovada esta semana na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Sem chances
O projeto precisa passar duas vezes pelo plenário do Senado antes de ser enviado à Câmara. Juntos, PT e PMDB dominam ambas as Casas.
É pessoal
Michel Temer se sentiu pessoalmente atingido pela iniciativa do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), limitando o papel do vice.
Indelicadeza
O vice-presidente eleito achou que Demóstenes foi indelicado com ele e com Dilma Rousseff, que recentemente enfrentou grave enfermidade.
Temporário
Pela proposta, o vice seria substituto temporário. Em caso de morte, doença grave ou impeachment, novas eleições seriam convocadas.
A xenofobia e outras formas de racismo e discriminação funcionam como uma doença altamente transmissível fica latente apenas aguardando um meio propicio para sua disseminação, ao encontrar este meio se dissemina de forma assustadora e provoca muitos estragos, algumas vezes irreversíveis. Por isso este mal, deve ser tratado como se fosse uma doença, ao localizar um foco devemos destruí-lo para que não se espalhe e se torne incontrolável. Avalio que o primeiro e principal foco já foi identificado e controlado: uma campanha política que não mediu conseqüências para atingir seu objetivo, espalhou os mais diversos tipos de discriminação tentando dividir o país através do ódio e preconceito. Este foco foi devidamente controlado (não destruído) através do voto do povo brasileiro.
O segundo foco foi ativado e incentivado pela campanha derrotada, é constituído por grupos ou pessoas que utilizam a internet para disseminar, compartilhar e aglutinar internautas em torno de idéias e propostas que vão do preconceito, ódio e violência contra: nordestinos, pobres, negros, pessoas com baixa escolaridade; a propostas de divisão do território brasileiro.
Este segundo foco será devidamente controlado somente se as autoridades responsáveis: ministérios público, policia federal, ministério da justiça e outros órgãos responsáveis tomarem a iniciativa e agirem para aplicar as leis existentes e punirem devidamente “TODOS” estes indivíduos. Não aceitamos a desculpa, que todos estes órgãos só podem agir se forem acionados pela sociedade civil.
Tenho consciência que este mal vai ser apenas controlado, pois infelizmente somente a boa educação (familiar e social) é antídoto para eliminar a discriminação do nosso meio.
O segundo foco foi ativado e incentivado pela campanha derrotada, é constituído por grupos ou pessoas que utilizam a internet para disseminar, compartilhar e aglutinar internautas em torno de idéias e propostas que vão do preconceito, ódio e violência contra: nordestinos, pobres, negros, pessoas com baixa escolaridade; a propostas de divisão do território brasileiro.
Este segundo foco será devidamente controlado somente se as autoridades responsáveis: ministérios público, policia federal, ministério da justiça e outros órgãos responsáveis tomarem a iniciativa e agirem para aplicar as leis existentes e punirem devidamente “TODOS” estes indivíduos. Não aceitamos a desculpa, que todos estes órgãos só podem agir se forem acionados pela sociedade civil.
Tenho consciência que este mal vai ser apenas controlado, pois infelizmente somente a boa educação (familiar e social) é antídoto para eliminar a discriminação do nosso meio.
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE
Por Emir Sader
Esse é o lema predominante no capitalismo contemporâneo. Universalizado a partir da Europa ocidental, o capitalismo desqualificou a todas outras civilizações como ‘bárbaras”. A ponto que, como denuncia em um livro fundamental, Orientalismo, Edward Said, o Ocidente forjou uma noção de Oriente, que amalgama tudo o que não é Ocidente: mundo árabe, japonês, chinês, indiano, africano, etc. etc. Fizeram Ocidente sinônimo de civilização e Oriente, o resto, idêntico a barbárie.
No cinema, na literatura, nos discursos, civilização é identificada com a civilização da Europa ocidental – a que se acrescentou a dos EUA posteriormente. Brancos, cristãos, anglo-saxões, protestantes – sinônimo de civilizados. Foram o eixo da colonização da periferia, a quem queriam trazer sua “civilização”. Foram colonizadores e imperialistas.
Os EUA se encarregaram de globalizar a visão racista do mundo, através de Hollywood. Os filmes de far west contavam como gesto de civilização as campanhas de extermínio das populações nativas nos EUA, em que o cow boy era chamado de “mocinho” e, automaticamente, os indígenas eram “bandidos, gestos que tiveram em John Wayne o “americano indômito”, na realidade a expressão do massacre das populações originárias.
Os filmes de guerra foram sempre contra outras etnias: asiáticos, árabes, negros, latinos. O país que protagonizou o mais massacre do século passado – a Alemanha nazista -, com o holocausto de judeus, comunistas, ciganos, foi sempre poupada pelos nortemamericanos, porque são iguais a eles – brancos, anglo-saxões, capitalistas, protestantes. O único grande filme sobre o nazismo foi feito pelo britânico Charles Chaplin – O grande ditador -, que teve que sair dos EUA antes mesmo do filme estrear, pelo clima insuportável que criaram contra ele.
Os países que supostamente encarnavam a “civilização” se engalfinharam nas duas guerras mundiais do século XX, pela repartição das colônias – do mundo bárbaro – entre si, em selvagens guerras interimperialistas.
Essa ideologia foi importada pela direita paulista, aquela que se expressou no “A questão social é questão de polícia”, do Washington Luis – como o FHC, carioca importado pela elite paulista -, derrubada pelo Getúlio e que passou a representar o anti-getulismo na politica brasileira. Tentaram retomar o poder em 1932 – como bem caracterizou o Lula, nada de revolução, um golpe, uma tentativa de contrarrevolução -, perderam e foram sucessivamente derrotados nas eleições de 1945, 1950, 1955. Quando ganharam, foi apelando para uma figura caricata de moralista, Jânio, que não durou meses na presidência.
Aí apelaram aos militares, para implantar sua civilização ao resto do país, a ferro e fogo. Foi o governo por excelência dessa elite. Paz sem povo – como o Serra prometia no campo: paz sem o MST.
Veio a redemocratização e essa direita se travestiu de neoliberal, de apologista da civilização do mercado, aquela em que, quem tem dinheiro tem acesso a bens, quem não tem, fica excluído. O reino do direito contra os direitos para todos.
Essa elite paulista nunca digeriu Getúlio, os direitos dos trabalhadores e seus sindicatos, se considerava a locomotiva do país, que arrastava vagões preguiçosos – como era a ideologia de 1932. Os trabalhadores nordestinos, expulsados dos seus estados pelo domínio dos latifundiários e dos coronéis, foi para construir a riqueza de São Paulo. Humilhados e ofendidos, aqueles “cabeças chatas” foram os heróis do progresso da industrialização paulista. Mas foram sempre discriminados, ridicularizados, excluídos, marginalizados.
Essa “raça” inferior a que aludiu Jorge Bornhausen, são os pobres, os negros, os nordestinos, os indígenas, como na Europa “civilizada” são os trabalhadores imigrantes. Massa que quando fica subordinada a eles, é explorada brutalmente, tornava invisível socialmente.
Mas quando se revela, elege e reelege seus lideres, se liberta dos coronéis, conquista direitos, com o avança da democratização – ai são diabolizadas, espezinhadas, tornadas culpadas pela derrota das elites brancas. Como agora, quando a candidatura da elite supostamente civilizada apelou para as explorações mais obscurantistas, para tentar recuperar o governo, que o povo tomou das suas mãos e entregou para lideres populares.
É que eles são a barbárie. São os que chegaram a estas terras jorrando sangue mediante a exploração das nossas riquezas, a escravidão e o extermínio das populações indígenas. Civilizados são os que governam para todos, que buscam convencer as pessoas com argumentos e propostas, que garantem os direitos de todos, que praticam a democracia. São os que estão construindo uma democracia com alma social – que o Brasil nunca tinha tido nas mãos desses supostos defensores da civilização.
No cinema, na literatura, nos discursos, civilização é identificada com a civilização da Europa ocidental – a que se acrescentou a dos EUA posteriormente. Brancos, cristãos, anglo-saxões, protestantes – sinônimo de civilizados. Foram o eixo da colonização da periferia, a quem queriam trazer sua “civilização”. Foram colonizadores e imperialistas.
Os EUA se encarregaram de globalizar a visão racista do mundo, através de Hollywood. Os filmes de far west contavam como gesto de civilização as campanhas de extermínio das populações nativas nos EUA, em que o cow boy era chamado de “mocinho” e, automaticamente, os indígenas eram “bandidos, gestos que tiveram em John Wayne o “americano indômito”, na realidade a expressão do massacre das populações originárias.
Os filmes de guerra foram sempre contra outras etnias: asiáticos, árabes, negros, latinos. O país que protagonizou o mais massacre do século passado – a Alemanha nazista -, com o holocausto de judeus, comunistas, ciganos, foi sempre poupada pelos nortemamericanos, porque são iguais a eles – brancos, anglo-saxões, capitalistas, protestantes. O único grande filme sobre o nazismo foi feito pelo britânico Charles Chaplin – O grande ditador -, que teve que sair dos EUA antes mesmo do filme estrear, pelo clima insuportável que criaram contra ele.
Os países que supostamente encarnavam a “civilização” se engalfinharam nas duas guerras mundiais do século XX, pela repartição das colônias – do mundo bárbaro – entre si, em selvagens guerras interimperialistas.
Essa ideologia foi importada pela direita paulista, aquela que se expressou no “A questão social é questão de polícia”, do Washington Luis – como o FHC, carioca importado pela elite paulista -, derrubada pelo Getúlio e que passou a representar o anti-getulismo na politica brasileira. Tentaram retomar o poder em 1932 – como bem caracterizou o Lula, nada de revolução, um golpe, uma tentativa de contrarrevolução -, perderam e foram sucessivamente derrotados nas eleições de 1945, 1950, 1955. Quando ganharam, foi apelando para uma figura caricata de moralista, Jânio, que não durou meses na presidência.
Aí apelaram aos militares, para implantar sua civilização ao resto do país, a ferro e fogo. Foi o governo por excelência dessa elite. Paz sem povo – como o Serra prometia no campo: paz sem o MST.
Veio a redemocratização e essa direita se travestiu de neoliberal, de apologista da civilização do mercado, aquela em que, quem tem dinheiro tem acesso a bens, quem não tem, fica excluído. O reino do direito contra os direitos para todos.
Essa elite paulista nunca digeriu Getúlio, os direitos dos trabalhadores e seus sindicatos, se considerava a locomotiva do país, que arrastava vagões preguiçosos – como era a ideologia de 1932. Os trabalhadores nordestinos, expulsados dos seus estados pelo domínio dos latifundiários e dos coronéis, foi para construir a riqueza de São Paulo. Humilhados e ofendidos, aqueles “cabeças chatas” foram os heróis do progresso da industrialização paulista. Mas foram sempre discriminados, ridicularizados, excluídos, marginalizados.
Essa “raça” inferior a que aludiu Jorge Bornhausen, são os pobres, os negros, os nordestinos, os indígenas, como na Europa “civilizada” são os trabalhadores imigrantes. Massa que quando fica subordinada a eles, é explorada brutalmente, tornava invisível socialmente.
Mas quando se revela, elege e reelege seus lideres, se liberta dos coronéis, conquista direitos, com o avança da democratização – ai são diabolizadas, espezinhadas, tornadas culpadas pela derrota das elites brancas. Como agora, quando a candidatura da elite supostamente civilizada apelou para as explorações mais obscurantistas, para tentar recuperar o governo, que o povo tomou das suas mãos e entregou para lideres populares.
É que eles são a barbárie. São os que chegaram a estas terras jorrando sangue mediante a exploração das nossas riquezas, a escravidão e o extermínio das populações indígenas. Civilizados são os que governam para todos, que buscam convencer as pessoas com argumentos e propostas, que garantem os direitos de todos, que praticam a democracia. São os que estão construindo uma democracia com alma social – que o Brasil nunca tinha tido nas mãos desses supostos defensores da civilização.
Não são 43 milhões de eleitores que admiram Serra. Há aí um mix de preconceituosos contra mulher, pobre, trabalhadores, gente que não gosta do PT, de Lula, da esquerda e de pessoas interessadas em tirar alguma forma de proveito com a direita no poder. Idealistas que votam em partido ou em determinado candidato por ideologia é raríssimo, até mesmo nas democracias mais avançadas de países desenvolvidos. O mesmo acontece com o PT e os eleitores da Dilma. A diferença, com certeza, está no fato de que este eleitor é menos preconceituoso, menos interessado em sí próprio, mais idealista e patriota. E reconhecido também. Sinto nas pessoas gratidão e admiração pelo Lula e seu governo e manifestam identidade desta percepção com a candidatura da Dilma.
SERRA DO ADEUS OU RÉQUIEM PARA ZÉ BOLINHA
A eleição de Dilma Rousseff, mesmo tendo fortalecido o projeto da esquerda brasileira, não foi suficiente para prostrar o PSDB definitivamente e tampouco foi ampla a ponto de fazer recuar as forças conservadoras da sociedade. Serra, no entanto, está acabado.
Maurício Thuswohl
Com o resultado das eleições presidenciais, José Serra está morto politicamente e já pode repousar ao lado de Fernando Henrique Cardoso no jazigo político do PSDB. Assim como FHC, o ex-governador de São Paulo passa a ser uma figura irrelevante no front da política nacional. A eleição de Dilma Rousseff, mesmo tendo fortalecido o projeto da esquerda brasileira, não foi suficiente para prostrar o PSDB definitivamente e tampouco foi ampla a ponto de fazer recuar as forças conservadoras da sociedade. Serra, no entanto, está acabado.
A constatação pode ser dura e difícil para aqueles que admiram o tucano (não são poucos, a julgar pelos 43,6 milhões de votos recebidos) e para a mídia conservadora que tenta dar ares de vitória a uma derrota histórica. Mas, a verdade das urnas é clara e cristalina. Como escreveu o sempre espirituoso Flávio Aguiar em artigo publicado aqui na Carta Maior, a morte política de Serra é um fato inequívoco e teve direito até mesmo à extrema-unção consagrada pelo Papa Bento XVI em pessoa.
Não se trata mera e simplesmente de uma derrota eleitoral. Ao repetir diversas vezes nos últimos anos - e todos os dias durante a campanha - que se preparou a vida inteira para ser presidente, Serra revelou um sonho, mas também uma obsessão tão forte a ponto de alguns críticos terem inventado para ele o apelido de “presidente nato”. Após abandonar a militância na AP nos anos 60, Serra deixou de ser de esquerda, apesar das teses em contrário. Sua conversão definitiva aos encantos do capital (financeiro, não o livro de Marx) aconteceu em sua passagem pelos Estados Unidos. Quando retornou ao Brasil, já estava pronto para ser um expoente da elite política neoliberal que comandou o país no período pós-ditadura.
Em sua moderna e definitiva encarnação, Serra não precisou pedir, como fez FHC, que esquecessem o que escreveu. Ao contrário, na falta de coisa melhor, registrou um livro como programa de governo. Mas, nestas eleições o tucano associou-se às forças mais tenebrosas da direita de tal forma que transformou sua figura política em uma face disforme.
A campanha difamatória contra Dilma, feita à sombra das catedrais católicas e templos evangélicos, já revelava um Serra disposto a tudo para “cumprir seu destino” e chegar à Presidência. A sórdida e orquestrada repercussão midiática dada à discussão sobre o aborto, no entanto, jogou o Brasil à beira de uma cisão religiosa que nunca antes na história desse país havia acontecido. Para quem se diz “defensor das liberdades democráticas” foi uma irresponsabilidade chocante, mas útil para revelar aos eleitores que o candidato do agronegócio destruidor da Amazônia, o candidato da grande mídia monopolizadora, o candidato dos privatistas entreguistas da riqueza nacional era também o candidato da TFP e de outros segmentos fundamentalistas de nossa sociedade.
No discurso proferido logo após a confirmação da vitória de Dilma, Serra recorreu a bravatas consideradas ingênuas até mesmo na UNE, da qual foi presidente, e alertou aos “que nos imaginam derrotados” que estava “apenas começando uma luta de verdade”. Disse que “o momento não era de adeus”, e sim um “até logo”, mas a verdade é que a luta
A constatação pode ser dura e difícil para aqueles que admiram o tucano (não são poucos, a julgar pelos 43,6 milhões de votos recebidos) e para a mídia conservadora que tenta dar ares de vitória a uma derrota histórica. Mas, a verdade das urnas é clara e cristalina. Como escreveu o sempre espirituoso Flávio Aguiar em artigo publicado aqui na Carta Maior, a morte política de Serra é um fato inequívoco e teve direito até mesmo à extrema-unção consagrada pelo Papa Bento XVI em pessoa.
Não se trata mera e simplesmente de uma derrota eleitoral. Ao repetir diversas vezes nos últimos anos - e todos os dias durante a campanha - que se preparou a vida inteira para ser presidente, Serra revelou um sonho, mas também uma obsessão tão forte a ponto de alguns críticos terem inventado para ele o apelido de “presidente nato”. Após abandonar a militância na AP nos anos 60, Serra deixou de ser de esquerda, apesar das teses em contrário. Sua conversão definitiva aos encantos do capital (financeiro, não o livro de Marx) aconteceu em sua passagem pelos Estados Unidos. Quando retornou ao Brasil, já estava pronto para ser um expoente da elite política neoliberal que comandou o país no período pós-ditadura.
Em sua moderna e definitiva encarnação, Serra não precisou pedir, como fez FHC, que esquecessem o que escreveu. Ao contrário, na falta de coisa melhor, registrou um livro como programa de governo. Mas, nestas eleições o tucano associou-se às forças mais tenebrosas da direita de tal forma que transformou sua figura política em uma face disforme.
A campanha difamatória contra Dilma, feita à sombra das catedrais católicas e templos evangélicos, já revelava um Serra disposto a tudo para “cumprir seu destino” e chegar à Presidência. A sórdida e orquestrada repercussão midiática dada à discussão sobre o aborto, no entanto, jogou o Brasil à beira de uma cisão religiosa que nunca antes na história desse país havia acontecido. Para quem se diz “defensor das liberdades democráticas” foi uma irresponsabilidade chocante, mas útil para revelar aos eleitores que o candidato do agronegócio destruidor da Amazônia, o candidato da grande mídia monopolizadora, o candidato dos privatistas entreguistas da riqueza nacional era também o candidato da TFP e de outros segmentos fundamentalistas de nossa sociedade.
No discurso proferido logo após a confirmação da vitória de Dilma, Serra recorreu a bravatas consideradas ingênuas até mesmo na UNE, da qual foi presidente, e alertou aos “que nos imaginam derrotados” que estava “apenas começando uma luta de verdade”. Disse que “o momento não era de adeus”, e sim um “até logo”, mas a verdade é que a luta
De meu ponto de vista, a democratização dos meios de comunicação será também o fator que possibilitará o avanço do movimento de inclusão da população brasileira e da emancipação do país no conjunto das nações. Porém, não será nada fácil alcançar esta meta. O atual controle midiático por oligopólios privados (as máfias midiáticas) dá aos inimigos da democratização uma capacidade de resistência enorme. Toda e qualquer iniciativa (ainda que moderada) que vise abrir espaço para a participação do conjunto da sociedade nos meios de comunicação é e será sempre bombardeada pelos órgãos da máfia midiática, sem que haja canais alternativos equivalentes para que as ideias dos que defendem o fim do controle oligopólico se expressem. Vai ser preciso muita vontade e decisão política para enfrentar este desafio. A campanha de satanização do governo por parte da máfia midiática, que já é grande, aumentaria virulentamente, podendo chegar aos níveis do que vem sendo feito contra Hugo Chávez nos últimos dez anos. Eu gostaria muito que Dilma Rousseff aceitasse este desafio, mas entendo também que, para tomar esta decisão, ela terá que se enfrentar até mesmo com várias das correntes políticas que fazem parte de sua atual base de sustenção parlamentar. Não nos esqueçamos que Sarney, Hélio Costa e vários outros nomes de destaque são também representantes dos interesses maiores dos grupos que detêm o controle da informação no país. Os setores populares e de esquerda em geral também não podem se contentar com pedir medidas contra os oligopólios midiáticos e não se prepararem para enfrentar as consequências dos embates que virão. Falar e pedir é sempre fácil. No entanto, a luta para alcançar de fato o que se pede ou exige é muito mais árdua.
A MÍDIA E A AGENDA DO NOVO GOVERNO
Ninguém quer tolher a livre circulação de informações e impor a censura. A não ser a grande mídia brasileira, que tenta a todo custo, sufocar e colocar uma mordaça esse saudável debate que não tem como ser interrompido.
Gilberto Maringoni
Muito mais do que a candidatura José Serra e sua coalizão demotucana, a derrotada destas eleições foi a grande mídia. Ou o verdadeiro partido de oposição no Brasil. Não falamos aqui de intrincados conceitos gramscianos, mas das reflexões de Judith Brito, presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ). Segundo ela, à falta de uma oposição estruturada no país, a imprensa deve cumprir tal papel. Não é à toa que sustentou José Serra desde o primeiro momento.
Pois a mídia brasileira, mesmo derrotada, não passa recibo. Já está de armas e bagagens empenhada no terceiro turno: a definição da agenda do governo Dilma.
Logo no domingo à noite, mal anunciados os resultados eleitorais, comentaristas revezavam-se diante de câmeras e microfones para alertar o país sobre a necessidade de um duro ajuste fiscal, de uma reforma da Previdência, de restrições a reajustes salariais e de redução da “gastança” governamental. Um saco de maldades estaria à caminho.
Iniciativa perdida
A imprensa brasileira tenta retomar a iniciativa política, perdida nos últimos anos. Apostou contra os interesses nacionais nos enfrentamentos que o Brasil teve na política externa, tentou desmoralizar o presidente da República e demonizar demandas populares. Ela está no seu direito. A novidade é que agora a mídia enfrenta não apenas uma disseminação infindável de pequenos concorrentes pela internet, mas uma repulsa nacional às diretrizes liberais e privatistas que apoiou em tempos recentes.
A imprensa é personagem das disputas políticas. Mais importante do que “fazer a cabeça das pessoas”, ela busca apontar os assuntos sobre os quais as pessoas devem pensar. Essa é a base da Teoria do Agendamento – ou “Agenda setting”, em bom português – formulada nos anos 1970 por dois pesquisadores norteamericanos, Maxwell Mc Combs e Donald Shaw. Funciona mais ou menos assim: uma hora é o mensalão, outra é o suposto caso do vazamento de dados, mais adiante são as polêmicas religiosas e por aí vai. São firulas do varejo político pré eleitoral. O que faziam anteriormente era estabelecer as normas do grande debate de rumos para o país.
O mecanismo funcionou bem até 2006. No primeiro mandato de Lula, com a inestimável colaboração de setores ultraliberais do governo, representados pelos ministros Antonio Palocci, Paulo Bernardo e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a mídia e os setores por ela articulados impuseram uma grande pauta continuísta. Com a situação de desarranjo geral na economia, legado pelo governo FHC, os meios de comunicação viram suas diretrizes vencerem ao longo de quase todo o primeiro quadriênio petista, a ponto de o ajuste fiscal realizado em 2003 ter sido o mais duro desde 1990.
Após a crise política de 2005 e com uma evidente melhoria no quadro internacional, dois postos-chave da administração pública foram mudados, a Fazenda e a Casa Civil. Assumiram suas cadeiras Guido Mantega e Dilma Rousseff. Aos poucos saiu de cena a pauta liberal e tomou corpo uma orientação desenvolvimentista, cujo primeiro esboço foram os maciços investimentos estatais sintetizados na primeira versão do PAC. Uma nova agenda então se consolidou, a do desenvolvimento.
Quem dá o tom
Agendas políticas não são estipuladas apenas pelos governos, mas fazem parte da disputa pela hegemonia na sociedade. Impõe agenda quem tem força e iniciativa política.
Assim, a pauta do início dos anos 1980 não foi obra da ditadura, que vivia seus estertores. A orientação democrática tomou corpo de fora para dentro do governo, pelos partidos de oposição e pelos movimentos sociais, que exigiam o fim do regime de exceção. Da mesma forma, na segunda metade daquela década, a discussão central tinha como eixo norteador a questão do Estado.
Os embates oriundos da sociedade se cristalizaram na Assembleia Constituinte, em 1988, após acirradas contendas realizadas na fase terminal dos governos militares e no epílogo do longo ciclo desenvolvimentista, observado entre 1930 e 1980.
A partir de 1990, com as vitórias de Fernando Collor e de Fernando Henrique, a agenda foi imposta a partir de cima. Com um país traumatizado por quase uma década de inflação descontrolada, a estabilidade ganhou o centro do palco, tendo como decorrência uma redefinição do papel do Estado, via privatizações e financeirização da economia.
A história posterior é conhecida. O modelo liberal se esgotou em 2005.
O desenvolvimentismo destes últimos cinco anos foi marcado por uma forte característica social. Na maior parte da América do Sul se deu algo semelhante. A erradicação da pobreza ganhou relevância.
Nova década
Qual seria uma agenda viável para esta nova década, que fortaleceria a organização da sociedade e suplantaria os interesses das elites, vocalizadas pela mídia?
Há várias. Um ponto parece ter maioria na coalizão da presidenta Dilma Rousseff: o desenvolvimento continua. Mas há um fator que precisa também estar no centro dos debates: o papel das comunicações em nossa sociedade.
A pergunta é: há possibilidade de o Brasil construir um projeto nacional e democrático de desenvolvimento com uma indústria midiática antidemocrática, elitista, excludente e monopolizada, que tenta se legitimar como esfera pública e lócus essencial da definição de rumos para o país?
As entidades populares, os partidos democráticos e incontáveis ativistas sociais já têm um ponto de partida para entrarem nessa conversa. Trata-se das resoluções da I Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009. Um tento histórico! Algumas das bandeiras lá definidas começam a se tornar realidade. Assembleias Legislativas de vários estados começam a construir Conselhos Estaduais de Comunicação. O governo Lula deu início ao Plano Nacional de Banda Larga para fazer frente à falta de investimentos das empresas privadas do setor. O IPEA realizará, no final de novembro, em Brasília, a Conferência do Desenvolvimento, na qual o tema comunicação terá espaço destacado (ver em http://www.ipea.gov.br/).
Ninguém quer tolher a livre circulação de informações e impor a censura. A não ser a grande mídia brasileira, que tenta a todo custo, sufocar e colocar uma mordaça esse saudável debate que não tem como ser interrompido.
Pois a mídia brasileira, mesmo derrotada, não passa recibo. Já está de armas e bagagens empenhada no terceiro turno: a definição da agenda do governo Dilma.
Logo no domingo à noite, mal anunciados os resultados eleitorais, comentaristas revezavam-se diante de câmeras e microfones para alertar o país sobre a necessidade de um duro ajuste fiscal, de uma reforma da Previdência, de restrições a reajustes salariais e de redução da “gastança” governamental. Um saco de maldades estaria à caminho.
Iniciativa perdida
A imprensa brasileira tenta retomar a iniciativa política, perdida nos últimos anos. Apostou contra os interesses nacionais nos enfrentamentos que o Brasil teve na política externa, tentou desmoralizar o presidente da República e demonizar demandas populares. Ela está no seu direito. A novidade é que agora a mídia enfrenta não apenas uma disseminação infindável de pequenos concorrentes pela internet, mas uma repulsa nacional às diretrizes liberais e privatistas que apoiou em tempos recentes.
A imprensa é personagem das disputas políticas. Mais importante do que “fazer a cabeça das pessoas”, ela busca apontar os assuntos sobre os quais as pessoas devem pensar. Essa é a base da Teoria do Agendamento – ou “Agenda setting”, em bom português – formulada nos anos 1970 por dois pesquisadores norteamericanos, Maxwell Mc Combs e Donald Shaw. Funciona mais ou menos assim: uma hora é o mensalão, outra é o suposto caso do vazamento de dados, mais adiante são as polêmicas religiosas e por aí vai. São firulas do varejo político pré eleitoral. O que faziam anteriormente era estabelecer as normas do grande debate de rumos para o país.
O mecanismo funcionou bem até 2006. No primeiro mandato de Lula, com a inestimável colaboração de setores ultraliberais do governo, representados pelos ministros Antonio Palocci, Paulo Bernardo e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a mídia e os setores por ela articulados impuseram uma grande pauta continuísta. Com a situação de desarranjo geral na economia, legado pelo governo FHC, os meios de comunicação viram suas diretrizes vencerem ao longo de quase todo o primeiro quadriênio petista, a ponto de o ajuste fiscal realizado em 2003 ter sido o mais duro desde 1990.
Após a crise política de 2005 e com uma evidente melhoria no quadro internacional, dois postos-chave da administração pública foram mudados, a Fazenda e a Casa Civil. Assumiram suas cadeiras Guido Mantega e Dilma Rousseff. Aos poucos saiu de cena a pauta liberal e tomou corpo uma orientação desenvolvimentista, cujo primeiro esboço foram os maciços investimentos estatais sintetizados na primeira versão do PAC. Uma nova agenda então se consolidou, a do desenvolvimento.
Quem dá o tom
Agendas políticas não são estipuladas apenas pelos governos, mas fazem parte da disputa pela hegemonia na sociedade. Impõe agenda quem tem força e iniciativa política.
Assim, a pauta do início dos anos 1980 não foi obra da ditadura, que vivia seus estertores. A orientação democrática tomou corpo de fora para dentro do governo, pelos partidos de oposição e pelos movimentos sociais, que exigiam o fim do regime de exceção. Da mesma forma, na segunda metade daquela década, a discussão central tinha como eixo norteador a questão do Estado.
Os embates oriundos da sociedade se cristalizaram na Assembleia Constituinte, em 1988, após acirradas contendas realizadas na fase terminal dos governos militares e no epílogo do longo ciclo desenvolvimentista, observado entre 1930 e 1980.
A partir de 1990, com as vitórias de Fernando Collor e de Fernando Henrique, a agenda foi imposta a partir de cima. Com um país traumatizado por quase uma década de inflação descontrolada, a estabilidade ganhou o centro do palco, tendo como decorrência uma redefinição do papel do Estado, via privatizações e financeirização da economia.
A história posterior é conhecida. O modelo liberal se esgotou em 2005.
O desenvolvimentismo destes últimos cinco anos foi marcado por uma forte característica social. Na maior parte da América do Sul se deu algo semelhante. A erradicação da pobreza ganhou relevância.
Nova década
Qual seria uma agenda viável para esta nova década, que fortaleceria a organização da sociedade e suplantaria os interesses das elites, vocalizadas pela mídia?
Há várias. Um ponto parece ter maioria na coalizão da presidenta Dilma Rousseff: o desenvolvimento continua. Mas há um fator que precisa também estar no centro dos debates: o papel das comunicações em nossa sociedade.
A pergunta é: há possibilidade de o Brasil construir um projeto nacional e democrático de desenvolvimento com uma indústria midiática antidemocrática, elitista, excludente e monopolizada, que tenta se legitimar como esfera pública e lócus essencial da definição de rumos para o país?
As entidades populares, os partidos democráticos e incontáveis ativistas sociais já têm um ponto de partida para entrarem nessa conversa. Trata-se das resoluções da I Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro de 2009. Um tento histórico! Algumas das bandeiras lá definidas começam a se tornar realidade. Assembleias Legislativas de vários estados começam a construir Conselhos Estaduais de Comunicação. O governo Lula deu início ao Plano Nacional de Banda Larga para fazer frente à falta de investimentos das empresas privadas do setor. O IPEA realizará, no final de novembro, em Brasília, a Conferência do Desenvolvimento, na qual o tema comunicação terá espaço destacado (ver em http://www.ipea.gov.br/).
Ninguém quer tolher a livre circulação de informações e impor a censura. A não ser a grande mídia brasileira, que tenta a todo custo, sufocar e colocar uma mordaça esse saudável debate que não tem como ser interrompido.
O FAVORITO
Na crônica passada afirmei sem pestanejar: o Botafogo teria que ganhar do Atlético de Goiás como quem chupa uma laranja. Parecia que ia, a laranja quase já tinha virado o mais mucho dos bagaços quando o último caroço engasgou-nos, dificultando todo o processo de obtenção do suco cítrico. Não fosse o tapinha nas costas para desengasgar, mais conhecido como apito final do juiz, a laranja poderia apodrecer. Esse é o Botafogo, meus caros.
Jogar como quem chupa uma laranja é uma expressão do tricolor Nelson Rodrigues. Para falar do nosso ídolo que eu não vi, mas dizia o Nelson que "jogador é o Didi, que joga como quem chupa uma laranja". Alguma comparação como nosso elenco de hoje? Acho que não, o time é bom, mas para jogar bem assim se esforça como quem chupa um limão. Tudo que eu quero é que eles se engasguem na acidez!
Mas volto a usar o Nelson para explicar o "literatura(?)" colocado aí no título da coluna. Botafogo todo mundo é, opinião todo mundo tem. A literatura é só para constar que aqui o espaço é para sonhar. Não me importam tanto as formações táticas, os números (detesto-os) tudo isso é um pormenor da paixão. Meus caros, na vida o que importa é única e exclusivamente a paixão pelo Botafogo. Pelo menos enquanto você lê esta coluna.
Aqui, o Botafogo é favorito ao título. E se os comentaristas dizem que não, pior para os comentaristas, parafraseando o Rodrigues novamente. Aqui há espaço para o sonho, e o que vier além dele. Há de se rebaixar o fato e o que vier junto com ele.
Temos muitos representantes desse jeito literário de ser na imprensa oficial, e cada vez os mesmos deixam mais saudades. Além do tricolor Nelson Rodrigues, relembro João Saldanha, Sandro Moreyra, Oldemário Touguinhó, João Moreira Sales, e o Garrincha, que escrevia seus versos em campo, só para ficar nos botafoguenses. Recentemente, naquele texto do "El Loco no estaba acá" o jornalista Gustavo Poli deu traços que ainda há salvação entre aqueles que só vêem o fato. Um esplendor de texto.
Enfim, acabam-se as palavras, o recado está dado, e já que leram tanto, até aqui, não custa ler o supracitado Nelson Rodrigues.
"Quanto a mim, com satisfação o confesso: – acredito piamente em milagre. Ou por outra: – só acredito em milagre. A meu ver o fato normal, o fato lógico, o fato indiscutível merece apenas a nossa repulsa e o nosso descrédito. É preciso captar ou, melhor, extrair de cada acontecimento o que há, nele, de maravilhoso, de inverossímil e, numa palavra, de milagre. E não vejo como se possa viver e sobreviver sem esse milagre."
Botafogo x Avaí? Não me importa como nem porquê, temos é que vencer. Eu não quero saber quem é o defunto, eu quero é rezar.
Viva a Terra Brasilis! Viva Madre Meneguel! E parabéns ao ilustre sucessor do Barão de Itararé, Prof. Hariovaldo Almeida Prado! Pois as epístolas hariovaldianas são as que nos permitem refletir, de forma dionisíaca e hilária, como funciona a cabeça dos "cheirosos pensadores" que infestam nossa "impoluta e imparcial" midia corporativa, de como raciocina os homens de benz, os "brancos" e de "berço" e "de olhos azuis", bem como essa minoria pestilenta de predadores sociais que teimam em atrasar o desenvolvimento, a educação e o progresso do país. Viva a Democracia! Amém!
TRIBUTO AOS MILITANTES
Esse texto é para louvar e agradecer à militância. Para tanto, escolhi um dos nossos “paradigmáticos”. Um militante que nessa luta foi extraordinário: José de Abreu. O cidadão, não o ator. Foi estimulante, comovente testemunhar a dedicação, a entrega desse homem à nossa causa.
Lula Miranda
Nós vencemos. Eles perderam. Simples assim. Aproveitemos à exaustão o deleite e as delícias dessa sagrada vitória. Não lhes daremos “o gosto” de um suposto e extemporâneo “terceiro turno”. Não tripudiaremos, decerto, pois não é da nossa índole. Porém tampouco aceitaremos/permitiremos que tentem macular nossa alegria, nossa folia, novamente, com suas infâmias, com esse abjeto racismo e separatismo que agora nos oferecem em sua bandeja de misérias. Não. Esse lixo não nos serve. Esse lixo não serve ao Brasil que ora, como muito zelo, construímos. Vivemos num Estado de Direto. As instituições darão conta desses infames.
Para que fique bem claro, de uma vez por todas: quem somos “nós”, quem são “eles”. Nós somos os “militantes da utopia”, os “justos”, generosos, fraternos, humanistas; somos os guardiões e militantes de uma causa que preconiza mais distribuição de renda, mais Bolsa Família, mais empregos, Luz para Todos, mais Minha Casa Minha Vida,uma maior presença do Estado na economia, mais investimentos em infra-estrutura e saneamento básico, saúde, educação e segurança, mais cidadania.
Repito, mais uma vez, para que fique cristalino: nós vencemos. O nosso projeto foi aprovado pela maioria esmagadora dos brasileiros, de Norte a Sul; do Nordeste ao Sudeste. Dilma Vana Rousseff foi eleita a primeira mulher presidente da República do Brasil. Dará continuidade e, mais que isso, aperfeiçoará o legado de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente-operário.
Já eles, os perdedores, em sua esmagadora maioria, são/representam a “vanguarda do atraso”, o fundamentalismo religioso, o ódio, todo tipo de preconceito, o separatismo, a privatização, ou seja, a entrega do Estado a interesses privados, o cruel “higienismo” contra os desassistidos. Representam, pois, o destampatório de todo mal, a Pandora inesgotável – como bem registrou em artigo o meu valoroso conterrâneo Leandro Fortes. Eles simbolizam os “bichos escrotos” que solertes saíram dos esgotos, das sombras com a pretensão de arruinar a nossa festa e, por conseguinte, o nosso projeto de um país para todos os brasileiros.
Mas não conseguiram. A esperança venceu o medo, novamente; a verdade venceu a mentira, com altivez e galhardia. A catequese amorosa, que é inerente a nossa natureza, e que aperfeiçoamos com Leonardo Boff, Fei Betto e tantos outros, venceu sobejamente a pregação odienta dos nossos antagonistas. Nós vencemos – nunca é demais reiterar. Nós vencemos!
Vencemos [palavra saborosa], sobretudo, graças a nossa militância: fraterna, valente, aguerrida, desinteressada, pois idealista, amorosa. Foi emocionante rever/reconhecer os companheiros nas ruas de todo o país, panfletando, agitando as bandeiras da Dilma com fervor cívico, como há muito não se via. Como - ou melhor, por quê?! - não chorar diante daquela histórica manifestação de apoio dos artistas e intelectuais no teatro Casagrande no RJ? Ou na manifestação dos juristas e professores na PUC-SP ou dos intelectuais e professores no campus da USP, por exemplo? E os cem mil com Lula em Pernambuco?! Como segurar as lágrimas ao ouvir a declaração de apoio de Marilena Chauí? Como não vibrar com o discurso flamejante de Luiza Erundina? Não tenho dúvida: os melhores estavam (e sempre estarão) do nosso lado. Caminharemos juntos, sempre em frente, buscando um auspicioso/generoso porvir.
Mas esse texto é para louvar e agradecer à militância. Para tanto, escolhi um dos nossos “paradigmáticos”. Um militante que nessa luta foi extraordinário: José de Abreu. O cidadão, não o ator. Foi estimulante, comovente testemunhar a dedicação, a entrega desse homem à nossa causa. Vê-lo nas ruas, em sua pregação afetuosa no twitter ou mesmo no 1º Encontro dos Blogueiros Progressistas. Não à toa esteve no palco na noite da vitória em Brasília – chorava copiosamente –, não simplesmente na condição de “papagaio de pirata” da presidente eleita, mas nos representando, militantes que fomos/somos . O Zé ali era “nós na fita”. Ah, o Zé Bigorna foi sensacional, singular.
Os blogueiros progressistas [prefiro, você bem o sabe, “de esquerda”] também tiveram um papel fundamental – assim como seus leitores e comentaristas. Alguns jornalistas também se recusaram a se associar aos infames sabujos da velha mídia e não se omitiram. Cito aqui alguns deles, jornalistas, blogueiros, leitores/comentaristas, como uma forma de registrar o nosso agradecimento e homenagem: Rodrigo Vianna (fundamental!), Altamiro Borges (grande Miro!), Luis Carlos Azenha (a sagacidade em pessoa), Eduardo Guimarães (incansável), Paulo Henrique Amorim (um guerreiro!), Luis Nassif, Brizola Neto, Renato Rovai (o que mais “furou”, digo, deu em primeira mão,resultados de pesquisas), Deputado Paulo Teixeira, Miguel do Rosário, Maringone, “Seu Cloaca”, André Lux, Jorge Furtado, Idelber Avelar, Celso Lungaretti, Conceição Oliveira, Argemiro Ferreira, Izaías Almada, Marcelo Sales, Flávio Aguiar, Palhares, Emir Sader (o nosso “emir”), Gilson Caroni Filho (um virtuose da “logopéia”), Antônio Martins (outro virtuose), Venício Lima, Laurindo Leal Filho, Mino Carta, Bob Fernandes, Marco Aurélio Mello, Luis Favre, Maurício Thuswohl, Maria Frô, “Na Maria”, Marco Weissheimer, Leonardo Sakamoto, Francisco Carlos Teixeira, Luis Carlos Lopes, Maria Inês Nassif, pessoal do blog Amigos do Presidente, Grupo Beatrice, equipe do Observatório da Imprensa, pessoal da Rede Brasil Atual, pessoal da Caros Amigos, Stanley Burburinho, Gunter Zibell, Professor Hariovaldo, Malu Marcondes Ferreira, Guimarães s v, Messias Franca (de Feira de Santana, Bahia)...
São tantos os nomes/talentos que se irmanaram nessa nossa vitória que dá um orgulho danado de estar ao lado dessa gente tão valorosa. Não dá não?
São tantos os nomes desse nosso aguerrido “exército”. Mas certamente faltou elencar o seu, estimado leitor. Portanto, caso seu nome ainda não conste dessa minha imperfeita lista [na verdade, um rascunho inicial], é só subscrever abaixo, pois, ao final, complementarei esse elenco de nomes/talentos e farei um poema-objeto (um cartaz virtual, algo assim) com o registro de todos que, de alguma maneira/forma, contribuíram para essa vitória da cidadania; seja como militante nas ruas, seja como jornalista, articulista, blogueiro (“sujo” ou “limpinho”), como leitor, comentarista etc. Qualquer maneira de entrega/dedicação valeu a pena - literalmente.
Se você é um dos nossos, um dos vitoriosos, subscreva abaixo.
Parabéns! Você ajudou a vencer a infâmia, o ódio, a maledicência. Parabéns! Você ajudou a eleger aprimeira presidente do Brasil!
Receba os meus/nossos sinceros cumprimentos e agradecimentos. Celebre bastante até o dia da posse. Não se deixe incomodar pelos desmancha-prazeres [os que, insanos, clamam por um 3º turno]. Certamente nos encontraremos novamente em Brasília.
A luta, porém, sabemos, não acaba nunca. Afinal, nunca é demasiado lembrar, militamos em nome da utopia.
Viva a Dilma! Viva Lula! Viva o Brasil!
Para que fique bem claro, de uma vez por todas: quem somos “nós”, quem são “eles”. Nós somos os “militantes da utopia”, os “justos”, generosos, fraternos, humanistas; somos os guardiões e militantes de uma causa que preconiza mais distribuição de renda, mais Bolsa Família, mais empregos, Luz para Todos, mais Minha Casa Minha Vida,uma maior presença do Estado na economia, mais investimentos em infra-estrutura e saneamento básico, saúde, educação e segurança, mais cidadania.
Repito, mais uma vez, para que fique cristalino: nós vencemos. O nosso projeto foi aprovado pela maioria esmagadora dos brasileiros, de Norte a Sul; do Nordeste ao Sudeste. Dilma Vana Rousseff foi eleita a primeira mulher presidente da República do Brasil. Dará continuidade e, mais que isso, aperfeiçoará o legado de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente-operário.
Já eles, os perdedores, em sua esmagadora maioria, são/representam a “vanguarda do atraso”, o fundamentalismo religioso, o ódio, todo tipo de preconceito, o separatismo, a privatização, ou seja, a entrega do Estado a interesses privados, o cruel “higienismo” contra os desassistidos. Representam, pois, o destampatório de todo mal, a Pandora inesgotável – como bem registrou em artigo o meu valoroso conterrâneo Leandro Fortes. Eles simbolizam os “bichos escrotos” que solertes saíram dos esgotos, das sombras com a pretensão de arruinar a nossa festa e, por conseguinte, o nosso projeto de um país para todos os brasileiros.
Mas não conseguiram. A esperança venceu o medo, novamente; a verdade venceu a mentira, com altivez e galhardia. A catequese amorosa, que é inerente a nossa natureza, e que aperfeiçoamos com Leonardo Boff, Fei Betto e tantos outros, venceu sobejamente a pregação odienta dos nossos antagonistas. Nós vencemos – nunca é demais reiterar. Nós vencemos!
Vencemos [palavra saborosa], sobretudo, graças a nossa militância: fraterna, valente, aguerrida, desinteressada, pois idealista, amorosa. Foi emocionante rever/reconhecer os companheiros nas ruas de todo o país, panfletando, agitando as bandeiras da Dilma com fervor cívico, como há muito não se via. Como - ou melhor, por quê?! - não chorar diante daquela histórica manifestação de apoio dos artistas e intelectuais no teatro Casagrande no RJ? Ou na manifestação dos juristas e professores na PUC-SP ou dos intelectuais e professores no campus da USP, por exemplo? E os cem mil com Lula em Pernambuco?! Como segurar as lágrimas ao ouvir a declaração de apoio de Marilena Chauí? Como não vibrar com o discurso flamejante de Luiza Erundina? Não tenho dúvida: os melhores estavam (e sempre estarão) do nosso lado. Caminharemos juntos, sempre em frente, buscando um auspicioso/generoso porvir.
Mas esse texto é para louvar e agradecer à militância. Para tanto, escolhi um dos nossos “paradigmáticos”. Um militante que nessa luta foi extraordinário: José de Abreu. O cidadão, não o ator. Foi estimulante, comovente testemunhar a dedicação, a entrega desse homem à nossa causa. Vê-lo nas ruas, em sua pregação afetuosa no twitter ou mesmo no 1º Encontro dos Blogueiros Progressistas. Não à toa esteve no palco na noite da vitória em Brasília – chorava copiosamente –, não simplesmente na condição de “papagaio de pirata” da presidente eleita, mas nos representando, militantes que fomos/somos . O Zé ali era “nós na fita”. Ah, o Zé Bigorna foi sensacional, singular.
Os blogueiros progressistas [prefiro, você bem o sabe, “de esquerda”] também tiveram um papel fundamental – assim como seus leitores e comentaristas. Alguns jornalistas também se recusaram a se associar aos infames sabujos da velha mídia e não se omitiram. Cito aqui alguns deles, jornalistas, blogueiros, leitores/comentaristas, como uma forma de registrar o nosso agradecimento e homenagem: Rodrigo Vianna (fundamental!), Altamiro Borges (grande Miro!), Luis Carlos Azenha (a sagacidade em pessoa), Eduardo Guimarães (incansável), Paulo Henrique Amorim (um guerreiro!), Luis Nassif, Brizola Neto, Renato Rovai (o que mais “furou”, digo, deu em primeira mão,resultados de pesquisas), Deputado Paulo Teixeira, Miguel do Rosário, Maringone, “Seu Cloaca”, André Lux, Jorge Furtado, Idelber Avelar, Celso Lungaretti, Conceição Oliveira, Argemiro Ferreira, Izaías Almada, Marcelo Sales, Flávio Aguiar, Palhares, Emir Sader (o nosso “emir”), Gilson Caroni Filho (um virtuose da “logopéia”), Antônio Martins (outro virtuose), Venício Lima, Laurindo Leal Filho, Mino Carta, Bob Fernandes, Marco Aurélio Mello, Luis Favre, Maurício Thuswohl, Maria Frô, “Na Maria”, Marco Weissheimer, Leonardo Sakamoto, Francisco Carlos Teixeira, Luis Carlos Lopes, Maria Inês Nassif, pessoal do blog Amigos do Presidente, Grupo Beatrice, equipe do Observatório da Imprensa, pessoal da Rede Brasil Atual, pessoal da Caros Amigos, Stanley Burburinho, Gunter Zibell, Professor Hariovaldo, Malu Marcondes Ferreira, Guimarães s v, Messias Franca (de Feira de Santana, Bahia)...
São tantos os nomes/talentos que se irmanaram nessa nossa vitória que dá um orgulho danado de estar ao lado dessa gente tão valorosa. Não dá não?
São tantos os nomes desse nosso aguerrido “exército”. Mas certamente faltou elencar o seu, estimado leitor. Portanto, caso seu nome ainda não conste dessa minha imperfeita lista [na verdade, um rascunho inicial], é só subscrever abaixo, pois, ao final, complementarei esse elenco de nomes/talentos e farei um poema-objeto (um cartaz virtual, algo assim) com o registro de todos que, de alguma maneira/forma, contribuíram para essa vitória da cidadania; seja como militante nas ruas, seja como jornalista, articulista, blogueiro (“sujo” ou “limpinho”), como leitor, comentarista etc. Qualquer maneira de entrega/dedicação valeu a pena - literalmente.
Se você é um dos nossos, um dos vitoriosos, subscreva abaixo.
Parabéns! Você ajudou a vencer a infâmia, o ódio, a maledicência. Parabéns! Você ajudou a eleger aprimeira presidente do Brasil!
Receba os meus/nossos sinceros cumprimentos e agradecimentos. Celebre bastante até o dia da posse. Não se deixe incomodar pelos desmancha-prazeres [os que, insanos, clamam por um 3º turno]. Certamente nos encontraremos novamente em Brasília.
A luta, porém, sabemos, não acaba nunca. Afinal, nunca é demasiado lembrar, militamos em nome da utopia.
Viva a Dilma! Viva Lula! Viva o Brasil!
OS ESTADUNIDENSES TEM BOLSA FAMILA
WSJ: 42.389.619 de americanos dependem do Bolsa Família para comer.
In U.S., 14% Rely on Food Stamps.
By Sara Murray, naquele jornal comunista, o Wall Street Journal.
Um grande número de domicílios americanos ainda depende da assistência do governo para comprar comida, no momento em que a recessão continua a castigar famílias.
O número dos que recebem o cupom de comida (food stamps, a versão americana do Bolsa Família) cresceu em agosto, as crianças tiveram acesso a milhões de almoços gratuitos e quase cinco milhões de mães de baixa renda pediram ajuda ao programa de nutrição governamental para mulheres e crianças.
Foram 42.389.619 os americanos que receberam food stamps em agosto, um aumento de 17% em relação a um ano atrás, de acordo com o Departamento de Agricultura, que acompanha as estatísticas. O número cresceu 58,5% desde agosto de 2007, antes do início da recessão.
Em números proporcionais, Washington DC (a capital dos Estados Unidos) tem o maior número de residentes recebendo food stamps: mais de um quinto, 21,1%, coletaram assistência em agosto. Washington foi seguida pelo Mississipi, onde 20,1% dos moradores receberam food stamps, e pelo Tennessee, onde 20% dos residentes buscaram ajuda do programa de nutrição.
Idaho teve o maior aumento no número de recipientes no ano passado. O número de pessoas que receberam food stamps no estado subiu 38,8%, mas o número absoluto ainda é pequeno. Apenas 211.883 residentes de Idaho coletaram os cupons em agosto.
O benefício nacional médio por pessoa foi de 133 dólares e 90 centavos em agosto. Por domicílio, foi de 287 dólares e 82 centavos.
Os cupons se tornaram um refúgio para os trabalhadores que perderam emprego, particularmente entre os estadunidenses que já exauriram os benefícios do seguro-desemprego. Filas nos supermercados à meia-noite do primeiro dia do mês demonstram que, em muitos casos, o benefício não está cobrindo a necessidade das famílias e elas correm antes da chegada do próximo cheque.
Mesmo durante as férias de verão as crianças retornaram às escolas para tirar proveito da merenda, onde ela estava disponível. Cerca de 195 milhões de almoços foram servidos em agosto e 58,9% deles foram de graça. Outros 8,4% foram a preço reduzido. Este número vai aumentar quando os dados do outono forem divulgados já que as crianças estarão de volta às escolas. Em setembro passado, por exemplo, mais de 590 milhões de almoços foram servidos, quase 64% de graça ou com preço reduzido.
Crianças cujas famílias tem renda igual ou até 130% acima da linha da pobreza — 28 mil e 665 dólares por ano para uma família de quatro pessoas — podem ter acesso a almoços gratuitos. As famílias que tem renda entre 130% a 185% acima da linha da pobreza — 40 mil e 793 dólares para uma família de quatro — podem receber refeições a preço reduzido, não mais que 40 centavos de dólar de desconto.
Ps do Viomundo: Texto dedicado àqueles que acham chique os programas sociais na França, na Alemanha e nos Estados Unidos, mas tem “horror!” dos programas sociais brasileiros.
O número dos que recebem o cupom de comida (food stamps, a versão americana do Bolsa Família) cresceu em agosto, as crianças tiveram acesso a milhões de almoços gratuitos e quase cinco milhões de mães de baixa renda pediram ajuda ao programa de nutrição governamental para mulheres e crianças.
Foram 42.389.619 os americanos que receberam food stamps em agosto, um aumento de 17% em relação a um ano atrás, de acordo com o Departamento de Agricultura, que acompanha as estatísticas. O número cresceu 58,5% desde agosto de 2007, antes do início da recessão.
Em números proporcionais, Washington DC (a capital dos Estados Unidos) tem o maior número de residentes recebendo food stamps: mais de um quinto, 21,1%, coletaram assistência em agosto. Washington foi seguida pelo Mississipi, onde 20,1% dos moradores receberam food stamps, e pelo Tennessee, onde 20% dos residentes buscaram ajuda do programa de nutrição.
Idaho teve o maior aumento no número de recipientes no ano passado. O número de pessoas que receberam food stamps no estado subiu 38,8%, mas o número absoluto ainda é pequeno. Apenas 211.883 residentes de Idaho coletaram os cupons em agosto.
O benefício nacional médio por pessoa foi de 133 dólares e 90 centavos em agosto. Por domicílio, foi de 287 dólares e 82 centavos.
Os cupons se tornaram um refúgio para os trabalhadores que perderam emprego, particularmente entre os estadunidenses que já exauriram os benefícios do seguro-desemprego. Filas nos supermercados à meia-noite do primeiro dia do mês demonstram que, em muitos casos, o benefício não está cobrindo a necessidade das famílias e elas correm antes da chegada do próximo cheque.
Mesmo durante as férias de verão as crianças retornaram às escolas para tirar proveito da merenda, onde ela estava disponível. Cerca de 195 milhões de almoços foram servidos em agosto e 58,9% deles foram de graça. Outros 8,4% foram a preço reduzido. Este número vai aumentar quando os dados do outono forem divulgados já que as crianças estarão de volta às escolas. Em setembro passado, por exemplo, mais de 590 milhões de almoços foram servidos, quase 64% de graça ou com preço reduzido.
Crianças cujas famílias tem renda igual ou até 130% acima da linha da pobreza — 28 mil e 665 dólares por ano para uma família de quatro pessoas — podem ter acesso a almoços gratuitos. As famílias que tem renda entre 130% a 185% acima da linha da pobreza — 40 mil e 793 dólares para uma família de quatro — podem receber refeições a preço reduzido, não mais que 40 centavos de dólar de desconto.
Ps do Viomundo: Texto dedicado àqueles que acham chique os programas sociais na França, na Alemanha e nos Estados Unidos, mas tem “horror!” dos programas sociais brasileiros.
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