sábado, 6 de novembro de 2010

LULA NA PRESIDÊNCIA DO PT

Por Carlos Chagas
Há quem se dedique a somar dois e dois e verificar que   dá quatro.  Feito o preâmbulo, vale registrar o óbvio: o  Lula ficará sem mandato a partir do primeiro dia de janeiro, mas anunciou estar disposto a lutar feito um leão para, ano que vem, ser aprovada no Congresso a reforma política.   Como lutará? Na condição apenas  de ex-presidente fica difícil, Fernando Henrique Cardoso poderá imaginar-se no mesmo patamar. Como ex-deputado poderá  freqüentar o plenário da Câmara, mas sem direito à palavra e ao voto irá configurar um, corpo estranho. 
Resta  uma saída para dar ao Lula não a legitimidade, que ele já  possui de sobra, mas a liturgia para  reunir-se em pé de igualdade formal  com líderes   partidários: assumir a presidência do PT.
Não haverá quem lhe tire esse direito, fundador e primeiro presidente que foi, além de chefe  inconteste do PT durante os últimos oito anos. Basta uma reunião do Diretório Nacional ou uma convenção extraordinária dos companheiros  para, por aclamação, em quinze minutos, assumir de direito o que detém de fato. Assim, estaria armado para os embates de toda ordem, ainda mais reforçado pelo apoio incondicional do governo Dilma Rousseff.
Numa palavra, por enquanto taticamente mantida em cone de sombra: o Lula assumirá a presidência do PT, deixando o caminho livre para José   Eduardo Dutra ocupar um ministério ou sentar-se numa  cadeira no Senado, primeiro suplente que é de  Antônio Carlos Valadares, outro candidato a ministro.
Dois e dois continuam dando quatro, apesar de pouca gente ter-se dedicado nos últimos dias a exercitar a aritmética política.

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