Gilberto Dimenstein.
Não acredito (e quem acreditar é tolo) nessa pregação de José Serra contra o aborto. É só um jeito de atacar Dilma Rousseff, preferindo colocar a fé acima da saúde pública, num jogo baixo. Ele sabe que seria um mal menor o poder público ajudar as mulheres que necessitam de um aborto.
Ver um intelectual, ex-ministro da Saúde, agindo desse jeito apenas mostra o poder da fé contra a racionalidade. De certa forma, é o que ocorre no debate da privatização, também atiçado pelas eleições, dessa vez pelo PT, por causa das eleições, para atacar o PSDB. É mais uma questão de fé.
Parece que pouco importa o fato de que qualquer pessoa hoje, mesmo as mais humildes, tenham acesso a um telefone. Até pouco tempo, telefone entrava na declaração de imposto de renda. Ou que empresas falidas ou quase falidas se tornaram eficientes, não sugam dinheiro público e pagam impostos. Ou as que já eram tidas como eficientes (Vale) ficaram mais eficientes e pagam muito mais impostos. Pouca adianta mostrar os avanços em termos tecnológicos de empresas como CSN e Embraer.
Estudos de economistas mostram que, de forma geral, essa foi a regra das empresas privatizadas, muitas delas antes cabides de empregos.
Assim com no debate do aborto em que Serra aparece como um pregador cristão, o debate sobre a privatização é tão irracional que o PT resolveu colocar o tema das privatizações para minar o PSDB, sendo que, nos últimos 8 anos, Lula não desfez as privatizações. E mais, privatizou (corretamente) milhares de quilômetros de estadas federais. Ainda bem que Lula não faz o que fala.
É preciso ter muita fé e contrariar todas as evidências para achar que o Estado é bom empresário. Pode ser bom empregador
Nenhum comentário:
Postar um comentário