quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PODEM MUITO MAS NÃO PODEM TUDO

Por Carlos Chagas
Continua o Brasil  sendo o país dos exageros, tanto faz se de um lado  ou de outro. Durante o regime militar   a Justiça ficou  impedida de apreciar  os atos ditos revolucionários, praticados pelos generais-presidentes com base na legislação ditatorial.  Uma  aberração.
Pois não é que estamos  passando  de um extremo a outro? Agora uma simples juíza do Ceará  suspende  não só a divulgação dos resultados do Enem, mas  considera  nulo  o exame realizado em todo o país, envolvendo mais de dois milhões de estudantes.
Convenhamos, nem tanto lá como nem tanto cá.  Só aos tribunais superiores deveria caber a prerrogativa de  cancelar  uma ação nacional, praticada  pelo governo federal. Claro que nenhuma instituição deve  estar acima da apreciação judicial, mas a lógica  indica precedências hierárquicas.  Se um juiz singular qualquer detiver tamanho poder, um dia desses  sentenças de primeira instância   suspenderão o tráfego aéreo em todo o território nacional, por conta dos maus serviços prestados pelas  empresas. Ou virá o  cancelamento dos jogos   do Brasileirão no país inteiro,  em função da violência das torcidas organizadas. 
A Justiça  pode muito, mas não pode tudo. Do jeito que as coisas vão, algum  juiz ainda decretará que todo brasileiro está obrigado a ser feliz...

Nenhum comentário: