quinta-feira, 3 de novembro de 2011

VIDA E MÍDIA

A Venezuela de Chávez, como sabemos da leitura diária dos jornais e do martelar inclemente das tevês, é um dos piores lugares do mundo para se viver. Só pode ter sido um erro, assim, atribuir aos venezuelanos um nível de satisfação com a vida tão elevado, como o que consta  no Relatório de 2011 do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Numa escala de 1 a zero, os mais felizes com a vida no planeta são os noruegueses: 7,6; o Brasil registra um grau de felicidade de 6,8; o dos venezuelanos é de 7,5. No mesmo relatório da ONU, a Argentina que conforme sabemos pela mesma mídia, cavou sua sepultura econômica e social após oito anos de populismo kirchnerista, emerge como o 45º país do mundo em desenvolvimento humano. Isso numa lista de 187 nações avaliadas e comparadas  com base em indicadores de expectativa de vida, escolaridade e renda per capita. Outra discrepância notável é o caso de Cuba. Literalmente  despencando, desprovida de qualquer mérito e legitimidade, a julgar pelos relatos jornalísticos, a ilha --há 50 anos sob o cerco do embargo comercial norte-americano-- resiste em 51º lugar, logo abaixo, quatro degraus, do grupo que inclui as nações com os melhores IDHs da terra. Deve haver algum equívoco. Assim também como parece um total  despropósito que o Iraque amargue ainda a 132ª posição, depois de oito anos de ocupação norte-americana, enquanto a Líbia, dominada até há pouco pelo inominável regime de Kadaffi, ostente o 64º melhor desenvolvimento humano --23 degraus  à frente, por exemplo, da bem comportada e moderna Colômbia, até há pouco dirigida pelo sempre agraciado com elogios midiáticos, o operoso e respeitado democrata, Álvaro Uribe.  (Carta Maior; 5ª feira, 03/11/ 2011)

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