Portugal conseguiu passar pelo corredor-polonês da espoliação financeira montado em torno das economias periféricas da Europa. Para obter recursos da ordem de 1,25 bilhão de euros, indispensáveis ao financiamento de seu déficit, o governo português pagou, porém, juros de 6,75% para papéis de dez anos, nesta 4º feira. Títulos alemães de prazo equivalente pagam 2,87%. Nesta 5º feira será a vez da Espanha submeter-se ao teste de sobrevivência no corredor rentista. Bélgica pode ser a próxima vítima. Um tropeço no financiamento das economias periféricas da europa acentuará a migração maciça de capitais especulativos para países emergentes, como o Brasil, com danos colaterais conhecidos em termos de valorização do real e seus desdobramentos em importações predatórias à indústria local. As conexões entre a guerra cambial e a guerra comercial explicam a ênfase certeira do governo Dilma, nesses passos iniciais, em desmontar a farra cambial e obstruir corredores de livre trânsito dos capitais especulativos no país.
(Carta Maior; Quart-feira, 12/01/2011)
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