JUCA KFOURI
Estar na final da Copa do Mundo pela primeira vez é consequência de anos de trabalho benfeito.
A ESPANHA ganhou com todos os méritos da Alemanha, e o 1 a 0 foi até pouco para sua superioridade, baseada na experiência de um time já campeão europeu contra uma jovem equipe que, se não tremeu, ao menos deu claros sinais de ter sentido a responsabilidade.
Enquanto os espanhóis jogaram o seu jogo, trocando bola à espera de aniquilar a presa, os alemães saíram do estilo deles nesta Copa e, em vez de agredir, trataram de se defender. Foi má política.
Política boa é a espanhola, e não apenas em sua tática no futebol. Desde a Olimpíada de Barcelona, em 1992, a Espanha vem ganhando quase tudo a que se dedica, nos mais variados esportes, verdadeira potência mundial.
Desnecessário lembrar a armada espanhola no tênis, mulheres e homens, hoje já na segunda geração, tão bem representada pela força de Rafael Nadal. Até na F-1 os espanhóis fabricaram um bicampeão mundial, aliás, o mais jovem de todos os tempos, Fernando Alonso, que ganhou o campeonato pela primeira vez em 2005, com 24 anos.
Mas a Espanha foi também campeã europeia de vôlei masculino em 2007, campeã mundial em 2006 e medalha de prata em Pequim no basquete masculino, além de ter um ciclista, Alberto Contador, bicampeão da Volta da França -e por aí afora.
Se a Copa do Mundo na Espanha, em 1982, começou a mostrar um país moderno que saía dos anos de obscurantismo do generalíssimo Franco, Barcelona-92 mostrou ao mundo uma nova atitude que, ao que tudo indica, veio para ficar. E, se o Brasil for capaz de fazer algo parecido com a sua Copa, em 2014, e com a sua Olimpíada, em 2016, estará de bom tamanho. Infelizmente, porém, não há nenhum sinal disso no horizonte, muito ao contrário.
Espanha e Holanda farão a final neste domingo, no Soccer City, em Johannesburgo, para que a Copa tenha um campeão inédito, o oitavo, 12 anos depois que a França entrou como sétimo sócio do restrito clube dos vencedores da maior festa esportiva mundial. Esta coluna, que apostava no Brasil e passou a apontar a Alemanha, deveria se abster de qualquer nova previsão, mas certas coisas são mais fortes que a prudência, razão pela qual aponta a Espanha como nova campeã mundial.
Motivo de festa na Holanda...
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