TOSTÃO
É preciso renovar e repensar a maneira de jogar do futebol brasileiro. Será difícil.
A MAIORIA dos jogadores brasileiros que foram titulares na Copa do Mundo deve ser ainda os melhores de suas posições nos próximos anos. Mas não há nenhuma certeza de que serão os melhores no próximo Mundial.
É preciso renovar e repensar a maneira de jogar do futebol brasileiro. Será difícil. Os técnicos acham que futebol moderno é esse que está aí.
O Brasil não produz também tantos jogadores excepcionais. A produção agora é em série, como uma fábrica de parafusos, para exportação. O que se produz mais são jogadores altos e fortes. Quando um grandalhão tem talento, vale uma fortuna.
A melhor maneira de renovar é manter a base atual, para que os jovens tenham mais segurança. O novo treinador e a nova comissão técnica não podem apenas conhecer o futebol. Precisam ter também compromisso com a qualidade do jogo.
Jovens como Paulo Henrique Ganso, Neymar, Marcelo, Hernanes, Lucas e outros devem estar nas próximas convocações.
Alguns deles já poderiam ter jogado este Mundial se Dunga tivesse mais sensibilidade, não fosse tão rígido e não pensasse apenas nas vitórias imediatas e nas estatísticas. O que adiantou? Nada.
Júlio César, Maicon, Kaká, Daniel Alves, Robinho, Ramires e Luis Fabiano devem continuar brilhando em seus clubes e fazendo parte da seleção.
Gilberto Silva está fora. Ele, além de bom jogador, excelente na Copa do Mundo de 2002, foi um dos atletas mais dignos e equilibrados que passaram pelo futebol.
Já Felipe Melo, se quiser voltar à seleção brasileira, terá de mostrar que tem preparo emocional para isso.
Lúcio continua em forma. Em 2014, terá 36 anos. Seria sua quarta Copa. Será difícil ele jogar. Juan, que tem tido muitos problemas de contusão, terá 35. É quase impossível.
Antes do Mundial, questionei em minha coluna, sem ter resposta, se Kaká, por ter tido várias contusões recentemente, por ter jogado em alto nível durante muitos anos, por ter reclamado de dores na Copa e por ter jogado mal no Real Madrid, ainda teria condições de recuperar o esplendor técnico que teve no Milan, já que, na média, os grandes craques brilham intensamente, cada vez mais, por um período mais curto.
Continuo em dúvida. Mais ainda.
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