PAULO VINICIUS COELHO
Em 21 anos, Ricardo Teixeira não fez do Brasil um centro de excelência em futebol.
RICARDO TEIXEIRA apresentou o logotipo da Copa de 2014 e já disse que em duas semanas haverá uma solução para o estádio paulista. Quer dizer que nos próximos 14 dias não se dedicará de maneira integral à seleção brasileira. Há dois pedaços distintos do Mundial-14. A organização, missão para Ricardo Teixeira. E a seleção, missão para... Ricardo Teixeira também.
Não se sabe se ele terá o bom senso de criar um cargo de coordenador de futebol, diretor de seleções ou como queira que se chame o emprego. Até que tome essa decisão, Teixeira manda recados. A CBF faz saber que não suportará mais uma negativa de Luiz Felipe Scolari. Seu diretor de comunicação, Rodrigo Paiva, também disse que um nome como o de Leonardo dificilmente teria a aprovação do presidente. Seria uma experiência semelhante à de Dunga, sem experiência para o posto. Boa análise.
Leonardo pensa diferente. Nas entrevistas que concedeu nos últimos três dias, tratou a possibilidade de trabalhar na seleção como um sonho. "Não conversei com ninguém, apenas respondo às questões colocadas na imprensa. Eu me preparei para ser treinador nos últimos dois anos", disse Leonardo.
Importante lembrar que esse preparo se deu na Europa. Não se sabe exatamente se Leonardo é um técnico estrangeiro nascido no Brasil ou um técnico brasileiro formado no exterior.
Técnicos brasileiros formados no país, como Mano Menezes, também procuraram aperfeiçoamento na Europa. Mano acompanhou o trabalho de Arsène Wenger, no Arsenal. Em parte, pela busca por aprimoramento. Em parte, porque o Brasil oferece pouco a profissionais que, como ele, queiram estudar aqui dentro.
A hipótese de contratar um técnico estrangeiro nascido no Brasil, como Leonardo, parece ser a assinatura de Teixeira em mais um atestado de sua própria incompetência. Se, em 21 anos, o presidente da CBF não conseguiu ter um único estádio cinco estrelas, também não fez do Brasil um centro de excelência em futebol. Um centro para formar treinadores segundo seu próprio estilo e história.
Não que o Brasil não tenha treinadores aptos a dirigir a seleção. Mano Menezes é um deles, Muricy Ramalho é outro, Vanderlei Luxemburgo foi até pouco tempo atrás. Tentar Felipão é obrigação. Contratar Leonardo, uma admissão de culpa.
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