O mundo está saindo do buraco ou a crise toma fôlego para mergulhar no porão do abismo? Há números e argumentos para cada gosto. No Brasil, economistas já falam em um ciclo internacional de pelo menos dez anos: é 'A Grande Depressão', arrisca Ioshiaki Nakano. Decifrar a dominância financeira que gerou a crise e impede a sua superação é o requisito encarado por um grupo de economistas da Unicamp coordenado por Ricardo Carneiro. Eles se debruçaram sobre o coração do capitalismo nos dias que correm: o mercado de derivativos. O grupo radiografa a singularidade teórica dessa roleta e dimensiona o tamanho da encrenca: US$ 600 trilhões, dez vezes o PIB mundial; 35 vezes a massa de ações negociadas em bolsas. A característica fundamental desse poder é que ele não se funda na propriedade jurídica dos bens, mas se apropria dos direitos sobre o seu desempenho. Sem um antídoto aos fundamentos, pode-se até mitigar etapas da queda. Mas será difícil escapar do buraco negro escavado por anos de perdas e danos (Carta Maior; 4ª feira; 10/01/ 2012)
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