Por Carlos Chagas.
Os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte estavam na reta final absorvendo o ano de 1987 e entrando por 1988 num lento arrastar de conflitos entre os ditos democratas e os supostos progressistas. Parte da opinião pública começava a criticar o dr. Ulisses, todo-poderosos presidente, que diante de impasses intransponíveis encontrara a solução brasileira, mesmo contrária aos mais elementares princípios de Direito: o que não pudesse ser acordado para integrar a Lei Maior ficaria para a Lei Menor, ou seja, leis complementares e ordinárias decidiriam questões obrigatoriamente constitucionais.
Certa noite, em Brasília, o dr. Ulysses refugiara-se com alguns amigos na casa do jornalista Afrânio Nabuco, quando se lembraram de jantar. O velho manifestou desejo de comer churrasco. Como se encontrava no grupo o empresário Celso Kaufmann, veio a sugestão para fossem a uma churrascaria de sua propriedade. Foram, mas tiveram a surpresa de ver a casa fechada para o público, posta à disposição de mais de uma centena de funcionários do Banco do Brasil, que lá confraternizavam. A primeira reação foi de buscarem outro restaurante, mas Kaufmann tomou-se de ares de patrão e, contrariando sua natureza amena, chamou o chefe dos garçons e disse que preparassem uma mesa extra para seus convidados. Alguém alertou que precisariam passar pelos servidores públicos em festa, mas agastados com a negativa de alguma pretensão na Assembléia Nacional Constituinte. Seriam bem capazes de entoar vaias ao reconhecer o deputado paulista. Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares e outros estimularam Ulisses a enfrentar a situação. Entraram pela porta principal e logo os comensais perceberam sua presença. Seguiu-se um segundo de espanto e de repente os funcionários todos prorromperam em monumental aplauso que durou dez minutos. Entusiasmado, ele encontrou um microfone e pronunciou vibrante discurso, feliz da vida.
Tempos depois Afrânio Nabuco ainda comentava o episódio quando Celso Kaufmann revelou: tivera tempo de reunir os garçons, determinando-lhes que cada um fosse para um dos cantos do salão.
Certa noite, em Brasília, o dr. Ulysses refugiara-se com alguns amigos na casa do jornalista Afrânio Nabuco, quando se lembraram de jantar. O velho manifestou desejo de comer churrasco. Como se encontrava no grupo o empresário Celso Kaufmann, veio a sugestão para fossem a uma churrascaria de sua propriedade. Foram, mas tiveram a surpresa de ver a casa fechada para o público, posta à disposição de mais de uma centena de funcionários do Banco do Brasil, que lá confraternizavam. A primeira reação foi de buscarem outro restaurante, mas Kaufmann tomou-se de ares de patrão e, contrariando sua natureza amena, chamou o chefe dos garçons e disse que preparassem uma mesa extra para seus convidados. Alguém alertou que precisariam passar pelos servidores públicos em festa, mas agastados com a negativa de alguma pretensão na Assembléia Nacional Constituinte. Seriam bem capazes de entoar vaias ao reconhecer o deputado paulista. Celso Furtado, Maria da Conceição Tavares e outros estimularam Ulisses a enfrentar a situação. Entraram pela porta principal e logo os comensais perceberam sua presença. Seguiu-se um segundo de espanto e de repente os funcionários todos prorromperam em monumental aplauso que durou dez minutos. Entusiasmado, ele encontrou um microfone e pronunciou vibrante discurso, feliz da vida.
Tempos depois Afrânio Nabuco ainda comentava o episódio quando Celso Kaufmann revelou: tivera tempo de reunir os garçons, determinando-lhes que cada um fosse para um dos cantos do salão.
Quando o dr. Ulisses entrasse, deveriam bater vigorosas palmas e gritar com veemência o nome dele, estimulando a platéia a fazer o mesmo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário