sábado, 25 de setembro de 2010

O DESATRE DO PROJETO LUXEMBURGO

Do Blog de José Cleves da Silva.
"Projeto Luxemburgo" pode ter custado quase R$ 20 milhões ao Atlético.
R$ 20 milhões. Esta pode ser a fortuna que o Atlético perdeu em cinco meses do "Projeto Luxemburgo", elaborado para levar o clube mineiro ao título do Brasileirão e que teve um fim melancólico com a demissão do treinador quinta-feira, após a derrota de 5 a 1 para o Fluminense, no Engenhão.
Informações veiculadas pelo jornal Lancenet! no início desse mês (http://www.lancenet.com.br/noticias/10-09-07/822392.stm) dão conta de que a folha de pagamento da comissão técnica de Luxemburgo era de R$ 700 mil/mês. Como essa comissão iniciou o seu trabalho em maio, o seu custo beira os R$ 3,5 milhões, mas o acerto final com o treinador virou uma caixa preta.
Fala-se numa multa rescisória de R$ 14 milhões. O presidente Alexandre Kalil nega, afirmando que vai fazer um acerto amigável com o treinador. Diz ainda o presidente do Galo que "o problema de Luxemburgo não é dinheiro". Ora, faço minhas as palavras do jornalista Emanuel Carneiro, da Rádio Itatiaia: Wanderley Luxemburgo não é bobo e deixou claro para a imprensa que foi "demitido do clube".
Resta saber o que reza o contrato, cujo teor não foi informado à imprensa. O que se viu, após a demissão de Luxemburgo, foi uma troca de gentilezas. O técnico elogiou muito o Atlético e o presidente do Galo devolveu os elogios.
Kalil chegou a afirmar que Wanderley é uma vítima e que se não tivesse tantos títulos na vida seria massacrado pela imprensa. Eis um trecho da entrevista postada no site do clube, nesta sexta-feira:
"Uma das maiores surpresas que tive foi o Vanderlei, pela sua postura, coragem, dedicação e trabalho. Poucas vezes trabalhei com um treinador que dedicasse tanto tempo ao futebol. Então, quero colocar aqui, de público, o meu muito obrigado a ele e dizer que eu, como presidente do Atlético, fiquei muito honrado de trabalhar com ele, muito satisfeito de trabalhar com ele e tenho certeza que ganhei um bom amigo no futebol. Deixo aqui o meu agradecimento pelo profissional que ele foi comigo e com o Atlético. Que Deus ilumine a carreira dele, assim como a nossa luta para sair do lugar que estamos", comentou o presidente.
Boicote.
O cartola negou a possibilidade de uma rebelião no elenco, com boicote ao treinador, mas a caixa preta continua fechada.
Luxemburgo chegou ao Atlético em dezembro de 2009, prometendo montar um time forte e com possibilidades de ganhar a tríplice coroa (Campeonato Mineiro, Copa Brasil e Brasileiro), repetindo o feito do Cruzeiro em 2003, também sob o seu comando.
A grife Luxemburgo, um dos técnicos mais vitoriosos do País, empolgou a massa atleticana, mas deixa a Cidade do Galo desmoralizada. O time está na zona de rebaixamento e tenta, agora, contratar um técnico capaz de evitar a sua volta para a Segundona.

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