O violento terremoto de 8.8 graus na escala Richter, seguido de pavoroso e mortal tsumani na costa chilena do Pacífico, já havia custado até ontem a vida de 802 pessoas, deixado mais 2 milhões de chilenos ao desabrigo.
Saques, pilhagens, prisões, militares de volta às ruas de um país convulsionado e dividido às vésperas da saída de Bachelet e da chegada de Piñera ao poder.
Infraestrutura arruinada, prejuízos financeiros imensos no país mais desenvolvido da América Sul e um dos mais belos e civilizados do continente, que já produziu dois Nobel de Literatura: Gabriela Mistral e Pablo Neruda.
Peço socorro à poesia do chileno maior, Pablo Neruda, na "Ode à Tristeza", para terminar estas linhas:
"A tristeza não pode entrar por estas portas.
Pelas janelas entra o ar do mundo,
As rosas vermelhas novas, as bandeiras bordadas
do povo e suas vitórias.
Não podes.
Aquí não entras.
Sacode tuas asas de morcego, eu pisarei as penas
que caem de teu manto, eu barrarei os pedaços
de teu cadáver até as quatro pontas do vento,
eu te torcerei o pescoço, te coserei os olhos,
cortarei tua mortalha e enterrarei teus ossos roedores
debaixo da primavera de uma macieira".
Bravo, poeta! O Chile sobreviverá!!
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