quinta-feira, 18 de março de 2010

Belo Monte - preço-teto do leilão de R$83 por MWh.

Belo Monte será mais barata que as hidrelétricas do Madeira


TCU aprova orçamento de R$19 bilhões para as obras e preço-teto do leilão de R$83 por MWh
O Tribunal de Contas da União aprovou nesta quarta-feira (17/03) o novo orçamento e preço-teto do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte (11.233MW).
O TCU elevou de R$16 bilhões para R$19 bilhões o custo total de construção do empreendimento e incrementou em 22% o preço inicial da licitação da planta, que será disputada a partir de R$83 o MWh. Apesar disso, o projeto do rio Xingu, no Pará, será mais vantajoso que as hidrelétricas de Santo Antônio (3.150MW) e Jirau (3.450MW), que estão sendo erguidas no rio Madeira, em Rondônia.
De acordo com o acórdão do TCU, que aprovou os números elaborados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a relação entre investimento e a energia assegurada da hidrelétrica de Belo Monte é de R$4.227/KW, contra R$4.280/KW de Santo Antônio e R$4.425/KW de Jirau. O relatório ainda destaca que, em função da escala, já que a potência de Belo monte é quatro vezes a de Santo Antônio, pode-se esperar um valor ainda menor para a planta do Xingu.
Quando se compara o investimento com a potência instalada de cada usina, a diferença é ainda maior. Belo Monte apresenta uma relação de R$1.665/KW, enquanto Santo Antônio e Jirau registram R$3.000/KW e R$2.600/KW, respectivamente.
Nesta quinta-feira, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza reunião extraordinária, às 10h, em Brasília (DF), para aprovar o edital do certame, que deverá ocorrer, após 30 dias da publicação do documento no Diário Oficial da União.
O valor total do investimento na usina subiu porque foram incorporados no orçamento R$762 milhões decorrentes de exigências ambientais impostas pela licença prévia emitida pelo Ibama. Além disso, houve incrementos referentes aos custos indiretos de implantação da obra, alterações para cima no custo de capital próprio e de terceiros e o custo marginal de referência (CMR) também sofreu aumento. Em contrapartida, a taxa de risco cambial caiu de 1,5% para 1%.
O preço-teto, que foi proposto pela EPE, é 32% menor que o preço inicial estipulado para os leilões da usina de Santo Antônio (R$122 por MWh) e quase 9% inferior aquele determinado para a licitação de Jirau (R$91 por MWh).
Consórcios.

Até agora, dois consórcios já se formaram para disputar o empreendimento. De um lado, as construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht lideram o primeiro grupo. Andrade Gutierrez, Vale, Neoenergia e Votorantim vão disputar na outra ponta.
Nesta quarta, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que a pasta divulgaria a forma de participação da Eletrobrás no leilão da usina de Belo Monte. Segundo Lobão, o governo iria decidir se uma subsidiária da empresa entraria em um dos consórcios que irão disputar o certame ou se a estatal entraria como sócia do consórcio vencedor após a licitação. Até o fechamento desta matéria, o ministério ainda não havia feito qualquer pronunciamento oficial.
Por Milton Leal.

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