RUY CASTRO.
As agências se dividiram na semana passada. Metade delas deu em manchete, "Há 50 anos Gagarin disse: "A Terra é azul'". E a outra metade contestou: "Gagarin nunca disse "A Terra é azul'". Referiam-se à famosa frase que o astronauta soviético Yuri Gagarin teria dito (ou não) ao ser o primeiro a espiar a Terra de fora, a 12 de abril de 1961.
Para todos os efeitos, Gagarin disse a frase, que, por sinal, encerra uma verdade: a Terra é azul, não se discute. Só que, enquanto no espaço, o áudio de sua comunicação com a Terra foi todo gravado e, dele, não consta a bendita frase. Donde Gagarin não a disse, e ela só apareceu depois, sendo incorporada à lenda.
Mais precavido foi o americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua, em 1969. Dias antes de zarpar, a Nasa deu-lhe uma frase prontinha para quando ele começasse o bordejo pelo satélite: "Este é um pequeno passo para um homem, mas um passo gigante para a humanidade". Pois não é que Armstrong tropeçou nas palavras e quase melou o sentido ao dizer "Este é um pequeno passo para o homem", em vez de "um homem"? Pois foi para a lenda assim mesmo.
John Kennedy entrou para a história ao dizer em seu discurso de posse como presidente dos EUA, em 1960: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país". A frase não era dele, e sim de seu brilhante redator, Theodore Sorensen. Mas lenda é lenda.
E aqui tivemos Juscelino Kubitschek, que, um dia, se pôs de perfil no palanque e declarou: "Deste planalto central, nesta solidão patati patatá, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã de meu país e antevejo esta alvorada etc. etc.". A frase, cheia de pompa, era de seu ghost-writer, o poeta Augusto Frederico Schmidt. Referia-se à futura Brasília cidade mais propícia a lendas do que à realidade.
As agências se dividiram na semana passada. Metade delas deu em manchete, "Há 50 anos Gagarin disse: "A Terra é azul'". E a outra metade contestou: "Gagarin nunca disse "A Terra é azul'". Referiam-se à famosa frase que o astronauta soviético Yuri Gagarin teria dito (ou não) ao ser o primeiro a espiar a Terra de fora, a 12 de abril de 1961.
Para todos os efeitos, Gagarin disse a frase, que, por sinal, encerra uma verdade: a Terra é azul, não se discute. Só que, enquanto no espaço, o áudio de sua comunicação com a Terra foi todo gravado e, dele, não consta a bendita frase. Donde Gagarin não a disse, e ela só apareceu depois, sendo incorporada à lenda.
Mais precavido foi o americano Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar a Lua, em 1969. Dias antes de zarpar, a Nasa deu-lhe uma frase prontinha para quando ele começasse o bordejo pelo satélite: "Este é um pequeno passo para um homem, mas um passo gigante para a humanidade". Pois não é que Armstrong tropeçou nas palavras e quase melou o sentido ao dizer "Este é um pequeno passo para o homem", em vez de "um homem"? Pois foi para a lenda assim mesmo.
John Kennedy entrou para a história ao dizer em seu discurso de posse como presidente dos EUA, em 1960: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer por seu país". A frase não era dele, e sim de seu brilhante redator, Theodore Sorensen. Mas lenda é lenda.
E aqui tivemos Juscelino Kubitschek, que, um dia, se pôs de perfil no palanque e declarou: "Deste planalto central, nesta solidão patati patatá, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã de meu país e antevejo esta alvorada etc. etc.". A frase, cheia de pompa, era de seu ghost-writer, o poeta Augusto Frederico Schmidt. Referia-se à futura Brasília cidade mais propícia a lendas do que à realidade.
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