Por Carlos Chagas.
Vivemos de modismos. De idéias pré-concebidas. Por que, por exemplo, determinar 100 dias como primeiro prazo para o julgamento de um governo ou de uma governante? Por que não 102 ou 110, ou 200, 500 ou 800? Dirão muitos que a vida é assim. Os casamentos são contados por bodas de prata, de ouro e até de diamante. As guerras, por décadas ou séculos. As religiões, por milênios.
Senão insurgir-se, Dilma Rousseff deveria dar de ombros para a cascata de análises, interpretações e diagnósticos apresentados pela mídia no fim de semana, a respeito de seu desempenho na presidência da República. Afinal, a data que interessa mesmo é a de cada dia, com ênfase para o último de seu mandato.
Para Getúlio Vargas, foi 24 de agosto de 1954, mesmo tendo ele permanecido por quinze anos variadíssimos, numa primeira etapa, e três anos e meio de incompreensões, no segundo.
Juscelino Kubitschek preferiu ressaltar os 50 anos em 5, no começo, para no final fixar-se na data futura que não chegou, de 3 de outubro de 1965, quando voltaria ao poder. Jânio Quadros jamais imaginou que 25 de agosto de 1961 seria o fim, muito menos João Goulart, de que tudo terminaria no 1 de abril de 1964. Dos generais-presidentes, note-se apenas a seqüência de seus mandatos com dia certo para transmitirem o poder, exceção de Costa e Silva que adoeceu antes. Para Tancredo Neves o destino não deixou um dia sequer, para José Sarney um ano lhe foi surripiado. Fernando Collor imaginou vinte anos, defenestrado em dois e meio, ao contrário de Fernando Henrique, que era para ser julgado depois de quatro anos e burlou seus julgadores, estendendo o prazo para oito. O mesmo tempo concedido ao Lula, de olho em mais oito, ainda que sem prazo certo para iniciar o retorno.
Essas considerações se fazem por conta da evidência de que a análise da ação dos presidentes da República não deve ser medida em dias, meses ou sequer anos. A História não tem pressa e não comporta açodamentos, ainda que se apresente pródiga em surpresas. Dilma pode ter ido bem nos primeiros 100 dias, mas quem garante que seguirá assim nos seguintes? Melhor aguardar.
Senão insurgir-se, Dilma Rousseff deveria dar de ombros para a cascata de análises, interpretações e diagnósticos apresentados pela mídia no fim de semana, a respeito de seu desempenho na presidência da República. Afinal, a data que interessa mesmo é a de cada dia, com ênfase para o último de seu mandato.
Para Getúlio Vargas, foi 24 de agosto de 1954, mesmo tendo ele permanecido por quinze anos variadíssimos, numa primeira etapa, e três anos e meio de incompreensões, no segundo.
Juscelino Kubitschek preferiu ressaltar os 50 anos em 5, no começo, para no final fixar-se na data futura que não chegou, de 3 de outubro de 1965, quando voltaria ao poder. Jânio Quadros jamais imaginou que 25 de agosto de 1961 seria o fim, muito menos João Goulart, de que tudo terminaria no 1 de abril de 1964. Dos generais-presidentes, note-se apenas a seqüência de seus mandatos com dia certo para transmitirem o poder, exceção de Costa e Silva que adoeceu antes. Para Tancredo Neves o destino não deixou um dia sequer, para José Sarney um ano lhe foi surripiado. Fernando Collor imaginou vinte anos, defenestrado em dois e meio, ao contrário de Fernando Henrique, que era para ser julgado depois de quatro anos e burlou seus julgadores, estendendo o prazo para oito. O mesmo tempo concedido ao Lula, de olho em mais oito, ainda que sem prazo certo para iniciar o retorno.
Essas considerações se fazem por conta da evidência de que a análise da ação dos presidentes da República não deve ser medida em dias, meses ou sequer anos. A História não tem pressa e não comporta açodamentos, ainda que se apresente pródiga em surpresas. Dilma pode ter ido bem nos primeiros 100 dias, mas quem garante que seguirá assim nos seguintes? Melhor aguardar.
A MELHOR IMAGEM.
Diz a sabedoria popular que o melhor juiz, numa partida de futebol, é aquele que não aparece, do qual a torcida não toma conhecimento.
Deveria ser assim no Poder Judiciário, isto é, sendo naturais e acordes com o Bom Direito, suas sentenças não precisariam despertar polêmicas e muito menos protestos. Conforme essa evidência, em termos de opinião publica e publicada, o ano não começou bem no Supremo Tribunal Federal. A decisão a respeito da lei ficha limpa desagradou o sentimento nacional, mesmo sem a emissão de juízos de valor sobre sua constitucionalidade.
O problema é que nova frustração poderá ser oferecida pela mais alta corte nacional de justiça, no correr de 2011. Num caso, se for mais uma vez protelado o julgamento dos 40 mensaleiros, que agora dizem ser 38. São réus, já foram denunciados pelo Procurador Geral da República por formação de quadrilha e outros crimes, mas multiplicam recursos e expedientes de toda ordem. Pior ficaria a situação, porém, na hipótese de, julgados, serem absolvidos. Importa menos a argumentação de seus advogados. Vale mais a natureza das coisas.
OITO MAIS UM.
Os oito governadores do PSDB preferem ficar com Aécio Neves, apesar das críticas por ele formuladas a Dilma Rousseff e ao PT, do que engajar-se na corrente da intransigência sustentada por José Serra, Fernando Henrique e Sérgio Guerra. Gostariam que o senador mineiro tivesse sido um pouco mais tolerante com a presidente da República, mas dispõem de mecanismos para absorver o discurso de Aécio como uma necessidade oposicionista. Do que fogem feito o diabo da cruz é do radicalismo da ala paulista dos tucanos. Afinal, para cumprirem suas promessas de campanha, os governadores precisam do palácio do Planalto. Até Geraldo Alckmin.
Diz a sabedoria popular que o melhor juiz, numa partida de futebol, é aquele que não aparece, do qual a torcida não toma conhecimento.
Deveria ser assim no Poder Judiciário, isto é, sendo naturais e acordes com o Bom Direito, suas sentenças não precisariam despertar polêmicas e muito menos protestos. Conforme essa evidência, em termos de opinião publica e publicada, o ano não começou bem no Supremo Tribunal Federal. A decisão a respeito da lei ficha limpa desagradou o sentimento nacional, mesmo sem a emissão de juízos de valor sobre sua constitucionalidade.
O problema é que nova frustração poderá ser oferecida pela mais alta corte nacional de justiça, no correr de 2011. Num caso, se for mais uma vez protelado o julgamento dos 40 mensaleiros, que agora dizem ser 38. São réus, já foram denunciados pelo Procurador Geral da República por formação de quadrilha e outros crimes, mas multiplicam recursos e expedientes de toda ordem. Pior ficaria a situação, porém, na hipótese de, julgados, serem absolvidos. Importa menos a argumentação de seus advogados. Vale mais a natureza das coisas.
OITO MAIS UM.
Os oito governadores do PSDB preferem ficar com Aécio Neves, apesar das críticas por ele formuladas a Dilma Rousseff e ao PT, do que engajar-se na corrente da intransigência sustentada por José Serra, Fernando Henrique e Sérgio Guerra. Gostariam que o senador mineiro tivesse sido um pouco mais tolerante com a presidente da República, mas dispõem de mecanismos para absorver o discurso de Aécio como uma necessidade oposicionista. Do que fogem feito o diabo da cruz é do radicalismo da ala paulista dos tucanos. Afinal, para cumprirem suas promessas de campanha, os governadores precisam do palácio do Planalto. Até Geraldo Alckmin.
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