terça-feira, 5 de junho de 2012

RESISTIR: O MERCADO NÃO FARÁ ISSO POR NÓSO governo Dilma acelera o passo na direção em que Lula enveredou a partir da crise de 2008: colocar o mercado, a banca e os recursos públicos a serviço do país para protegê-lo do duplo naufrágio europeu-norte americano. O vagalhão provocado pela submersão de 34% do PIB  mundial ruma de encontro às economias da Ásia e América Latina em duas ondas sobrepostas: a retração em cadeia do comércio internacional, enquanto a singular coordenação do FMI recomenda que todos os países exportem mais e importem menos, o que fará todo sentido quando a Terra estreitar laços econômicos com Saturno; e a fuga de capitais para qualidade e segurança. Títulos alemães e americanos mesmo pagando juros negativos tem a preferência da manada. Papéis do Tesouro dos EUA com prazo de 10 anos, por exemplo, rendem 1,4% ao ano para uma inflação da ordem de 2%.  Trata-se de uma corrida contra o tempo; deles e nossa. Os capitais aceitam receber menos do que aplicam porque precificam  uma deflação de ativos superior a essa perda. A liquidez que tem em mãos  -- frações teóricas da riqueza, como ações de bancos europeus, por exemplo--, não vale o que está impresso na face. A bolha que começou a explodir em 2008 no mercado imobiliário norte-americano tem uma verruga correspondente dentro de cada um desses papéis: a montanha somada de todos eles alcança 10 vezes o PIB mundial; as espirais derivadas desse Everest equivalem a 460 vezes a riqueza global tangível. Então é preciso correr. A dança das cadeiras deixará trilhões sem assento quando a música parar. Dilma tem pouco tempo, mas dispõe paradoxalmente de mais espaço que teve Lula para agir. (LEIA MAIS AQUI)

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