A IDADE DA RAZÃO. - A Cúpula da Terra, a 'Rio+20', acontece num divisor histórico que cobra, ao mesmo tempo legitima, a busca de novos caminhos para a continuidade da aventura humana no planeta. A singularidade desta reunião, talvez o seu maior trunfo, que não pode ser abstraído, tampouco amesquinhado pelas organizações, lideranças e chefes de Estado presentes no Rio de Janeiro, é reverberar o colapso da ordem neoliberal. Não é um acaso, nem deve ser tratado assim. Se a Rio+20 não associar organicamente a agenda do meio ambiente a um elenco de medidas destinadas a enfrentar a derrocada em curso suas propostas serão contaminadas pelo bafejo da irrelevância. O movimento ambientalista, cuja pertinência está sedimentada em estudos e indicadores científicos que evidenciam o assalto aos recursos que formam as bases da vida na Terra, enfrenta aqui a idade da razão. Sua responsabilidade é dar consequência política à bandeira do Estado anfitrião desse encontro: o futuro sustentável não será conquistado apenas na esfera ambiental. (Carta Maior; 3ª feira 19/06/2012)
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