sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

TÓ DENTRO

Faltou enfatizar que a mídia alternativa é a voz dos que não rezam (os) pelo catecismo da mídia tradicional. PiG é uma ótima definição. O sangue, de gente do povo, derramando na ditadura e que teve a conivência e apoio de jornalões e TVs não permite que nós baixemos nossas cabeças. Lula, e somente Lula, como operário, trabalhador, pobre e presidente sabe a força dos nazistas da mídia brasileira.
Não existe "ponte" entre o público e o governante. Há diversos instrumentos criados pelos próprios governantes - era recente -para o distanciamento, a divinização do poder em relação ao cidadão. Nesse quadro fica evidente a proclamação de uma categoria "porta-voz" da população alienada e distante do timão, que leva a informação do que ocorre nas esferas do poder governamental e "representa o povo quando manifesta suas preocupações, inquietações e necessidades". Eis os ingredientes para a racionalização existencial do "quarto poder". São mitos convenientemente criados para reforçarem esse distanciamento da população com as esferas do poder, tal qual nossa Constituiação "representativa" (eu só existo se parte de uma organização ou entidade representativa. Sou um reflexo de mim mesmo em muitos) que ignora o óbvio, concreto, indivíduo, para a construção do social, "o povo". Como se observa através da história, o óbvio não deixa de existir simplesmente por decretada sua inexistência. Assim sendo, um "bloqueiro sujo" não é heroi por si mesmo, mas fruto (fertilidade, origem) de uma necessidade individual de integrantes de uma sociedade quase alienante. Assim como as igrejas de outrora, onde paroquianos se reuniam e "colocavam os assuntos em dia", discutindo, opinando e se atualizando, os eventos sociais - casamentos, batizados, funerais para alguns, enterro para muitos, quermesses, etc - eram os instrumentos de manifestação da individualidade dentro do coletivo. Necessidade platônica do ser humano de interagir, provocou a disseminação dos "BBS", dinossauro dos programas de comunicação instantânea da internet. Páginas domésticas na internet se transformaram, devido aos altos custos, em "blogs" onde a individualidade se manifesta ao coletivo e chega ao que, me atrevo dizer, extremo da comunicação pela quase não-comunicação, onde manifesto pensamentos em quinze palavras (não sei ao certo), levando a uma superficialização do que antes chamávamos "bate-papo". Os blogueiros, insisto, não são herois por si próprios, são apenas elementos circunstanciais, bem-vindos, para satisfazer essa necessidade humana de interagir espontaneamente, autenticamente, ilusoriamente fora das amarras do controle feudal de "representantes do quarto poder". Lula é a materialização dessa espontaneidade. Mostra, com seus atos, que os caminhos existem, são óbvios e basta querermos percorrê-los.

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