Por Carlos Chagas
Diz o mote popular que os peixes morrem pela boca. Certos ministros, também. Nelson Jobim foi fisgado da Defesa por conta de sucessivas entrevistas onde provocava a presidente Dilma, inclusive anunciando haver votado em José Serra. Pois agora é Mário Negromonte, das Cidades, que falando ao repórter Gerson Camarotti, do Globo, disse estar mais sólido do que as pirâmides do Egito. Avançou além: sairá por conta própria se perceber não estar agradando. Numa festa, se todos lhe fazem cara feia, vai embora. Também fez críticas a Márcio Fortes, dado como um possível substituto, mesmo sabendo tratar-se de um dos queridinhos da presidente. Para o ainda ministro, o PP não aceita quem privilegiou mais o PT do que o próprio partido, durante o governo Lula.
Pode ser que Dilma, depois de disposta a livrar-se de Mário Negromonte, tenha voltado atrás por questões de estratégia, para não criar desavenças entre os partidos da base. Mas pode ser, também, que agora tenha recuado do recuo, dadas as provocações e a inequívoca falta de tato do titular das Cidades.
Até hoje as substituições na equipe de governo deveram-se a fatores pontuais. Houve explicação para tudo, do comportamento inusitado de Nelson Jobim às acusações de irregularidades contra Antônio Palocci, Wagner Rossi, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Orlando Silva e Carlos Lupi.
Mesmo agora, as mudanças em curso vem-se limitando a motivações burocráticas ou político-eleitorais: Fernando Haddad, da Educação, é candidato a prefeito de São Paulo; Iriny Lopes, da Política para as Mulheres, à prefeitura de Vitória; como Aloísio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, vai para a Educação, entra o técnico Marco Antônio Raupp em seu lugar; aguarda-se alguém do PDT para o Trabalho, ocupado por um interino depois da saída de Calos Lupi. Faltam explicações, porém, para a substituição de Luiza de Barros, da Igualdade Racial. Ignora-se porque ela vai sair, se sair, talvez por sutil manobra do PT para nomear Paulo Pain e afastá-lo do Senado, onde cria problemas por ser honesto demais.
Em meio ao processo em curso, restrito, abre-se uma brecha para o anzol, caso a presidente Dilma se tenha indignado com as palavras de Negromonte. Pode ser trocado por ter aberto a boca em hora errada.
Pode ser que Dilma, depois de disposta a livrar-se de Mário Negromonte, tenha voltado atrás por questões de estratégia, para não criar desavenças entre os partidos da base. Mas pode ser, também, que agora tenha recuado do recuo, dadas as provocações e a inequívoca falta de tato do titular das Cidades.
Até hoje as substituições na equipe de governo deveram-se a fatores pontuais. Houve explicação para tudo, do comportamento inusitado de Nelson Jobim às acusações de irregularidades contra Antônio Palocci, Wagner Rossi, Alfredo Nascimento, Pedro Novais, Orlando Silva e Carlos Lupi.
Mesmo agora, as mudanças em curso vem-se limitando a motivações burocráticas ou político-eleitorais: Fernando Haddad, da Educação, é candidato a prefeito de São Paulo; Iriny Lopes, da Política para as Mulheres, à prefeitura de Vitória; como Aloísio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, vai para a Educação, entra o técnico Marco Antônio Raupp em seu lugar; aguarda-se alguém do PDT para o Trabalho, ocupado por um interino depois da saída de Calos Lupi. Faltam explicações, porém, para a substituição de Luiza de Barros, da Igualdade Racial. Ignora-se porque ela vai sair, se sair, talvez por sutil manobra do PT para nomear Paulo Pain e afastá-lo do Senado, onde cria problemas por ser honesto demais.
Em meio ao processo em curso, restrito, abre-se uma brecha para o anzol, caso a presidente Dilma se tenha indignado com as palavras de Negromonte. Pode ser trocado por ter aberto a boca em hora errada.
TUCANOS EM QUEDA LIVRE.
A ser definitiva a comunicação de José Serra a um grupo de amigos, domingo, sobre não disputar a prefeitura de São Paulo, tornam-se desastrosas as previsões sobre o futuro do PSDB. Se o piloto sumiu e a aeronave fica sem plano de vôo, a conseqüência será a queda livre. Nenhum dos demais pré-candidatos tucanos dispõe de combustível para chegar ao destino, coisa que apenas Serra conseguiria.
Obstinado em disputar pela terceira vez a presidência da República, em 2014, o ex-governador arrisca-se a explodir a esquadrilha. Acredita ter chances, primeiro de bater Aécio Neves, no âmbito do partido, e depois contra Dilma Rousseff ou contra o Lula, dependendo da decisão dos companheiros. O perigo é de perder a prefeitura paulistana, por rejeitar a candidatura, e o palácio do Planalto, por perseguí-la.
IMPORTANTE É O FUTURO.
Estranhas são essas reuniões setoriais de ministros que desde ontem a presidente Dilma vem realizando em Brasília. Seriam assim tão secretas que nem constam da agenda palaciana? Prevê-se que continuem hoje e se estendam pelo fim de semana. Trabalha-se sábado e domingo para que segunda ou terça-feira, na reunião ampla do ministério, possa ser anunciada a programação do governo para o ano em curso. Obras e metas estão sendo definidas para o futuro, importando menos o que foi e o que não foi realizado em 2011.
GOVERNADORES NA EXPECTATIVA
Começa a circular em Brasília a hipótese de Dilma Rousseff estreitar mais o seu relacionamento com os governadores, sem dependência de partidos. Duas possibilidades estariam em exame: uma convocação para que todos se reúnam com a presidente, no palácio do Planalto, para conhecimento e talvez adesão a um programa mínimo de ação coordenada, ou viagens dela pelas principais regiões do país, dialogando com grupos de governadores, para a mesma finalidade.
Há quem julgue ser preciso ouvir pretensões e até queixas dos chefes de executivo estaduais, porque se eles necessitam do governo federal, a recíproca também é verdadeira. O sucesso de Dilma depende do sucesso dos governadores, tanto faz se da situação ou da oposição.
A ser definitiva a comunicação de José Serra a um grupo de amigos, domingo, sobre não disputar a prefeitura de São Paulo, tornam-se desastrosas as previsões sobre o futuro do PSDB. Se o piloto sumiu e a aeronave fica sem plano de vôo, a conseqüência será a queda livre. Nenhum dos demais pré-candidatos tucanos dispõe de combustível para chegar ao destino, coisa que apenas Serra conseguiria.
Obstinado em disputar pela terceira vez a presidência da República, em 2014, o ex-governador arrisca-se a explodir a esquadrilha. Acredita ter chances, primeiro de bater Aécio Neves, no âmbito do partido, e depois contra Dilma Rousseff ou contra o Lula, dependendo da decisão dos companheiros. O perigo é de perder a prefeitura paulistana, por rejeitar a candidatura, e o palácio do Planalto, por perseguí-la.
IMPORTANTE É O FUTURO.
Estranhas são essas reuniões setoriais de ministros que desde ontem a presidente Dilma vem realizando em Brasília. Seriam assim tão secretas que nem constam da agenda palaciana? Prevê-se que continuem hoje e se estendam pelo fim de semana. Trabalha-se sábado e domingo para que segunda ou terça-feira, na reunião ampla do ministério, possa ser anunciada a programação do governo para o ano em curso. Obras e metas estão sendo definidas para o futuro, importando menos o que foi e o que não foi realizado em 2011.
GOVERNADORES NA EXPECTATIVA
Começa a circular em Brasília a hipótese de Dilma Rousseff estreitar mais o seu relacionamento com os governadores, sem dependência de partidos. Duas possibilidades estariam em exame: uma convocação para que todos se reúnam com a presidente, no palácio do Planalto, para conhecimento e talvez adesão a um programa mínimo de ação coordenada, ou viagens dela pelas principais regiões do país, dialogando com grupos de governadores, para a mesma finalidade.
Há quem julgue ser preciso ouvir pretensões e até queixas dos chefes de executivo estaduais, porque se eles necessitam do governo federal, a recíproca também é verdadeira. O sucesso de Dilma depende do sucesso dos governadores, tanto faz se da situação ou da oposição.
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