BLOG DO DENI MENEZES - O reporter de oito Copas do Mundo.Como se não bastasse a preocupação com os jogos que restam para o time manter a esperança de vaga na Libertadores e fechar bem o ano, eis que o Botafogo se vê diante de novo problema com Jobson, que está fazendo de tudo para jogar a carreira pela janela. O clube tem sido paciente e tolerante, penso que até demais, com as faltas que o jogador comete. Poderia tê-lo deixado de lado logo na primeira e que foi a mais grave, mas estendeu-lhe a mão. E continuou a ajudá-lo, dentro e fora de campo, para a recuperação.
Um trabalho bonito e, além de consciente, humanitário. O Botafogo não vê só a recuperação do profissional, mas a do homem, pensando na garantia do futuro e não apenas de quem pode dar e receber alegria enquanto a carreira está no auge. Pena que o jogador não esteja entendendo assim. Jobson voltou a faltar, foi punido com multa no salário e, ainda assim, o presidente Maurício Assumpção – na minha opinião, repito, o dirigente do ano – voltou a lhe estender a mão, compreensivo e complacente com o novo erro do atacante.
”Jobson fica no Botafogo, a menos que algum clube queira pagar a multa de 14 milhões de reais ” - disse ele, ontem.
Punido com 10% de multa no salário de novembro e tendo que treinar também em separado, além da atividade normal com o grupo, Jobson foi recriminado pelos companheiros, embora vá continuar contando com o apoio de todos. A seguir, o que ele disse:
”Dormi demais, perdi a hora. Foi a primeira vez que faltei a um treino. Não estou com cabeça para jogar. Apanho muito porque tudo o que faço e até o que dizem que faço, embora eu não faça, é motivo para me baterem forte”.
”Se fiz coisa errada no passado, tenho que pagar. Sei que dei mole no passado, mas hoje sou outra pessoa e ninguém quer entender só porque dormi demais e não fui treinar. Não aguento mais. É muita pressão numa cabeça só.”
”Acato a decisão do clube e reconheço o que o clube sempre fez e faz por mim. Tenho cinco anos de contrato e só não vou cumprir se o clube não quiser. Eu também me multaria se faltasse a um treino. Dormi demais, perdi a hora, foi só.”
”Quando se faz um gol, coisa linda, maravilhosa. Quando se perde, é fominha. O futebol é assim mesmo e acho que não vai mudar nem mesmo se um dia a bola deixar de ser redonda. Paciência.”
Com dois jogos seguidos no Engenhão – Internacional e Grêmio Prudente – e tendo que sair só na última rodada para jogar com o Grêmio, o Botafogo tem que ganhar os três e ainda assim não estará garantido na Libertadores por estar em desvantagem no ítem que desempata: vitória. Tem 13; o Grêmio (54 pontos) tem 14 e o Atlético Paranaense, com quem empata em pontos (56) tem 16.
O Botafogo é o único que não perdeu em casa. No Engenhão, 6 vitórias e 11 derrotas. A única derrota que sofreu no Rio foi no Maracanã – 1 a 0 para o Flamengo -, na oitava rodada, na noite de quinta-feira 15 de julho, no primeiro jogo depois da Copa do Mundo e com o gol de um jogador – Paulo Sergio -, que só disputou aquele jogo e logo foi negociado com um time pequeno de Portugal.
O Botafogo perdeu um de seus jogadores mais importantes para os três jogos finais do ano: o meio-campo Marcelo Matos foi operado de urgência, no final da noite de ontem – segunda-feira -, após uma crise de apendicite – inflamação do apêndice – e só voltará a jogar em 2011. Foi o segundo caso médico dele no semestre, depois de ter sido submetido à cirurgia no joelho em que teve recuperação rápida. O zagueiro Antonio Carlos e o meio-campo Somália e, possivelmente, o lateral Marcelo Cordeiro voltarão ao time domingo. O goleiro Jeferson está com a seleção brasileira no Qatar e o atacante Loco Abreu com a seleção uruguaia que faz amistoso amanhã no Chile e só retornam aos treinos sexta-feira.
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