segunda-feira, 15 de novembro de 2010

LIBERDADE

Os latifundiários consideravam (e alguns até hoje consideram) os negros animais de "raça" e, assim, eram tratados como bovinos ou equinos, sendo inclusive negociados como tais. Desta forma, os donos das terras tinham de despender com "ração" (hoje denominada "salário in natura"), tratar as doenças, etc, para manter os escravos em condições físicas ideais para o trabalho braçal. Além disso, havia o risco de fuga, que, quando ocorria, causava prejuízos financeiros aos proprietários rurais.
Com os adventos da chamada "abolição" e da imigração estrangeira, que aumentou a oferta de mão-de-obra, os latifundiários foram gradativamente se desonerando das obrigações de manutenção dos empregados (negros e brancos) em suas próprias terras, passando apenas a remunerá-los em dinheiro, ou seja, pagando um salário cujo valor era inferior aos gastos efetuados na época da escravidão formal.
Isto aconteceu no Brasil, nas últimas décadas do império e no início da república, nas regiões dos cafezais no Estado de São Paulo, por exemplo.
Qualquer semelhança com o que acontece, hoje, nas regiões do agronegócio fundado na monocultura e no latifúndio, não é mera coincidência.

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