Lula e Dilma decidem propor mínimo de R$ 550 em 2011.
Valor significa aumento real de 2,2%, abaixo dos 7,7% pedidos pelas centrais
Objetivo é enviar sinal ao mercado; equipes querem barrar projetos que coloquem em risco superavit de 3,3% do PIB.
Valdo Cruz e Letícia Sander
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente eleita Dilma Rousseff querem fixar em no máximo R$ 550 o valor do salário mínimo no próximo ano. Isso daria um aumento real de 2,2%, abaixo dos 7,7% reivindicados pelas centrais sindicais.
As equipes de Lula e Dilma avaliam que esse seria o valor mais aceitável do ponto de vista fiscal, sinalizando ao mercado financeiro que haverá uma busca de controle dos gastos públicos.
Os dois orientaram suas equipes, antes da viagem à Coreia do Sul, a barrar projetos no Congresso que possam comprometer a meta de superavit primário de 3,3% do PIB (Produto Interno Bruto) toda economia do governo para pagamento de juros da dívida pública.
Daí a decisão de evitar um aumento elevado para o mínimo. A proposta original do governo é de R$ 538,15, sem aumento real, já que a economia não cresceu em 2009 a regra atual prevê reajuste pela inflação, mais a variação do PIB de dois anos antes.
Esse valor representaria um gasto de R$ 8 bilhões no Orçamento do ano que vem.
Lula não quer deixar o governo com "zero de reajuste real". Por isso, acertou com Dilma antecipar uma parcela do aumento real para 2012 - que deve ficar acima de 7,5%, previsão de crescimento da economia em 2010.
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