sábado, 5 de fevereiro de 2011

AMADORISMO

Bem que  Marta Suplicy poderia ter evitado o primeiro lance amador de sua ascensão à vice-presidência do Senado. Faltou-lhe jogo de cintura, apesar do perfil. Cortou o microfone do ex-marido, comportando-se como a madre superiora do convento, quando a praxe entre os senadores é de tolerância e flexibilização diante do regimento interno. Muita gente fica pensando que se não fosse Eduardo Suplicy, mas qualquer outro representante da Federação, dona Marta teria agido assim. Deveria valer-se de múltiplos exemplos da crônica da Câmara Alta, inclusive um inesquecível, no início de 1975.  Na presidência dos trabalhos estava Magalhães Pinto. Discursava pela primeira vez Paulo Brossard, denunciando os desmandos do regime militar. Apesar de haver ultrapassado o tempo e não obstante os protestos  do líder do governo Petrônio Portela,  cobrando o corte do microfone, a velha raposa mineira não se mexeu. Deixou o gaúcho falar pelo tempo que bem entendesse. Já não se fazem senadores como antigam.

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